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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Priscilla

Título no Brasil: Priscilla
Título Original: Priscilla
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: American Zoetrope
Direção: Sofia Coppola
Roteiro: Sofia Coppola
Elenco: Cailee Spaeny, Jacob Elordi, Tim Post, Dagmara Dominczyk, Ari Cohen, Dan Beirne

Sinopse:
Uma adolescente americana, vivendo na Alemanha, por ser filha de militar, acaba conhecendo o famoso cantor Elvis Presley. Após um primeiro contato ele pede que ela retorne em sua casa, dando origem a um caso amoroso que iria durar por muitos anos, mudando a vida deles de forma definitiva. Baseado no livro "Elvis e Eu" de Priscilla Presley. 

Comentários:
Eu não gostei desse filme. Penso que é um filme muito seco, frio, sem calor humano. Ora, essa é, queiram ou não, uma história de amor passada nos anos 50. Minha percepção é que as pessoas naqueles tempos eram bem mais românticas. Em especial Elvis, que era um cantor, cuja sensibilidade estava sempre à flor da pele. Mas não se vê isso no filme. O casal tem pouca química, não parecem verdadeiramente apaixonados. Para ser bem sincero, essa história, que já foi filmada antes, pareceu bem melhor naquela série de TV dos anos 80 que inclusive foi baseado no mesmo livro da Priscilla. Aqui a situação romântica simplesmente não flui, não passa para a tela. A frieza que a diretora Sofia Coppola passou para o filme, o estraga. Além disso é inegável também que as passagens históricas da carreira de Elvis vão se atropelando, se mostrando bem superficiais. No final de tudo, nem o fã de Elvis vai gostar, pela superficialidade, e nem os que gostam de filmes românticos vão apreciar, pela frieza. 

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Paixão Proibida

Título no Brasil: Paixão Proibida
Título Original: Jude
Ano de Lançamento: 1996
País: Reino Unido
Estúdio: BBC Films
Direção: Michael Winterbottom
Roteiro: Hossein Amini, Thomas Hardy
Elenco: Christopher Eccleston, Kate Winslet, Liam Cunningham

Sinopse:
O filme narra a história de um jovem casal inglês vivendo no século XIX. Eles possuem seus sonhos, seus projetos de vida, como ir para uma universidade, mas a vida e a luta pela sobrevivência acabam falando mais alto, fazendo com que eles acabem indo por outros caminhos. 

Comentários:
O cinema britânico já é elegante por natureza. A sofisticação e o requinte já fazem parte do estilo dessa cinematografia. Agora quando são filmes adaptados de romances de época, com ótima produção, figurinos perfeitos e um elenco em estado de graça, tudo fica ainda melhor. Esse é um romance clássico, ideal para quem aprecia esse tipo de produção inglesa. E temos ainda uma jovem Kate Winslet já se destacando muito, com ótima presença de cena, dicção perfeita e aquele sotaque que traz todo o charme para esse tipo de romance nas telas. Um filme muito bom, muito recomendado para quem estiver em busca de uma bela história de amor com muito requinte e sofisticação. 

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de dezembro de 2020

A Época da Inocência

Título no Brasil: A Época da Inocência
Título Original: The Age of Innocence
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Jay Cocks
Elenco: Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer, Winona Ryder, Richard E. Grant, Alec McCowen, Geraldine Chaplin

Sinopse:

Baseado no romance histórico escrito por Edith Wharton, o filme "A Época da Inocência" conta a história de um aristocrata americano vivendo em Nova Iorque no século XIX. Mesmo casado, ele não se furta em ter vários romances com jovens da sociedade, criando um grande escândalo entre a elite da cidade.

Comentários:
Excelente drama de época, vencedor do Oscar na categoria de melhor figurino (Gabriella Pescucci). Concorreu ainda ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Winona Ryder) e melhor atriz coadjuvante (Winona Ryder). Também concorreu ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme, no gênero drama. Poderia ter vencido em todas essas categorias que todas as premiações seriam justas. O roteiro se baseia em um triângulo amoroso que se forma na alta sociedade de Nova Iorque durante o século XIX. Ali está o aristocrata que posa perante aos seus pares ricos como um homem impecável, moralista, conservador e todo o pacote que bem conhecemos. Por trás das cortinas é um sujeito infiel, sem muitos sentimentos de culpa pelas mulheres que seduz. O ator Daniel Day-Lewis deveria ter sido premiado com o Oscar porque seu trabalho de atuação é perfeito. Martin Scorsese também deveria ter levado a estatueta naquele ano. Ele fez seu filme mais bonito. Toda cena parece um quadro clássico pintado. Tudo extremamente caprichado. É o ápice do romantismo cinematográfico em sua brilhante carreira.
 
Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Lady Hamilton

Depois do grande sucesso de "E O Vento Levou" a atriz Vivien Leigh decidiu deixar Hollywood para trás. Estava cansada dos grandes estúdios, dos produtores, dos executivos americanos. Ela via a atuação de uma outra maneira, como grande arte. Não apenas como algo para se fazer grandes fortunas, em filmes comerciais produzidos em ritmo industrial. Assim ela voltou para sua terra natal, a Inglaterra. Ao lado de Laurence Olivier, seu marido e grande nome do teatro e cinema britânicos, ela começou a procurar por um roteiro realmente artístico para voltar ao cinema. Acabou encontrando em "Lady Hamilton". Esse filme se tornaria a primeira adaptação para o cinema do romance histórico "Fire Over England" escrito por AEW Mason.

A história era bem evocativa de um passado glorioso do império britânico. Sir William Hamilton (Alan Mowbray), um viúvo de meia idade, se torna o embaixador britânico na corte de Nápoles. Emma (Vivien Leigh) é uma jovem inglesa que em visita a sua mãe acaba conhecendo Lord Hamilton. Não demora muito e eles começam um romance. A paixão é compartilhada e em poucos meses eles decidem se casar. Apesar da diferença de idade, o casamento vai bem até Emma, agora Lady Hamilton, conhecer o jovem e destemido Lord Nelson (Laurence Olivier), um militar condecorado, considerado um verdadeiro herói para os britânicos. Apesar da rígida moralidade da sociedade inglesa de sua época, Emma não consegue se controlar e acaba tendo um ardente romance com Nelson, gerando um escândalo na sociedade Londrina.

Essa produção, cujo enredo foi baseado em fatos históricos reais, tem muita classe e sofisticação. Fica claro, desde os primeiros momentos, que os britânicos queriam mostrar aos americanos toda a superioridade de seu nível cultural, sempre mais refinado e elevado. O filme apresenta uma produção pomposa, com figurinos luxuosos e cenários ricamente decorados. Laurence Olivier surge com um tapa-olho na maioria das cenas e Vivien Leigh desfila uma infinidade de vestidos elegantes a cada momento. Aliás o figurino do filme, considerado deslumbrante na época, foi um dos destaques. As roupas foram todas assinadas pela figurinista inglesa Marjorie Best.

A direção de fotografia de Rudolph Maté também foi um dos destaques do filme, sendo indicada pela academia ao Oscar, Um filme bonito de se ver, com direção de arte caprichada, foi considerada naquele ano como uma das produções mais bem realizadas em sua reconstituição de época. Os produtores esperavam por uma indicação de Vivien Leigh ao Oscar, mas ela não veio. Na época se dizia que a comunidade do cinema em Holywood havia ficado ofendida pelo fato de que a atriz inglesa havia voltado para Inglaterra, dando as costas para o cinema americano. Havia uma dose de rancor em sua "não indicação". Apesar de tudo isso, o filme ainda hoje é considerado um dos melhores momentos da carreira de Vivien Leigh. Um filme histórico que tem drama, romance e até mesmo uma pitada de tragédia para emocionar os mais sentimentais.

Lady Hamilton, a Divina Dama (That Hamilton Woman, Inglaterra, 1941) Estúdio: Alexander Korda Films, London Film Productions / Direção: Alexander Korda / Roteiro: Walter Reisch, R.C. Sherriff / Elenco: Vivien Leigh, Laurence Olivier, Alan Mowbray / Sinopse: O filme "Lady Hamilton, a Divina Dama" conta a história real, baseada em fatos históricos, do romance de uma dama da alta sociedade inglesa com um famoso almirante da marinha de seu país. A paixão entre ambos causou grande escândalo, porque ela era uma mulher casada. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção de arte (Vincent Korda e Julia Heron). melhores efeitos especiais (Lawrence W. Butler, William A. Wilmarth) e melhor direção de fotografia (Rudolph Maté). Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor som (Jack Whitney).

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de novembro de 2020

Febre da Selva

Título no Brasil: Febre da Selva
Título Original: Jungle Fever
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Spike Lee
Roteiro: Spike Lee
Elenco: Wesley Snipes, Annabella Sciorra, Samuel L. Jackson, John Turturro, Anthony Quinn, Spike Lee, Halle Berry, Ossie Davis

Sinopse:
Em Nova Iorque, durante a década de 1990, Flipper Purify (Wesley Snipes) se envolve com Angie Tucci (Annabella Sciorra). O que poderia ser um caso como tantos outros, acaba causando muitas reações negativas nos familiares e amigos do casal. A razão? Ele é negro e ela faz parte da comunidade italiana da cidade, cusando todo tipo de reações preconceituosas das pessoas próximas.

Comentários:
Nesse filme o diretor e roteirista Spike Lee voltou a tratar da questão racial nos Estados Unidos. Para demonstrar como o preconceito também pode afetar os relacionamentos pessoais, ele colocou como protagonistas de seu filme um casal, formado por um homem negro e uma mulher branca, de origem italiana. Eles se conhecem, gostam um do outro e começam a se relacionar. O problema são os amigos, parentes, vizinhos, todos querendo atrapalhar o romance, tudo causado pelo preconceito racial. Embora o tema possa parecer pesado em um primeiro momento, levando o espectador a pensar que vai ver um drama, o diretor optou por algo até bem mais leve. Há humor e ironia envolvendo as situações. Não é um filme trágico, como alguns poderiam pensar. E o mais interessante de tudo é que Spike Lee e Samuel L. Jackson, acabaram sendo premiados em Cannes naquele ano, justamente pelo trabalho que fizeram nesse filme. Quem poderia imaginar? Enfim, bom filme, tratando de um tema relevante, mas sem exagerar nas tintas dramáticas, o que no final se revelou ser uma decisão acertada do diretor.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O Americano Tranqüilo

Título no Brasil: O Americano Tranqüilo
Título Original: The Quiet American
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Michael Caine, Brendan Fraser, Rade Serbedzija, Holmes Osborne,Thi Hai Yen Do, Ferdinand Hoang

Sinopse:
Com roteiro baseado na obra literária escrita por Graham Greene, o filme "O Americano Tranquilo" conta a história de amor envolvendo um velho jornalista inglês e um jovem médico que disputam entre si o afeto de uma bela mulher vietnamita. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor ator (Michael Caine).

Comentários:
Quem primeiro se interessou em levar uma adaptação ao cinema desse livro foi Marlon Brando. Ele chegou inclusive a comprar os direitos do livro. Ele se identificava pessoalmente com o enredo, colocando um americano perdidamente apaixonado por uma oriental. Como se sabe todas as esposas de Brando eram estrangeiras, orientais. Pois bem, depois de alguns anos ele vendeu esses direitos e a Miramax os comprou. Essa companhia cinematográfica acertou em duas escolhas para esse filme, mas errou em uma. Acertou na bela produção, no investimento sem cortes, o que resultou em um filme muito bonito de se ver, com ótima fotografia. Acertou também em escolher Michael Caine para interpretar o personagem britânico. Sua atuação foi tão boa que ele foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro naquele ano. Porém os executivos erraram em escalar Brendan Fraser para o papel do jovem médico americano que vai até um Vietnã prestes a explodir em um grande conflito armado. Fraser é fraco demais para convencer. Foi uma jogada comercial para atrair mais público, mas que acabou prejudicando demais o filme. Escolhas certas, escolhas erradas. No meio de tudo pelo menos o filme saiu com dignidade, até porque a direção precisa de Phillip Noyce não deixou o filme cair no desastre que muitos esperavam.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Julie & Julia

Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). "Julie & Julia" como se percebe pela sinopse é um filme leve, divertido, bem escrito, redondinho e que tem um charme e um clima de nostalgia à prova de falhas. O único problema é que ao assisti-lo o espectador certamente vai terminar com um apetite daqueles, com água na boca, já que saborosos pratos vão passeando pela tela ao longo de toda sua duração. Achei muito bem bolado o argumento do filme que conta ao mesmo tempo duas histórias reais, de duas "Julias" diferentes, que tem em comum um livro clássico de receitas culinárias.

A primeira personagem é a Julia Child, brilhantemente interpretada pela Mery Streep, uma americana esposa de diplomata que se atreve a entrar no restrito mundo da alta gastronomia francesa. Além de aprender ela ainda tenta levar todos aqueles pratos sofisticadas para os EUA, escrevendo um livro de receitas que deveria ser lido e usado por donas de casa simples de seu país. Seu objetivo era levar os segredos dos grandes pratos franceses para o cotidiano suburbano norte-americano. No começo até achei a caracterização da Meryl Streep um pouquinho caricatural mas depois olhando no Youtube a verdadeira Julia Child (ela também tinha um popular programa de TV) pude perceber como estava fiel o trabalho desenvolvido pela Meryl (que sinceramente é um atriz que dispensa maiores comentários).

A outra Julia, a blogueira Julie Powell cuja sua história se passa em 2002 no filme, também é outro ponto forte. Não sou particularmente fã da Amy Adams mas aqui ela está muito bem, nada exagerada, bem na medida certa, sem ofuscar a Meryl mas também sem perigo de estragar o filme com uma interpretação fraca. O resto do elenco de apoio também é todo bom, de Stanley Tucci (que já gosto há muito tempo) até Jane Lynch (a treinadora de Glee, aqui sob pesada maquiagem).

Ponto positivo também para a diretora Nora Ephron que vinha de um tremendo fracasso, "A Feiticeira", mas que felizmente aqui demonstra sinais de estar voltando ao caminho certo. Tomara que reencontre mesmo pois ela costuma fazer bons filmes, como esse. Foi bastante acertada a decisão de entregar a direção para uma mulher já que esse tipo de produção exige um tipo de sensibilidade que dificilmente seria encontrado em um cineasta do sexo masculino. Em conclusão "Julie & Julia" é uma boa pedida para quem deseja encontrar um entretenimento leve mas bem realizado que traz como bônus mais uma bela interpretação da grande Meryl Streep.

Julie & Julia (Idem, EUA, 2009) Direção de Nora Ephron / Roteiro: Nora Ephron baseado no livro de Julie Powell / Elenco: Amy Adams, Meryl Streep, Stanley Tucci, Chris Messina / Sinopse: Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Meryl Streep). Também indicado ao prêmio de Melhor Filme - Comédia ou Musical.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Os Homens Preferem as Loiras

Certa vez Billy Wilder disse que alguns filmes só dariam certos se Marilyn Monroe estivesse neles. Penso que é o caso de "Os Homens Preferem as Loiras", um excelente musical com ótima trilha sonora que diverte, encanta e emociona. Assistir Marilyn Monroe cantando tão bem sua mais famosa canção no cinema "Diamonds Are a Girl´s Best Friend" balança com qualquer cinéfilo que se preze. E como Marilyn estava linda no filme! Ela no auge da beleza e juventude esbanja sex appeal em todas as cenas, sem exceção. Seu jeito de falar sussurrando era extremamente sensual. Sua personagem, a corista e dançarina Lorelai Lee, se parece muito com a que interpretou em "Como Agarrar um Milionário" mas isso realmente não importa. O que fica mesmo é a ótima coreografia, figurinos e roteiro de uma produção que nasceu para ser leve e bem humorada. Outro dia mesmo reclamei da falta de canções de Marilyn em um outro filme. Pois bem, aqui em "Os Homens Preferem as Loiras" temos a oportunidade de assisti-la cantando quatro músicas, todas ótimas é bom dizer.

Sempre achei Marilyn Monroe uma cantora subestimada. Eu pessoalmente acho seu timbre vocal lindo (além de ser excepcionalmente sensual). Não consigo entender também pessoas que a criticam afirmando que era apenas um mito sexual e não uma grande atriz! Bobagem, Marilyn Monroe tinha um talento nato para comédias e basta assistir filmes como esse para entender bem esse aspecto de sua carreira. Ela era divertida e não fazia esforço para parecer engraçada em cena (que em suma é o grande segredo dos grandes comediantes). Além disso sua voz sempre me soou relaxante e agradável. Tem que ser muito ranzinza para não gostar de musicais maravilhosos como esse. Mais um ponto positivo na grande carreira do diretor Howard Hawks que sempre foi um dos meus cineastas preferidos. Enfim, não precisa dizer mais nada. Quem ainda não assistiu e não consegue entender a longevidade do mito Marilyn Monroe não perca mais tempo. "Os Homens Preferem as Loiras" está lhe esperando. Assista e se divirta.

Os Homens Preferem as Loiras (Gentlemen Prefer Blondes, EUA, 1953) / Direção: Howard Hawks / Roteiro: Charles Lederer / Com Jane Russell, Marilyn Monroe e Charles Coburn / Sinopse: Duas coristas, Lorelei e Dorothy (Marilyn Monroe e Jane Russel), viajam até Paris para conhecer o pai do noivo de Lorelei. Durante a viagem são espionadas por um detetive que tem a missão de provar que ambas são apenas mulheres interesseiras em busca de dotes milionários de homens ricos.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Tarde Demais Para Esquecer

Um dos filmes românticos mais famosos de Hollywood. "Tarde Demais Para Esquecer" marcou época por causa de sua trama romântica e cheia de charme. Junte a isso um casal muito entrosado em cena e uma trilha sonora simplesmente inesquecível (cantada pelo ótimo cantor Vic Damone). A estória quase todo mundo já conhece: Playboy conquistador (Cary Grant) se apaixona por uma espirituosa passageira (Deborah Kerr) durante uma viagem de navio entre a Europa e os Estados Unidos. O problema é que ambos estão comprometidos. Ele com uma rica herdeira nova-iorquina e ela por um homem bem sucedido que a venera. Quando a viagem chega ao fim resolvem criar um pacto: Caso não se casem em seis meses com seus respectivos e atuais pares se encontrarão no alto do prédio Empire State (um dos cartões postais de Nova Iorque) para firmarem compromisso entre si.

O roteiro criou escola no cinema americano, tanto que o filme acabou sendo refeito duas vezes nos anos seguintes (versões com Tom Hanks e Warren Beatty). O que pouco gente sabe é que o próprio "Tarde Demais Para Esquecer" era o remake de um clássico da década de 1930 chamado "Duas Vidas" estrelado pela atriz Irene Dunne (hoje injustamente esquecida). Em termos práticos podemos notar duas partes bem distintas na produção. Na primeira acompanhamos o casal se conhecendo e finalmente se apaixonando dentro do transatlântico. Em minha opinião é a melhor parte do filme. Cary Grant com todo seu charme tenta superar sua fama de "conquistador barato" para conquistar a bela e madura Deborah Kerr (muito bonita no filme, elegante e vestida com alta costura). A aproximação entre eles é sutil, feita de pequenos momentos - como convém a um romance passado na década de 50. Já a segunda parte mostra os encontros e desencontros do casal em terra firme (e que não seria adequado comentar detalhes aqui para não atrapalhar os que ainda não assistiram). Esse segundo ato é um pouco inferior ao primeiro. Sub-tramas desnecessárias aparecem (como o grupo infantil) e números musicais se alongam além do razoável. Mesmo assim o clímax, apesar de um pouco apressado, fecha com chave de ouro a trama.

Infelizmente nos dias atuais já não temos tantos filmes assim. Os próprios relacionamentos mudaram, a moralidade que movia os personagens de "Tarde Demais Para Esquecer", com toda a culpa pela suposta infidelidade, não existe mais. As pessoas hoje em dia simplesmente traem, sem necessidade de encontros marcados em noites chuvosas! Os romances são mais rasos e passageiros e quanto menos envolvimento existir, melhor. De qualquer forma para quem ainda gosta de um boa estória de amor o filme vai cair muito bem. Não há como negar que ele envelheceu um pouco, podendo soar meloso para os mais jovens, mas mesmo assim isso é o de menos pois seu saudosismo acabou virando um charme a mais em um filme já tão charmoso, mesmo após tantos anos de seu lançamento.

Tarde Demais Para Esquecer (An Affair to Remember, 1957) Direção de Leo McCarey / Roteiro de Delmer Davis e Leo McCarey / Elenco: Cary Grant, Deborah Kerr e Richard Danning / Sinopse: Playboy conhece bela mulher durante um cruzeiro atlântico. Após se enamorarem decidem marcar um encontro no prédio Empire Builiding de Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Trapézio

Em 1956 Tony Curtis era apenas mais um galã de segunda linha que não conseguia emplacar em bons papéis. Geralmente estrelava os chamados filmes B das mil e uma noites dos estúdios Universal - filmes de capa e espada que eram feitos especialmente para as matinês dos cinemas. Já estava com oito anos de carreira nas costas quando a primeira oportunidade real bateu à sua porta. O ator Burt Lancaster estava procurando um partner para filmar ao seu lado uma adaptação da novela Trapézio. O filme contaria a estória de dois trapezistas em Paris que tentam executar o maior de todos os números dessa arte: o saldo triplo mortal. Também procurava uma atriz europeia que funcionasse como pivô do triângulo amoroso que iria ser mostrado nas telas.

O interesse de Lancaster sobre esse filme era fácil de entender. Ele começou sua carreira no circo (a sua primeira esposa era trapezista) e apesar de ter alcançado o sucesso como ator jamais esqueceu o período em que viveu no mundo circense. Após alguns testes Burt sugeriu ao diretor Carol Reed que contratasse Tony Curtis. Ele tinha os atributos certos para o papel. Além de ser jovem tinha também habilidades atléticas que iram ajudar muito nas filmagens. Como estrelava vários filmes de capa e espada Tony foi logo considerado ágil o suficiente para se sair bem nas cenas de picadeiro. Já a escolhida para o principal papel feminino foi a atriz italiana Gina Lollobrigida. Embora tivesse uma extensa filmografia em seu país estrelaria pela primeira vez uma produção norte-americana.

O filme Trapézio acabou se tornando um grande sucesso de bilheteria. Também pudera, tinha todos os ingredientes para se tornar um êxito nos anos 50: um cenário exótico, uma beldade estrangeira, um romance à flor da pele, um astro de primeira linha e um coadjuvante que despontava para o estrelado. Pela primeira vez em sua carreira Curtis finalmente era levado à sério. Seu papel nem era tão destacado mas ele fez o suficiente para não fazer feio. O argumento do filme também ajudava já que não se tratava de um dramalhão onde fosse exigido muito dos atores, no fundo era um passatempo leve, com boas cenas coreografadas de trapézio, filmadas com profissionais do ramo (muito embora os atores também tenham filmado cenas menos perigosas). A parceria com Burt Lancaster ainda renderia mais um bom filme a Tony Curtis no ano seguinte: A Embriaguez do Sucesso, onde seria extremamente bem elogiado pela crítica. Com tudo isso hoje Tony pode dizer que esse filme foi na realidade o verdadeiro trampolim para os seus melhores anos, que iriam atravessar o restante da década de 50 e 60, graças especialmente ao grande astro e estrela de primeira grandeza na constelação de Hollywood, Burt Lancaster.

Trapézio (Trapeze, Estados Unidos, 1956) Direção: Carol Reed / Roteiro: Liam O'Brien, baseado no romance escrito por Max Catto / Elenco: Burt Lancaster, Tony Curtis, Gina Lollobrigida, Katy Jurado, Thomas Gomez / Sinopse: Trapezistas em Paris tentam criar um número inovador que mudará a história do circo.

Pablo Aluísio.