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segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Pinóquio

Essa nova versão de Pinóquio foi extremamente criticada. Diria até que muitos críticos foram ofensivos em relação a esse novo filme. E no meu ponto de vista tudo isso não teve razão de ser. Eu gostei dessa nova adaptação. Não há nada nela que venha a envergonhar a tradição dos estúdios Disney. Oitenta anos depois do primeiro filme, da primeira animação, temos uma releitura em live action. O resultado é, a meu ver, muito bom. Claro que ninguém iria inovar em termos de roteiro. O roteiro original, que contou com a supervisão do próprio Walt Disney, era muito interessante. Na realidade só existem 3 contos originais do Pinóquio. Então, Disney juntou os 3 em um só roteiro, como se fosse uma história linear. E o roteiro deste novo filme segue a mesma ideia do pioneiro Disney. Os 3 contos são divididos em 3 atos bem nítidos no filme. A origem de Pinóquio, primeiro ato. A ida de Pinóquio até a ilha dos prazeres é o segundo ato. Finalmente, o terceiro e último ato traz o conto do Pinóquio e a baleia.

Nada desmerece a longa tradição dos estúdios Disney em relação a esse personagem. Além disso, eu sou da opinião de que Pinóquio é a prova de falhas. O conto original tem sua beleza infantil imortal e os produtos que dele derivam seguem essa mesma linha. A animação da década de 1940 então, dispensa elogios. A música tema do filme é tão marcante que virou tema principal dos próprios estúdios Disney. Uma melodia deliciosa de se ouvir com sabor de infância feliz. Enfim, essa nova versão está aprovada e não vejo razões para que ela tenha sido tão criticada. O velho sabor nostálgico fala mais alto, certamente. 

Pinóquio (Pinocchio, Estados Unidos, 2022) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis / Elenco: Tom Hanks, Joseph Gordon-Levitt, Benjamin Evan Ainsworth / Sinopse: O sonho do velho Geppetto sempre foi ter um filho. Artesão de madeira talentoso, um dia ele resolve criar um boneco de Pinho. E o chama de Pinóquio. Seu desejo seria que aquele artefato de madeira ganhasse vida. E ele faz um desejo para isso. A Fada Azul ouve suas preces e transforma Pinóquio em um ser animado, com vida e consciência. E assim, esse novo boneco ganha vida e vai conhecer as experiências de menino, as pessoas e a maldade humana. Ao seu lado, em suas aventuras, surgindo como sua consciência, segue o pequeno Grilo Falante.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Convenção das Bruxas

Remake daquele antigo filme com Anjelica Huston. Você ainda lembra do filme original? O que me surpreendeu aqui foi que houve o envolvimento de dois bons diretores da geração atual, Robert Zemeckis (da trilogia "De Volta para o Futuro") e Guillermo del Toro (que dispensa maiores apresentações). Eles escreveram o roteiro e Zemeckis assumiu a direção, prometendo algo inovador. A presença dessa dupla levaria às alturas as expectativas de qualquer produção, porém,para minha decepção, o resultado final não ficou muito bom. A história, o enredo, mantém basicamente a mesma história do filme original. Um garotinho acaba tendo que lidar com uma reunião de bruxas, ou como diz o título nacional, uma convenção de bruxas. Anne Hathaway interpreta a líder das bruxas, a alta sacerdotisa. Ela criou uma poção mágica que transforma crianças em animais, sejam ratinhos ou até mesmo galinhas. As bruxas odeiam crianças. E sim, esse filme supostamente foi feito para o público infantil. E elas são representadas no filme justamente por esse garotinho valente, que ao lado de sua avô (interpretada pela excelente Octavia Spencer) vai enfrentar toda essa bruxaria.

Um aspecto que me decepcionou nesse filme foi o visual das bruxas. A maquiagem do filme original é muito superior à desse remake. As bruxas aqui não viram criaturas horrendas como no original. No primeiro filme tínhamos a caricatura tradicional de uma bruxa clássica. Aqui a coisa ficou mais sutil e sem graça. Elas ficam carecas, claro, exibem um sorriso à la Dália Negra, mas nada muito além disso. Onde está Del Toro, que sempre foi muito criativo na criação de criaturas monstruosas? Boatos maliciosos (não sei se são verdadeiros) dão conta que a atriz Anne Hathaway se recusou a ficar muito feia em cena. Pode haver algum fundo de verdade nisso. Atrizes são bem egocêntricas, de forma em geral. No mais, nenhuma surpresa. Os fãs da série "Todo Mundo Odeia o Chris" vão ter um pequeno sabor de nostalgia. Acontece que a narração em off foi feita pelo comediante Chris Rock. Impossível não lembrar da série que muitos adoram. Para um feriado de Halloween até que iria cair bem. Agora pesadelo de bruxa mesmo teve a Warner Bros. Investiu mais de 100 milhões de dólares na produção desse remake e foi atingido em cheio pela pandemia do novo coronavírus. Na impossibilidade de recuperar o investimento nos cinemas, que seguem em sua maioria fechados, o jeito foi apelar para o Streaming, porém sem os mesmos resultados comerciais. Milhões de dólares foram perdidos nessa crise.

Convenção das Bruxas (The Witches, Estados Unidos, Inglaterra, 2020) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Kenya Barris, Guillermo del Toro / Elenco: Anne Hathaway, Octavia Spencer, Chris Rock, Stanley Tucci / Sinopse: Um garotinho e sua avó precisam enfrentar um grupo de bruxas que se reúnem em um hotel de luxo. Elas querem transformar todas as crianças do mundo em ratinhos, para que possam esmagá-los depois. Roteiro escrito a partir do livro infantil original escrito por Roald Dahl.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de março de 2020

O Expresso Polar

Título no Brasil: O Expresso Polar
Título Original: The Polar Express
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis
Elenco: Tom Hanks, Chris Coppola, Michael Jeter, Nona Gaye, Peter Scolari, Brendan King

Sinopse:
Na véspera de Natal, um jovem garoto embarca em uma aventura mágica em direção ao Pólo Norte. Ele embarga em um trem encantado chamado Polar Express. E na viagem aprende sobre amizade, bravura e o espírito do Natal.

Comentários:
Robert Zemeckis adaptou a novela de  Chris Van Allsburg e escreveu o roteiro desse filme. Só que ao invés de dirigir um filme convencional, com atores de carne e osso, ele decidiu ir por outro caminho, usando a computação gráfica. Utilizando a técnica de captação de movimentos, ele pensou que iria fazer algo próximo da perfeição. Não deu. Eu tive a oportunidade de assistir a esse filme no cinema, com a melhor projeção possível. E sinceramente falando não gostei do visual. Algo soou muito artificial, pouco realista. Claro, jamais seria igual ao mundo real, mas devo dizer que mesmo sob esse ponto de vista a imagem final deixou a desejar, em meu ponto de vista. O curioso é que todas as indicações ao Oscar vieram da parte sonora do filme. Expresso Polar foi indicado nas categorias de Melhor Música Original, Melhor Edição e mixagem de som. Tom Hanks sempre foi um dos atores que mais gostei no cinema. Para preservar sua simpatia e carisma o seu personagem digital não foge em nada de sua imagem real. A única diferença veio de um bigode chamativo. Enfim, não gostei muito. Porém devo dizer que não fazia parte do público alvo dessa produção, quando o assisti. Muito provavelmente as crianças vão apreciar mais. E isso, no final das contas, era o que desejava seus realizadores.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Revelação

Ao longo de uma carreira bem produtiva, com muitos filmes, Harrison Ford atuou nos mais diversos gêneros cinematográficos. Aqui ele resolveu arriscar estrelar um filme de terror e suspense, algo que nunca havia sido habitual em sua filmografia. Aliás não me lembro de nenhum outro filme de Ford nesse gênero, apenas esse. Pena que não deu certo. O roteiro explora uma trama mal escrita, envolvendo fantasmas e espíritos que surgem nas sombras. Nada muito original ou assombroso, o que para um filme que vinha com proposta de causar sustos era uma péssima notícia.

Outro novato nessa área era o diretor Robert Zemeckis. Pupilo de Steven Spielberg, Zemeckis nunca havia dirigido um filme de terror antes em sua carreira. Ele sempre será lembrado pela trilogia "Back to the Future" (De Volta para o Futuro), uma ficção bem humorada, com fartas doses de pura diversão. Assim, no final das contas esse "Revelação" trazia dois veteranos no cinema, mas novatos no pantanoso terreno dos filmes de terror. Faltou experiência na área, impossível negar. Para não dizer que o filme foi um desperdício total de dinheiro e talentos envolvidos, podemos pelo menos elogiar a beleza de Michelle Pfeiffer, que pelo menos teve algumas cenas para nos despertar do tédio absoluto. Detalhe curioso: a banheira, marca registrada dessa produção, foi distribuída em versão miniatura para as locadoras da época. Um marketing bem bolado. Pena que o filme em si não ajudou em nada.

Revelação (What Lies Beneath, Estados Unidos, Inglaterra, 2000) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Clark Gregg, Sarah Kernochan / Elenco: Harrison Ford, Michelle Pfeiffer, Katharine Towne / Sinopse: Claire (Michelle Pfeiffer), esposa do renomado Dr. Norman Spencer (Harrison Ford), começa a ouvir e sentir a presença de espíritos desconhecidos em sua casa, entre eles uma mulher falecida que passa a surgir durante as madrugadas pelo local, causando pânico em Claire. Para o médico porém tudo não passaria de meras ilusões criadas em sua mente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Aliados

Casablanca, Marrocos. II Guerra Mundial. O agente canadense Max Vatan (Brad Pitt) desce de paraquedas no meio do deserto para uma missão importante: assassinar o embaixador nazista na região. Para isso ele precisa contar com um disfarce e se torna o "marido" de outra agente, a francesa Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), que trabalha para os alemães. O primeiro obstáculo a vencer é conseguir ter acesso ao embaixador e para isso eles precisam ser convidados para a festa de recepção dele, a ser celebrada dentro de alguns dias. Será que conseguirão? Assim começa esse novo filme estrelado pelo ator Brad Pitt. Logo nas primeiras cenas descobrimos as reais intenções do diretor Robert Zemeckis. Veterano, colecionador de sucessos de bilheteria (tais como os filmes  da franquia "De Volta Para o Futuro"), ele aqui quis reproduzir o clima e o estilo dos antigos filmes clássicos de espionagem passados na II Guerra. A referência mais óbvia é justamente o próprio "Casablanca" de Michael Curtiz, considerado um dos melhores filmes de todos os tempos. Tentar atingir algo tão elevado? É óbvio que uma tentativa assim não teria muitas chances de dar certo.

E realmente o filme se perde em um aspecto essencial: seu roteiro! Desde o começo ficamos com aquela sensação ruim de que nada do que vemos na tela tem verossimilhança, nada é muito convincente. A paixão que nasce entre os dois protagonistas não convence, as cenas de ação (como o atentado ao embaixador alemão em Marrocos) também não convence e a guinada que o filme toma em determinado momento - de filme de espionagem para romance piegas - é ainda pior do que tudo isso. De repente o frio e objetivo agente interpretado por Pitt vira uma maridão apaixonado demais, piegas, bobão e... muito chato! Claro que haverá uma grande reviravolta para mudar isso, porém a que preço? A produção é luxuosa, os figurinos são realmente excelentes, porém isso é pouco para justificar esse roteiro cheio de problemas. Como eu escrevi, um dos problemas vem do fato do filme falhar ao tentar passar paixão entre os personagens interpretados pelo casal Brad Pitt e Marion Cotillard. Supostamente era para existir uma paixão avassaladora entre eles. O espectador porém nunca ficará convencido sobre isso. Ela ainda dá mostras de vivacidade, de ter uma personalidade mais envolvendo e cativante. Ele porém está muito mal em cena. Pitt desfila sua cara de tédio e preguiça por praticamente todos os momentos. Ele realmente está sorumbático. Na primeira parte do filme, quando ele precisa ser um agente mortal e calculista, isso até que ainda funciona, mas depois sua interpretação vai decaindo, ficando óbvio que ele não está muito interessado em atuar bem. O saldo final de tudo isso é que simplesmente não se consegue, nos dias atuais, se reviver o charme e a elegância daqueles antigos filmes. Isso é algo que se perdeu com o tempo. Não tem mais volta!

Aliados (Allied, Estados Unidos, 2016) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Brad Pitt, Marion Cotillard, Jared Harris, Camille Cottin / Sinopse: Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), dois agentes aliados no Marrocos ocupados por tropas nazistas, precisam cumprir uma missão perigosa: matar o embaixador alemão na região. Nesse meio tempo acabam se apaixonando um pelo outro. Filme indicado ao Oscar e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Figurino (Joanna Johnston).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Contato

Título no Brasil: Contato
Título Original: Contact
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: James V. Hart, Michael Goldenberg
Elenco: Jodie Foster, Matthew McConaughey, Tom Skerritt, Angela Bassett, William Fichtner, Jay Leno
  
Sinopse:
Durante anos a cientista Eleanor Arroway (Jodie Foster) procurou por sinais de existência extraterrestre. Para localizar algum sinal de vida inteligente no cosmos ela e sua equipe passam seus dias analisando sinais de rádio provenientes do universo. Tudo segue sem novidades até que uma noite ela finalmente encontra sinais fora do comum, provavelmente provenientes de alguma civilização na galáxia. Seria algo concreto ou apenas um engano de interpretação? Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Som. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Jodie Foster).

Comentários:
Durante toda a sua vida o astrônomo Carl Sagan (1934 - 1996) lutou para que a ciência se tornasse mais popular entre a população em geral. Para isso apresentou a série "Cosmos", um programa que procurava justamente por isso, despertar o interesse pela ciência entre as pessoas comuns. Um ano após sua morte a atriz Jodie Foster comprou os direitos de um dos livros de Sagan e produziu esse excelente filme chamado "Contato". A intenção fica claro desde o começo: o livro procurava mostrar sob uma base realmente científica como seria um primeiro contato com algum tipo de vida extraterrestre. Obviamente que o filme foge bastante das tolices que estamos acostumados a ver em produções comerciais (e descerebradas) do tipo "Independence Day". Aqui a temática é bem diferente, amparada no que se sabe sobre as possibilidades de vida fora do planeta Terra. Além disso responde de forma bem inteligente a velha questão: Estaríamos realmente sós no universo? Robert Zemeckis, o diretor da trilogia "De Volta para o Futuro", dirige seu elenco que é bem acima da média, a começar pela própria Jodie Foster, mais empenhada do que nunca em cena. Assim deixamos a dica dessa produção, uma obra bem elegante, sem vestígios da pseudociência que infelizmente assola os programas atuais das TVs a cabo. A obra é especialmente indicada para todos os admiradores do grande Carl Sagan.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de janeiro de 2016

De Volta Para o Futuro Parte III

Terceiro e último filme da série. Também é considerado (com toda a razão) como o mais fraco da trilogia. É a tal coisa, misturar gêneros cinematográficos diversos pode até soar interessante, mas tem que dosar bem as coisas. O exemplo de  "Cowboys & Aliens" está aí para provar que não estou exagerando. Aqui o diretor Robert Zemeckis misturou ficção com western. Funciona? Apenas em termos. Durante uma das entrevistas de promoção do filme o cineasta explicou que o roteiro não passa de um puro capricho seu. Acontece que a Paramount resolveu produzir as duas sequências (Parte II e III) de uma só vez, para economizar custos e aumentar lucros. O problema é que Zemeckis só tinha de fato um roteiro pronto, acabado e lapidado (justamente o do segundo filme). Então surgiu a dúvida de como ele poderia criar algo para a terceira parte. Meio na correria ele teve essa ideia de levar McFly e o Dr. Brown para o velho oeste americano. Como ele adorava filmes de faroeste seria algo no mínimo divertido.

A questão é que apenas uma ideia divertida não garante um bom filme. "De Volta Para o Futuro III" assim usa de todos os meios para trazer elementos clássicos do western (como cenas clichês e nomes de mitos do gênero) para divertir o máximo possível. No fundo, se formos analisar bem, o filme nem é uma ficção e nem um western, mas sim uma comédia de costumes. Conforme o filme vai seguindo em frente vamos percebendo que as tais ideias originais vão sumindo, se esgotando. Para segurar a barra até o The End, Zemeckis então resolveu reciclar tudo o que já havia sido visto nos dois filmes anteriores. É como eu sempre digo: um dos problemas mais recorrentes em franquias de sucesso do cinema americano é a falta de originalidade, a ausência de uma coragem maior para inovar - parece que os produtores têm medo de investir em algo que não seja mais do mesmo (vide esse último "Star Wars" para perceber bem isso). Diante de tudo o que sobra é apenas um prato requentado, sem grandes inovações, a não ser o contexto histórico da América dos tempos dos índios e cowboys. Muito pouco, para falar a verdade.

De Volta para o Futuro Parte III (Back to the Future Part III, Estados Unidos, 1990) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen / Sinopse: No presente, após retornar de mais uma viagem de volta ao passado, o jovem Marty McFly (Fox) recebe uma carta do Dr. Brown (Lloyd) lhe informando que está agora no passado, no velho oeste americano. Ele encontrou o grande amor de sua vida, a bela e doce Clara Clayton (Mary Steenburgen), mas está enfrentando também alguns sérios problemas. Caberá a McFly voltar para aqueles tempos pioneiros para ajudar seu velho amigo de aventuras. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Música (Alan Silvestri) e Melhor Ator Coadjuvante (Thomas F. Wilson).

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de janeiro de 2016

De Volta Para o Futuro Parte II

Título no Brasil: De Volta Para o Futuro Parte II
Título Original: Back to the Future Part II
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Elisabeth Shue, Thomas F. Wilson
  
Sinopse:
De volta para o futuro, o jovem Marty McFly (Michael J. Fox) e o cientista maluco Doc Brown (Lloyd) descobrem que algo inesperado aconteceu no passado, mudando a realidade do presente deles. Eles então percebem que precisam voltar mais uma vez até 1955 para modificar mais uma vez o passado, colocando tudo no caminho certo de uma vez por todas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Ken Ralston, Michael Lantieri, John Bell, Steve Gawley). Também vencedor do BAFTA Awards na mesma categoria.

Comentários:
Na primeira vez que assisti "De Volta Para o Futuro II" não gostei muito. Em minha opinião a metalinguagem do roteiro (onde os personagens entravam nos acontecimentos que vimos no primeiro filme) não funcionou muito bem. Com os anos o filme foi me parecendo bem melhor, embora até hoje considere apenas o primeiro filme da série realmente impecável. O terceiro também foi prejudicado pela falta de ideias novas, além das brincadeiras com o western, que nem sempre funcionavam direito. Aliás ambos os filmes foram rodados de forma simultânea pois a Paramount acreditava tanta na franquia que por questão de aproveitamento de custos resolveu rodar logo as duas sequências uma atrás da outra para maximizar seus lucros. Nesse segundo, como já escrevi, o maior problema vinha mesmo do roteiro que ficou excessivamente truncado. Algo semelhante aconteceu com a franquia do Exterminador do Futuro. Em ambos os casos o que temos é uma ótima ideia, realmente genial, que só funcionava muito bem em apenas um filme. Era realmente tudo muito bem bolado, porém também limitado em termos temporais. Tentar esticar uma trama por si simples para algo expansivo demais acabou de certa maneira esvaziando o que havia de mais criativo nesses filmes. Nesse filme, por exemplo, parte do charme do primeiro filme se foi. Temos dois Marty McFly em cena, o do primeiro filme que volta para 1955 e o segundo que volta lá para impedir que uma coisa importante venha a acontecer, mudando definitivamente os rumos do futuro. Esse segundo McFly fica o tempo todo caracterizado como se fosse um espião, com blusão de couro negro e um tipo de rádio amador portátil (pois é, não existia ainda o celular quando o filme foi realizado). De maneira em geral passa longe da qualidade do primeiro filme, embora seja longe de ser um filme ruim. Ele apenas não funciona tão bem quanto todos estavam esperando.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Travessia

Título no Brasil: A Travessia
Título Original: The Walk
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Christopher Browne
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Ben Kingsley, Charlotte Le Bon
  
Sinopse:
Em 1974 com a construção das torres do World Trade Center um equilibrista francês chamado Philippe Petit (Joseph Gordon-Levitt) acaba tendo um ideia ousada. Ele planeja ir até os Estados Unidos para atravessar os dois arranha-céus em seu cabo de aço, sem qualquer tipo de equipamento de segurança e proteção. Com a ajuda de um grupo de amigos, da namorada Annie (Charlotte Le Bon) e dos conselhos preciosos do veterano de circo Papa Rudy (Ben Kingsley), Petit parte para a realização de seus sonhos. Filme baseado em uma história real.

Comentários:
Esse novo filme do cineasta Robert Zemeckis me deixou surpreso por causa do tema. Nunca foi a praia de Zemeckis realizar filmes desse estilo. Na realidade não consigo visualizar nada em sua filmografia no passado que se pareça com isso. Ponto para ele que resolveu mudar, ir por outros caminhos, afinal de contas nunca é tarde demais para se reinventar. A história real, que inclusive já tinha sido tema de um excelente documentário sobre o próprio Philippe Petit no passado chamado "O Equilibrista", surge também com uma pitada de nostalgia patriótica para os americanos por causa do que aconteceu com o próprio World Trade Center naqueles ataques terroristas que ocorreram em 2001. Assim Zemeckis e sua equipe tiveram que recriar as famosas torres em um trabalho visual magnífico, completamente verossímil, que nos deixam surpreendidos com o avanço da computação gráfica. Em nenhum momento você irá duvidar que os imensos prédios estão lá, na sua frente novamente. Um trabalho digno de Oscar. Em termos de roteiro temos dois atos básicos. O primeiro apresenta ao público o próprio Philippe Petit. Desde criança apaixonado pelas artes circenses ele decide dedicar sua vida ao equilibrismo, para desespero de seus pais. 

Depois de brigar com os velhos e deixar a velha casa paterna ele parte rumo a Paris em busca de seus sonhos. Acaba virando artista de rua e aos poucos vai melhorando cada vez mais na sua arte. Nesse meio tempo acaba conhecendo também outra artista de rua talentosa, Annie, que terá grande importância em sua aventura. O segundo ato começa quando Petit resolve realizar a maior façanha de sua vida - ao tentar atravessar se equilibrando em um cabo de aço as duas torres do World Trade Center. Tudo realizado de forma ilegal, contra as leis, na surdina para não serem presos. A história em si é tão incrível que custa para acreditarmos que ela foi real - e de fato aconteceu mesmo nos anos 1970. Não precisa ser cinéfilo para perceber que é justamente no segundo ato que Zemeckis aposta todas as suas fichas - e acerta em cheio em seus objetivos! As cenas de Petit na corda bamba são fantásticas, valorizadas enormemente por um 3D de extrema qualidade técnica. Não se admire pois em certo sentido você vai acabar se sentindo ao lado do próprio Petit naquele imenso vão vazio entre os dois arranha-céus. Um belo filme em suma, daqueles que valem o preço do ingresso no cinema.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

De Volta Para o Futuro 2

Depois do enorme sucesso de bilheteria do primeiro filme Spielberg resolveu que o filme deveria ter não uma continuação, mas duas, que foram rodadas simultaneamente. Robert Zemeckis se empenhou em não decepcionar os fãs. O problema é que o filme original parecia fechar em si muito bem. O roteiro era redondinho, muito criativo e bem bolado. Mexer em algo assim seria no mínimo imprudente. A verdade é que mesmo com toda a dedicação de Zemeckis e sua trupe de roteiristas o roteiro final desse filme saiu realmente truncado. Marty McFly (Michael J. Fox) voltava novamente ao passado, encontrava seu outro “eu” (que surgia aparecendo em cenas do primeiro filme) e tentava mudar o rumo de seus filhos – no futuro! Bem confuso pra falar a verdade. Segundo Zemeckis eles próprios, os que estavam escrevendo o enredo do filme, se enrolaram e tiveram que se guiar através de uma série de storyboards. Se foi confuso assim para eles, imagine para o público!
   
Mesmo assim o filme fez outro grande sucesso. A crítica de um modo em geral elogiou, embora com certas reservas. Michael J. Fox já não era o ator com cara de jovem adolescente como antes – mas isso foi consertado com um pouco de maquiagem, luzes, ângulos mais adequados. Na época ele era um ídolo juvenil dos mais requisitados. Aparecia em revistas de adolescentes e causava um tumulto por onde passava, tamanha a sua popularidade. Não era para menos. Além de estrelar essa franquia milionária e de sucesso ainda se destacava na TV na boa sitcom “Caras e Caretas” (que chegou a ser exibida na Rede Globo nas tardes, durante a chamada “Sessão Comédia”). “De Volta Para o Futuro 2” é isso, uma produção que apesar dos pesares consegue manter o bom nível do filme original. Tudo muito criativo, bem realizado (os efeitos especiais não envelheceram) e claro muita pipoca. Provavelmente a franquia seja a mais perfeita já realizado pelo produtor Steven Spielberg. Uma delícia pop.

De Volta Para o Futuro 2 (Back to the Future Part II, Estados Unidos, 1989) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson / Sinopse: Marty McFly (Michael J. Fox) vai até o futuro quando encontra diversos problemas com sua família (e com ele próprio). Para consertar isso ele tem que novamente voltar ao passado, em 1955, para dar alguns ajustes no destino.

Pablo Aluísio.

De Volta Para o Futuro 3

Robert Zemeckis sempre foi um grande fã de westerns. Assim que apareceu a oportunidade o diretor resolveu que queria radicalizar ainda mais a franquia de sucesso que dirigia. E foi assim que decidiu levar a trama de “De Volta Para o Futuro” para o velho oeste. Essa foi a terceira e última aventura de Marty McFly (Michael J. Fox) e o Doutor Brown (Christopher Lloyd). Ao contrário do segundo filme da série esse aqui tinha um roteiro bem mais centrado, menos complicado, com a estória praticamente toda passada numa cidadezinha do velho oeste, sem tantas idas e vindas entre presente, passado e futuro, como acontecia no filme anterior. De certa forma “De Volta Para o Futuro 3” é uma mera desculpa para Zemeckis brincar com o velho e bom faroeste, suas mitologias clássicas e seus personagens marcantes. As referencias ao gênero pulam o tempo todo na frente do espectador. Numa das mais divertidas o personagem de Michael J. Fox ao ser perguntado sobre qual seria o seu nome responde... Clint Eastwood! Muito divertido realmente.

No final do segundo filme já tínhamos o gancho para essa aventura. Marty recebia bem no meio de um temporal uma carta misteriosa, escrita no século XIX, por Doc Brown. Nela ele explicava que estava vivendo feliz no velho oeste pois havia se apaixonado por uma mulher daquela época. O problema é McFly descobre um terrível acontecimento no passado na vida do Dr Brown e decide ir até lá para evitar o trágico fato! Ao voltar ao passado ele encontra seus antepassados (Seamus McFly), índios, cowboys, pistoleiros e tudo o mais que se tem direito em se tratando de filmes de faroeste. A seqüência final com a locomotiva no despenhadeiro é excelente, tudo combinando com o clima de leve diversão pop que marcou toda a franquia. O filme foi rodado junto com “De Volta Para o Futuro 2” mas só chegou nas telas um ano depois, em 1990. Seu sucesso foi bem mais modesto do que dos filmes anteriores, mas mesmo assim fechou com chave de ouro essa série de filmes tão simpáticos, que realmente marcaram época. Mais um triunfo na carreira de Steven Spielberg, que produziu os filmes, tendo na direção seu amigo Robert Zemeckis.

De Volta Para o Futuro 3 (Back to the Future Part III, Estados Unidos, 1990) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen / Sinopse: Para evitar um terrível acontecimento Marty McFly (Michael J. Fox) decide voltar ao passado, no velho oeste americano, onde se encontra seu amigo, o Dr. Brown (Christopher Lloyd).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Uma Cilada Para Roger Rabbit

Título no Brasil: Uma Cilada Para Roger Rabbit
Título Original: Who Framed Roger Rabbit
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Gary K. Wolf, Jeffrey Price
Elenco: Bob Hoskins, Christopher Lloyd, Kathleen Turner, Charles Fleischer, Joanna Cassidy

Sinopse:
Anos 1940. Embora Roger Rabbit (Charles Fleischer) seja um dos grandes astros de seu estúdio de animação, ele não se sente feliz. Ultimamente anda depressivo e triste por causa de seu conturbado relacionamento com Jessica Rabbit (Kathleen Turner). Para contornar toda essa situação o estúdio resolve contratar os serviços de um detetive particular, Eddie Valiant (Bob Hoskins), o que dará origem a inúmeras confusões. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Edição.

Comentários:
Hoje em dia pode até ser visto apenas como uma divertida mistura de animação com atores reais, mas o fato é que esse filme foi um marco e tanto em termos de avanços tecnológicos na época. Nunca, em nenhum período histórico do cinema, havia se conseguido chegar em tamanha perfeição técnica, fruto da entrada da tecnologia digital na produção de filmes. Outro fato que chama bastante a atenção foi a união - pela primeira e única vez na história - de praticamente todos os grandes estúdios de animação de Hollywood para a realização de apenas um filme. Todos eles cederam os direitos de seus personagens e assim o espectador é presenteado com uma vasta galeria de personagens da Disney, da Warner, da MGM clássica e tantos outros que desfilam pela tela. A supervisão foi dada ao genial cartunista Richard Williams, o criador da Pantera cor de rosa. A Academia inclusive lhe concedeu um prêmio especial por esse trabalho e pelo conjunto de sua obra que é realmente maravilhosa. Curiosamente o enredo procura explorar uma estória de detetives numa Hollywood dos anos 1940, onde havia charme e glamour em abundância diante das telas e muita decadência e crime por trás delas. Um exemplo perfeito disso pode ser encontrado na personagem de Jessica Rabbit, tão sensual e perigosa como uma mulher fatal dos filmes noir daquela década. A personagem dublada com sensualidade á flor da pele pela atriz Kathleen Turner acabou fazendo mais sucesso que o próprio coelho protagonista. Inicialmente a animação seria dirigida pelo próprio Steven Spielberg, mas no último momento ele resolveu deixar a direção a cargo de seu pupilo Robert Zemeckis. Com ótimo elenco, primazia técnica e um roteiro saborosamente nostálgico, "Who Framed Roger Rabbit" é realmente uma das melhores animações de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Os Fantasmas de Scrooge

Título no Brasil: Os Fantasmas de Scrooge 
Título Original: A Christmas Carol
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, baseado na obra de Charles Dickens
Elenco: Jim Carrey, Gary Oldman, Colin Firth

Sinopse: 
Scrooge (Jim Carrey) é um ser humano desprezível. Muito rico mas completamente mesquinho não quer saber de absolutamente ninguém em sua vida. Extremamente materialista só pensa em dinheiro e nada mais. Quando seu sócio morre ele acaba recebendo a visita de três fantasmas do natal. Um dos natais passados, outro do natal do presente e finalmente um terceiro, representando os natais do futuro. Juntos eles levarão o velho Scrooge numa jornada de auto conhecimento e renovação do verdadeiro espírito do natal.

Comentários:
Produção milionária que teve um orçamento estimado em absurdos 200 milhões de dólares. Não é para menos. Aqui o cineasta Robert Zemeckis reuniu um elenco de primeira e tecnologia de ponta para contar mais uma versão do famoso livro (imortal, diga-se de passagem) do grande Charles Dickens. Jim Carrey aproveita o uso dessa técnica para deitar e rolar em suas caracterizações. Apesar de seu talento reconhecido temos que admitir que sua atuação nem sempre funciona a contento. A questão é que essa estória, muito evocativa e belamente escrita, já foi adaptada tantas vezes (a primeira em 1910, totalizando quase 100 versões até hoje) que já não existe a menor possibilidade de surpreender. Nem mesmo sob uma nova roupagem, com tecnologia de ponta, muda essa situação. Agora se você é jovem demais para se lembrar ou nunca viu nada sobre esse enredo até pode ser uma boa opção. De fato a direção de arte desse filme é acima da média e o enredo do velho avarento encontrando sua verdadeira felicidade ainda pode emocionar aos novatos. De qualquer modo não é uma má ideia para uma madrugada de natal. Assim se estiver no espírito certo não deixe de conferir pois o filme será exibido nessa madrugada pela Rede Globo. Aproveite e tenha um Feliz natal de muita paz e alegria!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A Lenda de Beowulf

Uma obra muito interessante onde o diretor Robert Zemeckis resolveu levar a tecnologia de captação de movimento ao extremo. Assim não existem cenas reais na produção mas apenas digitais. Zemeckis e sua equipe usaram o equipamento nos atores durante as encenações e depois as digitalizaram, fazendo todo o processo de finalização dentro do mundo virtual. Obviamente é um processo bem mais barato, pois tudo o que diz respeito ao filme em si (como figurinos, cenários, equipamentos e objetos de cena) foram criados única e exclusivamente dentro do computador. O custo de se fazer algo assim é muito menor do que ao se fazer um filme convencional. Aos atores restou apenas fazer os movimentos pedidos por Zemeckis, muitas vezes usando roupas de borracha especiais, que captavam cada mínimo detalhe de suas "atuações". Por isso não havia câmeras de filmagem no set de "A Lenda de Beowulf", algo realmente revolucionário, que em alguns anos provavelmente vai atingir sua perfeição, sendo possível até mesmo trazer de volta aos cinemas antigos ídolos mortos há muito tempo. Que tal assistir ao novo filme da Marilyn Monroe em 2030? Mas deixemos as especulações de lado, voltemos ao filme.

Beowulf é um poema épico, escrito há séculos, que felizmente chegou até nós. É uma saga de heroísmo, traições e lutas, tudo dentro da tradição dos personagens heroicos, tão presentes nas mitologias da antiguidade. O elenco é acima da média, com destaque para o sempre marcante Anthony Hopkins interpretando o Rei Hrothgar. Aqui cabe uma observação. Embora tenha gostado da ideia do uso da tecnologia digital nesse filme fiquei um pouco incomodado nas cenas em que Hopkins aparecia. Isso porque apesar de todos os avanços não há como negar que há sim uma perda acentuada de expressividade no trabalho dos atores. Em Hopkins isso se tornou bem claro. Em suas cenas tive realmente vontade de que o filme fosse mais ao estilo convencional pois o considero um dos grandes atores do cinema e seu alter-ego digital não conseguiu ser muito convincente. O mesmo já não se pode dizer de Angelina Jolie que sem dúvida ficou muito mais bonita e sensual no pixel do que na vida real. Até mesmo suas curvas foram acentuadas ao máximo, dando uma aerodinâmica que a atriz certamente não tem no mundo real. No geral é um filme que vale a pena, apesar de não ser historicamente fiel ao poema que lhe deu origem (há várias modificações nos personagens e na trama). Mesmo com essas ressalvas vale a recomendação.

A Lenda de Beowulf (Beowulf, Estados Unidos, 2007) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Neil Gaiman, Roger Avary / Elenco:  Anthony Hopkins, Angelina Jolie,  John Malkovich,  Robin Wright, Crispin Glover, Ray Winstone / Sinopse: Baseado em um secular poema o filme Beowulf explora um mundo de fantasia e heroísmo, habitado por heróis, vilões e monstros.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Febre de juventude

Não importa se você não viveu aquela época (muito provavelmente não viveu mesmo pois lá se vão mais de 50 anos!) pois certamente vai acabar gostando desse filme muito simpático que mostra o alvoroço que foi a chegada da chamada Beatlemania nos Estados Unidos. A cultura jovem de massa, do histerismo e dos gritinhos, certamente já tinha nascido nos anos 50 com Elvis Presley mas foi mesmo nos anos 60 que houve de verdade uma verdadeira febre de juventude entre a rapaziada que adorava rock ´n´ roll. O catalisador desse movimento foi esse quarteto criado em Liverpool por garotos da classe trabalhadora da cidade. John, Paul, George e Ringo viraram ícones, ídolos e mudaram a música para sempre! O filme porém não mostra os membros da banda e suas apresentações mas sim a reação que acontecia ao redor nos jovens que iam assistir os concertos e sonhavam em um dia encontrar pela frente esses grandes talentos. Essa aliás foi uma das grandes boas ideias do filme pois o espectador é transportado para dentro daquela época, interagindo com os personagens, seus cabelos, suas roupas e seu estilo de vida. Obviamente que muitas das situações soam engraçadas por si só, como por exemplo um dos caras do grupo que compra uma ridícula peruca beatle, mas isso tudo no final das contas acaba fazendo parte da (grande) diversão que é o filme em si.

Aliás o tom é facilmente captado pelo próprio nome original do filme, "I Want Hold Your Hand", uma das músicas mais significativas da explosão do grupo nas paradas americanas, quando em sua primeira excursão pelos Estados Unidos causaram um enorme furor de música e diversão. Por falar em diversão esse foi um projeto muito pessoal do diretor Robert Zemeckis que usou muito de suas próprias lembranças de juventude para recriar o clima que viveu na Nova Iorque de 1964, quando os Beatles por lá passaram. O roteiro foi escrito a quatro mãos com Bob Gale, outro grande fã do grupo britânico. Para completar o trio o aclamado diretor Steven Spielberg resolveu produzir o filme de tão encantado que ficou o enredo. Aliás pense rápido: que outro grande sucesso do cinema esse mesmo trio iria fazer na década seguinte, marcando para sempre o cinema de diversão de Hollywood? Se pensou em "De Volta Para o Futuro" acertou!. Foram eles mesmos que voltando a trabalhar juntos em meados dos anos 80 iriam concretizar umas das trilogias mais bem sucedidas da história de Hollywood. Aqui em "Febre da Juventude" eles parecem ter tido a mesma intenção - voltar no tempo para viver em uma época mágica da história. Aproveite e conheça o filme e tenha a mesma sensação (e o melhor de tudo sem precisar de uma máquina do tempo para isso!).

Febre da Juventude (Wanna Hold Your Hand, Estados Unidos,1978) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Bob Gale, Robert Zemeckis / Elenco: Nancy Allen, Bobby Di Cicco, Marc McClure / Sinopse: Grupo de jovens americanos faz de tudo para chegar perto de seus ídolos, os Beatles, em sua primeira excursão pelos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Náufrago

A ideia partiu do próprio ator Tom Hanks. Certo dia ele imaginou o que aconteceria com um homem moderno que fosse abandonado no meio da natureza, tendo que se virar apenas com os recursos naturais para sobreviver. Assim Hanks pensou em um executivo da famosa empresa FedEx que após sofrer um acidente acaba indo parar numa ilha deserta, perdida no meio do Oceano. Sem ninguém por perto, tendo que lutar por sua sobrevivência o náufrago começa a tentar manter sua saúde e sanidade. Sem ter com quem conversar chega ao ponto de transformar uma bola de vôlei em seu “amigo” e companheiro Wilson (o nome da fábrica onde a mesma foi produzida). Quem comprou mesmo a ideia de Hanks, que inicialmente era muito simples e primitiva foi o diretor Robert Zemeckis, da série “De Volta Para o Futuro”. Ele achou genial esse argumento em que um homem civilizado, que vive no meio de um sistema capitalista consumista, teria que viver como seus antigos antepassados primitivos. Um choque cultural sem precedentes.

Para recriar o clima de primitivismo o diretor e o ator decidiram que o filme teria o menos possível de trilha sonora (apenas o som do ambiente seria utilizado como som incidental) e quase nada de diálogos (afinal Hanks passaria praticamente o filme inteiro sozinho em cena). O resultado final se mostrou muito bom, muito atraente e diferente. O clima de isolamento foi acentuado pelas decisões tomadas por Hanks e Zemeckis. Ao mesmo tempo o espectador também se sente completamente atraído pela beleza natural do lugar onde o filme foi realizado (no Pacífico Sul existem realmente ilhas que mais parecem a versão do paraíso na Terra como vemos aqui em Fiji). Some-se a isso a boa atuação de Tom Hanks (que entre outras coisas teve que passar por um regime brutal para chegar no peso ideal de alguém perdido no meio do nada) e você terá uma película realmente diferenciada, que ao mesmo tempo funciona como ótimo entretenimento.

O Náufrago (Cast Away, Estados Unidos, 2000) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: William Broyles Jr, Tom Hanks (não creditado) / Elenco: Tom Hanks, Paul Sanchez, Lari White / Sinopse: Um executivo após um acidente acaba indo parar numa ilha isolada do Pacífico Sul onde terá que lutar por sua sobrevivência.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de maio de 2013

Tudo Por Uma Esmeralda

Um dos grandes sucessos da carreira de Michael Douglas foi essa aventura chamada “Tudo Por Uma Esmeralda”. A trama se passa nas selvas da Colômbia quando uma romancista de livros açucarados, Joan Wilder (Kathleen Turner), conhece o aventureiro Jack T. Colton (Michael Douglas). Ela está lá para entregar um mapa que leva até a esmeralda conhecida como El Corazon. Sua irmã foi seqüestrada e o resgate é justamente a entrega do mapa. Já Cotton é um ex-marinheiro que agora tenta ganhar a vida vendendo pássaros exóticos que captura selva adentro. Juntos tentarão sobreviver à perseguição de policiais corruptos, bandidos e todo tipo de aproveitadores que querem também colocar as mãos na jóia rara. O ritmo é obviamente alucinado com várias seqüências que misturam ação e bom humor. Há descidas ladeira abaixo no meio da lama, pontes caindo aos pedaços, lutas corporais, tiroteios, perseguições, enfim tudo o que o espectador espera mesmo de uma aventura no meio da floresta.

Michael Douglas encontra aqui um personagem muito interessante, levemente cafajeste e cínico, mas também honesto e confiável, leal acima de tudo. Kathleen Turner também se sai muito bem com seu papel, a de uma escritora de livros românticos que está sempre idealizando o homem perfeito de seus sonhos. Curiosamente se verá apaixonada pelo personagem de Douglas que no fundo é o extremo oposto do que sempre sonhou. “Tudo Por Uma Esmeralda” fez muito sucesso mas não escapou das comparações com os filmes de Indiana Jones. O clima, o roteiro, as peripécias que os personagens se envolvem, realmente havia muitas semelhanças entre os filmes mas esse aqui é bem mais centrado no humor, numa aventura que não chega a se levar à sério em nenhum momento. O tom mais ameno, com clima de aventuras antigas, da década de 40, acabou também caindo no gosto do público que lotou os cinemas. Michael Douglas certamente não tinha planos de virar um herói de filmes de ação e aventura mas sentiu-se recompensado, tanto que voltaria à carga anos depois com “A Jóia do Nilo”, com a mesma Kathleen Turner. A volta da dupla daria origem a outro sucesso de bilheteria e eles voltariam a atuar juntos mais uma vez no também muito bem humorado, “A Guerra dos Roses” com Danny De Vito de tiracolo. Enfim recomendo o filme a quem sente saudades das antigas aventuras da década de 80. Trinta anos depois o filme ganhou uma bela áurea nostálgica, quem diria.

Tudo Por Uma Esmeralda (Romancing the Stone, Estados Unidos, 1984) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Diane Thomas / Elenco: Michael Douglas, Kathleen Turner, Danny DeVito / Sinopse: Uma escritora de livros românticos se vê envolvida numa grande aventura nas selvas da Colômbia em busca de uma jóia rara, uma esmeralda conhecida como "El Corazon". Divertida aventura assinada pelo mesmo cineasta que dirigiu a famosa série de filmes "De Volta Para o Futuro".

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Voo

Denzel Washington tem uma regularidade impressionante em sua carreira. Enquanto outros atores derrapam mais cedo ou mais tarde, geralmente fazendo filmes ruins em busca de fartas bilheterias, Denzel segue em sua linha, sem fazer concessões de nenhum tipo. Esse tipo de postura acaba se revertendo em uma seqüência de bons filmes. De fato ver o nome no cartaz de Denzel Washington já virou um motivo para se comprar o ingresso de cinema sem receio de ir ver um produto medíocre. É um padrão de qualidade que nunca decai. Esse seu novo filme “Flight” segue pelo mesmo caminho. O enredo conta a estória de Whip Whitaker (Denzel Washington), um excelente e experiente piloto de aviação comercial que após uma noite de bebedeiras, drogas e sexo com uma aeromoça de sua tripulação segue para mais uma viagem rumo a Atlanta. O problema é que dessa vez ele não consegue se recuperar completamente da noite de farras e chega bêbado na aeronave. Para piorar antes de sair de seu quarto resolve se encher de cocaína, cheirando várias carreiras de pó em sequência. Completamente “alto” ele tenta levar seu avião em frente mas uma pane mecânica joga a situação no caos completo. Sem alternativas resolve fazer um pouso de emergência que trará sérias conseqüências para todos, inclusive para ele próprio.

Como se pode perceber o tema central do filme é o alcoolismo e o vício em drogas do protagonista. Ele não consegue parar de beber e se drogas, sempre chamando seu traficante a qualquer hora (personagem interpretado por John Goodman com aquele humor que lhe é peculiar). Por isso o órgão responsável pelo controle aéreo nos EUA começa uma série de investigações que o levará ao banco dos réus. Afinal qual foi a causa do acidente do avião que ele pilotava? Um defeito da própria aeronave ou o fato do piloto estar completamente embriagado e drogado? A trama a partir de então girará justamente em torno dessa questão. Denzel Washington está novamente muito bem em seu personagem. Sua caracterização nunca cai na caricatura ou no ridículo e ele sai ileso do filme. Por esse excelente desempenho ele foi inclusive indicado ao Oscar de Melhor Ator. Seu personagem é aquele tipo de sujeito que ainda está em fase de negação completa e não aceita que os outros imponham limites aos seus excessos envolvendo drogas e bebidas. É curioso que um drama assim sobre alcoolismo seja dirigido pelo cineasta Robert Zemeckis, uma vez que sua especialidade sempre foram os filmes de ficção para adolescentes como a franquia “De Volta Para o Futuro”. Apesar de não ser bem sua praia ele até que não se sai mal, muito embora a conclusão do filme possa vir a incomodar alguns pela falta de veracidade (sim, ter ética hoje em dia virou sinônimo de atitude pouco plausível, para espanto de todos nós). No saldo final “The Flight” mantém o bom nível dos filmes estrelados por Denzel Washington, um ator que ao contrário de seu personagem nesse filme, nunca falha!

O Voo (Flight, Estados Unidos, 2012) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: John Gatins / Elenco: Denzel Washington, James Badge Dale, Don Cheadle, John Goodman, Kelly Reilly, Bruce Greenwood, Melissa Leo / Sinopse: Depois de uma noite de bebedeiras, sexo e drogas um piloto comercial tenta pilotar um avião rumo a Atlanta, mesmo estando completamente embriagado e drogado. Indicado ao Oscar de Melhor Ator (Denzel Washington) e Melhor Roteiro Original.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de outubro de 2012

Forrest Gump

Forrest Gumo foi o grande vencedor do Oscar de 1995. Naquele ano ele concorreu ao Oscar de melhor filme com "Pulp Fiction", "Quatro Casamentos e um Funeral", "Quiz Show" e "Um Sonho de Liberdade". Para muitos o filme merecedor do prêmio máximo da Academia naquele ano seria mesmo "Um Sonho de Liberdade" com "Pulp Fiction" em segundo lugar, mas não foi bem assim que pensaram os membros votantes que preferiram premiar um filme mais convencional, com "cara de Oscar". "Forrest Gump" é basicamente uma comédia com pitadas de drama que coloca um sujeito comum, com QI abaixo da média, fazendo parte de eventos marcantes da história americana. Assim lá estava Forrest presenciando o surgimento de mitos como Elvis Presley ou então lado a lado dos grandes  nomes da luta pelos direitos civis, se tornando destaque em uma das manifestações mais conhecidas que foram realizadas na capital do país. Como não poderia faltar Forrest ainda participa da guerra do Vietnã e se torna herói nacional, tudo aliás da forma mais involuntária possível. Um personagem picaresco por definição. Embalado pela maravilhosa trilha sonora recheada de sucessos das décadas de 50 e 60 a produção ainda ganhou um lindo tema incidental escrito com muito talento pelo maestro Alan Silvestri.. Em um daqueles casos de completa simbiose entre ator e personagem, Tom Hanks brilha como Forrest. De fato não consigo imaginar nenhum outro ator que fosse tão adequado como ele, simplesmente perfeita sua caracterização. Não sei até que ponto sua atuação seria digna de um Oscar mas que é certamente inspirada não tenho a menor dúvida.

No fundo Forrest Gump é uma fábula em forma de conto que tenta revisionar os principais acontecimentos da história americana de uma forma bem humorada e leve. Sob os olhos ingênuos de Forrest vamos presenciando o absurdo de certos eventos históricos como o conflito do Vietnã, uma guerra sem propósito ou objetivos claros. O roteiro também satiriza a própria cultura americana que quase sempre transforma verdadeiros idiotas, como o próprio Forrest, em símbolos nacionais A cena de sua corrida mostra bem isso. Forrest decide simplesmente correr por aí, sem nenhum objetivo ou idéia por trás mas a mídia acaba transformando sua maratona em algo muito maior, em algo que ele jamais havia pensado ou planejado.  O momento em que simplesmente decide parar de correr no meio do deserto, com um bando de seguidores vindo atrás é certamente um dos mais divertidos do cinema na década de 90. Em termos de tecnologia o filme também foi um marco pois as montagens de Forrest com os antigos presidentes americanos ficaram realmente perfeitas. Seja como for, se a vida é ou não uma caixinha de chocolate o fato é que Gump caiu no gosto de público e crítica, se tornando um grande sucesso de bilheteria, logo virando queridinho da mídia, a mesma que o próprio filme satiriza. No final foi premiado com os Oscars de melhor filme, ator (Tom Hanks), Diretor (Robert Zemeckis), Roteiro Adaptado, Efeitos Especiais e Edição. Como se vê a sua consagração foi completa nas principais categorias.

Forrest Gump (Forrest Gump, Estados Unidos, 1994) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Eric Roth / Elenco: Tom Hanks, Robin Wright Penn, Gary Sinise, Mykelti Williamson, Sally Field / Sinopse: Sem querer o jovem Forrest Gump (Tom Hanks) acaba participando de grandes momentos da história norte-americana. Ao lado de mitos da música e presidentes americanos ele tenta reconquistar o amor de sua infância.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de maio de 2012

Carros Usados

Título no Brasil: Carros Usados
Título Original: Used Cars
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: Kurt Russell, Jack Warden, Gerrit Graham, Frank McRae, Deborah Harmon, Joe Flaherty, David L. Lander

Sinopse:
Quando o proprietário de um lote de carros usados ​​em dificuldades é morto, cabe ao vendedor do lote salvar a propriedade de cair nas mãos do implacável irmão do proprietário e rival da loja de carros usados.

Comentários:
Puxando pela minha memória de frequentador de locadoras de vídeo, eu me recordo de uma velha fita VHS desse filme pegando poeira nas prateleiras da locadora que eu costumava frequentar. Lançamento da CIC vídeo no Brasil. O curioso é que essa comédia, sem maiores pretensões foi feita pela mesma trupe que anos depois iria realizar um dos grandes sucessos dos anos 80, com "De Volta para o Futuro". Porém isso ainda iria acontecer alguns anos depois. Com esse filme "Carros Usados" tudo era ainda muito mais simples, apenas uma tentativa mais sutil de fazer humor. O destaque no elenco vai para Kurt Russell que sempre demonstrou ter um ótimo feeling para a comédia, até mesmo quando fazia filmes de pura ação.

Pablo Aluísio.