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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Os Imperdoáveis

Título no Brasil: Os Imperdoáveis
Título Original: Unforgiven
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: David Webb Peoples
Elenco: Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman, Richard Harris, Jaimz Woolvett, Saul Rubinek

Sinopse:
Velho pistoleiro aposentado é contratado para um último e decisivo serviço. Vencedor dos Oscars de Melhor Filme, Edição, Direção, Ator Coadjuvante (Gene Hackman), com indicações aos Oscars de Melhor Ator (Clint Eastwood), Direção de Arte, Fotografia, Som e Roteiro Original. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção e Melhor Ator Coadjuvante (Gene Hackman).

Comentários:
A história de "Os Imperdoáveis" (The Unforgiven -1992) é ambientada em 1880 na belíssima região do Wyoming e discorre sobre a vida de William Munny (Clint Eastwood) um ex-pistoleiro que carrega em seu macabro currículo, assassinatos de mulheres e crianças. Depois de casar-se com o seu grande amor, Claudia, Munny resolve regenerar-se: abandona a vida pistoleiro, a bebida e decide levar uma vida correta cuidando de esposa e filhos. No entanto sua esposa depois de contrair uma grave doença, não resiste e morre. Sozinho, um misantropo Munny segue sua vida de amargura, cuidando de suas terras, de seus porcos e de seus dois filhos. Tempos depois, Munny é surpreendido em sua própria fazenda pela visita de um jovem e inexperiente pistoleiro, Schofield Kid (Jaimz Woolvett). Kid, conhecendo a fama e o passado de Munny, tenta convencê-lo a partir junto com ele atrás de uma recompensa de mil dólares em troca da eliminação de dois vaqueiros que retalharam, de forma covarde, o rosto da prostituta Delilah Fitzgerald (Anna Levine) na pequena cidade de Big Whiskey. No início Munny resiste à proposta, mas seus graves problemas financeiros fazem com que o velho e amargurado pistoleiro mude de idéia. Mais velho e destreinado, Munny, depois de um pequeno treino de tiro ao alvo, descobre que não é mais aquele pistoleiro de outrora.

Com uma trêmula e péssima pontaria além de uma enorme dificuldade para subir em seu próprio cavalo, o pistoleiro, inseguro, resolve dividir a recompensa por três e convoca seu velho companheiro para ajudá-lo nessa caçada humana: Ned Logan (Morgan Freeman). No princípio, Logan, enfrentando a reprovação de sua mulher, também pensa em rejeitar a proposta, mas, precisando do dinheiro alia-se à Munny e Kid e juntos partem para a pequena Big Whiskey em busca da tão sonhada recompensa que será paga pelas próprias prostitutas. Porém, a vida da dupla não será nada fácil, pois além de lutarem contra as suas próprias dificuldades, decorrente da idade e de uma vida de aposentados, os dois terão que aturar o jovem Schofield Kid, um guri falastrão e sem experiência alguma como pistoleiro. Além disso, a polpuda recompensa atrai outros candidatos a vingadores da prostituta como o janota e posudo Bob -"o inglês"- (Richard Harris). A partir daí a pequena Big Whiskey não será mais a mesma pois os candidatos à recompensa terão que enfrentar antes a ira do xerife Little Bill Daggett (Gene Hackman) um sujeito violento, covarde e impiedoso e que não admite ninguém armado em sua pequena cidade.

O longa - eleito como um dos cem maiores filmes de todos os tempos - não tem heróis ou bandidos e nem mesmo a bela mocinha a ser beijada e conquistada. Todos são um pouco de cada coisa e parecem viver no mesmo limbo, entre a desgraça e o mínimo de decência. A ambientação lúgubre e o colorido pálido das tomadas em planos mais fechados soma-se a uma atmosfera triste e desvanecida, aumentando assim a aura de melancolia e desesperança. O viés antipoético e antifilosófico do roteiro funciona para aumentar ainda mais a tensão avassaladora da vingança funesta e inevitável. Clint Eastwood é um gênio corrosivo e implacável; e foi justamente essa verve idiossincrática do diretor que construiu William Munny: um homem de alma ácida que vive os dias soterrado pelo seu próprio passado. Uma mortalha recortada e descarnada pelas dores da lembrança de dias gloriosos como pistoleiro que ficaram para trás e também pela perda trágica do amor de sua vida. O velho pistoleiro depois de alguns goles virará um monstro travestido de drama, dores, mistério e vingança e que inexoravelmente ficará frente a frente com o xerife Litlle Bill em um dos finais mais assombrosos e espetaculares da história dos filmes de faroeste. Depois de ser recusado por vários produtores durante vinte anos, o roteiro de "Os Imperdoáveis" (Unforgiven -1992), escrito magistralmente por David Webb Peoples, acabou caindo nas mãos do alquimista Clint Eastwood que resolveu bancar o filme, escolher o elenco e de quebra assinar a direção. Trata-se de um monumento à sétima arte. Vencedor de 4 Oscars (filme, diretor, edição e ator coadjuvante para Gene Hackman) o longa é uma obra-prima do cinema e um show de interpretações magistrais - não só de Eastwood, mas também dos excepcionais Gene Hackman, Morgan Freeman e do grande e saudoso irlandês, Richard Harris.

Telmo Vilela Jr.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Um Homem Chamado Cavalo

Clássico filme de faroeste dos anos 70. Muito popular no Brasil. E que história esse filme nos conta? John Morgan (Richard Harris) é um nobre inglês que entediado com a vida de riqueza e luxo que leva na Inglaterra, resolve viajar até o oeste americano em busca de aves exóticas para caçar. Numa dessas suas excursões por regiões remotas ele e seu pequeno grupo de apoio acabam sendo atacados por guerreiros nativos que, após assassinar seus assistentes, o leva cativo para sua tribo. Lá será tratado como um mero animal, um cavalo, sem direitos e com muitos deveres, como trabalhar duro e sofrer punições sempre que desobedecer as ordens impostas. Assim tudo que ele planeja e pensa é de uma forma de escapar de seus algozes, mas conforme o tempo passa ele aos poucos começa a se inserir dentro daquela comunidade nativa, revelando um lado completamente desconhecidos dos índios que o mantém como prisioneiro.

Muito citado, muito lembrado pelos fãs de Western, "A Man Called Horse" realmente é um grande filme. Não apenas por sua proposta ousada e diferente, mostrando em primeiro plano a vida dos nativos americanos, mas também pelo roteiro que consegue ser ao mesmo tempo muito instrutivo e realista. Filmes sobre índios americanos geralmente sofrem por abraçarem certas ideias impregnadas de ideologias e preconceitos seculares contra eles. Por exemplo, ou os indígenas eram retratados usando daquela visão simplória e romântica do "bom selvagem de coração puro" ou então se explorava o lado oposto, quando eram mostrados como selvagens sanguinários e cruéis. "Um Homem Chamado Cavalo" não adota nenhuma dessas posturas isoladamente. Certamente os índios mostrados aqui são violentos, torturadores e sádicos, mas também possuem grandes valores de honra e proteção para com seus familiares, sua cultura, sua nação. Uma etnia que tenta sobreviver aos novos tempos.

O personagem interpretado por Richard Harris é um exemplo por demais interessante de um homem civilizado colocado em choque cultural com aquele modo de vida primitivo. O interessante é que ao final ele descobre que há muito mais a se desvendar no seio daquele povo, algo bem diverso do que ele pensava dentro de sua mentalidade dita civilizada, do homem europeu. O filme até hoje chama a atenção por cenas realmente marcantes como o momento em que John Morgan (Richard Harris) é alçado pela própria pele em um brutal ritual para provar sua bravura, ou nas diversas situações aflitivas quando é tratado apenas como um animal, sendo que na visão do homem branco europeu o nativo americano é que se assemelhava a um animal selvagem, solto nas pradarias do oeste. Em suma, grande momento do cinema americano que até hoje é relembrado com respeito e admiração. Nada mais justo em vista da extrema qualidade apresentada pela película.

Um Homem Chamado Cavalo (A Man Called Horse, Estados Unidos, 1970) Estúdio: Paramount Pictures, Columbia Pictures / Direção: Elliot Silverstein / Roteiro: Jack DeWitt, Dorothy M. Johnson / Elenco: Richard Harris, Judith Anderson, Jean Gascon, Manu Tupou, Corinna Tsopei / Sinopse: Nativos do oeste dos Estados Unidos capturam um nobre inglês que passava por suas terras em uma expedição de exploração da natureza selvagem. Uma vez nas mãos dos índios, ele passa a ser tratado como um mero animal, um cavalo da tribo. Filme premiado pelo festival de cinema Western Heritage Award. Também indicado ao Laurel Awards.

Pablo Aluísio.

O Retorno do Homem Chamado Cavalo

O sucesso do primeiro filme fez com que a United Artists providenciasse uma sequência, seis anos depois do lançamento do filme original. Era de esperar pois o anterior tinha se tornado um dos filmes mais lucrativos do estúdio. Então foi produzido esse segundo filme intitulado "O Retorno do Homem Chamado Cavalo". Qual era a história dessa continuação? Após voltar para a Inglaterra, John Morgan (Richard Harris) começa a sentir falta do oeste americano, onde viveu grandes experiências de vida. Assim após pouco tempo decide retornar para o meio da nação Sioux, mas uma vez chegando lá percebe que tudo está praticamente destruído. A perseguição do homem branco arruinou o estilo de vida dos nativos locais, suas tribos, suas tradições, seus costumes, seu legado. Tomado por um grande sentimento de justiça ele resolve se vingar dos assassinos daquele povo.

Também conhecido como "A Vingança do Homem Chamado Cavalo" essa continuação de "Um Homem Chamado Cavalo" foi rodado a toque de caixa por causa do sucesso inesperado do primeiro filme. Essa produção está inserida naquilo que depois começou a ser conhecido como "western revisionista", ou seja, filmes de faroeste que procuravam por uma nova abordagem histórica. Se nos antigos filmes havia a luta entre colonizadores e nações nativas, sendo geralmente retratados os índios como os vilões, aqui o foco muda de lado. Procura-se mostrar também o lado dos Sioux, tribo guerreira que foi sendo dizimada pela cavalaria americana.

Ao invés de mostrá-los apenas como bestas selvagens assassinas, aqui o personagem de Richard Harris tenta mostrar ao espectador os costumes e as tradições daqueles povos, colocando em relevo a matança genocida que foi feita pelos soldados americanos durante a história da colonização do velho oeste. Além desse cunho social o filme também investe em muitas cenas de ação e batalhas. Richard Harris é certamente o coração desses filmes. Um ator que realmente se entregava de corpo e alma para os papéis que desempenhava. Assim como aconteceu no primeiro filme, nesse aqui ele literalmente rouba o filme para si. Aliás essa saga "A Man Called Horse" jamais sequer se justificaria sem seu grande trabalho de atuação.

O Retorno do Homem Chamado Cavalo (The Return of a Man Called Horse, Estados Unidos, 1976) Estúdio: United Artists / Direção: Irvin Kershner / Roteiro: Jack DeWitt, Dorothy M. Johnson / Elenco: Richard Harris, Gale Sondergaard, Geoffrey Lewis / Sinopse: Cinco anos após os acontecimentos do primeiro filme, o Lord inglês John Morgan (Richard Harris) decide que é hora de superar os traumas do que viveu no oeste dos Estados Unidos. Ele então pega o primeiro navio e retorna para a mesma região onde foi aprisionado por nativos. E lá descobre que a situação está ainda mais séria do que quando deixou aquele lugar no passado. Filme dirigido por Irvin Kershner, o mesmo diretor de "O Império Contra-Ataca" e "007 - Nunca Mais Outra Vez".

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Selvagens Cães de Guerra

A ideia era muito boa. Reunir um grupo de atores veteranos para a produção de um filme de guerra como nos velhos tempos. "Selvagens Cães de Guerra" foi produzido já no final da década de 1970. Por essa época o que estava em moda no cinema eram os filmes do tipo "Guerra nas Estrelas". Fazer um filme com combatentes da II Guerra Mundial era considerado algo ultrapassado. Mesmo assim a Warner Bros resolveu apostar suas fichas nesse novo filme. Claro, visando atingir sobretudo os mais velhos, um grupo que ainda significava bastante em tempos de bilheteria. Afinal a velha guarda também tinha que ter seu próprio espaço na programação dos cinemas.

A Warner só contratou feras. O primeiro a entrar no projeto foi Richard Burton. Naquela altura de sua vida ele estava precisando de altas somas em dinheiro por causa do divórcio com sua ex-esposa Elizabeth Taylor. Depois de sua entrada na produção as coisas ficaram mais fáceis. O Estúdio contratou o próprio James Bond em pessoa, ou melhor dizendo, o ator que o interpretava na época, o sempre bom Roger Moore. John Wayne foi convidado, mas problemas de saúde o impediram de fazer o filme. Assim a vaga foi preenchida pelo também ótimo Richard Harris. Por fim Stewart Granger e Hardy Krüger completaram a equipe. A direção ficou a cargo do especialista inglês Andrew V. McLaglen, que anos depois iria dirigir outro filme muito parecido com esse, chamado "Os Doze Condenados".

A trama também era bem bolada. Uma multinacional britânica decidia derrubar um ditador cruel na África central. Os executivos da companhia então resolviam contratar um bando de mercenários (veteranos, em sua maioria) na cidade de Londres para enviá-los para salvar o líder da oposição, um político virtuoso e honesto que foi preso por ordens diretas do regime ditatorial que estava no poder. O problema é que ele estava seriamente doente após ficar tantos anos encarcerado. Não seria uma missão isenta de muitas dificuldades operacionais. Mesmo assim os membros da equipe se uniam, dispostos a irem até o final. Para eles uma missão dada seria sempre uma missão cumprida.

E para quem achava que esse tipo de filme não faria mais sucesso, o resultado nas bilheterias foi muito bom. Com excelente elenco formado por atores veteranos, "Selvagens Cães de Guerra" acabou virando um modelo a ser seguido nos anos que viriam. De fato basta pensar no auge dos filmes de ação que iria ocorrer na década seguinte, para entender que essa produção acabou criando mesmo um estilo novo de fazer filmes de guerra, modelo esse que seria seguido por Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger, no auge de suas carreiras. A intenção não era mais reproduzir um evento histórico marcante da Segunda Guerra, mas sim apostar em incríveis cenas de ação e violência como objetivo final do filme. Richard Burton já estava no fim de sua longa carreira, mas conseguiu trazer grande veracidade ao seu personagem do Coronel Faulkner. Na época das filmagens ele também estava enfrentando o drama do alcoolismo, porém conseguiu ser profissional o suficiente para que seus problemas não transparecessem para as cenas. Já Roger Moore estava colhendo os frutos de seu sucesso como James Bond. Com tanta gente boa envolvida não poderia se ter outro resultado. O filme acabou abrindo as portas para o cinema brucutu que iria dominar a indústria cinematográfica nos anos 80.

Selvagens Cães de Guerra (The Wild Geese, Estados Unidos, 1978) Estúdio: Warner Bros / Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: Reginald Rose, Daniel Carney / Elenco: Richard Burton, Roger Moore, Richard Harris, Stewart Granger / Sinopse: Grupo de mercenários é reunido por uma grande companhia inglesa para derrubar um ditador sanguinário na África que está atrapalhando seus planos na região. A ideia é destituir o ditador do poder, para colocar em seu lugar o líder da oposição, que se encontrava preso em uma masmorra.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Capricho

Mais um momento menor da filmografia da atriz Doris Day, aqui em uma fase mais avançada em sua carreira, já caminhando para o final da década de 1960 que de certa forma iria marcar também o fim de sua fase de maior popularidade na indústria do cinema americano. O seu estilo não iria sobreviver ao chamado verão do amor, quando o movimento hippie tomou conta da cultura e da contracultura dos Estados Unidos. Dentro desse contexto pouca coisa era mais fora de moda e ultrapassada do que as personagens que Doris Day interpretava nas telas. Para os jovens da época ela aparecia apenas como uma estrela dos tempos de seus pais, tempos mais inocentes. A história era bem na linha de seus filmes do passado. Patricia Foster (Doris Day) é a executiva de uma indústria de cosméticos francesa sediada em Paris que é enviada até os Estados Unidos para espionar o que os concorrentes estão inventando para o mercado mundial. Lá acaba tendo que lidar com um gerente metido a galã que deseja conquistá-la, para por sua vez, também roubar os segredos da antiga empresa em que Foster trabalhou.

De certa maneira eu esperava muito mais dessa comédia dos anos 60. O filme foi dirigido pelo ótimo Frank Tashlin, que realizou os melhores filmes de Jerry Lewis, também era protagonizado pela estrela Doris Day. Para completar tinha um roteiro esperto, que transformava a personagem de Doris em uma espiã industrial dentro de uma grande empresa americana de cosméticos. Tudo parecia se encaixar bem mas... infelizmente o filme é bem fraco, com medo de ousar, ir além! Essa foi uma das últimas aparições de Doris Day no cinema - mais dois filmes e ela encerraria sua carreira de uma vez por todas. Doris que estava tão brilhante em tantos filmes ao lado de Rock Hudson aqui está visivelmente no controle remoto.

O conhecido talento para comédias não se repetiu. Doris Day parece aborrecida com o roteiro que tem em mãos. Ela surge assim declamando seu texto sem nenhum empenho ou motivação. Parece até mesmo entediada em cena. Nunca tinha visto ela tão mal em um filme como aqui! Para resumir seu trabalho é muito abaixo da média e Doris afunda o filme. Para piorar tentaram transformar Richard Harris numa espécie de "Rock Hudson inglês", ou seja, o mesmo personagem de Rock nos filmes ao lado de Doris, a do Playboy que é um verdadeiro conquistador barato que sai dando em cima de todas as garotas que conhece. Isso também não deu certo. No final tudo o que sobra para o espectador é uma grande decepção cinematográfica.

Capricho (Caprice, Estados Unidos, 1967) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Frank Tashlin / Roteiro: Jay Jayson, Frank Tashlin / Elenco: Doris Day, Richard Harris, Ray Walston, Jack Kruschen, Edward Mulhare / Sinopse: O filme mostra os bastidores da indústria de cosméticos, onde Patricia Foster (Doris Day) acaba se tornando espiã de importantes segredos industriais.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de março de 2020

Os Heróis de Telemark

Título no Brasil: Os Heróis de Telemark
Título Original: The Heroes of Talemark                    
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Benton Film Productions
Direção: Anthony Mann
Roteiro: Ivan Moffat, Ben Barzman
Elenco: Kirk Douglas, Richard Harris, Ulla Jacobsson, Michael Redgrave, David Weston, Alan Howard

Sinopse:
A história do filme é baseada em fatos históricos reais. Tudo se passa na fria e distante Noruega. Membros locais da resistência à ocupação nazista e agentes da inteligência britânica se unem na missão de impedir que o III Reich venha a fabricar sua bomba atômica. Um comando especial é enviado em missão secreta para sabotar todos os planos do exército alemão. A intenção é colocar tudo abaixo, para que os nazistas não consigam ter em mãos essa arma de destruição em massa.

Comentários:
A década de 1960 foi a última dos filmes de guerra ao velho estilo. Esses roteiros bem patrióticos, ufanistas até, seriam substituídos por temas mais tensos, mais críticos. Na década de 1970 filmes como "Apocalypse Now" colocariam um fim a essa antigo forma de retratar os soldados e combatentes nos fronts de batalha. A própria guerra do Vietnã e seus problemas sociais iriam se tornar um muro para a produção de filmes como esses. Dito isso, sobre essa ar meio antigo, um tanto ultrapassado em termos de filmes de guerra, esse "The Heroes of Telemark" tem seus bons momentos. O grande atrativo vem do elenco e da direção. A presença de Kirk Douglas em qualquer filme já vale a sessão, mas quem brilha mesmo é Richard Harris! Que grande ator ele foi. Domina da primeira à última cena em que aparece. Grande talento. Por fim temos também a direção de Anthony Mann. Seus grandes filmes foram os de faroeste que rodou ao lado de James Stewart. Aqui também não perdeu a mão, concluindo um filme de guerra eficiente e bem conduzido. Acima de tudo o filme mantém o interesse porque o roteiro é bom. E é bom justamente porque conta uma história por demais interessante. Havia na guerra uma disputa para saber qual lado iria construir a primeira arma nuclear da história. Claro que esse tipo de bomba jamais poderia ser produzida por Hitler pois o custo humano de milhões de vidas iria ser alto. Por essa razão os militares do filme acabaram se tornando grandes heróis na II Guerra Mundial. O que eles evitaram sem dúvida não pode ser nem ao menos calculado. Nessa missão eles certamente salvaram milhões de vidas de inocentes.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

O Grande Motim

O navio HMS Bounty ruma em direção aos mares do sul em uma viagem de exploração e reconhecimento do Tahiti e ilhas daquela região, tudo para defender os interesses da coroa britânica. No caminho os tripulantes começam a se indispor com o tratamento rude, diria até tirânico, do comandante Bligh (Trevor Howard). Na volta da expedição, sob o comando do primeiro tenente Fletcher Christian (Marlon Brando), os membros da tripulação resolvem levantar um motim contra o capitão da embarcação. Marlon Brando relembrou esse filme em sua autobiografia "Canções Que Minha Mãe Me Ensinou". Ele contou que na época o estúdio lhe ofereceu a possibilidade de fazer dois filmes. O primeiro seria o clássico "Lawrence da Arábia" e o segundo esse remake de um antigo filme de 1935 com Clark Gable. Curiosamente Brando se decidiu por "Mutiny on the Bounty" simplesmente porque ele seria filmado na Polinésia Francesa, um lugar maravilhoso no Pacífico que o ator gostaria de conhecer desde os tempos de escola.

Brando ouvira dizer que David Lean demorava muito para fazer seus filmes e que isso iria lhe custar muito tempo e trabalho no meio do deserto, um lugar que ele não tinha a menor intenção de conhecer. Assim rejeitou a oportunidade de estrelar aquele que se tornaria um dos maiores clássicos do cinema, "Lawrence da Arábia". Entre "secar no deserto como uma planta sem água" (como ele mesmo escreveu em seu livro) ou ir se divertir nas paradisíacas ilhas dos mares do sul, Brando optou pela segunda opção. Tão encantado ficou que anos depois compraria uma ilha particular na região, a bonita e distante Tetiaroa.

Pois bem, já voltando ao filme em si temos que admitir que se trata de uma aventura realmente saborosa. As filmagens foram complicadas, com estouro de orçamento, prazo e divergências entre diretor e estúdio, o que levou inclusive o cineasta Lewis Milestone a ser demitido no meio das filmagens. Além disso o clima irregular das ilhas prejudicou as locações e os cenários. A MGM então resolveu jogar a culpa pelos atrasos em cima do próprio Marlon Brando que estava preferindo ir nadar com as lindas figurantes locais do que trabalhar duro. Quando o filme finalmente foi lançado, depois de vários adiamentos, recebeu criticas negativas e não fez o sucesso esperado. Revendo hoje em dia só podemos nos admirar por ter tido uma recepção tão ruim. Com linda fotografia e belo desenvolvimento do enredo é complicado entender tanta má vontade em seu lançamento. Talvez tenha sido uma retaliação da imprensa contra Marlon Brando e seu temperamento complicado. O espectador porém deve deixar esse tipo de coisa de lado. Ignore tudo isso e assista pois sem dúvida é um belo filme.

O Grande Motim (Mutiny on the Bounty, Estados Unidos, 1962) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Lewis Milestone, Carol Reed / Roteiro: Charles Lederer, baseado no livro de Charles Nordhoff / Elenco: Marlon Brando, Trevor Howard, Richard Harris / Sinopse: Durante uma longa viagem pelos mares do sul, um grupo de marinheiros e oficiais de pequena patente decidem se rebelar contra seu capitão, bem conhecido por ser um homem duro e muitas vezes cruel.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

O Conde de Monte Cristo

Adaptação da famosa obra escrita pelo autor Alexandre Dumas. No enredo um marinheiro é falsamente acusado de traição por seu melhor amigo Fernand, que no fundo deseja apenas ficar com sua namorada. Preso, é enviado para uma prisão distante na ilha de Chateau d'If. Lá ele fica preso por longos 13 anos; mas não esquece de quem o traiu. Tudo o que ele deseja é escapar para se vingar dos responsáveis que o levaram àquela situação degradante. De volta à liberdade finalmente recomeça sua vida, se tornando um homem rico e importante, o Conde de Monte Cristo. Agora finalmente chegou o momento de colocar em prática seu plano de vingança. Assisti na época de seu lançamento, ainda em VHS e confesso que gostei bastante. Como se trata de uma obra que ganhou inúmeras versões para o cinema ao longo dos anos era mesmo de se esperar que houvesse um considerável número de críticas negativas, quase sempre comparando com outros clássicos do passado. Bobagem.

Na verdade o filme deve ser analisado por si mesmo, por suas próprias qualidades artísticas. E sob esse ponto de vista temos que dar o braço a torcer. Há uma excelente reconstituição de época, elenco afiado e um roteiro bem estruturado, sem perda de ritmo ou queda no desenvolvimento da trama. Jim Caviezel está muito bem interpretando Edmond Dantes, mas quem rouba mesmo o filme em termos de atuação é Guy Pearce como Fernand Mondego. Esse tipo de personagem é daquele tipo que adoramos odiar (por mais contraditório que seja essa frase). Do ponto de vista do diretor Kevin Reynolds o filme só não foi melhor recebido porque afinal de contas era uma produção americana lidando com um clássico da literatura francesa. Como se sabe os franceses são muito ciosos de sua arte e sempre ficam incomodados quando estrangeiros mexem com sua secular cultura. Releve isso e se divirta com a maravilhosa imaginação do genial Alexandre Dumas.

O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo, Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, 2002) Direção: Kevin Reynolds / Roteiro: Jay Wolpert / Elenco: Jim Caviezel, Guy Pearce, Richard Harris / Estúdio: Touchstone Pictures / Sinopse: Um homem é acusado injustamente de crimes que nunca cometeu. Uma vez livre retorna, já rico e poderoso, para acertar contas com todos os que tentaram suas destruição anos antes. Adaptação da obra literária clássica escrita pelo grande escritor Alexandre Dumas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Cromwell, O Homem de Ferro

Título no Brasil: Cromwell, O Homem de Ferro
Título Original: Cromwell
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ken Hughes
Roteiro: Ken Hughes
Elenco: Richard Harris, Alec Guinness, Robert Morley, Dorothy Tutin, Timothy Dalton, Frank Finlay

Sinopse:
Durante o tirânico reinado do Rei Charles 'Stuart' I (Alec Guinness) um corajoso político chamado Oliver Cromwell (Richard Harris) decide liderar um movimento em prol de um parlamento livre, forte e imune às ameaças do poder monárquico. Para isso contará também com o apoio do povo da Inglaterra.

Comentários:
Épico histórico que resgata a biografia de uma das figuras mais importantes da história da Inglaterra, o parlamentar e rebelde Oliver Cromwell. Ele foi responsável por colocar em dúvida o sistema absolutista inglês, onde a vontade do rei era lei e todos os direitos dependiam única e exclusivamente de sua vontade pessoal. Não havia direitos fundamentais aos cidadãos comuns do reino. Com Cromwell de fato nasceu a chamada monarquia constitucional ou parlamentar, onde o parlamento ganhava maior importância e poder representando justamente a vontade de todo o povo. Além de trazer um roteiro muito bem escrito, com bela produção (o filme chegou a vencer o Oscar de melhor figurino) o filme ainda tinha dois monstros da arte de representar. Um deles era Sir Alec Guinness. Não poderia haver escolha melhor para representar a aristocracia em toda a sua soberba e prepotência. Já o protagonista era interpretado por outro grande ator, o mestre Richard Harris. Com tantos talentos desfilando na tela o resultado não poderia ser outro. Eis aqui um dos mais bonitos e bem realizados clássicos que já tive o prazer de assistir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

O Navio Condenado

Título no Brasil: O Navio Condenado
Título Original: The Wreck of the Mary Deare
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michael Anderson
Roteiro: Eric Ambler, Hammond Innes
Elenco: Gary Cooper, Charlton Heston, Michael Redgrave, Richard Harris, Virginia McKenna, Terence de Marney
  
Sinopse:
John Sands (Charlton Heston), capitão de um navio de salvamento, encontra um cargueiro de Hong Kong, o Mary Deare, aparentemente à deriva no Canal Inglês. Ao resolver subir à bordo tem uma enorme surpresa! Nada poderia prepará-lo para o que estaria por vir. Roteiro baseado no best seller "The Wreck of the Mary Deare" de Hammond Innes.

Comentários:
Um filme que transita muito bem por diferentes gêneros. Começa como suspense, vira filme de tribunal e se encerra como aventura, com ótimas tomadas submarinas. A primeira coisa que chama atenção em "O Navio Condenado" é o seu elenco! Charlton Heston e Gary Cooper no mesmo filme já é motivo suficiente para o tornar obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze. De quebra ainda tem Richard Harris, bastante jovem, em papel coadjuvante que terá grande importância no desenvolvimento da trama. O filme é baseado em um famoso livro britânico, "The Wreck of the Mary Deare", lançado no mesmo ano e talvez por isso sofra um pouco no sentido de se colocar muitas informações em um tempo limitado de metragem do próprio filme - não há como escapar, livros e filmes são meios diferentes e o que pode ser estendido em um, geralmente não cai muito bem em outro. O próprio autor colaborou no roteiro, mas em determinado momento resolveu abandonar o projeto uma vez que não concordou com as mudanças determinadas pela Metro-Goldwyn-Mayer, que naquele momento priorizava mais a produção de um filme enxuto, comercialmente viável, do que profundamente detalhista como o escritor desejava.

Assim não se admire se em determinado momento o roteiro pareça um pouco truncado. Foi necessário haver cortes na trama e isso tornou o desenvolvimento da trama mais problemático. Percebi também que houve uma esforço por parte dos roteiristas em enfocar mais o duelo travado entre os personagens de Cooper e Heston na primeira parte do filme! Afinal ambos eram grandes astros de Hollywood e o filme precisava explorar melhor esse conflito, embora no livro original isso não seja tão importante ou marcante. Grande parte da rivalidade era melhor exposta e dissecada no segundo ato quando os acontecimentos são finalmente reconstruídos em um tribunal, durante o julgamento do caso envolvendo o navio perdido. De maneira em geral o grande mérito desse filme é demonstrar que filmes de aventura podem trazer uma boa trama por trás, que exijam do espectador maior atenção e inteligência para decifrar todos os menores detalhes. No final o roteiro, apesar de tudo, se mostra bem escrito, com uma trama que prende a atenção do espectador do começo ao fim.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Harry Potter e a Câmara Secreta

Eu nunca li um livro de Harry Potter. Quando eles chegaram no mercado eu já tinha passado da idade certa para curti-los. São livros escritos especialmente para os públicos infantil e pré-adolescente. Mesmo assim quando a coleção escrita por J.K. Rowling começou a ser adaptada pelo cinema fiz questão de conferir todos os filmes. Queria ao menos conhecer esse universo de fantasia que havia feito tanto sucesso nas livrarias. De maneira em geral gostei de todos os filmes. Tenho certas críticas a fazer aos dois últimos, que foram produzidos em dobro apenas para faturar mais em cima das bilheterias. O enredo caberia perfeitamente em apenas um filme, mas a ganância do estúdio falou mais alto. Esse aqui intitulado "Harry Potter e a Câmara Secreta" é o segundo filme da série cinematográfica, novamente dirigido por Chris Columbus, que uma vez tendo dirigido esse filme largou a franquia.

Esses primeiros filmes de Harry Potter para o cinema são os melhores. Os atores ainda eram quase crianças (entrando na prè adolescência) e por isso uma certa magia é preservada nas produções. Claro que em termos de produção não há nada a reclamar. Como uma franquia milionária, Harry Potter teve tudo do melhor em termos de efeitos especiais, figurinos, cenários, direção de arte, etc. É um universo com muitas possibilidades (tanto que já deu origem a uma nova franquia inaugurada recentemente com o sucesso de "Animais Fantásticos e onde Habitam"). Confesso que hoje em dia, passado tanto tempo (lá se vão quinze anos de sua estreia no cinema!), já não me recordo exatamente de cada filme com exatidão detalhista, afinal os assisti apenas uma vez no cinema, na época de seus lançamentos originais. Mesmo assim não seria nada penoso rever essas produções. São filmes que funcionam bem, para todas as idades.

Harry Potter e a Câmara Secreta (Harry Potter and the Chamber of Secrets, Estados Unidos, 2002) Direção: Chris Columbus / Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Kenneth Branagh, Alan Rickman, Richard Harris, Maggie Smith, John Cleese / Sinopse: Após péssimas férias na casa de seus tios, o jovem Harry Potter se prepara para o segundo ano em Hogwarts, a famosa escola de magia. Tudo vai indo bem até que ele recebe a visita de uma estranha criatura, que lhe avisa para não voltar pois coisas sinistras estão prestes a acontecer.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Tarzan, o Filho das Selvas

Vou fechar o mês falando sobre esse filme que assisti ontem pela primeira vez, isso apesar de ser uma produção antiga, lançada em 1981. É uma espécie de versão mais moderna e sensual de Tarzan (o imortal personagem criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs). O filme na época de seu lançamento causou mais repercussão por causa das cenas de nudez da atriz Bo Derek do que por qualquer outro tipo de qualidade cinematográfica que ele tivesse. Esqueceram (ou ignoraram), por exemplo, a ótima atuação de Richard Harris, que está muito inspirado como um aventureiro meio lunático que avança selva adentro em busca de seus sonhos mais alucinados.Antes de qualquer coisa vamos relembrar a estória. Jane (Bo Derek) é uma linda estrangeira que resolve cruzar a África em busca do seu pai, James Parker (Richard Harris). Ela quer criar novamente um laço com ele, após a morte de sua mãe. James nunca foi um sujeito muito comum ou normal, sempre se dedicou a aventuras pelo mundo afora e essa foi uma das razões que levaram seu casamento ao fim. Agora Jane acredita que poderá se reaproximar dele, mesmo e apesar de suas excentricidades embaraçosas. Assim que chega Jane decide seguir ele numa expedição pelos confins do continente africano. E é justamente nessa jornada que ela toma contato pela primeira vez com a lenda de Tarzan, que os nativos consideram um macaco branco, gigante e de extrema força que habita as florestas.

Como era de esperar logo eles se encontram. Jane, virgem e pura, fica obviamente atraída por aquele homem selvagem, musculoso e másculo. Por falar em Tarzan, o ator que o interpreta chamado Miles O'Keeffe não diz nem uma linha de diálogo sequer durante todo o filme. Ele realmente se comporta como um primata criado nas matas, sem qualquer tipo de traço de civilização. O único som que sai de sua boca é o famoso grito dos tempos ainda dos filmes de Johnny Weissmuller. Fora isso, nem um pio é emitido. De modo em geral acabei gostando do filme. Ele não tem roteiro bem elaborado e seu enredo não tem nada demais, porém também não é pura apelação como alguns críticos chegaram a dizer em seu lançamento original. Bo Derek tem suas cenas de nudez, isso é verdade, mas para os padrões de hoje nada é muito ousado ou fora do normal. Acredito que mesmo sendo até despretensioso esse filme tem seu espaço dentro da vasta mitologia do homem macaco.

Tarzan, o Filho das Selvas (Tarzan the Ape Man, Estados Unidos,1981) Direção: John Derek / Roteiro: Tom Rowe / Elenco: Bo Derek, Richard Harris, Miles O'Keeffe / Sinopse: A jovem loira e aristocrática Jane (Bo Derek) decide ir até a África selvagem para encontrar novamente seu pai, James (Harris), um homem excêntrico e incomum que procura por um cemitério de elefantes, onde ele poderá finalmente ficar rico com o marfim que pretende encontrar. No meio da jornada sua filha Jane acaba conhecendo Tarzan, dito até aquele momento como apenas uma lenda criada pelos nativos da região.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O Triunfo de Um Homem Chamado Cavalo

Título no Brasil: O Triunfo de Um Homem Chamado Cavalo
Título Original: Triumphs of a Man Called Horse
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Broadcasting System (CBS)
Direção: John Hough
Roteiro: Dorothy M. Johnson, Jack DeWitt
Elenco: Richard Harris, Michael Beck, Ana De Sade
  
Sinopse:
John Morgan (Richard Harris), conhecido pelos nativos Sioux como "O Homem Chamado Cavalo" descobre que um grupo de homens brancos, gananciosos e sem escrúpulos, estão manipulando os indígenas para que eles novamente entrem em guerra contra as tropas da cavalaria do exército americano. A intenção é que toda a tribo seja dizimada, pois ouro foi encontrado em suas terras, na reserva destinado para a sobrevivência daquele povo.

Comentários:
Terceiro e último filme da trilogia "A Man Called Horse" iniciada em 1970 com "Um Homem Chamado Cavalo", seguida da sequência "O Retorno do Homem Chamado Cavalo" em 1976. Como era de se esperar esse é filme mais fraco de todos. Para começar ele não foi rodado para ser exibido nos cinemas, mas sim na TV, no canal americano CBS. Sendo um telefilme não ganhou a riqueza de detalhes que uma produção cinematográfica geralmente apresenta. No Brasil chegou a ser lançado no mercado de vídeo VHS, mas sem muita repercussão. Com um roteiro mais simples, a grande atração vai novamente para o ator Richard Harris. Aliás sua presença é a única razão maior para o cinéfilo conferir essa produção. Curiosamente esse western quase foi dirigido pelo mestre Sam Peckinpah, a convite de Harris. Infelizmente ele não conseguiu se entender com a CBS, sendo colocado em seu lugar o diretor John Hough que dirigiu vários filmes para a Disney. Então é isso, nada de muito relevante ou importante, apenas um adeus singelo de um grande personagem e uma grande estória passada no velho oeste.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Harry Potter e a Pedra Filosofal

Título no Brasil: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Título Original: Harry Potter and the Sorcerer's Stone
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Richard Harris, Maggie Smith, Ian Hart, John Hurt
  
Sinopse:

O garoto Harry Potter (Daniel Radcliffe) acaba descobrindo que seus pais foram famosos bruxos no passado e recebe uma carta para ir estudar na escola de magia de Hogwarts. Uma vez lá vê sua vida mudar completamente ao conhecer novos amigos e colegas de classe. O que ele não esperava é que um velho inimigo de seus pais também está de volta e ao que parece, mais forte do que nunca. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Figurinos e Melhor Música (John Williams). Filme também indicado ao BAFTA Awards e vencedor do prêmio de Melhor Figurino da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Film.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme da longa e bem sucedida franquia do personagem Harry Potter no cinema. Durante anos tentou-se convencer a escritora J.K. Rowling a vender os direitos para o cinema, mas foi apenas em 2000 que ela finalmente assinou com a Warner Bros. Em troca exigiu poder de veto, ou seja, ela poderia vetar a escolha do diretor e demais membros da equipe técnica. O escolhido acabou sendo o especialista Chris Columbus, um diretor que conhecia bem o nicho infanto-juvenil. Além de ser um entendido no mercado ele também era considerado pouco autoral e até mesmo inofensivo (ou seja, não iria mudar muito a essência dos livros). Muito provavelmente por causa de todas essas características reunidas acabou caindo nas graças da autora. Assim Columbus acabou criando um filme que é a sua cara. Bonito visualmente, com excelente direção de arte, cenários deslumbrantes, efeitos especiais de bom gosto, mas também quase que completamente asséptico. 

Como se trata de um filme de apresentação, ou seja, onde todo o universo de Potter foi apresentado ao grande público pela primeira vez, até que funcionou muito bem. Como obra puramente cinematográfica porém deixa obviamente a desejar. É um filme realizado para o grande circuito comercial, para as massas, então não espere por nada que seja surpreendente ou inovador. Muito longe disso. Columbus parecia estar apenas preocupado em contar seu enredo sem pisar nos calos de absolutamente ninguém. Como um filme assim, baseado em um livro tão popular, não poderia fracassar, o gostinho que ele deixou no final é de ser um grande e longo pastel de vento. Bonito e charmoso, temos que admitir, mas mesmo assim um pastel de vento sem muito conteúdo. Outro aspecto que vale menção é que se você viu o filme há muito tempo vai acabar se surpreendendo com o elenco. Na época eles não passavam de crianças, sem muito o que fazer em cena. Da trupe a que mais se destaca ainda é a  Emma Watson, que apesar da pouca idade, já deixava claro que tinha muita personalidade. Os demais ficam restritos na categoria de "crianças fofinhas". Então é isso, "Harry Potter and the Sorcerer's Stone" é puro mainstream, embalado por uma popularidade poucas vezes vista no mercado literário. Uma fórmula que não costuma mesmo dar errado.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Orca - A Baleia Assassina

Título no Brasil: Orca - A Baleia Assassina
Título Original: Orca
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Anderson
Roteiro: Luciano Vincenzoni, Sergio Donati
Elenco: Richard Harris, Charlotte Rampling, Bo Derek

Sinopse: 
Um pescador mata uma baleia Orca grávida de alguns meses. O feto é destruído, assim como a mãe, que é morta sem qualquer tipo de remorso, deixando inconsolado o parceiro macho da família. Agora o animal partirá para sua vingança sanguinária contra os homens por seus atos bárbaros e crimes contra a natureza.

Comentários:
Ótimo momento do cinema pipoca dos anos 1970! Eu sempre encarei o filme como uma atualização de "Moby Dick" embora haja diferenças marcantes. Na verdade foi uma forma de trazer aquela história tão famosa para os tempos atuais. Os efeitos visuais, apesar do tempo, ainda continuam bastante satisfatórios e a Orca do filme (na verdade vários animais diferentes que foram usados ao longo das filmagens) faz o espectador realmente pensar que está diante de um verdadeiro monstro dos oceanos. O roteiro é até simples, diria até mesmo hoje em dia ingênuo e dá emoções humanas (como vingança) às Orcas mas isso não tira a satisfação de ainda rever a produção. No elenco vale destacar a presença de dois ótimos veteranos, Richard Harris (perfeito em seu papel), e Charlotte Rampling, além é claro de Bo Derek, considerada na época uma das mulheres mais bonitas do cinema. Enfim, no meio da onda de filmes com peixes assassinos (embora as baleias sejam mamíferos) Orca marcou bastante em seu lançamento - para desespero dos centros náuticos onde as orcas sempre foram mostradas como animais fofinhos.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de novembro de 2012

Gladiador

Em 1994 Steven Spielberg se uniu a David Geffen e Jeffrey Katzenberg para fundar um novo estúdio em Hollywood chamado Dreamworks. Era o sonho do diretor em ter seu próprio estúdio de cinema. Depois de muitos fracassos e erros a Dreamworks, praticamente falida, foi vendida para a Paramount. Olhando para trás o grande momento dessa empresa aconteceu mesmo com esse Gladiador que foi sucesso de público e crítica, tendo sido premiado com os Oscars de Melhor Ator (Russel Crowe), Figurino, Efeitos Visuais, Melhor Filme, Som e foi indicado aos de Ator Coadjuvante (Joaquin Phoenix), Direção de Arte, Fotografia, Direção (Ridley Scott), Edição, Trilha Sonora e Roteiro Original. Como se vê a Academia se rendeu mesmo à produção. Na realidade Gladiador representou mesmo uma tentativa de se voltar aos anos de ouro do cinema americano onde os filmes não eram apenas peças de marketing, mas cinema espetáculo, produções milionárias que tinham como objetivo causar comoção no público, disponibilizar uma experiência única ao espectador que se sentia na própria antiguidade, revivendo os grandes momentos da história. O filme referência desse Gladiador é obviamente Ben-Hur, o épico recordista de Oscars que até hoje em dia é sinônimo de grandeza nas telas. Outro filme no qual Ridley Scott procurou se inspirar foi em "A Queda do Império Romano", que inclusive se passa na mesma época da história Romana que esse Gladiador.

Como não poderia deixar de ser a produção do filme é de encher os olhos. Muito do que se vê nas telas foi recriado digitalmente, perdendo de certa forma o impacto que os antigos filmes tinham pois todos os cenários eram realmente construídos. Mesmo assim tudo é de certa forma tão bem feito, tão bem realizado, que não podemos ignorar o impacto do filme ao se assistir. A trilha sonora também soa evocativa aos grandes épicos do passado. Ridley Scott deixa certos maneirismos irritantes de sua filmografia e se concentra em contar da melhor forma possível a estória do general romano Maximus (Russell Crowe) que após a morte do Imperador Marcus Aurelius (Richard Harris) cai em desgraça pois o novo Imperador, Commodus (Joaquin Phoenix), o vê como um inimigo na sua sucessão. Após muitas reviravoltas ele acaba indo parar nas grandes arenas de gladiadores. A sua luta agora se trava nessas areias onde tentará sobreviver a cada combate mortal. O filme havia sido escrito especialmente para Mel Gibson que declinou do convite por se achar fora da idade ideal para interpretar um gladiador. Melhor para Russell Crowe que a partir dessa produção virou astro de primeira grandeza. Uma pena que o sucesso de Gladiador não tenha salvado a Dreamworks da falência anos depois. De qualquer modo ficou como símbolo do que de melhor o estúdio de Spielberg conseguiu realizar. Uma volta corajosa aos grandes épicos do passado.

Gladiador (Gladiator, Estados Unidos, 2000) Direção: Ridley Scott / Roteiro: David H. Franzoni, John Logal, William Nicholson / Elenco: Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Oliver Reed, Richard Harris, Derek Jacobi, Connie Nielsen./ Sinopse: Gladiador conta a estória do general romano Maximus (Russell Crowe) que após a morte do Imperador Marcus Aurelius (Richard Harris) cai em desgraça pois o novo Imperador, Commodus (Joaquin Phoenix), o vê como um inimigo na sua sucessão.Após muitas reviravoltas ele se vê nas areias das grandes arenas de gladiadores. A sua luta agora se trava nesse espaço, onde tentará sobreviver a cada combate mortal.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Robin e Marian

Título no Brasil: Robin e Marian
Título Original: Robin and Marian
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Richard Lester
Roteiro: James Goldman
Elenco: Sean Connery, Audrey Hepburn, Robert Shaw, Richard Harris, Nicol Williamson, Denholm Elliott

Sinopse:
Na velhice, o famoso Robin Hood (Sean Connery) tenta levar uma vida comum ao lado de sua mulher, Marian (Audrey Hepburn), só que o seu passado de aventuras e luta contra a tirania sempre voltam para cobrar seu preço.

Comentários:
Foi uma das primeiras tentativas de buscar uma certa realidade na lenda de Robin Hood. Como se sabe o personagem ficou marcado na memória do cinema como o aventureiro de roupa verde no famoso filme de Errol Flynn. Aqui você não encontrará nada parecido. O Robin é um homem já velho, tentando apenas viver um dia de cada vez, tentando ser feliz ao lado do amor de sua vida. a doce e bondosa Marian. Curiosamente por ter essa temática tão inovadora, o filme acabou sendo criticado na época de seu lançamento original. Uma falta de visão maior dos críticos. Já que nos anos seguintes o filme faria escola e sempre que Robin Hood era levado novamente ao cinema havia uma dose de realismo envolvido. Nada de apostar apenas em aventuras sem desenvolver todos os personagens dessa lenda medieval. Assim temos que reconhecer a importância dessa produção, por causa de seu roteiro que ousou fazer diferente. Outro ponto forte, bem óbvio, é o excelente elenco, contando não apenas com Sean Connery no papel de Robin Hood, mas também com a grande dama do cinema americano em sua era de ouro, Audrey Hepburn. E o que dizer de Richard Harris no papel do Rei Ricardo Coração de Leão? Simplesmente maravilhoso!

Pablo Aluísio. 

sábado, 17 de junho de 2006

Juramento de Vingança

Juramento de Vingança (Major Dundee - 1965) é a manifestação mais pura e irascível de um gênio chamado David Samuel Peckinpah ou simplesmente, Sam Peckinpah - "o poeta da violência". Para começar, um elenco absolutamente fantástico onde os astros Charlton Heston e Richard Harris roubam os holofotes por quase todo o filme. A direção, que curiosamente foi oferecida ao mestre John Ford pelo próprio Peckinpah (que assina como um dos roteiristas) mas prontamente recusada pois Ford estava envolvido em mais de dois projetos - acabou mesmo nas mãos do poeta da violência. O longa inicia exatamente durante a Guerra da Secessão (1861-1865) e gira em torno do Coronel (yankee), Amos Dundee ( Charlton Heston) que após um fracasso na Batalha de Gettysburg (o conflito que gerou mais mortes na Guerra Civil Americana) é enviado para o Forte Benlin no Novo México como forma de punição. Na verdade um campo de prisioneiros confederados.

Já no Forte, Dundee fica sabendo que um grupo de Apaches Chiricauas, liderados pelo sanguinário Sierra Charriba, acabara de massacrar todos os soldados de um campo do exército, além de sequestrar três crianças. O corneteiro da tropa foi o único sobrevivente e quem narrou o massacre para Dundee. O Coronel, então, passa a considerar a eliminação de Charriba e de seus apaches, uma questão de honra, mas também a grande chance de recuperar o prestígio de sua carreira que estava em baixa. O Coronel, inicia a reorganização de sua pequena e desmoralizada tropa tentando injetar em seus soldados um coquetel de força, bravura e confiança. No entanto, quando fica sabendo do gigantesco contingente Apache do Líder Charriba, Dundee, muito a contragosto, faz um acordo com o Capitão confederado, Tyreen (Richard Harris) um ex-amigo e companheiro, antes da Guerra ser deflagrada, mas que agora se encontra preso dentro do Forte, juntamente com sua tropa. A proposta de Dundee para o velho amigo é clara: ou Tyreen e seus soldados ajudam na captura Sierra Charriba, ou são enforcados. E Tyreen, sem saída, aceita.

Com as tropas dos confederados e yankees unidas (fato que parecia impensado naquela época) e sob o comando do Coronel Amos Dundee, os soldados perseguem, de forma implacável, os Apaches de Charriba até o México. No desenrolar da perseguição, entra em cena o talento do diretor, que como poucos, sabe criar e administrar de forma genial, conflitos pessoais e psicológicos (Dundee x Tyreen) e até uma paixão que surge subitamente.

Mas o pior ainda estava por vir: Já em território mexicano, o Major Dundee - além de lidar com uma deserção, tem que administrar seu próprio coração ao se ver apaixonado pela bela Teresa Cristina (Senta Berger) e ainda reunir forças para enfrentar um inimigo de última hora - a famosa (e brutal) Legião Estrangeira Francesa que encontrava-se no México desde março de 1863 a serviço do Imperador mexicano Maximiliano. Porém, esses enclaves emocionais e beligerantes nunca foram problemas para a incrível capacidade de direção do excelente Sam Peckinpah. Um ótimo fime com um final fantástico. Nota 9

Juramento de Vingança (Major Dundee, EUA, 1965) Direção: Sam Peckinpah / Roteiro: Harry Julian Fink, Harry Julian Fink / Elenco: Charlton Heston, Richard Harris, Jim Hutton / Sinopse: Durante a guerra civil americana o oficial da cavalaria Amos Dundee (Charlton Heston) vai até o Mèxico para enfrentar um grupo de Apaches que estão atacando bases do exército americano na região.

Telmo Vilela Jr.