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sábado, 9 de dezembro de 2023

Love Story

Título no Brasil: Love Story: Uma História de Amor
Título Original: Love Story
Ano de Lançamento: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Arthur Hiller
Roteiro: Erich Segal
Elenco: Ryan O'Neal, Ali MacGraw, Ray Milland, Katharine Balfour, John Marley, Sydney Walker

Sinopse:
O filme conta a história de um jovem casal que vive um grande amor na década de 1970, mas que infelizmente está fadado a viver uma enorme tragédia, apesar dos lindos sentimentos que nutrem um pelo outro. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor música (Francis Lai). 

Comentários:
Ontem tivemos a triste notícia da morte do ator Ryan O'Neal. Falecimento esse que lamento bastante pois pude acompanhar grande parte de sua carreira. Ele fez excelentes filmes ao longo de todo o seu trabalho no cinema. Vasculhando aqui em nosso acervo do blog pude constatar que escrevi sobre diversos filmes de sua carreira, mas pasmem, ainda não havia tecido comentários sobre esse filme romântico que foi seu maior sucesso no cinema e pelo qual será lembrado para sempre. É um filme que se tornou, de certa maneira, um marco nesse tipo de história. Não tem jeito, todo filme produzido posteriormente que quis contar uma história parecida com essa sempre trará elementos de "Love Story" em seu conteúdo cinematográfico. É um filme que se tornou padrão, até porque fez muito sucesso e marcou a juventude daquela época. Aquele tipo de sentimento romântico que estava de certa forma adormecido nas telas. Com ecos que podem lembrar até mesmo obras muito antigas, como "Romeu e Julieta", por exemplo, esse filme é uma espécie de cartilha em forma de película de como fazer um belo filme sobre romantismo, amor e a fugacidade e brevidade da vida humana. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O Solar das Almas Perdidas

Título no Brasil: O Solar das Almas Perdidas
Título Original: The Uninvited
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lewis Allen
Roteiro: Dodie Smith, Frank Partos
Elenco: Ray Milland, Ruth Hussey, Donald Crisp, Cornelia Otis Skinner, Dorothy Stickney, Barbara Everest

Sinopse:
Um compositor e sua irmã à procura de uma nova casa se deparam com uma antiga mansão no estilo gótico sendo vendida a um preço realmente tentador. Com sua construção lembrando a era vitoriana, a proposta de sua compra se torna irrecusável. Após a compra da propriedade, eles se mudam para o local, mas logo percebem que há algo de muito errado com aquela velha casa. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (Charles Lang).

Comentários:
Um clássico dos filmes de terror e suspense, "O Solar das Almas Perdidas" tem um daqueles enredos bem tradicionais envolvendo casas mal assombradas. Curiosamente a tônica desse argumento nem sempre se apega a sustos e medo em série. Há uma clara tentativa também de mostrar com um certo humor negro tudo o que os personagens passam ao seu mudaram para aquele velho casarão, que por si só é bem sinistro. A direção foi entregue ao veterano cineasta inglês Lewis Allen, que com muita classe soube desenvolver a história com charme e elegância, jamais caindo na caricatura ou no humor involuntário. Isso de certa forma era mesmo de se esperar pois os ingleses, de uma forma em geral, têm muita experiência nesse tipo de filme com temática sobrenatural, uma vez que seus castelos e casas centenárias de seu país se prestam muito bem a esse tipo de lenda envolvendo fantasmas e almas penadas. Charmoso e nostálgico, "O Solar das Almas Perdidas" é uma ótima pedida para quem estiver em busca de conhecer os antigos filmes de terror da década de 1940. Esse sem dúvida é um dos melhores daquela época.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Disque M Para Matar

Esse filme é outro clássico do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Ele criou um excelente clima com um enredo relativamente até bem simples. Na trama temos a figura de Margot Mary Wendice (Grace Kelly). Ela é uma jovem esposa que começa a se decepcionar com seu casamento. A rotina e o tédio acabam destruindo suas esperanças de viver um matrimônio feliz. Após longos anos de união, ela começa a ter um caso amoroso extraconjugal com um grande amor de seu passado, o escritor de romances policiais Mark Halliday (Robert Cummings). Ambos estão muito apaixonados e começam a trocar cartas de amor. Eventualmente uma delas vai parar nas mãos do marido traído, Tony (Ray Milland).

Fingindo não saber de absolutamente nada, ele então planeja uma forma de matar a esposa infiel para de quebra se tornar o único herdeiro de sua fortuna. Para colocar em prática sua artimanha criminosa, resolve chantagear um antigo colega de universidade, Swan (Anthony Dawson), que agora vive de explorar mulheres idosas, ricas e solitárias. Enquanto se garante com um álibi, em um evento social, seu comparsa deve entrar em sua casa para asfixiar sua esposa, tentando passar a ideia de que tudo foi apenas um roubo mal sucedido. No começo tudo ocorre bem até que algo acaba não saindo como havia sido inicialmente planejado.

Que Alfred Hitchcock foi um dos grandes gênios do cinema ninguém mais duvida. O diretor tinha um talento incomum para contar enredos sórdidos de uma maneira toda especial. Na superfície, seus personagens viviam em uma espécie de conto de fadas moderno, onde todos eram ricos, felizes e bonitos. Por debaixo dessa aparente normalidade se escondia os mais terríveis sentimentos mesquinhos. Veja o caso do casal formado por Mary (Kelly) e Tony (Milland). Ela é uma bem sucedida mulher, loira e linda, que não desperta suspeitas. Todos pensam ser a esposa ideal. Ele é um ex-tenista, agora aposentado, que se diz muito feliz em se dedicar completamente à esposa e seus caprichos. Um casal realmente perfeito a admirável. Isso é o que a sociedade pensa ser a verdade.

Por debaixo de tudo se esconde uma mulher infeliz com seu casamento de fachada, a ponto de nutrir um amor secreto e inconfessável. Na verdade ela não sente nenhum carinho ou afeição pelo marido e morre mesmo de amores por um antigo amor, um escritor de tramas policiais. Como não pode assumir esse seu sentimento proibido publicamente, começa a ter encontros escondidos com o amante. O marido, que sempre aparentou ser um homem muito educado e fino, um verdadeiro gentleman, acaba descobrindo a traição de sua jovem esposa, mas ao invés de se divorciar em um escandaloso rompimento perante a sociedade ele resolve ir por um caminho mais sutil e... fatal. Ele entra em contato com um antigo conhecido da universidade, um sujeito que não conseguiu se dar bem na vida, vivendo de pequenos e grandes golpes, explorando mulheres velhas e ricas. Um verdadeiro escroque.

A intenção é clara, o sujeito deve matar sua esposa infiel, em sua própria casa, enquanto ele, o marido, surge numa festa, na frente de todos, o que o livraria de uma eventual acusação de tê-la matado. Para atrair ela até um quarto escuro de sua casa, onde o assassino cometerá o crime, Tony usa o telefone. Assim que Margot o atender deverá ser assassinada. Aqui Hitchcock expõe todos os detalhes do plano e depois dos acontecimentos que vão surgindo em decorrência de vários imprevistos. O personagem Tony (Ray Milland) é extremamente inteligente e consegue armar contra todos, inclusive enganando os experientes inspetores da polícia. Tudo acaba caminhando muito bem, mesmo que por linhas tortas, até um pequeno, quase invisível detalhe, colocar tudo a perder. Esse roteiro pode ser descrito como um intrigado caso criminal, baseado muitas vezes em um tipo de suspense mais intelectual, apelando quase sempre para a perspicácia do espectador, que deve ficar bem atento para não perder nenhum detalhe. Nesse aspecto é certamente um dos grandes filmes da carreira do mestre. É um clássico absoluto do suspense na história da sétima arte.

Disque M Para Matar (Dial M for Murder, Estados Unidos, 1954) Estúdio: Warner Bros / Direção: Alfred Hitchcock /Roteiro: Frederick Knott / Elenco: Grace Kelly, Ray Milland, Robert Cummings, John Williams, Anthony Dawson / Sinopse: Marido planeja matar a esposa infiel contando com a colaboração de um amigo. Tudo é minuciosamente planejado. Porém dar certo como previsto já seria uma outra história completamente diferente. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Atriz (Grace Kelly).

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O Enviado de Satanás

Título no Brasil: O Enviado de Satanás
Título Original: Alias Nick Beal
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Farrow
Roteiro: Jonathan Latimer, Mindret Lord
Elenco: Ray Milland, Audrey Totter, Thomas Mitchell
  
Sinopse:
Joseph Foster (Thomas Mitchell) é um procurador honesto que apesar dos esforços não consegue condenar nos tribunais um famoso chefão de quadrilha do crime organizado de sua cidade. As provas que o condenariam são queimadas. Desesperado e ambicionando uma carreira de sucesso também no mundo político (ele almeja se tornar o próximo governador de seu estado), acaba dizendo a frase: "Eu daria minha alma para prender esse homem!". Em pouco tempo surge Nick Beal (Ray Milland) em sua vida, um sujeito misterioso que começa a lhe ajudar na realização de seus sonhos de vaidade e ambição.
 
Comentários:
Apesar do título nacional sugerir isso, não se trata de um filme de terror. É um drama com toques de suspense que foi nitidamente inspirado no famoso poema "Fausto" de Johann Wolfgang von Goethe. O argumento é basicamente o mesmo e se desenvolve quando um homem íntegro e honesto acaba caindo nas garras da ambição e vaidade pessoal, fazendo um pacto com o diabo para realizar seus desejos de riqueza e poder. Nesse processo acaba perdendo sua própria alma. O roteiro explora esse personagem, um procurador que começa a esquecer seus valores e princípios, tudo ambicionado por uma carreira política de sucesso. O tal enviado de Satanás (um título muito exagerado e pouco sutil do tradutor brasileiro, é bom frisar) é interpretado por Ray Milland. Um sujeito estranho que parece sempre surgir das sombras, nos momentos mais decisivos. Seus conselhos são sempre antiéticos e manipuladores, mas no calor do momento soam pertinentes e adequados para Joseph. De decisão em decisão o antes honesto e correto Joseph Foster começa a se afundar na lama da corrupção. Enquanto isso Nick Beal (Milland) vai se deliciando com a fraqueza e a pobreza espiritual dos homens em geral. O próprio nome do personagem interpretado por Ray Milland traz pistas, pois lembra Baal, um velho demônio da mitologia antiga. Um belo filme, muito interessante, valorizado por uma estética noir que lhe acrescenta e muito em termos cinematográficos. Em suma, um bom programa e uma bem realizada releitura do poema imortal de Goethe.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Farrapo Humano

Título no Brasil: Farrapo Humano
Título Original: The Lost Weekend
Ano de Produção: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Charles R. Jackson, Charles Brackett
Elenco: Ray Milland, Jane Wyman, Phillip Terry

Sinopse:
Don Birnam (Ray Milland) é um escritor fracassado que afoga suas mágoas na bebida. Sustentado pelo irmão e vivendo de bar em bar, ele tenta de alguma forma superar seu sério problema de alcoolismo. As coisas parecem tomar um rumo melhor quando conhece a doce e meiga Helen St. James (Jane Wyman) que está disposta a lutar ao seu lado contra o vício da bebida. Filme premiado com o Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Ray Milland), Melhor Direção (Billy Wilder) e Melhor Roteiro. Indicado também nas categorias de Melhor Edição, Melhor Fotografia e Melhor Música (Miklós Rózsa). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Milland) e Melhor Direção. 

Comentários:
Considerado um dos melhores dramas do cinema americano de todos os tempos. O roteiro explora os problemas pessoais que atingem um escritor afundado no alcoolismo. O personagem de Ray Milland não consegue trabalhar, avançar na vida, ficando focado apenas no próximo drink. Isso o faz bolar todo tipo de artimanha para esconder garrafas pela casa, as escondendo na janela, penduradas no lustre do teto ou dentro de encanamentos. Para continuar seu vício ele engana justamente as pessoas que lhe ajudam, como seu irmão e sua namorada, uma jovem de boa família que resolve encarar a batalha por sua liberdade da bebida, algo que não será nada fácil, pois Birnam chega ao ponto até mesmo de penhorar sua máquina de escrever apenas para garantir mais um dia de bebedeiras pela cidade. Depois vai decaindo ainda mais, chegando ao ponto mais baixo de sua existência ao roubar a bolsa de uma mulher em um restaurante, já que não havia mais como pagar pela bebida consumida. Billy Wilder também explora de forma brilhante a própria mente de seu personagem principal. Em um dos momentos mais inspirados coloca Don Birnam em uma ópera que para seu desespero completo está repleta de cenas onde os atores bebem, servem drinks e cantam levantando seus copos! Essa cena é uma das melhores do filme, mesclando o drama pessoal de Don com uma pitada de tragicomédia, que era uma especialidade do gênio Wilder. Em suma, "Farrapo Humano" ainda é uma referência na sétima arte, uma obra brilhante que nunca envelhece. Mais do que indicado para cinéfilo de renome.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Perdidamente Tua

Título no Brasil: Perdidamente Tua
Título Original: A Life of Her Own
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George Cukor
Roteiro: Isobel Lennart
Elenco: Lana Turner, Ray Milland, Tom Ewell, Louis Calhern, Ann Dvorak, Barry Sullivan
  
Sinopse:
Depois de muito hesitar, a jovem Lily Brannel James (Lana Turner) decide ir embora da pequena cidadezinha onde nasceu para ir morar em Nova Iorque. Ela sonha se tornar modelo de sucesso na grande cidade. Nos primeiros dias ela conhece uma modelo veterana, mais velha, que está depressiva e magoada, pois já não encontra mais trabalhos como antes. Mesmo assim Lily não se abala e aos poucos começa a subir na carreira, recebendo mais e mais ofertas de trabalho. Seu único problema é que ela acaba se apaixonando por um homem casado, o advogado Steve Harleigh (Ray Milland).

Comentários:
Mais um bom drama romântico estrelado pela diva Lana Turner. O papel foi escrito especialmente para ela, já que o diretor George Cukor sabia que sua estrela se enquadrava muito bem na personagem que era uma linda modelo, a preferida das capas de revistas de moda! Embora externamente exibisse uma imagem maravilhosa, internamente ela tinha muitos problemas emocionais, entre eles um amor plenamente correspondido por um homem casado (em boa interpretação do ator Ray Milland, um dos maiores talentos da era clássica em Hollywood). Para reforçar ainda mais a dramaticidade do roteiro, a esposa do seu homem amado havia sofrido um sério acidente de carro no passado, ficando paraplégica para sempre! Agora imaginem o grau de sofrimento emocional de Lily (Turner), pois ela está perdidamente apaixonada por um homem com o qual muito provavelmente nunca será feliz! O verdadeiro amor impossível! Um dos aspectos que mais gostei desse roteiro foi que ele tem uma dose bem acentuada de melancolia. A modelo interpretada por Lana Turner, logo em seus primeiros dias de Nova Iorque, trava amizade com Mary Ashlon (Ann Dvorak), uma modelo mais velha, solitária, depressiva e suicida. Decepcionada com o que havia acontecido em sua vida (ela foi parar em um pequeno quartinho de periferia após ter vivido todo o glamour do mundo da moda) ela resolve pular da janela de seu prédio, morrendo instantaneamente. Esse fato trágico marca Lily durante todo o filme, pois sempre que sua vida profissional ou emocional entra em crise ela se lembra de sua amiga que acabou com sua própria vida. Como esse filme não tem um final feliz (outro ponto a favor desse corajoso roteiro), ficamos com a ansiedade do que acontecerá ou não com a personagem de Lana Turner. A última cena aliás é bem embaixo do prédio onde sua amiga pulou para a morte! Sem o homem que tanto amou em sua vida, Lily poderia cometer o mesmo ato impensado de Mary? Bom, assista ao filme para conferir...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

O Ladrão Silencioso

Título no Brasil: O Ladrão Silencioso
Título Original: The Thief
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Russell Rouse
Roteiro: Clarence Greene, Russell Rouse
Elenco: Ray Milland, Martin Gabel, Harry Bronson
  
Sinopse e Comentários:
Neste trilller psicológico dirigido pelo nova-iorquino Russell Rouse (Gatilho Relâmpago), o ótimo ator galês, Ray Milland, encarna Allan Fields, um renomado físico nuclear que também trabalha como espião para um país desconhecido, em plena fase de caça às bruxas do macartismo. Com uma verve hitchcockiana e rodado em preto e branco, "O Ladrão Silencioso" (The Thief -1952) discorre em seus 85 minutos, praticamente mudo - o som do filme só existe no barulho das ruas e dos toques irritantes de um telefone que quase leva à loucura o famoso físico-espião. Não existe fala dos atores.

A virada do filme, e também do personagem de Milland, ocorre quando o físico mata um agente do FBI que o perseguia. Palmas para o excelente roteiro da dupla, Clarence Greene e Russell Rouse (que também dirige o suspense). O filme foi um dos primeiros a mencionar os problemas da Guerra Fria e a infiltração e cooperação de alguns americanos com o comunismo. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (Herschel Burke Gilbert). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator - Drama (Ray Milland), Melhor Roteiro (Clarence Greene, Russell Rouse) e Melhor Fotografia em preto e branco (Sam Leavitt).

Telmo Vilela Jr.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Um Gato em Minha Vida

Título no Brasil: Um Gato em Minha Vida
Título Original: Rhubarb
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Arthur Lubin
Roteiro: Dorothy Davenport, Francis M. Cockrell
Elenco: Ray Milland, Jan Sterling, Gene Lockhart

Sinopse:
Thaddeus J. Banner (Gene Lockhart) é um milionário excêntrico e solitário que certo dia esbarra em um gato de rua e simpatiza imediatamente com ele. O felino está em apuros, sendo perseguido por um cão feroz. Banner resolve ajudar e o leva para casa, dando-lhe o nome de Rhubarb! O que começa com uma simples amizade entre um homem e seu gato de estimação logo se transforma em algo mais, na única felicidade sincera da vida do ricaço que, ao morrer, acaba deixando toda a sua fortuna para o gatinho! E agora, o que será feito de sua riqueza e de todo o time de beisebol profissional que era de Banner antes de morrer?

Comentários:
Simpática comédia clássica que, por mais incrível que isso possa parecer, foi baseada em um fato real acontecido em Nova Iorque na década de 1920. Ray Milland interpreta um sujeito que trabalha para o milionário falecido e acaba sendo nomeado guardião do agora afortunado gato - já que ele herdara toda a fortuna do ricaço. Imagine a situação! No pano de fundo o roteiro explora os problemas que isso causa ao clube de beisebol profissional que pertencia a Thaddeus J. Banner e que agora pertence juridicamente ao felino sortudo! O roteiro é bem irônico e cheio de boas piadas - inclusive de puro humor negro. Há ainda uma fina ironia que transcorre por toda a trama e que acaba deixando sempre um sorrisinho maroto no rosto do espectador, sempre pronto a morrer de rir com a próxima reviravolta. Como não poderia deixar de ser, o filme certamente vai agradar bastante aos admiradores de gatos em geral. Por falar neles, Orangey que interpreta Rhubarb dá um show de simpatia, inteligência e talento, colocando muito ator humano no chinelo. Assista e se divirta o máximo que puder!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de maio de 2006

Matar para Viver

Clássico filme criminal, com um elenco acima da média. Basicamente temos aqui a história de um crime. Nardo Denning (Ray Milland) é um criminoso, acusado de roubo e assassinato, que resolve fugir desesperadamente em direção ao México e no caminho faz de refém Ben Cameron (Anthony Quinn), um pobre rancheiro e sua esposa Margaret (Debra Paget). A intenção é que eles o guiem através do deserto para que o fugitivo alcance o mais rápido possível a fronteira, pois se conseguir deixar os Estados Unidos em direção a alguma cidade mexicana estará finalmente livre das garras da lei de seu país.

O cineasta Allan Dwan conseguia realizar bons filmes mesmo quando lidava com material de qualidade inferior. Um exemplo é esse muito interessante "The River's Edge". O que era para ser apenas um thriller B de suspense e tensão acabou virando um belo estudo psicológico dos três principais personagens. Isso fica bem nítido em Margaret (Debra Paget), que durante o período em que fica refém começa a oscilar entre o seu próprio sequestrador e seu marido, um homem trabalhador mas pobre e sem grandes perspectivas em seu futuro. Ben (Milland), o criminoso, acaba exercendo sobre ela uma indisfarçável fascinação pois é um sujeito durão que não está disposto a aceitar o destino que parece lhe ter sido reservado.

Mesmo sendo um assassino ele acaba despertando algo em Margaret, simplesmente por causa de sua personalidade forte. Sob esse ponto de vista Ray Milland está realmente ótimo em cena, valorizado ainda mais pelas cenas mais viscerais da produção, como a intensa luta corporal final contra Anthony Quinn, esse sim um ator que ficou mais conhecido por causa de suas atuações mais físicas e passionais. Milland, que sempre foi considerado um ator mais refinado, se despe de maiores vaidades para dar mais realidade ao seu papel. Uma ótima caracterização, sem dúvida. Um belo filme, que ultimamente tem sido redescoberto por cinéfilos americanos por causa de sua ótima proposta de desenvolver melhor psicologicamente todos os personagens do roteiro. Acima da média do que era produzido na época nesse nicho cinematográfico.

Matar para Viver (The River's Edge, Estados Unidos, 1957) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Allan Dwan / Roteiro: Harold Jacob Smith, James Leicester / Elenco: Ray Milland, Anthony Quinn, Debra Paget / Sinopse: Criminoso procurado pela polícia, decide fugir e para isso pratica mais um ato impensado e perigoso, que colocará em risco a vida de várias pessoas ao seu redor. E tudo isso acaba indo em direção a uma situação de se matar para se viver.

Pablo Aluísio.