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domingo, 1 de maio de 2022

A Filha Perdida

Mais um filme da lista do Oscar 2022. O filme conta dois momentos da vida da professora universitária Leda, um no passado, outro no presente. Quando tinha apenas vinte e poucos anos o seu sonho era entrar no mundo acadêmico, se tornar professora em uma boa universidade no norte dos Estados Unidos. Ela segue estudando e escrevendo artigos e fica muito feliz quando recebe uma oferta de emprego. Só que ela tem marido, duas filhas e tudo fica mais complicado. No passado a protagonista é interpretada pela atriz Jessie Buckley. Já no tempo presente encontramos Leda como uma mulher madura que vai até a Grécia passar um mês de férias. Divorciada, sozinha, ela só quer um tempo para escrever alguns artigos e esfriar a cabeça. Só que viajar para outro país de férias sozinha também traz seus riscos.

O grande tema desse roteiro é a discussão entre maternidade e vida profissional. Algumas mulheres sofrem muito para conciliar esses dois aspectos da vida. No caso de Leda ela tem duas filhas e ao mesmo tempo tenta entrar em um mercado de trabalho muito competitivo que é o mundo acadêmico e universitário. Tem que se esforçar muito, estudar muito, mas como fazer isso com duas filhas pequenas? Outro tema em discussão é que muitas mulheres simplesmente não possuem vocação para serem mães. A sociedade muitas vezes impõe isso a elas, como pressão social, gerando mulheres infelizes e frustradas. A personagem interpretada pela atriz Dakota Johnson vem para reforçar que isso atravessa gerações, não apenas no passado, mas no presente também. Ela é uma jovem mãe e não está nada satisfeita com esse papel.

Um filme que gostei, tanto do ponto de vista da proposta do roteiro como também pela bela interpretação de todo o elenco feminino. Aliás duas das atrizes que atuam no filme foram indicadas ao Oscar, algo raro de acontecer. Jessie Buckley, que interpreta a personagem principal em sua época de juventude, foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Já a velha Leda, interpretada por uma ótima Olivia Colman, rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Nada mal para um filme que discute a mulher, em fases diferentes da vida e os desafios que surgem pela frente.

A Filha Perdida (The Lost Daughter, Estados Unidos, 2021) Direção: Maggie Gyllenhaal / Roteiro: Maggie Gyllenhaal / Elenco: Olivia Colman, Jessie Buckley, Dakota Johnson, Ed Harris, Peter Sarsgaard / Sinopse: A vida de uma mulher, uma professora universitária, em dois momentos distintos de sua vida. Quando jovem e mãe de duas crianças pequenas e na fase da maturidade quando tenta encontrar paz e tranquilidade numa viagem de férias na Grécia.  Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Olivia Colman), melhor atriz coadjuvante (Jessie Buckley) e melhor roteiro adaptado (Maggie Gyllenhaal).

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

171

Título no Brasil: 171
Título Original: Criminal
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Gregory Jacobs
Roteiro: Fabián Bielinsky
Elenco: John C. Reilly, Diego Luna, Maggie Gyllenhaal, Peter Mullan, Zitto Kazann, Jonathan Tucker

Sinopse:
Dois vigaristas tentam enganar um colecionador de moedas vendendo-lhe uma cópia falsificada de uma nota extremamente rara. Estelionato puro! E agora, o sujeito vai mesmo cair no golpe?

Comentários:
Veja que coisa sem noção. O titulo nacional desse filme norte-americano foi definido como "171". Ora, isso é uma referência ao código penal brasileiro, a um de seus artigos. O que isso tem a ver com uma história passada nos Estados Unidos, com personagens americanos? Nada, absolutamente nada! Esse é o tamanho da estupidez do título que o filme recebeu por aqui. Já em relação ao filme em si, não teria muito a criticar. É uma filme muito bem realizado, retirando o melhor desse subgênero dos filmes policiais. O elenco inclusive é dos melhores. O sempre ótimo e sempre subestimado John C. Reilly está perfeito em seu papel. O mesmo vale para Maggie Gyllenhaal, uma atriz que é puro talento. Enfim, deixo a recomendação. Ignore o estúpido título brasileiro e aprecie o filme pelo que realmente ele vale.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Secretária

Título no Brasil: Secretária
Título Original: Secretary
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate
Direção: Steven Shainberg
Roteiro: Erin Cressida Wilson, Mary Gaitskill
Elenco: James Spader, Maggie Gyllenhaal, Jeremy Davies, Lesley Ann Warren, Stephen McHattie, Patrick Bauchau

Sinopse:
Uma jovem, recém-saída de um hospital psiquiátrico, consegue um emprego como secretária de um advogado exigente. Só que logo as coisas mudam de figura. O que era para ser apenas uma relação de trabalho, logo vira algo a mais, invadindo a esfera sexual, explorando o sadomasoquismo entre o novo casal. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Maggie Gyllenhaal).

Comentários:
Esse filme pode ser classificado como uma comédia de humor negro com pitadas de erotismo, mas tudo em um nível bem sutil. O que vale a pena realmente nesse roteiro sui generis é o encontro (e a química) que surge entre a dupla formada por James Spader e Maggie Gyllenhaal. Spader é o advogado, dono de um escritório nada convencional, que contrata a nova secretária. E ele começa joguinhos eróticos com ela - algo que nos dias de hoje iria dar um processo daqueles! De qualquer forma ela aceita o joguinho e então as coisas que começam com inocentes palmadas no bumbum vai subindo de nível. Ele obviamente adora tudo aquilo e ela, por sua vez, vai encarando as situações, que ora são engraçadas (afinal o roteiro aposta nisso), ora bem constrangedoras, como tratar ela como uma estúpida que merece ser punida. Enfim, todo mundo vai apreciar o humor desse filme? Não, não vai. Porém os que aceitarem sua proposta até que vão dar algumas boas risadas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

The Deuce - Terceira Temporada

The Deuce - Terceira Temporada
Essa terceira temporada da série "The Deuce" foi exibida originalmente nos Estados Unidos pelo canal HBO nos meses de setembro e outubro de 2019. Provavelmente será a última temporada, muito embora os produtores não tenham ainda confirmado nada. Acontece que séries assim, que precisam ser ambientadas no passado (no caso aqui nas décadas de 70 e 80 em Nova Iorque) geralmente apresentam maiores custos. E quando a audiência se torna apenas mediana, geralmente não vão muito longe. Se a série for cancelada, não haverá maiores problemas. As 3 temporadas são muito boas, bem produzidas. Gostei bastante do resultado final. Segue abaixo comentários sobre os episódios da terceira temporada. 

The Deuce 3.01 - The Camera Loves You
Na terceira temporada a história do filme vai para os anos 80. Mais claramente para o ano de 1984 (com cenas finais mostrando o ano novo de 1985). As produtoras de filmes pornôs agora mudaram seu jeito de vender o peixe. Ao invés de produzir filmes em película para cinemas vagabundos de rua, agora tudo é feito em vídeo tape para ser lançado diretamente no mercado de vídeo VHS. O público adora as mudanças. As produtoras mudam tudo. Agora os filmes são feitos rapidamente, em escala industrial mesmo. As garotas chegam e somem na mesma velocidade. Bom reparar também nas roupas, nos figurinos e na música que embala o episódio. Tudo com cheiro e sabor dos anos 80. Muito bacana mesmo. Chega a ser nostálgico até! Imagine você! / The Deuce 3.01 - The Camera Loves You (Estados Unidos, 2019) Direção: Alex Hall / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Gbenga Akinnagbe.

The Deuce 3.02 - Morta di Fame
Lori Madison (interpretada pela gatinha Emily Meade) agora está filmando em Los Angeles. Ao contrário de Nova Iorque, os produtores de lá querem coisas absurdas das atrizes e ela reclama de sua agente, mas sem grande retorno. A agente diz que ela precisa cumprir os contratos que assinou. Enquanto isso o malandro Frankie Martino (James Franco) quer ganhar dinheiro com o nascente mercado de VHS. A venda de filmes adultos para consumo doméstico é a grande onda do momento e ele procura comprar cenas amadoras. Até fala com um mafioso para bancar seu novo negócio, mas isso, claro, pode ser uma péssima ideia a longo prazo. Eileen 'Candy' Merrell (Maggie Gyllenhaal) por sua vez tenta se relacionar com homens de sua idade e para isso vai logo abrindo o jogo, dizendo que é uma diretora de filmes feitos para o público adulto. Assim ela afasta logo de começo os preconceituosos e os quadrados. E para sua sorte ela conhece um sujeito do mercado financeiro que não se importa com seu passado. Por fim esse episódio ainda explora muito bem o surgimento da AIDS na sociedade americana. Uma ativista contra a exploração de mulheres (que havia sido prostituta na juventude) acaba morrendo do vírus. Assim como o surgimento da nova doença coloca em evidência o fechamento de saunas gays pelo poder público na cidade de Nova Iorque. Sinal dos tempos. / The Deuce 3.02 - Morta di Fame (Estados Unidos, 2019) Direção: Susanna White / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Chris Bauer.

The Deuce 3.03 - Normal Is a Lie
Vários acontecimentos ocorrendo ao mesmo tempo, mostrando que a normalidade é uma mentira. O policial interpretado por Ralph Macchio, do setor de crimes contra os costumes, é procurado por um pai desesperado. Ele viu sua filha em um filme pornô é quer encontrá-la. Só que sendo maior de idade, não há crime envolvido. Então o tira joga uma conversa mole sobre o pobre pai para levar um por fora, como se fosse um detetive particular. Grana fácil. Na outra linha narrativa, Candy curte um namoro nos braços de seu novo amante, mas recusa a ajuda dele em investir 150 mil dólares em seu novo filme pornô. Ela não quer se sentir novamente uma prostituta nesse novo relacionamento. Já o irmão gêmeo mais esperto interpretado por James Franco, decide misturar cocaína com uma droga que acaba causando diárreia nos seus consumidores. Boa fora. Por fim, Lori Madison, começa a reinvidicar melhores condições de trabalho nos filmes adultos que participa. Para uma carreira tão dura ela sente um pouco de alívio quando é contratada para trabalhar em um videoclip de uma banda de rock farofa, típica dos anos 80. / The Deuce 3.03 - Normal Is a Lie (Estados Unidos, 2019) Direção: Tanya Hamilton / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco:  James Franco, Maggie Gyllenhaal, Chris Bauer, Ralph Macchio.

The Deuce 3.04 - They Can Never Go Home
Nesse episódio Frankie (James Franco) é baleado. Na última cena vemos ele perdendo a consciência nos braços do irmão Vince. O que poderia ter acontecido? Ele vinha misturando cocaína com outros produtos, fazendo com que alguns consumidores da droga passassem muito mal. Os mafiosos do Deuce não gostaram. Tentaram falar com ele, mas Frankie não lhes deu ouvidos. Pior, passou a agredir os caras. Deu no que deu. Outro fato interessante desse episódio é ver Lori Madison tentando abrir um caminho na vida, mas sem conseguir nada. Ela tenta cantar, mas não agrada. Tenta um papel em um filme convencional, mas não consegue. Como ela mesma diz para sua agente, a única coisa que ela parece saber fazer é cenas de sexo em filmes adultos. Por fim Candy se reúne com um grupo de mulheres do grupo anti pornografia. A reunião, que deveria ser amistosa, acaba ficando tensa e Candy acaba ouvindo umas coisinhas que ela não queria ouvir. / The Deuce 3.04 - They Can Never Go Home (Estados Unidos, 2019) Direção: James Franco / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Chris Bauer.

The Deuce 3.05 - You Only Get One 

Frankie está morto! Eu pensei que os roteiristas iriam dar um jeito, que ele iria sobreviver no hospital. Afinal era um dos personagens principais. Mas não aconteceu isso, eu estava enganado. Ele morre mesmo. E isso abre a sede de vingança do irmão Vincent (James Franco), o que definitivamente pode ser uma péssima ideia. O assassino é membro da conhecida família mafiosa dos Gambinos. Matar um mafioso desses seria assinar a própria sentença de morte em Nova Iorque naqueles tempos. Na outra linha narrativa a Lori Madison começa a se apresentar em clubes de striptease. O dinheiro é bom, as gorjetas são ótimas, mas essa aproximação muito próxima aos seus fãs (uns caras esquisitos) logo cria problemas para ela que passa a ser perseguida por um stalker. E a paranoia acaba turbinada pela cocaína que ela cheira todos os dias, em grandes quantidades. Por fim a série ainda encontrou espaço para retratar a morte de um ator gay de Nova Iorque. Ele morre por causa da AIDS. O companheiro dele precisa chamar seus familiares (pai e mãe) para todas as providências legais e isso abre a porte para mais um drama em sua vida. / The Deuce 3.05 - You Only Get One (Estados Unidos, 2019) Direção: Roxann Dawson / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Chris Bauer.

The Deuce 3.06 - This Trust Thing
Nesse episódio Lori Madison demite sua agente. A razão? Ela marcou uma cena de sexo grupal com mais de 20 homens ao mesmo tempo e não a avisou! E ela também sai do apartamento ao pegar seu namorado transando com uma mulher mais jovem. O sujeito nunca passou de um cafetão mesmo. E quem paga pela morte de Frankie? Sim, Rudy. Ele tenta proteger seu subordinado Tommy, mas é ele mesmo quem mata Rudy com um tiro na cabeça. Amizades sinceras não existem no mundo da máfia de Nova Iorque. Por fim Candy tenta filmar seu novo filme. E ela coloca traumas de seu passado em seu "roteiro". As más lembranças do passado ressurgem quando ela vai no funeral da mãe e é mal tratada pelo próprio pai que nunca a perdoou pelo seu passado como prostituta. Pois é, a vida é dura! / The Deuce 3.06 - This Trust Thing (Estados Unidos, 2019) Direção: James Franco / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Chris Bauer.

The Deuce 3.07 - That's a Wrap  
Esse episódio é um dos mais chocantes da série. Isso porque nele a personagem Lori Madison decide acabar com tudo. Ela pega um revólver, aponta para a cabeça e aperta o gatilho. Muitas atrizes realmente cometeram suícidio nesse ramo de filmes adultos. É uma coisa bem triste. A Lori foi interpretada nessa série com brilhantismo pela atriz Emily Meade. Esse é um nome a se guardar. No começo do episódio a Lori tenta voltar para Nova Iorque. Ele foi embora de Los Angeles. Está sem grana, rompeu com o namorado e tudo parece desmoronar. Então ela liga para Candy pedindo o dinheiro da passagem de ônibus. Quando chega em Nova Iorque acerta com Candy para fazer seu novo filme e pela noite volta para as ruas, se prostituindo. Porém em determinado momento ela simplesmente desiste de seguir em frente. Já não tem mais familiares, nem dinheiro, nem nada. E assim só sobra se suicidar. Achei tão forte a cena - aconteceu assim do nada! Obviamene fiquei de queixo caído. Essa cena vou relembrar por muitos anos, tenho certeza disso! Algumas vezes a vida simplesmente não dá certo, essa é a triste verdade. / The Deuce 3.07 - That's a Wrap (Estados Unidos, 2019) Direção: Alex Hall / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Chris Bauer.

The Deuce 3.08 - Finish It  
Esse é o último episódio da série. Eu gostei muito. Basicamente temos aqui o fim de uma era. Todos os bares, boates, puteiros, saunas gays do Deuce são fechados. A desculpa é que a AIDS se tornou um problema de saúde pública, mas a verdade é que os tubarões do ramo imobiliário queriam mesmo pegar toda aquela area de Nova Iorque para revitalizar a região. Nesse último episódio a cena mais marcante é a final com Vincent (James Franco) andando nas mesmas ruas do Deuce, só que agora na Nova Iorque do tempo presente. Muitas lojas chics, muita luz e turista por todos os lugares. Os novos estabelecimentos comerciais são finos e elegantes, mas também frios e sem personalidade. E nessa caminhada na Nova Iorque da atualidade, Vincent vai encontrando todos os personagens da série, tanto os vivos como os mortos. Ele lê sobre a morte de Candy, aos 73 anos de idade. O texto noticiando sua morte chega ao ponto de dizer que ela pelo menos lançou um cult movie que só foi reconhecido como tal após sua morte. E por fim, para encerrar tudo, Vincent reencontra seu irmão Frankie e juntos descem numa escada rolante da high tech New York City. Foi bacana, deu até um certo sentimento de melancolia por tudo ter chegado ao fim. Grande série, adorei todas as temporadas. Vai fazer falta, certamente. / The Deuce 3.08 - Finish It (Estados Unidos, 2019) Direção: Roxann Dawson / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Chris Bauer, Ralph Machio.

Pablo Aluísio.

The Deuce - Segunda Temporada

The Deuce - Segunda Temporada
Essa segunda temporada da série The Deuce foi originalmente exibida pelo canal HBO nos Estados Unidos durante os meses de setembro a novembro de 2018. E como todo programa com o selo de qualidade HBO, essa série também é muito bem produzida, com elenco acima da média (onde se destacam James Franco e Maggie Gyllenhaal) e roteiros bem elaborados. A trama se passa na virada dos anos 1970 para 1980, em um bairro de Nova Iorque conhecido como The Deuce. Um lugar decadente, cheio de mafiosos, prostitutas e cafetões. Tentando colocar ordem em tudo surge também um grupo de policiais não muito honestos, chegados numa corrupção miúda. Assista a série e confira. Segue abaixo comentários sobre os episódios dessa segunda temporada.

The Deuce 2.01 - Our Raison d'Être
Série muito boa da HBO mostrando a barra pesada de Nova Iorque durante a década de 1970. No bairro pejorativamente conhecido como "The Deuce" havia todo um comércio ilegal explorando sexo pago, filmes pornográficos, cafetinagem, etc. É nesse universo sujo e quase sem regras que passeiam todos os personagens. No elenco se destacam James Franco em dois papéis, de dois irmãos gêmeos e Maggie Gyllenhaal como a prostituta que começa a se interessar pelos filmes pornôs, se tornando diretora deles. Nesse episódio temos algumas linhas narrativas. Numa delas um dos irmãos "James Franco" começa a roubar as espeluncas que exibem filmes pornôs em cabines (algo muito popular nos anos 70). Seu jogo ilegal começa a chamar a atenção dos mafiosos italianos, os verdadeiros donos do pedaço. Em outra linha acompanhamos um cafetão extorquindo dinheiro de diretores de filmes adultos e clientes da jovenzinha que ele explora. O submundo do sexo e da perversão certamente fez raiz nas ruas sujas de Nova Iorque daqueles tempos.Se essa segunda temporada for tão boa como a primeira (e tudo leva a crer que será) temos aqui mais uma série para acompanhar com olhos de lince. Não vá perder! / The Deuce 2.01 - Our Raison d'Être (Estados Unidos, 2018) Estúdio: HBO / Direção: Alex Hall / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Gbenga Akinnagbe, Chris Bauer, Gary Carr, Dominique Fishback.

The Deuce 2.02 - There's an Art to This
Esse episódio mostra as mudanças que o ramo adulto de filmes começou a passar. Antes a maioria das garotas que apareciam nos filmes eram prostitutas. Só que com o avanço da ainda recém inaugurada indústria começaram a surgir modelos interessadas em fazer filmes para homens, filmes com cenas de sexo. Com isso também começou o interesse da máfia na produção desses pornôs. O episódio explora muito bem esse momento de mudanças, tanto para melhor como para pior, afinal mexer com dinheiro do crime organizado nunca deixaria de ser muito perigoso para todos os envolvidos. / The Deuce 2.02 - There's an Art to This (Estados Unidos, 2018) Direção: Alex Hall / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Gbenga Akinnagbe.

The Deuce 2.03 - Seven-Fifty
Esse episódio explora um aspecto interessante que aconteceu na virada dos anos 70 para os anos 80. Muitos diretores e atrizes de filmes adultos foram embora de Nova Iorque para Los Angeles. Acontece que na Califórnia surgiram muitas produtoras especializadas em produzir filmes XXX para serem vendidos nas locadoras de vídeo. Em Nova Iorque as companhias ainda produziam filmes para exibição em cinemas decadentes do centro da cidade, principalmente os que ainda existiam no Deuce. Essa mudança de ares acaba atraindo a estrelinha pornstar Lori Madison (Emily Meade), só que ela nem desconfia o que vai encontrar na ensolarada e destrutiva Los Angeles daqueles tempos. Nem tudo serão flores. / The Deuce 2.03 - Seven-Fifty (Estados Unidos, 2018) Direção: Steph Green / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Emily Meade, Gbenga Akinnagbe

The Deuce 2.04 - What Big Ideas
Um lugar usado em Nova Iorque para prostituição pega fogo. Uma das jovens exploradas tinha apenas 15 anos de idade! Veja o nível de absurdos que aconteciam na época (estou me referindo aos anos 70). Seu pai, que havia expulsado a jovem de casa, se recusa a ajudar em seus funerais. Com isso sobra a Vincent Martino (James Franco) providenciar tudo, para que ela tivesse ao menos um adeus digno. Já Eileen 'Candy' Merrell (Maggie Gyllenhaal) quer apenas o melhor para seu primeiro pornô de "qualidade". Ela pega o conto do Chapeuzinho Vermelho e a coloca num enredo de filme adulto. Para ter o melhor possível ela chega a contratar um roteirista de verdade, fora do meio, para escrever o roteiro de seu filme. Coisa completamente fora do comum! / The Deuce 2.04 - What Big Ideas (Estados Unidos, 2018) Direção: Uta Briesewitz / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Gbenga Akinnagbe.

The Deuce 2.05 - All You'll Be Eating Is Cannibals
Por mais incrível que isso possa parecer Frankie Martino (James Franco) se torna produtor de filmes adultos em Nova Iorque. Ele aceita o convite de Eileen 'Candy' Merrell (Maggie Gyllenhaal) para investir dinheiro em seu novo filme, uma produção picante sobre Chapeuzinho Vermelho estrelado por Lori Madison. Só que Frankie obviamente começa a brincar com fogo porque parte desse dinheiro pertence aos mafiosos italainos que vivem nas redondezas do Deuce e obviamente eles vão querer sua parte nesse lucro. E se o filme não tiver boa bilheteria no cinema? Bom, nesse caso Frankie vai mesmo entrar em uma fria. / The Deuce 2.05 - All You'll Be Eating Is Cannibals (Estados Unidos, 2018) Direção: Zetna Fuentes / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Emily Meade, Gbenga Akinnagbe.

The Deuce 2.06 - We're All Beasts
Com o dinheiro levantado para a produção a diretora Eileen 'Candy' Merrell (Maggie Gyllenhaal) começa a filmar seu filme pelas ruas de Nova Iorque. Tudo muito precário, seguindo o lema do "faça você mesmo". O filme é claro uma porcaria, sendo que o único interesse é mesmo o sexo. Só que Candy está convencida de que está fazendo uma obra de arte. Ela precisa arranjar dinheiro para ajudar no sustento do filho que mora com os avós, mas para Candy aquilo parece ser mesmo arte. E ela dá o melhor de si mesma para que o filme fique bom. Enquanto isso a roda do dinheiro e do sexo gira no Deuce. A máfia controla boates, prostíbulos e lojas que vendem material adulto. Só que para Frankie todos aqueles italianos não passam de palhaços. Vai acabar custando caro para ele pensar assim. / The Deuce 2.06 - We're All Beasts (Estados Unidos, 2018) Direção: Susanna White / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Gbenga Akinnagbe, Emily Meade.

The Deuce 2.07 - The Feminism Part
'Candy' Merrell (Maggie Gyllenhaal) decide abrir o jogo para seu filho e conta para ele que é uma atriz e diretora de filmes pornográficos. Claro, o rapaz fica mal com essa revelação. Da boca para fora ele tenta aparentar que entende tudo, que isso seria normal, etc. Mas no fundo fica bem arrasado. E Candy também tem problemas com a máfia italiana de Nova Iorque por causa de seu filme. Os caras são toscos e querem dinheiro acima de tudo. A situação vai ficando cada vez mais delicada. Enquanto isso Vincent (James Franco) vai se acertando com com Abby (Margarita Levieva). Será que eles teriam a chance de ser um casal normal e feliz depois de tudo o que passaram no Deuce em Nova Iorque? / The Deuce 2.07 - The Feminism Part (Estados Unidos, 2018) Direção: Tricia Brock / Roteiro: George Pelecanos / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Gbenga Akinnagbe, Emily Meade.

The Deuce 2.08 - Nobody Has to Get Hurt
E os problemas de Candy só aumentam. Agora ela precisa lidar com o cafetão de Lori, o malandro CC que quer sua parte nos lucros do filme da Chapeuzinho Vermelho. Ele terá um fim trágico ao ser morto com um tiro em um dos prostíbulos controlados pela máfia italiana de Nova Iorque, só que sem qualquer participação de Candy nesse crime. E no distrito policial da região quem surge como um policial do departamento de costumes da polícia metropolitana de Nova Iorque? O ator Ralph Macchio! Sim, ele mesmo, o eterno Karatê Kid, aqui em um papel bem diferente. Ele é tira e daquele tipo não muito honesto, sempre pronto a levar uma grana por fora por "serviços" não oficiais, vamos colocar nesses termos. / The Deuce 2.07 - Nobody Has to Get Hurt  (Estados Unidos, 2018) Direção: Tanya Hamilton / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Gbenga Akinnagbe, Emily Meade, Ralph Macchio.

The Deuce 2.09 - Inside the Pretend
Esse é o último episódio da segunda temporada. É a estreia do filme de Candy, com toda a pompa e luxo que ela conseguia ter naquele momento. O problema é que descobre-se depois que parte dos lucros foram vendidos para dois chefões mafiosos rivais, criando uma tensão a mais no lançamento do filme. Caso ele não fizesse sucesso a coisa toda iria ficar bem feia. Nesse episódio também há duas mortes. O cafetão C.C. é morto naquele prostíbulo administrado em parte pela máfia. Bom para Lori Madison que estava paranoica, consumindo cocaína a todo vapor. Enquanto isso, na rua, a Dorothy, ex-prostituta e agora ativista pelos direitos das mulheres, é assassinada. Por fim o episódio mostra a chegada do videocassete, aparelho doméstico que iria revolucionar o ramo de filmes adultos. / The Deuce 2.09 - Inside the Pretend (Estados Unidos, 2018) Direção: Minkie Spiro / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Gbenga Akinnagbe.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Coração Louco

A trama é bem singela e de acordo com o universo da música country dos Estados Unidos, com suas letras sobre solidão, desilusões amorosas e redenções. No filme Bad Blake (Jeff Bridges) é um músico decadente que precisa reavaliar sua vida e carreira após tantos anos de estrada. Agora ele terá que lutar de uma vez por todas pelo amor de sua vida. Esse mundo da country music americana sempre foi fonte para belos musicais melodramáticos, afinal de contas o material preferido de compositores e cantores do gênero sempre foi baseado no amor perdido e nas grandes históricas românticas sem final feliz. Agora temos um roteiro que mais parece a letra de uma baladona country. "Coração Louco" explora justamente esse universo. O personagem interpretado por Jeff Bridges é um achado e tanto, um sujeito que vive na tênue linha que separa o sucesso do fracasso, a felicidade da desilusão. Bridges inclusive foi premiado com o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Ator, premiações mais do que justas, coroando anos de uma carreira brilhante em Hollywood. Já estava na hora mesmo dele ser devidamente reconhecido pela academia de cinema.

Cabelos despenteados, olhar de cansaço emocional e uma certa postura de quem já não quer mais provar nada em sua vida, o ator encontrou um veículo perfeito para desenvolver todo o seu talento. O elenco de apoio também é maravilhoso, com destaque para o veterano Robert Duvall que tem um vínculo emocional muito forte com todo o projeto. Como se trata também de uma estória fortemente ligada ao mundo e sentimento country a premiação de Melhor Música ("The Weary Kind", escrita por Ryan Bingham e T Bone Burnett) foi mais do que merecida e oportuna. Assim se você gosta de country music e romantismo, "Crazy Heart" é de fato uma excelente opção de cinema para esse fim de noite.

Coração Louco (Crazy Heart, Estados Unidos, 2009) Estúdio: Fox Searchlight Pictures / Direção: Scott Cooper / Roteiro: Scott Cooper, Thomas Cobb / Elenco: Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Robert Duvall, Tom Bower / Sinopse: O filme conta a história de um músico veterano que após anos de carreira precisa consertar tanto sua vida profissional, como também a emocional. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Maggie Gyllenhaal). Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Jeff Bridges) e Melhor Música. Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jeff Bridges). Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Jeff Bridges).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A Professora do Jardim de Infância

Esse filme na realidade é o remake americano de uma produção israelense de 2014. A história segue sendo basicamente a mesma. Lisa Spinelli (Maggie Gyllenhaal) trabalha como professora do jardim de infância pela manhã e durante à noite frequenta um curso de poesia. Ele escreve poemas, mas sem muito talento, não consegue chamar a atenção nem do professor e nem dos demais alunos. É apenas um poetisa amadora, embora ela ame poesia de uma maneira em geral. Até que um dia um de seus alunos de cinco anos começa a criar ele mesmo poemas. A questão é que a poesia criada pelo menino é de alto nível, que chama atenção até mesmo do professor de Lisa.

Ela então fica um tanto obcecada pelo garoto, sempre esperando que ele venha a surgir com novos estrofes. Essa ligação acaba chamando a atenção da outra professora e até mesmo do pai do garoto. Frustrada em sua vida pessoal, Lisa começa a desenvolver um comportamento obsessivo em relação ao aluno, o que acaba criando uma série de problemas para ela. Um bom filme, interessante, O grande diferencial vem da boa atuação da atriz Maggie Gyllenhaal. É aquele tipo de papel de entrega completa à personagem e nesse aspecto ela se sai muito bem. O roteiro dá a impressão, em determinado momento, que a coisa toda vai desandar, que a professora viria até mesmo a ser acusada de pedofilia, mas felizmente ele não cai nesse tipo de sensacionalismo barato. É apenas uma bem desenvolvida teia de relacionamentos entre uma mulher adulta, frustrada com sua falta de talento pela poesia e aquilo que parece ser algo nato, natural para o seu aluno poeta.

A Professora do Jardim de Infância (The Kindergarten Teacher, Estados Unidos, 2018) Direção: Sara Colangelo / Roteiro: Sara Colangelo, Nadav Lapid / Elenco: Maggie Gyllenhaal, Gael García Bernal, Ato Blankson-Wood / Sinopse: O filme conta a história da professora de ensino fundamental Lisa Spinelli (Maggie Gyllenhaal). Poetisa frustrada e sem talento, ela se torna obcecada por um de seus alunos que demonstra ter um talento incomum para escrever versos. Filme premiado no Sundance Film Festival.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

The Deuce

Série nova produzida pelo canal HBO. O roteiro foca em um momento de Nova Iorque bem específico, durante os anos 70. Numa parte da cidade havia toda uma série de problemas urbanos, como prostituição de rua, pornografia barata e crimes. Esse quadro durou até os anos 90 quando a política da tolerância zero fez uma limpeza na cidade, principalmente nos lugares mais decadentes, dominados pela máfia italiana. James Franco, que também é um dos produtores, interpreta dois irmãos gêmeos. Um ganha a vida como barman de uma espelunca local, o outro é um jogador viciado que está´sempre devendo dinheiro para mafiosos do baixo clero, que por causa disso estão sempre o ameaçando de morte.

A série também tem como uma das personagens principais uma prostituta interpretada pela atriz Maggie Gyllenhaal. Mãe solteira, desempregada, ela começa a fazer ponto de prostituição na frente de cinemas falidos e pequenos hotéis onde por apenas 5 dólares um cliente poderia levá-la para um programa rápido. Ela não aceita ser controlada pelos cafetões da rua e isso causa uma certa tensão. Depois, mais tarde, ela descobre o mercado ilegal de pequenas produções pornográficas e resolve aos poucos investir nesse ramo. O roteiro assim dá um panorama geral no mundo barra pesada de Nova Iorque do passado. É uma boa produção, com reconstituição de época bem feita e temática marginal. Só mesmo um canal como a HBO poderia produzir algo assim. Definitivamente esse tipo de programa não passaria em um canal aberto. Enfim, não assisti ainda todos os episódios da primeira temporada, mas os que vi são acima da média, bem recomendados.

The Deuce (Estados Unidos, 2017) Direção: James Franco, Michelle MacLaren, Uta Briesewitz / Roteiro: George Pelecanos, David Simon / Elenco: James Franco, Maggie Gyllenhaal, Kevin Breznahan,  Ralph Macchio / Sinopse: A série explora o lado mais marginal e decadente de Nova Iorque dos anos 70, onde convivia-se com a prostituição, as drogas e a exploração sexual das mulheres, nos becos mais perigosos e escuros da grande metrópole.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 18 de abril de 2017

O Ataque

Título no Brasil: O Ataque
Título Original: White House Down
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: James Vanderbilt
Elenco: Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal

Sinopse:
Um grupo terrorista se faz passar por equipe de manutenção e entra no forte sistema de segurança da Casa Branca. Uma vez lá seu objetivo é fazer de refém o próprio presidente dos Estados Unidos. Para isso porém terão que passar por cima de Cale (Channing Tatum), um ex-militar de elite que está na Casa Branca ao lado da filha fazendo um tour turístico. Filme indicado ao MTV Movie Awards na categoria de Melhor Herói (Channing Tatum). Filme também indicado aos prêmios People's Choice Awards (Melhor Thriller de ação) e Teen Choice Awards (Melhor Filme do verão).

Comentários:
É mais um daqueles filmes de ação genéricos que são produzidos para os cinemas comerciais do grande circuito. Nada de muito original no roteiro. A produção só se destaca mesmo por ter um elenco muito acima da média e por ser tecnicamente muito bem realizada, com vários efeitos visuais de excelente nível técnico. Não espere por muita sutileza já que a direção foi assinada por Roland Emmerich, um cineasta que segue os passos de seu mestre Michael Bay, o rei das explosões gratuitas. O argumento é obviamente bem absurdo o que irá exigir do espectador uma certa cumplicidade - afinal de contas encarar uma invasão na Casa Branca com o sistema de segurança que deve existir por lá não é uma coisa simples de aceitar. Jamie Foxx e Maggie Gyllenhaal deixam por um momento o cinema mais sério e abraçam essa diversão sem maiores compromissos. Já Channing Tatum segue sua sina de tentar virar um astro do primeiro time - algo que acredito jamais acontecerá pois o sujeito é desprovido de carisma e talento. Melhor teria sido escalar outro elenco. A cantora Madonna que recentemente disse que queria explodir a Casa Branca bem que poderia ter participado do elenco, como uma terrorista maluca! Iria cair muito bem!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O Sorriso de Mona Lisa

Título no Brasil: O Sorriso de Mona Lisa
Título Original: Mona Lisa Smile
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio:  Columbia Tristar Pictures
Direção: Mike Newell
Roteiro: Lawrence Konner e Mark Rosenthal
Elenco: Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles, Maggie Gyllenhaal

Sinopse:
Katharine Watson (Julia Roberts) se torna professora na luxuosa e elegante escola Wellesley. Sua disciplina, História da Arte, é ideal para que Watson procure abrir a mente de suas alunas, fugindo um pouco do conservadorismo e rigidez das normas escolares. Sua atitude porém acaba atraindo rivalidades e conflitos, não apenas entre a direção do estabelecimento mas também com algumas de suas próprias alunas.

Comentários:
"O Sorriso de Mona Lisa" é uma espécie de "Sociedade dos Poetas Mortos" versão feminina dos anos 50. Eu confesso que gostei da direção de arte do filme (toda e qualquer produção passada nos anos dourados tem essa caracteristica). O roteiro é bem escrito e acerta em se apoiar bastante nas garotas, contendo assim o estrelismo natural da tia Julia Roberts. Há inclusive claramente por parte dela um esforço em agradar os membros da Academia de Hollywood mas pela reação bastante morna do público adulto ao filme em seu lançamento isso acabou não dando muito certo. Apesar do argumento quadrado e da falta de ousadia da direção não podemos negar que não deixa de ser um filme interessante. Além disso tem a ótima canção "The Heart of Every Girl" de Elton John que compôs a música especialmente para o filme, recebendo uma indicação no Globo de Ouro de Melhor Canção Original (essa aliás foi a única indicação do filme ao prêmio, algo que frustrou os produtores que esperavam muito mais, inclusive uma indicação para Julia Roberts que não veio). Na verdade a produção fez mais barulho entre as adolescentes americanas, uma prova disso foi a febre criada em torno das atrizes Kirsten Dunst e Julia Stiles que disputavam entre si quem iria estampar o maior número de capas das mais populares revistas jovens da América. As duas inclusive foram indicadas no Teen Choice Awards, uma prova de sua popularidade entre a garotada. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Adaptação

Título no Brasil: Adaptação
Título Original: Adaptation
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Spike Jonze
Roteiro: Charlie Kaufman, Donald Kaufman, Susan Orlean
Elenco: Nicolas Cage, Tilda Swinton, Meryl Streep, Chris Cooper, Jay Tavare, Brian Cox, Maggie Gyllenhaal

Sinopse:
Um roteirista recebe uma tarefa praticamente impossível: adaptar para o cinema um livro técnico sobre orquídeas! Como transformar algo assim em um filme? Desesperado, em crise, resolve inovar escrevendo um outro texto, esse sobre a adaptação de um livro simplesmente impossível de adaptar. Filme que usa brilhantemente a chamada metalinguagem cinematográfica.

Comentários:
Para alguns é um filme chato, pretensioso em demasia e sem sentido. Para outros é uma pequena obra prima que usa a metalinguagem cinematográfica de forma brilhante. Afinal quem tem razão? Na verdade toda obra artística desperta sentimentos e reações contraditórias, dependendo do espectador. "Adaptação" não é diferente. O estilo vem bem ao encontro do cinema pouco convencional de Spike Jonze, um cineasta que passa longe de realizar filmes banais. Na verdade ele utilizou de sua própria experiência profissional e pessoal para criar um enredo muito inteligente e sui generis. Por essa razão não espere nada muito quadradinho e nem dentro dos padrões. No elenco cabe destacar também o trabalho do Nicolas Cage. Hoje em dia infelizmente ele está em uma maré baixa que não parece ter fim mas há mais de dez anos tinha um status de ótimo ator, sempre se envolvendo em projetos ousados e fora do comum. A construção de seu personagem aqui é realmente perfeita e mexe bastante com o espectador que está em busca de algo novo, que fuja do lugar comum. Experimente, conheça, não podemos dizer com certeza que você vai gostar mas certamente será uma experiência cinematográfica diferente.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de setembro de 2013

O Ataque

Mais uma vez o cinema americano explora a paranoia dos ataques terroristas. O alvo agora é a própria Casa Branca. Um grupo consegue entrar na sede do executivo dos EUA se fazendo passar por técnicos de manutenção. Uma vez lá dentro começam uma operação completamente insana, tomando todo o local com uma espantosa rapidez e facilidade. Sem saber de nada um ex-militar condecorado, Cale (Channing Tatum), faz um tour turístico com sua filha pelas salas e corredores da Casa Branca, o que o faz ficar no meio da crise. Por um lance de sorte do destino ele acaba salvando o próprio presidente de seus algozes e a partir daí tentará de todas as formas se manter vivo, ao mesmo tempo em que protege a mais alta autoridade da América. "O Ataque" é assinado pelo cineasta Roland Emmerich. E o que isso significa exatamente? Bom, Emmerich é um diretor de cinema na linha de outros realizadores como Michael Bay. Seu cinema é explosivo (literalmente), espalhafatoso, exagerado e é claro, completamente inverossímil. A típica produção pipoca para ser exibida em salas comercias de shopping center pelo mundo afora.

Tecnicamente tudo é muito bem realizado. Os membros da equipe do filme recriaram a Casa Branca em mínimos detalhes. O problema é que tirando isso de lado o que sobra é realmente um argumento muito absurdo, embalado por clichês por todos os lados. O presidente dos Estados Unidos, por exemplo, é interpretado pelo ator Jamie Foxx. Sua caracterização é a mais ufanista que você possa imaginar. O presidente é um homem de profunda bondade, cheio de valores e completamente íntegro! Como todos conhecemos a classe política (tanto aqui de nosso país como do restante do mundo) fica complicado acreditar nesse tipo de personalidade. Já Channing Tatum que faz o homem que impede que o presidente seja morto pelos terroristas é praticamente um Rambo da era moderna. Channing se esforça para virar um novo herói de ação mas tudo o que consegue mesmo é fazer o espectador ficar com saudades dos filmes de ação dos anos 80. Aliás ao ver um terrorista bombado, marrento, dando tiros no meio do salão oval será impossível não lembrar dos filmes de ação daquela década. Em suma, "O Ataque" é um filmão comercial, cheio de clichês, muito bem realizado do ponto de vista técnico mas que não traz absolutamente nada de novo. Para falar a verdade ele está mesmo é desatualizado, em pelo menos uns trinta anos.

O Ataque (White House Down, Estados Unidos, 2013) Direção: Roland Emmerich / Roteiro: James Vanderbilt / Elenco:  Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal / Sinopse: Grupo terrorista invade a Casa Branca e tenta de todas as formas colocar as mãos no Presidente que é salvo por um ex-soldado americano que está no local com a filha fazendo uma visita turística.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Histeria

Histeria foi uma denominação genérica usada nos séculos XIX e começo do XX que designava o estado em que certas mulheres ficavam por estarem insatisfeitas sexualmente. Nessas condições as mulheres apresentavam certos desvios de comportamento que a ciência médica sem uma definição melhor do que seria simplesmente qualificava como Histeria. Esse é justamente o ponto de partida dessa curiosa produção que tem feito bom desempenho nas bilheterias. Na história (que foi baseada em fatos reais) acompanhamos dois médicos, Robert (Jonathan Pryce) e Mortimer (Hugh Dancy), que tentam encontrar  uma solução ou uma cura para a histeria das mulheres dentro da rígida sociedade britânica. Após vários estudos chegam a um equipamento movido a energia elétrica que promete ser a solução da histeria entre as mulheres. Esse acessório hoje é conhecido popularmente como "vibrador" e é vendido em qualquer sex shop da esquina. O interessante de Histeria é que apesar do tema inusitado (o enredo nada mais é do que a história da invenção do vibrador feminino) consegue mostrar tudo isso com fina discrição e elegância. 

A produção é de classe, os figurinos da época, os costumes da sociedade, os padrões morais reinantes, fruto da era Vitoriana, tudo passeia na tela com o que há de melhor em termos de reconstituição histórica. Talvez toda essa sutileza do filme seja decorrência do fato de ter sido dirigido por uma mulher. A cineasta Tanya Wexler não deixa nunca o filme cair no lugar comum ou na vulgaridade. Até nas cenas mais fortes isso nunca acontece. Apesar do tema ser tão inglês a diretora Tanya é americana, jovem e com poucos filmes no currículo. Mesmo assim em momento algum sentimos qualquer sinal de inexperiência ou falta de rumo na condução da história, pelo contrário, tudo flui com rara sensibilidade. O elenco, pouco conhecido do grande público brasileiro, também não fará diferença. No final o público será presenteado com uma história intrigante, curiosa e até mesmo romântica. O filme está em cartaz em todo o Brasil por isso não perca a chance de conhecer "Histeria", um belo programa que mescla história, curiosidade e romance. 

Histeria (Hysteria, Estados Unidos, Inglaterra, 2012) Direção: Tanya Wexler / Roteiro: Jonah Lisa Dyer, Stephen Dyer / Elenco: Maggie Gyllenhaal, Hugh Dancy, Jonathan Price, Felicity Jones, Rupert Everett, Ashley Jensen, Sheridan Smith / Sinopse: Dois médicos ingleses em busca da cura da chamada Histeria entre as mulheres resolvem criar um aparelho elétrico para combater esse mal e nesse processo acabam inventando o vibrador feminino.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

As Torres Gêmeas

Como hoje é 11 de setembro vale a pena recordar desse filme que enfocou a grande tragédia que se abateu sobre a cidade de Nova Iorque em 2001. Antes de qualquer coisa é interessante citar o fato de que mesmo após mais de uma década dos atentados nenhum grande filme foi realizado sobre o trágico acontecimento. Nenhuma produção de ponta ou obra de arte foi criada em cima do 11 de setembro. Isso é um fato. O que temos até agora são apenas filmes medianos como esse. Por que isso aconteceu? Penso que o 11 de setembro atingiu tão fundo na alma daquele país que até hoje eles não conseguiram assimilar bem tudo o que aconteceu. A impressão que fica foi que toda a nação americana realmente ficou traumatizada com o tamanho e a eficiência do ataque terrorista. Os americanos tinham aquela mentalidade de que eram inatingíveis, que suas forças de segurança jamais deixariam que algo assim acontecesse. 

Quando os aviões bateram nas torres eles ficaram sem reação imediata. Como se viu eles realmente não estavam preparados para o que efetivamente ocorreu em Nova Iorque naquela data. Foi realmente uma surpresa e um choque. Dito isso vamos ao filme propriamente dito. "As Torres Gêmeas" conta a história real dos policiais John McLoughlin (Nicolas Cage) e Will Jimeno (Michael Pena). Após o colapso de uma das torres eles ficaram soterrados sob centenas de toneladas de escombros! De fato foram um dos poucos sobreviventes do ataque terrorista. A primeira parte do filme, mostrando os acontecimentos anteriores ao atentado, tem um ritmo lento, pouco interessante. Já o segundo ato é mais interessante pois a reconstituição é extremamente bem feita em seus mínimos detalhes. O problema é que o filme mesmo melhorando levemente nunca emplaca, nunca empolga. Talvez todos nós estejamos fartos do assunto que foi massivamente explorado pela mídia desde 2001 ou talvez o roteiro não seja tão instigante, caindo na vala comum. A escolha de Oliver Stone para dirigir o filme também foi equivocada. Esse é um cineasta contestador que gosta de expor as feridas da América. Já o roteiro desse filme tem doses extras de patriotada, como não poderia deixar de ser. O texto tenta a todo custo lamber as feridas deixadas pelos ataques. Em vão. Stone certamente não foi a escolha certa, notamos nitidamente um desconforto no trabalho dele. O resultado se vê na tela pois o filme parece truncado. A verdade pura e simples é que talvez nunca tenhamos um grande clássico no cinema sobre o 11 de setembro. O povo americano é muito centrado em si mesmo e odeia ver eventos históricos como esses retratados na tela grande. Eles não querem recordar suas derrotas mas sim suas vitórias, o que é normal. A conclusão que chegamos é que as feridas do 11 de setembro ainda estão bem abertas e longe de serem cicatrizadas.  

As Torres Gêmeas (World Trade Center, Estados Unidos, 2006) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Andrea Berloff / Elenco: Nicolas Cage, Michael Pena, Douglas J. Aguirre, Maria Bello, Maggie Gyllenhaal, Jon Bernthal, Stephen Dorff / Sinopse: "Torres Gêmeas" acompanha a história de dois policiais que se encontram no centro do grande atentado terrorista ocorrido em 11 de setembro de 2001. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Coração Louco

Eu sempre gostei do mundo musical e mais ainda dos bastidores da música; Sempre me interessei sobre a biografia dos cantores e bandas de que admiro e como todos podem ver em meus textos sobre música sempre tive grande prazer em tratar sobre o tema. Por isso fui com grandes expectativas assistir Coração Louco, o filme que deu o Oscar de Melhor ator para o carismático Jeff Bridges. Embora o filme seja dirigido por Scott Cooper a verdade é que em tudo se aparenta como um projeto bem pessoal tocado por Bridges e seu amigo de longa data Robert Duvall (ambos são produtores creditados). Esse fato, de ser um filme tocado com paixão e carinho pelos dois amigos, é um ponto extremamente positivo.

Jeff Bridges nos entrega uma atuação perfeita. Fazendo o decadente astro de outrora da música country ele está simplesmente impecável. Suas cenas de bebedeiras e consequentes ressacas (algumas homéricas) valem o filme. Seu prêmio da Academia foi mais do que merecido. Também era altamente previsível que ele levantasse a estatueta já que o Oscar adora personagens assim, que encontram a redenção de alguma forma (no caso do filme a mola propulsora da mudança vem através do amor que ele encontra em uma jornalista). Maggie Gyllenhaal, sua partner romântica, está muito bem, fazendo um belíssimo trabalho de apoio para Bridges esbanjar seu talento em cena. O filme nesse quesito de atuação é muito bom, acima da média, inclusive posso afirmar que todo o elenco se destaca de uma ou outra forma, menos Colin Farrell que achei bem inadequado no papel de um cantor country da nova geração (ele é irlandês, tem jeito de irlandês, canta mal e não se sai nem um pouco bem interpretando um redneck da country music).

Confesso que esperava mais do roteiro pois estava convencido que ele iria mostrar mais detalhes da vida artística do personagem de Bridges. Mas isso não aconteceu. Ao invés disso ele procurou se concentrar muito mais no romance com sua nova namorada e em sua tumultuada vida pessoal. Dessa forma os bastidores e o universo do mundo country foram de certa forma colocados de lado, principalmente na terça parte final do filme. Não faz mal. Em tempos de poucos filmes realmente inspirados foi um bom programa assistir a um filme como esse, que tem alma e coração, mesmo que seja louco.

Coração Louco (Crazy Heart, EUA, 2009) Direção: Scott Cooper / Roteiro de Scott Cooper baseado na novela de Thomas Cobb / Elenco: Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell / Sinopse: Cantor country decadente (Jeff Bridges) tena redimir sua vida pelo amor de uma mulher (Maggie Gyllenhaal).

Pablo Aluísio.