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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Sete Dias Com Marilyn

Gostei bastante do filme. A Michelle Williams está sobrenatural na pele de Marilyn Monroe. Sabe eu tinha receios que sua interpretação fosse cair no exagero ou no clichê mas isso não acontece. Ela captou muito bem a verdadeira Norma Jean. Complexa, de convivência turbulenta, fora de controle, terna e ao mesmo tempo irresponsável, dada a impulsos fora de hora. O ator Kenneth Branagh defende seu Sir Laurence Olivier com dignidade mas achei fraca sua interpretação. O Laurence era um sujeito de presença até mesmo intimidadora mas firme - no filme Branagh se limita a dar chiliques em cena, gritando com todos ao redor, algo impensável para o classudo ator original. Dois personagens centrais foram negligenciados no roteiro ao meu ver: Arthur Miller e Vivien Leigh. Miller é uma sombra, mal aparece, mal fala. Vivien Leigh também está quase sumida, me recordo agora de apenas duas cenas com ela - certamente os fãs de "E O Vento Levou" vão reclamar.

Mas nada disso tira os grandes méritos do filme. No fundo é a reconstituição totalmente curiosa do que aconteceu com aquele rapaz, Collin Clark (Eddie Redmayne), um mero terceiro assistente de direção, que acabou tirando a sorte grande ao se tornar próximo da estrela no set de filmagens. Michelle Williams captou perfeitamente a persona do mito: um quê de delicada, doce mas ao mesmo tempo totalmente imprevisível e incontrolável. Eu me senti recordando do que vi da atriz real em "Os últimos dias de Marilyn Monroe". Ela era assim na vida real, quase uma garotinha, sem muita noção das coisas que aconteciam ao redor ou do que ela representava na época (considerada a mulher mais famosa do mundo). Enfim, eu mais do que recomendo. A Michelle Williams na minha opinião foi mais sutil do que a Meryl Streep e merece levar o Oscar; A delicadeza de sua interpretação faz toda a diferença do mundo! Happy Birthday Mr President!

Sete Dias Com Marilyn (My Week With Marilyn, Estados Unidos, 2012) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Adrian Hodges baseado no livro de Colin Clark / Elenco: Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne, Julia Ormond / Sinopse: Marilyn Monroe (Michelle Williams) chega à Inglaterra para filmar seu novo filme, "O Principe Encantado" com Laurence Olivier (Kenneth Branagh). As filmagens logo se tornam tensas por causa dos constantes atrasos e problemas da famosa atriz americana.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de fevereiro de 2024

A Noite das Bruxas

Título no Brasil: A Noite das Bruxas
Título Original: A Haunting in Venice
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos, Reino Unido, Itália
Estúdio: Scott Free Productions
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Michael Green
Elenco: Kenneth Branagh, Tina Fey, Kelly Reilly, Michelle Yeoh, Jamie Dornan, Rowan Robinson, Riccardo Scamarcio

Sinopse:
O inspetor Hercule Poirot (Kenneth Branagh) é desafiado a solucionar mais um mistério. A morte de uma jovem adolescente, em uma velha mansão de Veneza, se torna estopim para novos assassinatos na noite de Halloween, só que o verdadeiro assassino (ou assassina) parece ter coberto bem seus rastros nos crimes. Apenas Poirot com sua lógica dedutiva vai conseguir solucionar esse grande mistério. 

Comentários:
Pelo visto o ator Kenneth Branagh tomou mesmo gosto pelas adaptações para o cinema dos livros escritos por Agatha Christe, em especial os que envolvem o personagem Hercule Poirot. E isso é interessante porque no passado, principalmente entre os anos 80 e 90, Branagh se especializou em levar para o cinema grandes e fidedignas adaptações de textos de Shakespeare, mas tudo bem, muda-se o tempo, mudam-se as fases na carreira. Nada é para sempre. Pois bem, aqui nada temos a reclamar em termos essencialmente cinematográficos. O filme é muito bem realizado, com ótima produção e aquele clima de filme antigo que faz falta nos cinemas nos dias atuais. Claro que, com a evolução do cinema, não se vai ter mais o mesmo impacto em relação a esse tipo de história. O mundo mudou desde que a autora publicou esse livro originalmente. Agatha Christie era excelente, mas temos que admitir que sua fórmula soa agora bem antiquada. De qualquer maneira sempre é uma diversão descobrir quem seria o assassino, ainda mais em clima de noite das bruxas, com supostos eventos sobrenaturais ocorrendo em cada quarto escuro daquela velha mansão. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Morte no Nilo

Agatha Christie está de volta aos cinemas com essa nova versão de um de seus livros mais populares. Sempre que ouço falar nessa obra me lembro imediatamente do filme original clássico de 1978. Sempre gostei muito desse filme dirigido por John Guillermin. O elenco era cheio de veteranos, com destaque muito especial para Peter Ustinov como um impagável Hercule Poirot, um dos personagens mais carismáticos e queridos da literatura de Agatha Christie. Quem o interpreta nessa nova versão é o ator e diretor Kenneth Branagh. Ele se sai bem, é um profissional dos mais competentes, mas devo dizer que ainda prefiro o bonachão Ustinov que segue sendo imbatível como o detetive. Agora, em termos de produção e capricho na direção de arte essa nova versão se sai melhor. Pesos e contrapesos, como sempre acontece quando comparamos versões cinematográficas diversas de um mesmo livro para o cinema.

No enredo um grupo de turistas ingleses parte para uma viagem no Rio Nilo. Esperam visitar os grandes monumentos históricos dos tempos dos faraós, do Egito antigo. O filme tem belas cenas desses pontos, mas infelizmente a produção optou muitas vezes pela computação gráfica, o que achei um certo exagero. No barco as coisas começam bem. Todos bem animados e interessados pela viagem. A paz e tranquilidade porém é quebrada quando uma rica herdeira é assassinada. Ela estava curtindo sua lua de mel. A partir daí Hercule Poirot terá que fazer jus a sua fama, descobrindo a verdadeira identidade do assassino que se encontra na viagem, no meio daqueles turistas. Roteiro bem escrito, clima agradável e boa produção garantem o interesse dessa nova versão. Em meu ponto de vista sua grande finalidade é mesmo apresentar Agatha Christie para toda uma nova geração de cinéfilos e leitores. Nesse aspecto o filme cumpre perfeitamente seu papel.

Morte no Nilo (Death on the Nile, Estados Unidos, 2022) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Michael Green, baseado na obra original escrita por Agatha Christie / Elenco: Kenneth Branagh, Annette Bening, Tom Bateman, Emma Mackey, Gal Gadot, Rose Leslie, Sophie Okonedo, Jennifer Saunders, Letitia Wright, Dawn French, Armie Hammer, Russell Brand / Sinopse: Três pssoas são assassinadas durange uma viagem de turismo no Rio Nilo. Quem seria o assassino ou assassinos? Mais uma complicada investigação para o detetive Hercule Poirot.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de abril de 2022

Belfast

Esse filme, que também concorreu ao Oscar na categoria de melhor filme do ano, me lembrou muito de "Roma". Com estrutura narrativa bem semelhante, baseada em memórias, com a infância de um garoto sendo passada em um momento histórico complicado de seu país, com os pais passando por dificuldades, em bela fotografia em preto e branco. É de certa maneira uma narrativa de nostalgia pura."Belfast" e "Roma" são filmes bem parecidos nesses aspectos. A historia de "Belfast" conta a infância de um garoto vivendo na Irlanda do Norte no final da década de 1960. Seu país vive uma crise entre católicos e protestantes, geralmente tudo terminando em violência. E o menino vivencia isso na pele, quando estava brincando na rua de sua casa e de repente chega um grupo de protestantes quebrando tudo! A razão? Alguns católicos morariam ali. Um perfeito retrato da imbecilidade humana.

O roteiro original foi escrito por Kenneth Branagh. Ele nasceu em Belfast, então fica meio óbvio que essa história traz aspectos biográficos do próprio diretor. Ele é o próprio garoto  Buddy da história que conta. Curioso que o diretor separou os irlandenses em duas categorias: Aqueles que ficam e aqueles que se vão. Os irlandeses sempre tiveram a  vocação para a emigração. Muito por causa dos problemas econômicos vivenciados em sua nação ao longo dos séculos, mas também por uma vontade de ir embora, conhecer o mundo. E ele acabou fazendo parte daqueles que foram embora, junto com seu pai e sua mãe. Ficaram para trás seus avôs que ele tanto amava. O avô havia sido minerador de carvão e na velhice pagou o preço por ter ido até o fundo das minas. Morreu de uma grave doença de pulmão. A ética de trabalho de sua geração o levou para a cova."Belfast" é isso, lembranças da infância de Kenneth Branagh. O passado de sua vida relembrada de forma lírica.

Belfast (Belfast, Reino Unido, 2021) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Kenneth Branagh / Elenco: Jude Hill, Judi Dench, Ciarán Hinds, Caitriona Balfe / Sinopse: O filme conta a história de um garoto vivendo na Irlanda do Norte no final da década de 1960. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Kenneth Branagh). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Som, Melhor Direção (Kenneth Branagh), Melhor Música Original ("Down to Joy" de Van Morrison), Melhor Ator Coadjuvante (Ciarán Hinds) e Melhor Atriz Coadjuvante (Judi Dench).

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Um Homem Determinado

O presidente dos Estados Unidos Franklin Delano Roosevelt não foi apenas o líder americano que enfrentou a II Guerra Mundial. Ele também enfrentava uma grande batalha interna, de índole pessoal. Ele lutava contra a poliomielite (paralisia infantil). O roteiro desse filme se concentra exatamente nesse aspecto de sua vida particular. Enquanto liderava os Estados Unidos em momentos de crise, como a grande depressão, ele também procurava tratamentos para sua doença. Alguns desses tratamentos eram alternativos. Ele, por exemplo, se sentia muito bem quando se banhava nas águas termais de Warm Springs, que inclusive dá título original ao filme. Muitas das cenas se passam nesse lugar onde o presidente conseguia relaxar e se sentir revigorado. A poliomielite de Roosevelt era inclusive de conhecimento de poucas pessoas próximas. O povo americano em geral desconhecia essa informação.

Essa foi uma produção da HBO Films. Por essa razão só foi exibido nesse canal por assinatura na época de seu lançamento original. Não é um filme muito conhecido, justamente por esse aspecto. Entretanto não vá pensar que se trata de um telefilme com pouco recursos ou algo parecido. A HBO sempre primou por um alto padrão de qualidade em suas produções. Penso inclusive que o filme é tão bom nesse ponto que poderia ter sido lançado nos cinemas sem maiores problemas. Esse conceito de que todo telefilme tem produção pobre e inferior é uma coisa que vem lá dos anos 60 e 70 e hoje em dia não passa de um preconceito sem qualquer razão de ser.

Um Homem Determinado (Warm Springs, Estados Unidos, 2005) Direção: Joseph Sargent / Roteiro: Margaret Nagle / Elenco: Kenneth Branagh, Cynthia Nixon, David Paymer / Sinopse: O filme conta a história real do presidente Franklin Delano Roosevelt (Kenneth Branagh) e sua luta para amenizar os efeitos da poliomielite (paralisia infantil) em sua vida pessoal. Filme premiado pelo Primetime Emmy Awards em cinco categorias.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Tenet

O estúdio fez de tudo para que esse filme fosse adiado. Afinal, o mundo estava vivendo uma pandemia, os cinemas, em sua maioria, estavam fechados. O público tinha receios de ficar em uma sala fechada por mais de duas horas com medo de ser contaminado. Só que o diretor Christopher Nolan bateu o pé, insistindo para que o filme fosse lançado na data que havia sido programada. Pois bem, sua vontade prevaleceu. E o que aconteceu? Sim, "Tenet" se tornou um fracasso comercial. Esse filme virou um paradigma, um exemplo ruim do que poderia acontecer caso os estúdios colocassem seus principais filmes, suas grandes produções em cartaz nos cinemas em 2020. Era quase certo que todos ele iriam naufragar. O vírus, queiram ou não, colocou a indústria do cinema americano de joelhos. Enquanto a população não for vacinada, não existirá bilheterias milionárias (ou bilionárias). Com isso todos os blockbusters foram adiados. Christopher Nolan quebrou a cara com sua arrogância.

E após assistir a esse filme posso até arriscar dizer que mesmo sem a pandemia esse "Tenet" não iria ser um enorme sucesso de bilheteria. O filme é fraco! Essa é a verdade! O roteiro, escrito pelo próprio Christopher Nolan, parece deslumbrado com a existência de universos invertidos, onde as coisas caminham para trás, ao invés de irem para frente. Qual é a novidade nisso? Já no cinema mudo a exibição de cenas invertidas era usada em comédias pastelão. Será que Nolan não sabia disso? Será que ele pensou que as pessoas iriam ficar espantadas com seus personagens andando para trás? Que bobagem...

A trama gira em torno de uma arma, criada no futuro, que consegue manipular o tempo. Dois agente são encarregados de evitar que essa arma caía em mãos erradas. O principal vilão é um contrabandista de armas, interpretado pelo bom ator Kenneth Branagh. E com esse fiapinho de história o filme se arrasta por quase duas horas e meia de duração. Confesso que quase larguei o filme pela metade. Aquela coisa toda de universo invertido é uma verdadeira chatice. Esse é seguramente o filme mais pretensioso e banal da carreira do Nolan. Merecia o fracasso comercial, com ou sem pandemia.

Tenet (Tenet, Estados Unidos, 2020) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan / Elenco: John David Washington, Robert Pattinson, Kenneth Branagh, Michael Caine, Elizabeth Debicki / Sinopse: Uma arma que manipula o espaço e o tempo é criada no futuro. Sua inventora decide enviá-la para o passado (o nosso presente) e dois agentes precisam colocar as mãos nela, antes que vá parar na mão de criminosos internacionais. Filme indicado ao People's Choice Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de novembro de 2020

O Caminho Para El Dorado

Título no Brasil: O Caminho Para El Dorado
Título Original: The Road to El Dorado
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Animation
Direção: Bibo Bergeron, Don Paul
Roteiro: Terry Rossio, Ted Elliott
Elenco: Kevin Kline, Kenneth Branagh, Rosie Perez, Armand Assante, Edward James Olmos, Jim Cummings

Sinopse:
Durante a exploração do novo mundo, no século XVI, dois vigaristas acabam descobrindo um mapa que levaria ao El Dorado, uma cidade feita de ouro na recém descoberta América. Com esse mapa em mãos eles então partem para uma grande aventura. Filme indicado a oito categorias no Annie Awards, o Oscar da animação.

Comentários:
Esse mundo da animação é dos mais concorridos dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Claro que o estúdio de Steven Spielberg, a Dreamworks, não ficaria de fora desse nicho. Porém, com poucas exceções, a Dreamworks nunca acertou muito nesse segmento. E aqui eles cometeram um erro básico. A conquista da América pela Espanha definitivamente não é tema para animação infantil. Tampouco a procura por El Dorado. Esses foram dois eventos históricos reais e levaram a um verdadeiro genocídio das populações nativas do continente americano. Vale a pena explorar esse tipo de passado sombrio, transformando tudo em animação infantil? Penso que não! Faltou mesmo bom senso na escolha do tema. E de mais a mais o fato é que esse desenho não é também muito bom, caindo muitas vezes no marasmo. Estima-se que esse filme custou 95 milhões de dólares e rendeu pouco mais do que isso. Não foi um projeto lucrativo. Não foi por falta de aviso. O público não curtiu o enredo, a história, os personagens, ou seja, não agradou mesmo. Hoje em dia essa animação está praticamente esquecida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

As Loucas Aventuras de James West

Algumas ideias são bem ruins. Um claro exemplo disso é esse equivocado "As Loucas Aventuras de James West", um remake de um antiga série de western da TV americana. O original televisivo era charmoso, muito bem produzido, com roteiros bem escritos. Tudo para mostrar as façanhas de James West, misto de cowboy e detetive, vivendo suas aventuras no velho oeste. O projeto até que caminhava bem pois havia toda uma geração de fãs que gostariam de reencontrar o personagem de sua infância. O problema é que Will Smith se interessou no filme e aí... tudo foi adaptado para virar um blockbuster de verão dos grandes estúdios de Hollywood. Aquela velha fórmula, com o filme cheio de efeitos especiais, cenas de ação bem exageradas. Essa nunca foi a proposta do material original.

Remake é remake. Já é algo problemático na maiora das vezes. Agora some isso a uma escolha de elenco totalmente errada. Essa seguramente foi uma das mais infelizes escalações de elenco da história do cinema americano. Will Smith não tinha realmente nada a ver com o personagem James West. Um ator cômico que fez fama e fortuna interpretando personagens malandros, de fato não se encaixava em nada no papel de West. Mas como o poder em Hollywood vem dos dólares que o ator consegue faturar nas bilheterias, todo o projeto foi reescrito, desfigurado para encaixar Smith dentro do filme. Uma pena. E o que dizer daquela tonelada de efeitos digitais gratuitos? Essa é uma outra forte razão porque o filme também não deu certo. A estória? Bom, vamos ao que sobrou. Durante a presidência de Ulysses S. Grant, surge um novo perigo no horizonte. o Dr. Arliss Loveless (Kenneth Branagh), um brilhante inventor, que começa a utilizar suas invenções mecânicas para dominar todo o país. Para combater seus objetivos o presidente americano então envia James West (Will Smith), um veterano da guerra civil. Ele conta com a ajuda de Artemus Gordon (Kevin Kline), também um cientista e inventor criativo e talentoso.

Mas não perca muito seu tempo tentando entender o que se passa no filme. Depois dessa premissa inicial, tudo o que se vê ao longo da duração é uma sucessão de máquinas criadas digitalmente, como um monstro parecendo uma aranha de metal. Nada é desenvolvido, nem explorado direito, resultando em um filme que mais parece um game da época. O curioso é que Will Smith estava sendo chamado de "O Rei do Verão" americano por causa dos sucessivos sucessos de bilheteria que vinha colecionando. Essa sucessão de êxitos comercias pararam justamente quando esse "James West" foi lançado. As expectativas logo se tornaram decepção e Smith amargou o primeiro grande fracasso comercial de sua carreira nos cinemas. A verdade é que o público não é bobo. Não adianta enfiar um ator famoso em um filme que nada tem a ver com ele, esperando por grandes bilheterias. Assim temos uma produção que não vai agradar a quase ninguém, nem aos fãs de Will Smith e nem muito menos os admiradores de faroeste. Quer um conselho final? Ignore esse James West. Prefira conhecer a série original da década de 1960. Garanto que vai ser muito mais divertido.

As Loucas Aventuras de James West
(Wild Wild West, Estados Unidos, 1999) Direção: Barry Sonnenfeld / Roteiro: Jim Thomas, John Thomas / Elenco: Will Smith, Kevin Kline, Kenneth Branagh / Sinopse: O presidente dos EUA envia James West até o oeste para enfrentar um cientista louco que pretende dominar o país com suas máquinas de destruição. Baseado na famosa série de TV.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Conspiração

Título no Brasil: Conspiração
Título Original: Conspiracy
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Frank Pierson
Roteiro: Loring Mandel
Elenco: Kenneth Branagh, Clare Bullus, Stanley Tucci, Simon Markey, David Glover, David Willoughby

Sinopse:
Na Conferência de Wannsee, realizada em 20 de janeiro de 1942, altos funcionários nazistas se reuniram para determinar a maneira pela qual a chamada "Solução Final para a Questão Judaica" poderia ser melhor implementada. Era o planejamento do holocausto que resultaria na morte de milhões de seres humanos. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor ator coadjuvante (Stanley Tucci).

Comentários:
E as atrocidades nazistas seguem gerando farto material histórico para bons filmes. O roteiro desse aqui tenta responder como foi planejado o holocausto, a morte sistemática de aproximadamente seis milhões de judeus em campos de concentração localizados na Europa dominada pela loucura da ideologia do nazismo. É um filme bem importante do ponto de vista histórico porque resgata os nomes e dá face aos criadores desse horror na história humana. Assim temos essa reunião onde líderes do partido dominante do III Reich alemão se encontraram para decidir o que fazer com os judeus aprisionados em campos por toda a Europa. O que mais choca é descobrir que a decisão foi tomada sem a menor expressão de culpa ou humanismo. Simplesmente ali, sentados em torno de uma grande mesa, foi decidido de forma fria, cruel e calculista que todos deveriam ser exterminados. E isso obviamente incluia mulheres, idosos e crianças, no maior evento de genocídio da história. Incrível como esses nazistas agiam como psicopatas, sem qualquer grau de empatia com o próximo. Isso só serve para provar mais uma vez que ideologias políticas podem facilmente desandar para o ódio, a cegueira e a insanidade completas. O filme é assim uma importante lição de história para todos.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de abril de 2020

A Pura Verdade

A ligação do ator e diretor Kenneth Branagh com William Shakespeare vem de longe. Ele adaptou no passado vários clássicos do autor inglês para o cinema. Todos com absoluto sucesso. Agora ele volta sob uma nova perspectiva, interpretando o próprio Shakespeare. Com maquiagem para se parecer mais com o dramaturgo, o resultado ficou excelente. O roteiro mostra os anos finais da vida dele, quando se recolheu para sua cidade natal, tentando levar uma aposentadoria tranquila. Quando o filme começa ele surge contemplando seu teatro em Londres sendo consumido pelas chamas. Diante dessa tragédia ele simplesmente desiste de seguir em frente. Fecha o teatro, deixa de escrever novas peças e volta para o interior.

O problema é que durante toda a sua vida Shakespeare foi um homem ausente. Retornar para a convivência com sua família não é das coisas mais simples. Ele carrega um trauma, pela morte de seu filho de 11 anos. Quando o garoto morreu ele se encontrava distante, longe, trabalhando em Londres e sequer foi ao funeral do filho. Agora essas lembranças dolorosas do passado voltam para lhe assombrar. E o fato de não ter um relacionamento pacífico com suas duas filhas torna a coisa ainda mais complicada. Uma das filhas é solteira, não quer se casar e sofre de um estigma social que era comum na época. Shakespeare quer que ela se case, para ter um neto do sexo masculino pois ele anseia por um herdeiro para seu legado.

Outros aspectos interessantes do ponto de vista histórico surgem nesse bem escrito roteiro. Por exemplo, você sabia que a esposa do escritor era completamente analfabeta? Anne Shakespeare (Judi Dench) foi uma mulher importante em sua vida, mas sem educação formal, não conseguia ler sequer uma página da obra monumental escrita pelo marido. Em relação ao falecimento precoce do garoto Hamnet Shakespeare, o filme toma algumas liberdades históricas. É uma boa narrativa ficcional sobre as razões de sua morte, mas a verdade é que até hoje os historiadores não sabem com certeza do que ele morreu.  Por fim há uma curiosa insinuação de um amor homossexual entre William Shakespeare e o Conde de Southampton (Ian McKellen), algo que teria acontecido no passado, mas que teria dado vazão a versos apaixonados do escritor para o nobre. A pura verdade ou mera ficção?

A Pura Verdade (All Is True, Inglaterra, 2018) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Ben Elton / Elenco: Kenneth Branagh, Judi Dench, Ian McKellen, Kathryn Wilder / Sinopse: O filme conta os últimos anos de vida do famoso escritor e dramaturgo William Shakespeare. Após um incêndio que destrói seu teatro em Londres ele volta para sua terra natal, no interior. Lá precisa lidar com os problemas familiares de suas filhas e sua esposa, enquanto decide construir um jardim em memória ao falecimento de seu filho.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 9 de março de 2018

Harry Potter e a Câmara Secreta

Eu nunca li um livro de Harry Potter. Quando eles chegaram no mercado eu já tinha passado da idade certa para curti-los. São livros escritos especialmente para os públicos infantil e pré-adolescente. Mesmo assim quando a coleção escrita por J.K. Rowling começou a ser adaptada pelo cinema fiz questão de conferir todos os filmes. Queria ao menos conhecer esse universo de fantasia que havia feito tanto sucesso nas livrarias. De maneira em geral gostei de todos os filmes. Tenho certas críticas a fazer aos dois últimos, que foram produzidos em dobro apenas para faturar mais em cima das bilheterias. O enredo caberia perfeitamente em apenas um filme, mas a ganância do estúdio falou mais alto. Esse aqui intitulado "Harry Potter e a Câmara Secreta" é o segundo filme da série cinematográfica, novamente dirigido por Chris Columbus, que uma vez tendo dirigido esse filme largou a franquia.

Esses primeiros filmes de Harry Potter para o cinema são os melhores. Os atores ainda eram quase crianças (entrando na prè adolescência) e por isso uma certa magia é preservada nas produções. Claro que em termos de produção não há nada a reclamar. Como uma franquia milionária, Harry Potter teve tudo do melhor em termos de efeitos especiais, figurinos, cenários, direção de arte, etc. É um universo com muitas possibilidades (tanto que já deu origem a uma nova franquia inaugurada recentemente com o sucesso de "Animais Fantásticos e onde Habitam"). Confesso que hoje em dia, passado tanto tempo (lá se vão quinze anos de sua estreia no cinema!), já não me recordo exatamente de cada filme com exatidão detalhista, afinal os assisti apenas uma vez no cinema, na época de seus lançamentos originais. Mesmo assim não seria nada penoso rever essas produções. São filmes que funcionam bem, para todas as idades.

Harry Potter e a Câmara Secreta (Harry Potter and the Chamber of Secrets, Estados Unidos, 2002) Direção: Chris Columbus / Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Kenneth Branagh, Alan Rickman, Richard Harris, Maggie Smith, John Cleese / Sinopse: Após péssimas férias na casa de seus tios, o jovem Harry Potter se prepara para o segundo ano em Hogwarts, a famosa escola de magia. Tudo vai indo bem até que ele recebe a visita de uma estranha criatura, que lhe avisa para não voltar pois coisas sinistras estão prestes a acontecer.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Dunkirk

Historicamente a retirada de Dunquerque foi um dos momentos mais cruciais da II Guerra Mundial. Os britânicos e franceses se viram cercados por forças nazistas e tiveram que abandonar às pressas uma região importante em termos de estratégia. O Primeiro Ministro Churchill preferiu a retirada ao invés de perder seus batalhões. Um passo atrás para no futuro continuar a avançar rumo à vitória. Esse evento já virou filme antes, bons filmes aliás, como "Tobruk" e "A Retirada de Dunquerque", dois clássicos do cinema de guerra. Agora o cineasta Christopher Nolan (da excelente trilogia do Batman) resolveu voltar para aquelas praias cercadas pelo inimigo.

O roteiro é direto ao ponto. Quando o filme começa vemos um jovem soldado inglês escapando por pouco dos tiros dos alemães. Eles parecem estar em todos os lugares (mas curiosamente nunca surgem na tela). Após quase morrer, o soldado finalmente consegue ir para a sua linha de combate. Assim como ele, milhares de outros soldados esperam a chegada dos navios da armada inglesa para irem embora de Dunquerque, afinal a ordem de retirada já foi dada e eles não possuem mais nada a fazer ali, a não ser sobreviver. Os navios porém não parecem chegar nunca. A força aérea da Alemanha nazista (a temida Luftwaffe) faz dos indefesos soldados estacionados naquela praia alvos fáceis. 

Três caças ingleses então são enviados, mas a jornada até as praias de Dunquerque se torna complicada. O roteiro também abre espaço para o esforço de guerra do homem comum. Na história vemos ingleses, cidadãos normais, usando seus barcos particulares para resgatarem o maior número possível de soldados. Um momento realmente impactante de heroísmo das pessoas simples, que tentam ajudar de alguma forma no front de batalha. Nolan assim usa três linhas narrativas para contar a história de seu filme. A do jovem soldado que espera ser resgatado nas praias de Dunquerque, a dos pilotos que lutam nos céus contra os inimigos para salvar os homens do exército e finalmente a das pessoas comuns, civis, que usam seus próprios barcos para ajudar de alguma forma na retirada. Tudo muito bem conduzido, com ótimas cenas de batalha, em especial com os caças da linha Spitfire, símbolos máximos da eficiência da RAF (A força aérea real inglesa) na guerra. Nolan também acerta em realizar um filme enxuto, que conta sua história de forma honesta, eficiente, sem encher a paciência do espectador com coisas desnecessárias. Desde "O Resgate do Soldado Ryan" não tinha assistido a um filme da II Guerra Mundial tão bem realizado. Está mais do que recomendado. 

Dunkirk (Dunkirk, Estados Unidos, Inglaterra, França, Holanda, 2017) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan / Elenco: Tom Hardy, Kenneth Branagh, James D'Arcy, Cillian Murphy, Fionn Whitehead, Barry Keoghan, Mark Rylance / Sinopse: O filme mostra a retirada nas praias de Dunquerque das forças inglesas e francesas sob o ponto de vista de três personagens principais: um jovem soldado inglês, um piloto de caça da RAF e um homem mais velho, veterano, que usa seu pequeno barco para resgatar o maior número possível de soldados daquele cerco armado pelas forças nazistas. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção (Christopher Nolan) e Melhor Trilha Sonora (Hans Zimmer).

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Assassinato no Expresso do Oriente

Sempre gostei das adaptações dos livros de Agatha Christie para o cinema. Grandes filmes do passado mantiveram bem essa tradição. Provavelmente o livro mais famosa dessa escritora seja exatamente esse, "Assassinato no Expresso do Oriente". Aqui você encontrará todos os ingredientes que fizeram dessa pacata velhinha inglesa uma das maiores vendedores de livros de todos os tempos. Sempre há um mistério a se resolver e vários suspeitos geralmente em ambientes fechados. É quase uma experiência empírica. Com o ambiente controlado fica mais fácil estudar os objetos de estudo, que são justamente as pessoas suspeitas do crime que move toda a trama. Esse sempre foi o grande atrativo da obra de Agatha Christie: resolver um caso misterioso e desvendar a identidade do verdadeiro autor do crime.

Pois bem, nem faz muito tempo que assisti a versão de 1974. Um filme muito bom por sinal. Agora o ator e diretor Kenneth Branagh resolveu apostar numa nova adaptação. Como é de praxe nesse tipo de filme ele contou também com um elenco numeroso, cheio de nomes famosos, do passado e do presente. O problema é que Kenneth Branagh decidiu que iria fazer um produto fast food, de rápida digestão, a ser exibido nos cinemas comerciais de shopping center mundo afora. Uma decisão lamentável. Tudo parece acontecer rápido demais, sem explorar o clima e nem os personagens que rondam esse assassinato que ocorre justamente nesse trem tão famoso, o Orient Express. Esse aliás é o grande problema desse novo filme: a pressa. Praticamente tudo vai se atropelando, sem muita sofisticação, sem muita preocupação em se criar todo um ambiente sofisticado para contrastar justamente com o lado grotesco de um homicídio.

Em um filme assim temos que ter também uma caracterização perfeita do detetive Hercule Poirot. Nesse quesito nenhum ator até hoje conseguiu superar Peter Ustinov que foi a mais perfeita encarnação de Poirot no cinema. Talvez envaidecido por sua própria fama, o diretor Kenneth Branagh cometeu o erro fatal de se auto escalar como Poirot. Ficou péssimo. Ele não tem nem a corporação física de ser Poirot que sempre foi um figura bonachona, com quilinhos a mais e QI acima do normal. Tentando ser Poirot  Kenneth Branagh só se tornou muito chato! E o que dizer daquele bigode simplesmente horrível que ele ostenta no filme? Com o personagem central mal escalado tudo fica mais difícil. Para piorar ainda mais a situação a pressa não dá chance nenhuma para nenhum dos atores desse rico elenco se sobressair. Eles possuem apenas pequenos momentos, pequenos trechos que não fazem muita diferença. Assim o meu veredito final não é bom. Não gostei dessa nova versão que peca por querer ser comercial demais. Ficou com cara mesmo de fast food descartável.

Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Michael Green, baseado na obra escrita por Agatha Christie / Elenco: Kenneth Branagh, Penélope Cruz, Willem Dafoe, Michelle Pfeiffer, Judi Dench,  Johnny Depp / Sinopse: Durante uma viagem no Expresso do Oriente um homem é morto misteriosamente em sua cabine. Para descobrir o crime entra em cena o detetive Hercule Poirot que acaba descobrindo que praticamente cada um dos passageiros do trem teria um motivo para assassinar o tal sujeito.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Celebridades

Nos anos 70 Woody Allen dirigiu uma série de filmes bem autorais. Os roteiros eram bem intelectualizados e o humor refinado. Acontece que naquela época o diretor tinha um produtor rico, um tipo de mecenas, que sempre bancava a produção de seus filmes. Mesmo que essas produções não trouxessem grandes bilheterias ou até mesmo se viessem a se tornar fracassos, não importava. O mecenas estava lá para bancar Allen e sua filmografia. Nos anos 90 ele morreu. Assim Woody Allen precisou se mexer novamente, fazer filmes mais comerciais, que trouxessem retorno financeiro aos estúdios. Esse "Celebridades" é dessa segunda fase. Allen deixou as obras mais autorais de lado, encheu seus filmes de atores conhecidos e estrelas de Hollywood (que participavam quase de graça em suas obras pelo simples prestígio de trabalhar nelas) e mudou seu estilo de fazer cinema.

Eu nunca gostei muito desses filmes da segunda fase do diretor. Eles são artificiais demais, com roteiros mais bobos, mais simples, tudo para abrir espaço a uma constelação de atores famosos. A maioria desses filmes trazem roteiros mosaicos, com várias histórias se desenvolvendo ao mesmo tempo, se encontrando apenas no final. Algo cansativo e que nem sempre funciona direito. Como o próprio nome desse filme indicava, Allen resolveu reunir um grupo de celebridades do cinema, com direito a  Leonardo DiCaprio e Charlize Theron em papéis menores, servindo como coadjuvantes de alto luxo. No saldo final tudo é bem fraco. Allen até tentou se justificar, dizendo que o roteiro servia como uma crítica ao mundo das celebridades, mas sabemos que o que ele queria mesmo era fazer boa bilheteria. Sem o velho e bom mecenas era hora de arregaçar as mangas e fazer sucesso a todo custo. Por fim um detalhe curioso: no elenco temos uma participação especial de Donald J. Trump, ele mesmo o atual presidente dos Estados Unidos! Naquela época ele era apenas mais uma celebridade espalhafatosa e ninguém poderia supor que um dia iria se tornar presidente!

Celebridades (Celebrity, Estados Unidos, 1998) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco:  Leonardo DiCaprio, Charlize Theron, J.K. Simmons, Joe Mantegna, Kenneth Branagh, Judy Davis, Donald J. Trump / Sinopse: Um grupo de casais, alguns deles formados por celebridades, passa por inúmeras crises em seus casamentos, tudo desandando para uma série de divórcios escandalosos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Operação Sombra - Jack Ryan

Título no Brasil: Operação Sombra - Jack Ryan
Título Original: Jack Ryan - Shadow Recruit
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Adam Cozad, David Koepp
Elenco: Chris Pine, Kevin Costner, Keira Knightley, Kenneth Branagh
  
Sinopse:
Jack Ryan (Chris Pine) é um jovem universitário que resolve se alistar nos fuzileiros navais americanos após o ataque terrorista de 11 de setembro em Nova Iorque. Após ser abatido em combate é recrutado por Thomas Harper (Kevin Costner) para trabalhar na CIA. Sua função passa a ser localizar contas bancárias pelo mundo usadas por grupos terroristas. Suas investigações acabam mirando também em outras nações, como a Rússia. Viktor Cherevin (Kenneth Branagh), um figurão, acaba assim entrando no alvo da agência de inteligência americana.

Comentários:
O personagem Jack Ryan, criado nas páginas dos livros escritos pelo autor Tom Clancy está de volta! Vários filmes com o agente foram realizados em um passado recente (como "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "Perigo Real e Imediato" e "A Soma de Todos os Medos") e agora a Paramount tenta inaugurar um novo ciclo de filmes, uma nova franquia. Para isso o espectador é levado até a juventude de Ryan, para entender de onde veio e como se tornou um dos mais eficientes agentes da CIA. Como se trata de um filme de origens o espectador pode ficar meio decepcionado. Nem sempre esse tipo de manobra dá muito certo, principalmente quando se tem em mira um personagem que já foi devidamente explorado no cinema. O resultado é morno e sem graça. Chris Pine, que também luta para ressuscitar a velha franquia de "Star Trek" demonstra que não tem carisma suficiente para segurar essa responsabilidade. Seu Jack Ryan é seguramente o mais fraco de todos os que vimos até o presente momento.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Othelo

A peça "Othelo" de William Shakespeare teve ao menos cinco grandes adaptações famosas no cinema americano. Essa versão aqui ficou conhecida por um fato até singelo, mas importante para o público afrodescendente. Pela primeira vez na história um ator realmente negro interpretou o personagem principal, o mouro atormentado pela dúvida da existência ou não de uma suposta traição por parte da mulher que ama, a bela (e branca) lady Desdemona (Irène Jacob). Coube a Laurence Fishburne a honra de defender o papel com toda a extensão de seu talento dramático. Interessante que na versão cinematográfica mais famosa o grande Orson Welles precisou se pintar de negro para convencer nas telas como Othelo, o que resultou em algo até estranho, embora o talento de Welles conseguisse sobreviver realmente a tudo - até mesmo a algo tão equivocado como se pintar para parecer um mouro verdadeiro.

Nesse Othelo dos anos 90 alguns outros aspectos também chamam a atenção, a começar pelo brilhante trabalho do ator (e especialista na obra de Shakespeare) Kenneth Branagh. Ele interpreta o vilão vil e inescrupuloso Iago. Ouso até escrever que essa foi a melhor transposição desse personagem para as telas. No quesito atuação não há como negar que Branagh roubou o filme inteiro para si. O ator conseguiu o tom certo, trazendo com sua atuação uma qualidade incrível para o filme como um todo. Outro ponto que merece destaque é o lado sensual das cenas de amor entre Othelo e Desdemona! Pelo visto o diretor tentou mesmo realçar o calor dessa paixão de todas as maneiras possíveis. Essa sensualidade à flor da pele inclusive serviu de munição para algumas críticas que desaprovaram o filme na época de seu lançamento. Bobagem, os tempos eram outros e penso que o próprio William Shakespeare teria aprovado a maior ênfase no lado sensual desse romance de destino trágico.

Othelo (Othello, Estados Unidos, 1995) Direção: Oliver Parker / Roteiro: Oliver Parker, baseado na obra de William Shakespeare / Elenco: Laurence Fishburne, Kenneth Branagh, Irène Jacob, Michael Sheen / Sinopse: Mesmo contra a vontade de sua família a jovem Desdemona (Irène Jacob) resolve se casar com mouro Othelo (Fishburne). Com o tempo, apesar do calor da paixão, ele começa a desconfiar que estaria sendo traído pela sua esposa. Filme indicado ao Screen Actors Guild Awards ma categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Kenneth Branagh).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Cinderela

Contos de fadas sempre são fascinantes, mesmo depois que nos tornamos adultos e deixamos as coisas de criança para trás. O império Disney foi construído em cima justamente dessa base. Sabendo disso os executivos do estúdio descobriram uma nova fórmula de faturar grandes bilheterias no cinema com a produção de filmes convencionais que nada mais são do que remakes de suas animações mais famosas do passado. Assim temos agora essa nova versão de "Cinderela". A historinha é por demais conhecida, mostrando a sofrida vida de Ella (Lily James), uma jovem de bom coração, muito doce e cheia de bons sentimentos, que acaba ficando numa situação muito complicada após a morte dos pais, tendo que morar ao lado da sua madrasta (Cate Blanchett), uma verdadeira megera e suas duas filhas fúteis e frívolas.

Humilhada e transformada praticamente numa serva, com muitas obrigações e quase nenhum direito dentro de sua própria casa, ela vê sua cinzenta vida tomar um rumo bem mais feliz e colorido ao conhecer o jovem Kit (Richard Madden) numa floresta. Na verdade ele, que se passa como um simples aprendiz, é na verdade o príncipe herdeiro de seu reino. Para não assustar a jovem e bela camponesa o nobre rapaz assim acaba escondendo sua verdadeira identidade. Quando o Rei decide que chegara o momento de seu filho se casar ele decreta que todas as jovens do reino devem comparecer no grande baile do ano. Cinderela assim vê uma bela oportunidade para rever seu apaixonado, enquanto as filhas de sua madrasta estão mais interessadas em casar com o príncipe para colocarem suas mãos em sua fortuna. A partir daí o roteiro segue os passos do desenho clássico, com as passagens que tanto conhecemos, os sapatinhos de cristal, a fada madrinha, a carruagem de abóbora, os ratinhos que se transformam em lindos cavalos brancos, o bater dos sinos da meia-noite e a desesperada busca do príncipe por sua amada, usando para isso um de seus sapatinhos de cristal que ficou para trás. Tudo mais ou menos igual (com pequenas modificações) ao conto de fadas original.

A direção foi entregue para Kenneth Branagh, uma decisão acertada pois o ator e diretor irlandês tem grande experiência com adaptações de obras literárias do passado. Basta lembrar de suas famosas transições para a tela da obra de William Shakespeare em filmes como "Henrique V", "Muito Barulho por Nada" e "Hamlet". Assim não seria grande desafio trazer a história de "Cinderela" para os cinemas dessa vez. Algumas de suas características mais marcantes estão presentes, como a bela direção de arte que acaba recriando com um belo visual, reinos encantados de um tempo distante indefinido. Outra decisão interessante foi colocar atores e atrizes provenientes de séries americanas em papéis coadjuvantes. Uma das filhas da madrasta, Anastasia, é interpretada pela linda Holliday Grainger que se destacou muito na série "Os Bórgias" no papel de Lucrécia Bórgia. Nonso Anozie, que foi o fiel escudeiro de Drácula na série de mesmo nome, também está presente no elenco como um capitão da guarda fiel ao príncipe. Sophie McShera, a Daisy de "Downton Abbey", também atua como a outra filha da madrasta de Cinderela.

Já no elenco principal quem se destaca mesmo (e isso já era bem previsível) é a atriz Cate Blanchett. Usando um figurino exótico ela dá vida para a personagem da madrasta, uma mulher com uma personalidade desprezível mesmo. Seus olhares já dizem tudo sobre ela. A atriz Lily James que surge como Cinderella não chega a impressionar, mas pelo menos também não estraga o filme. Nada surpreendente, leva sua atuação em um termo médio. Ela é bonitinha, mas sinceramente poderia ser mais, pois esse é um papel que exige uma beleza extrema, tal como no desenho. O roteiro segue até bem fiel com o conto de fadas que todos conhecemos, mas os roteiristas resolveram acrescentar alguns pequenos detalhes que não descaracterizam em nenhum momento o conto clássico. No final fica a sensação de se ter visto um belo filme, com uma mensagem bonita e pertinente (o verdadeiro amor não tem preço). Tudo realizado com muito bom gosto, classe e beleza.

Cinderela (Cinderella, Estados Unidos, 2015) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Chris Weitz / Elenco: Lily James, Cate Blanchett, Richard Madden, Helena Bonham Carter, Stellan Skarsgård, Holliday Grainger, Sophie McShera, Nonso Anozie, Derek Jacobi, Ben Chaplin. / Sinopse: Remake com atores de carne e osso da famosa animação da Disney, "Cinderela". A historinha narra a vida da gata borralheira, uma jovem de boa índole que cai nas garras de uma madrasta cruel e desalmada que a explora, junto de suas duas odiosas filhas, enquanto ela procura reencontrar o grande amor de sua vida, um jovem que se diz ser um mero aprendiz que conhecera em um bosque próximo de sua casa.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Operação Sombra - Jack Ryan

Título no Brasil: Operação Sombra - Jack Ryan
Título Original: Jack Ryan - Shadow Recruit
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Adam Cozad, David Koepp, Tom Clancy 
Elenco: Chris Pine, Kevin Costner, Keira Knightley, Kenneth Branagh

Sinopse: 
Jack Ryan (Chris Pine) é um jovem universitário que assiste os terríveis atentados terroristas de 11 de setembro. Tomado por um fervor patriótico resolve se alistar no corpo de fuzileiros dos Estados Unidos. Após ser abatido em combate acaba conhecendo a charmosa médica Cathy Muller (Keira Knightley) em um hospital militar. Sua vida porém está prestes a mudar. Especialista em mercado financeiro ele é procurado pelo misterioso Thomas Harper (Kevin Costner) que o quer nos quadros da CIA, o serviço de inteligência americano. Disfarçado, Ryan começa então a trabalhar em Wall Street com o objetivo de rastrear contas internacionais usadas para terrorismo. Suas suspeitas o levam até Moscou, onde encontra uma peça chave em todo o esquema, comandado por Viktor Cherevin (Kenneth Branagh). 

Comentários:
Você conhece bem o personagem Jack Ryan. De vez em quando ele vai e volta ao cinema americano em filmes como "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "Perigo Real e Imediato" e "A Soma de Todos os Medos". Já foi interpretado por Alec Baldwin, Harrison Ford e Ben Affleck. Agora retorna na pele do ator Chris Pine (o Capitão Kirk da nova franquia Star Trek). Como se pode perceber logo nas primeiras cenas estamos na presença de mais um daqueles filmes que contam as origens de personagens famosos. O problema é que não faz sentido. É absurda essa introdução de como ele entrou na CIA simplesmente porque Jack Ryan nos livros de Tom Clancy tem suas estórias passadas em um tempo bem anterior aos atentados de 11 de setembro de 2001, então como agora Hollywood tenta situar sua origem justamente naqueles acontecimentos? Além disso o Jack Ryan que todos conhecemos é um homem experiente, na faixa de seus 40 e tantos anos, frio e calculista e não o garotão que surge nesse filme, apaixonado, passional e cheio de altos valores morais. A única coisa que explica tantas mudanças é a necessidade de trazer o personagem para os dias atuais, para ser comercializada para um público muito jovem que frequenta os cinemas atualmente. Isso acabou estragando o filme que além do mais nem tem uma trama muito interessante e complexa como a dos filmes anteriores. O resultado de tudo isso é fácil de explicar pois "Operação Sombra - Jack Ryan" é sem dúvida o mais fraco filme realizado com esse personagem. Uma pena.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Henrique V

Na década de 1950 o grande sir Laurence Olivier conseguiu adaptar com sucesso para o cinema a excelente obra prima de William Shakespeare, Henry V. Na época isso foi considerado uma ousadia, uma vez que Shakespeare era considerado um autor muito teatral, praticamente impossível de se adaptar para o cinema por causa da linguagem excessivamente rebuscada e de difícil transposição para a estética cinematográfica. Isso porém não inibiu Olivier que foi em frente e conseguiu realmente realizar um filme tecnicamente perfeito. Venceu inclusive o Oscar, sendo essa a maior prova de seu êxito artístico. Décadas depois, Kenneth Branagh, considerado uma espécie de sucessor de Laurence Olivier, resolveu tentar novamente, dessa vez porém se aproximando ainda mais da narrativa tradicional do cinema, procurando sempre lapidar a teatralidade de Shakespeare para deixar o filme mais próximo do público jovem. O resultado é essa nova versão de Henrique V, uma produção de encher os olhos, e que tal como aconteceu com o filme original dos anos 50 também foi saudada como uma inovação muito bem-vinda.

Henry V (ou Henrique V, seguindo a tradição antiga da língua portuguesa em traduzir os nomes dos reis e nobres da Idade Média) foi um monarca real, que governou a Inglaterra de 1413 a 1422. Seu grande feito histórico foi derrotar os franceses (eternos inimigos dos ingleses) em 1415 na batalha de Azincourt. Forjando assim o começo de uma nova era e uma nova dinastia para trono britânico. Considerado um herói em seu país, Shakespeare resolveu escrever uma obra bem dúbia sobre esse monarca, ora o louvando, ora expondo de forma bem sutil seus defeitos pessoais. Essa dubiedade é o grande atrativo da obra original até os dias de hoje. Já Kenneth Branagh procurou pela grandiosidade, dando destaque para toda a pompa daquele período histórico. O resultado final não nega suas origens. Afinal as palavras extremamente bem escritas por Shakespeare não poderiam ser ignoradas no filme. Assim houve quem reclamasse da irregularidade ao longo da película, onde intercalam-se grandes cenas de batalha com pausas para longos monólogos declamados pelos atores. Esse tipo de crítica não prospera, pois é justamente isso que torna o filme realmente grandioso. Assim se você estiver em busca de um pouco de enriquecimento cultural, principalmente em relação a William Shakespeare e sua obra, então Henrique V se torna de fato uma ótima pedida.

Henrique V (Henry V, Inglaterra, 1989) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Kenneth Branagh baseado na obra de William Shakespeare / Elenco: Kenneth Branagh, Simon Shepherd, Derek Jacobi / Sinopse: Henrique V (Kenneth Branagh), monarca absolutista inglês, enfrenta as terríveis forças francesas em uma batalha decisiva durante a Idade Média.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de julho de 2013

Operação Valquíria

Esse é aquele tipo de filme que todo mundo sabe como vai terminar mas que mesmo assim não deixa de ser interessante. Além disso é ótimo para quem se interessa pela história da Segunda Grande Guerra Mundial porque foi um fato real, que tentou mudar os rumos do maior conflito armado que o mundo já viu. Como se sabe a Alemanha Nazista era liderada com mãos de ferro pelo sanguinário ditador Adolf Hitler. Ele tinha um plano insano de expandir o chamado Terceiro Reich para além das fronteiras da Alemanha. Em sua distorcida visão havia uma raça superior formada pelos arianos, alemães altos e loiros, que deveriam dominar as demais raças inferiores (praticamente todo o resto do mundo). Para crescer e dominar a nova raça deveria ter um “espaço vital” e por essa razão Hitler começou a invadir todos os países da Europa. Aos poucos Tchecoslováquia, Polônia, Áustria e outros foram caindo em questão de semanas. O sucesso espetacular parecia garantir ao Fuhrer a dominação do mundo. Isso durou até o momento em que resolveu invadir a União Soviética (Rússia e países controlados por Moscou sob um regime comunista brutal). Péssima ideia pois a partir dessa invasão a Alemanha literalmente começou a perder a guerra pois o exército russo sob o comando de Stálin fez picadinho das tropas de Hitler.

O filme começa justamente quando as tropas do Eixo começavam a sofrer uma derrota atrás da outra no front russo. Foi a partir desse momento que um grupo de oficiais do exército decidiu se livrar de seu megalomaníaco e lunático líder. Aliás é bom de se dizer que Hitler em momento algum da guerra foi bem visto pelos altos oficiais do exército alemão. O ditador era encarado por muitos generais como um maluco sem qualquer tipo de visão militar ou estratégica (de fato enquanto esteve servindo o exército alemão na I Guerra Hitler nunca havia passado do reles posto de cabo). Comandados por um inepto muitos oficiais resolveram dar cabo ao chefe nazista. A operação que tentou acabar com a vida de Hitler foi a “Operação Valquíria”. A idéia era colocar uma bomba durante uma das reuniões do ditador com alguns comandantes militares. Depois de sua morte o exército alemão tentaria uma última e desesperada tentativa de rendição com os aliados. Tom Cruise interpreta o Coronel Claus von Stauffenberg, o oficial responsável em colocar a bomba perto de Hitler numa casamata secreta no meio da floresta onde o ditador se encontraria com seu QG. Como se sabe as coisas não deram muito certo e Hitler só foi parado mesmo quando o exército vermelho entrou em Berlim, destruindo tudo pelo caminho. Mas isso é o de menos, releve o fato de você saber como o filme termina e assista acompanhado tudo com os olhares curiosos de quem presencia a história se desenvolvendo ao sabor dos ventos.

Operação Valquíria (Valkyrie, Estados Unidos, 2008) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Christopher McQuarrie, Nathan Alexander / Elenco: Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Tom Wilkinson, Terence Stamp / Sinopse: O filme detalha os planos para matar o ditador e líder nazista Adolf Hitler por um grupo de altos oficiais do exército alemão descontentes com os rumos da Guerra após a invasão da Rússia.

Pablo Aluísio.