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sábado, 18 de setembro de 2021

Domino - A Caçadora de Recompensas

Título no Brasil: Domino - A Caçadora de Recompensas
Título Original: Domino
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema, Scott Free Productions
Direção: Tony Scott
Roteiro: Richard Kelly, Steve Barancik
Elenco: Keira Knightley, Mickey Rourke, Edgar Ramírez, Rizz Abbasi, Delroy Lindo, Mo'Nique

Sinopse:
Domino Harvey (Keira Knightley) é uma modelo da agência Ford. Mesmo com futuro promissor pela frente ela decide jogar tudo para o alto para assumir uma posição na vida que ninguém poderia esperar. Ela se torna uma caçadora de recompensas.

Comentários:
Esse filme fez parte da fase final da carreira do diretor Tony Scott. Ele morreu tragicamente quando decidiu tirar sua própria vida. Ao que tudo indica sofria de depressão há anos e chegou em seu limite. Só podemos lamentar. Menos talentoso que seu irmão Ridley, mas com um grande faro para filmes mais comerciais e pop, Tony Scott aqui dirigiu seguramente um de seus filmes menos interessantes. Tive a oportunidade de ver no cinema e não achei grande coisa. "Domino" é um daqueles filmes de ação com edição ágil e veloz, mas que não consegue esconder sua falta de conteúdo. As cenas de ação são muito boas, mas os personagens são bem rasos e sem profundidade. E isso foi um grande desperdício pois o elenco contava com bons atores. A atriz Keira Knightley sempre foi muito talentosa, mostrando isso nos diversos filmes de época ao longo de sua carreira. Mickey Rourke, mesmo já bombado e desfigurado por cirurgias plásticas desastrosas, sempre foi um bom ator. Porém como Scott decidiu criar um filme de ação um tanto genérico, essa dupla acabou desperdiçada, assim como a boa produção. É um filme que não surpreende e nem causa surpresas. No final das contas é bem sem graça.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de agosto de 2021

A Duquesa

Título no Brasil: A Duquesa
Título Original: The Duchess
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures                      
Direção: Saul Dibb
Roteiro: Saul Dibb, Anders Thomas Jensen
Elenco: Keira Knightley, Ralph Fiennes, Charlotte Rampling, Dominic Cooper, Hayley Atwell, Simon McBurney

Sinopse: 
Baseado em fatos reais, o filme narra a história de Georgiana Spencer, nobre inglesa que se destacou por romper com os modelos femininos que se esperavam de uma mulher da nobreza como ela. Casada com o Duque de Devonshire, que estava interessado apenas em um herdeiro, a jovem duquesa resolveu romper os laços mais tradicionais da sociedade britânica da era vitoriana. Roteiro baseado no livro escrito por Amanda Foreman.

Comentários:
Filme muito bom, com excelente reconstituição de época e história mais do que interessante dessa nobre inglesa que estava além de seu tempo. Criada para ser uma dondoca palaciana, para dar um herdeiro ao seu riquíssimo marido e nada mais, ela resolveu ir além. Mulher inteligente se engajou em lutas feministas da época e se aliou ao Partido Liberal, o que era algo completamente escandaloso para uma mulher de sua posição social. Também não se furtou de abraçar suas paixões, se envolvendo inclusive em vários romances extraconjugais já que seu marido, um tanto afetado, não parecia lhe dispensar maior atenção. Outro fato curioso digno de nota é que a verdadeira Georgiana Spencer foi uma das mulheres da família Spencer, linhagem essa que décadas depois daria origem a parte da sucessão ao trono da Inglaterra dos dias atuais, pois uma de suas descendentes foi nada mais, nada menos do que Diana Spencer, a Lady Di, a muito querida pelos ingleses, Princesa Diana. Assim os futuros reis da Inglaterra serão descendentes da revolucionária Georgiana, quem diria! No mais vale registrar elogios para todo o elenco principal. Keira Knightley, Ralph Fiennes e Charlotte Rampling estão perfeitos em cena, recriando todo o clima de sofisticação e refinamento que imperava na casas nobres daquela época. Um belo retrato de um tempo em que a mulher tinha que abrir seus próprios caminhos com muita luta, garra e vontade. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor figurino (Michael O'Connor).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Piratas do Caribe: O Baú da Morte

Título no Brasil: Piratas do Caribe - O Baú da Morte
Título Original: Pirates of the Caribbean - Dead Man's Chest
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio
Elenco: Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley, Bill Nighy, Jonathan Pryce, Jack Davenport

Sinopse:
Jack Sparrow (Johnny Depp) precisa recuperar o coração de Davy Jones para evitar escravizar sua alma. E isso não vai ser fácil já que outros estão na mesma busca, cada um com seu próprio interesse pessoal. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (John Knoll, Hal T. Hickel e equipe). Também indicado nas categorias de melhor mixagem de som e melhor edição de som.

Comentários:
Aqui vai uma pequena confissão que tenho em relação a esses filmes. Eu vi todos, alguns inclusive no cinema, mas na maioria das vezes, puxando apenas pela memória, nao consigo mais diferenciar uns dos outros. Isso em meu ponto de vista significa duas coisas. Primeiro que os filmes são muito parecidos entre si, sem maiores inovações. Segundo, que nunca chegaram a me marcar de nenhuma maneira. São filmes altamente comerciais, o Depp ficou muitas vezes milionário, é uma franquia cinematográfica bilionária... porém, não faria muita diferença se não existissem. Pelo menos no meu caso particular. Se vale por alguma coisa, em termos de cinema, poderia dizer que pelo menos resgataram um velho filão que andava morto e enterrado, a dos filmes de piratas, das aventuras dos sete mares, mesmo que bastante modificados, usando e abusando de efeitos especiais de última geração. De qualquer forma a Disney, produtora do filme, pouco se importou com todos esses detalhes. Essa produção de 200 milhões de dólares faturou mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias. Esse sim é um grande baú, só que de dinheiro!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Piratas do Caribe: No Fim do Mundo

Título no Brasil: Piratas do Caribe - No Fim do Mundo
Título Original: Pirates of the Caribbean At World's End
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio
Elenco: Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley, Geoffrey Rush, Jonathan Pryce, Jack Davenport,

Sinopse:
O Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) volta aos sete mares, mas precisa sobreviver a uma legião de inimigos que querem vê-lo morto, traído pelas costas. Entre eles está o pirata Hector Barbossa (Geoffrey Rush) que quer colocar as mãos em Sparrow e o governador Weatherby Swann (Pryce) que deseja colocar lei e ordem no Caribe a serviço do Rei.

Comentários:
Não vá perder a conta. Esse foi o terceiro filme da franquia "Piratas do Caribe". O grande sucesso dos filmes anteriores fez com a Disney gastasse a verdadeira fortuna de 300 milhões de dólares para produzir esse blockbuster. Acabou sendo um filme mais caro do que "Titanic" que ostentava até aquele momento o título de filme mais caro da história. Uma verdadeira temeridade, até mesmo para os padrões multimilionários da indústria cinematográfica americana. Por causa desse custo absurdo o filme acabou não sendo tão lucrativo como se esperava, o que fez com que os filmes seguintes já não contassem com um orçamento tão estourado. No geral o filme não tem maiores novidades, é realmente um prato requentado (e não requintado!). Johnny Depp retomou aos maneirismos do Capitão Jack Sparrow, algo que o público em geral parece apreciar bastante. Curiosamente seu jeito de ser foi inspirado - acredite! - no roqueiro Keith Richards dos Rolling Stones. E não é que o próprio músico acabou fazendo uma pontinha divertida no filme como o pai do pirata de Depp! Ironia pouca é bobagem. Então é isso, mais um exemplar perdulário da Disney com esses piratas do cinema que foram inspirados em um brinquedo da Disneylândia. Vai entender a mente desses executivos...

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de abril de 2019

Colette

Esse filme conta a história da escritora francesa Sidonie-Gabrielle Colette. E essa não foi uma história comum, típica de uma mulher de sua época. Ela era filha de um veterano de guerra, um homem honesto, mas pobre, sem recursos. Em um tempo em que as mulheres casavam oferecendo dotes aos maridos ela definitivamente não era uma futura esposa almejada por muitos. Quem acabou se interessando por ela foi um homem mais velho, um escritor meio fracassado chamado  Henry Gauthier-Villars, conhecido no meio literário como Willy. Ele contratava escritores fantasmas e depois colocava seu nome como autor. Algo nada honesto.

Então ele descobre o grande talento de sua nova esposa com as letras. Sempre endividado e à beira da falência ele colocou Colette para escrever incansavelmente. Acabou encontrando finalmente o sucesso, mas explorando sua esposa para isso. Embora os livros fossem escritos por ela, ele os assinava, levando os lucros e a fama pelo sucesso dos livros lançados. Chegava ao ponto de trancá-la em um quarto até que ela escrevesse novas páginas para os romances. Uma espécie de escravidão literária.

E então finalmente Colette decide te ruma vida independente. Ela pede o divórcio e começa um caso homossexual com marquesa Mathilde de Morny. Porém ainda havia a questão dos livros, algo que levou o ex-casal a lutar por anos e anos nos tribunais franceses. Eis aqui um bom filme, não apenas bem realizado, mas também recheado de trechos mais do que curiosos. Como escrevi essa escritora não teve uma vida comum, ao contrário disso, foi bem tumultuada, cheio de problemas. No meio de tudo havia o amor pela arte, não apenas dos livros, mas também das peças de teatro, da dança e das performances. Foi através disso que Gabrielle Colette se tornou realmente imortal.

Colette (França, Estados Unidos, Inglaterra, 2018) Direção: Wash Westmoreland / Roteiro: Richard Glatzer, Wash Westmoreland / Elenco: Keira Knightley, Dominic West, Arabella Weir, Fiona Shaw, / Sinopse: O filme conta a história da escritora francesa Gabrielle Colette, de seu casamento com Henry Gauthier-Villars (Willy), até seu romance com a marquesa Mathilde de Morny. Filme premiado pelo British Independent Film Awards.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos

Esse filme foi a aposta da Disney no final de ano. Custou 120 milhões de dólares e teve uma bilheteria decepcionante dentro dos Estados Unidos. Só recuperou o investimento por causa do mercado internacional, mas em nenhum momento conseguiu se tornar realmente um sucesso. De fato não era uma tarefa muito fácil adaptar o clássico "O Quebra-Nozes" para o cinema, em um roteiro que criou uma espécie de fábula, misturando elementos de contos de fadas e fantasia para o público infantil e juvenil. A produção, como era de se esperar, é realmente excelente. De encher os olhos do espectador. Os figurinos e cenários lembram a Rússia Czarista, inclusive no formato das torres dos grandes palácios.  Tudo classe A, do melhor bom gosto.

A estorinha é redondinha, de fácil entendimento para as crianças. Não faltam princesas, rainhas más, fadas, roupas extravagantes, etc. Nesses quesitos não haveria mesmo o que criticar. Penso que o público americano acabou não comprando a ideia do filme justamente por se basear em algo que não é tão familiar ou popular à cultura pop daquele país. Seria algo clássico demais para o público padrão. De qualquer forma a Disney, com sua reconhecida competência técnica, jamais colocaria no mercado um produto de má qualidade, muito pelo contrário. Talvez o problema dessa vez foi que foram, talvez, um pouco longe demais. E é justamente isso também o que explica as boas bilheterias na Europa. Por lá houve uma curiosidade natural do público em conferir a adaptação para o cinema desse que talvez seja um dos grandes exemplos da chamada alta arte no velho continente.

O elenco tem dois nomes de peso. Helen Mirren, com maquiagem e figurinos dos antigos palhaços medievais, começa como vilã, mas como o roteiro dá margem a reviravoltas descobrimos que ela não é tão malvada como se pensava.  Morgan Freeman é um coadjuvante de luxo, um velho relojoeiro, que sabe muitas coisas, se tornando uma espécie de sábio da corte. A protagonista Clara é interpretada pela atriz Mackenzie Foy que é bonitinha e simpática, mas sem grande carisma. No meio de uma produção tão opulenta ficaria mesmo complicado para a mocinha se destacar. Então é isso, temos aqui mais uma pomposa produção com o selo Disney. Pelos esforços envolvidos em sua produção merecia até mesmo maior reconhecimento por parte do público.

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos (The Nutcracker and the Four Realms, Estados Unidos, 2018) Direção: Lasse Hallström, Joe Johnston / Roteiro: Ashleigh Powell, E.T.A. Hoffmann, baseados no ballet criado por Marius Petipa / Elenco: Mackenzie Foy, Helen Mirren, Morgan Freeman, Keira Knightley, Ellie Bamber / Sinopse: Após a morte de sua mãe, a jovem Clara (Foy) vai parar em um mundo mágico. Ela está em busca de uma chave que vai abrir o presente que sua mãe lhe deixou no natal, só que essa chave é muito mais importante do que ela possa imaginar. Filme indicado ao Annie Awards.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de outubro de 2018

Simplesmente Amor

São nove estórias de relacionamentos envolvendo os mais diversos personagens. Em uma delas o primeiro-ministro da Inglaterra acaba se apaixonando por uma das funcionárias de seu gabinete. Na outra uma jovem profissional, desenhista gráfica, vê sua vida amorosa ter inúmeros problemas por ter um irmão com problemas mentais. Na seguinte vemos um homem casado se interessando por sua secretária e por aí vai. Uma sucessão de pequenas crônicas amorosas que procura mostra a vida pessoal dos mais diversos tipos. Um retrato de problemas que podem atingir qualquer um, inclusive você

Esse filme tive a oportunidade de ver no cinema. Como já sabia de antemão ele apresentava vários problemas, um deles que é bem comum nesse tipo de produção com grande elenco e roteiro fragmentado, é a dispersão de foco. Com dezenas de personagens acaba que nenhum deles tem maior importância. Quando um estúdio resolve unir vários astros em um só filme já sabemos que nenhum deles terá personagens bem desenvolvidos na tela. É algo previsível. Muitos personagens, pouco foco. Além disso nem todo mundo aprecia esse tipo de roteiro ao estilo mosaico, com várias estórias correndo em paralelo ao mesmo tempo. Para muitos é algo que deixa o filme disperso demais. Enfim, "Simplesmente Amor" é isso, um filme prejudicado por suas próprias pretensões exageradas.

Simplesmente Amor (Love Actually, Estados Unidos, Inglaterra, 2003) Direção: Richard Curtis / Roteiro: Richard Curtis / Elenco: Hugh Grant, Liam Neeson, Colin Firth, Emma Thompson, Keira Knightley, Alan Rickman, Rodrigo Santoro, Billy Bob Thornton, Rowan Atkinson, Elisha Cuthbert, January Jones, Denise Richards, Claudia Schiffer, Bill Nighy, Martin Freeman, Martine McCutcheon / Sinopse: São nove estórias de amor, mostrando as dificuldades de encontrar o amor de nossas vidas. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Premiado pelo BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Bill Nighy).

Pablo Aluísio

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra

Eu acompanhei a carreira do ator Johnny Depp desde os anos 80. Naquela época ele só atuava em filmes mais cult, artísticos. Por isso era um dos jovens atores mais prestigiados pela crítica mundial. O tempo passou e em 2003 ele finalmente se rendeu ao cinemão mais comercial de Hollywood. Deixou sua imagem de ator alternativo de lado para abraçar esse blockbuster da Disney. O mais curioso dessa metamorfose é que o filme não era baseado em um livro, nem um game, mas sim em uma atração do parque Disneyworld, isso mesmo, um brinquedo muito popular entre os visitantes de lá. Absurdo? Ora, em Hollywood nada se cria, tudo se transforma, tudo se copia...

O curioso é que apesar de revisitar um velho tema em termos de gêneros cinematográficos, a dos filmes de piratas, bem populares nos tempos de Errol Flynn, essa nova produção tinha como alvo o público mais jovem, que frequentava salas de cinema dos shopping centers. Assim havia farto uso de efeitos especiais de última geração, com um toque de magia e fantasia que não ficariam deslocados em um filme da série "O Senhor dos Anéis". O resultado foi, pelos menos comercialmente, muito bom. Esse primeiro filme rendeu quase um bilhão de dólares, o colocando entre as maiores bilheterias de todos os tempos, abrindo espaço para uma franquia que não parece ter fim, pois até hoje em dia está em cartaz. Johnny Depp obviamente ficou milionário. Dos cachês pequenos dos filmes de arte, ele pulou para o primeiro time entre os mais bem pagos da indústria cinematográfica americana. Nada mais justo, uma vez que seu pirata Jack Sparrow (inspirado nos maneirismos de Keith Richards dos Stones) era certamente uma das melhores coisas do filme.

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl, Estados Unidos, 2003) Direção: Gore Verbinski / Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio / Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley / Sinopse: O Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) é um pirata do século XVII que precisa quebrar uma maldição envolvendo sua tripulação e seu navio, o Pérola Negra! Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Johnny Depp), Melhor Maquiagem, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Johnny Depp).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Esse é o quinto filme da franquia "Piratas do Caribe". Somando-se as bilheterias de todos os filmes anteriores o estúdio faturou quase quatro bilhões de dólares arrecadados nos cinemas! É um valor assombroso! Por isso a Disney parece não querer largar o osso. Curiosamente esse quinto filme acabou decepcionando comercialmente, mostrando que o público finalmente cansou das aventuras do capitão pirata Jack Sparrow. Com orçamento de 230 milhões de dólares (outra fortuna), o filme mal conseguiu até agora se pagar nas bilheterias de cinema. Provavelmente, depois desse pífio desempenho, a franquia finalmente chegue ao seu tão adiado final. Realmente não há muito mais a se explorar. O roteiro desse novo filme, por exemplo, é apenas uma variação de todos os anteriores. Há obviamente o protagonista carismático, sempre envolvido em cenas absurdas, um capitão querendo vingança  e alguns personagens secundários que não fazem muita diferença no final. E claro, não poderíamos esquecer, muitos efeitos visuais, os mais bem realizados de Hollywood. Aqui temos tubarões zumbis (isso mesmo que você leu!) aliados a um navio fantasma (literalmente falando) com toda a tripulação morta voltando ao mundo dos vivos para uma acerto de contas definitivo com Sparrow.

Por falar nesses marinheiros mortos, a melhor coisa do filme é justamente o vilão, o capitão espanhol Salazar (Javier Bardem), No passado ele teve seu navio afundado por uma manobra de Jack Sparrow. Sua nau bateu nos recifes e todos morreram, inclusive ele. Envoltos numa maldição eterna eles conseguem voltar ao mundo dos vivos para se vingarem finalmente de Sparrow. Os efeitos digitais são muito bem feitos, como já escrevi, em especial o visual etéreo de Salazar, com seus cabelos sempre dando a impressão de que ele está afundando no fundo do mar (afinal ele morreu justamente assim). Fora isso esse quinto filme é mais do mesmo. Há o breve retorno de alguns personagens do primeiro filme e até uma aparição divertida de Paul McCartney como o tio de Sparrow,  Pena que são apenas aspectos menores que ajudam a passar o tempo.

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales, Estados Unidos, 2017) Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg / Roteiro: Jeff Nathanson / Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Javier Bardem, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley, Paul McCartney / Sinopse: O falecido capitão espanhol Salazar (Bardem) volta para o mundo dos vivos para se vingar do capitão pirata Jack Sparrow (Depp), a quem ele culpa por sua morte e de seus tripulantes. Filme indicado ao Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Operação Sombra - Jack Ryan

Título no Brasil: Operação Sombra - Jack Ryan
Título Original: Jack Ryan - Shadow Recruit
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Adam Cozad, David Koepp
Elenco: Chris Pine, Kevin Costner, Keira Knightley, Kenneth Branagh
  
Sinopse:
Jack Ryan (Chris Pine) é um jovem universitário que resolve se alistar nos fuzileiros navais americanos após o ataque terrorista de 11 de setembro em Nova Iorque. Após ser abatido em combate é recrutado por Thomas Harper (Kevin Costner) para trabalhar na CIA. Sua função passa a ser localizar contas bancárias pelo mundo usadas por grupos terroristas. Suas investigações acabam mirando também em outras nações, como a Rússia. Viktor Cherevin (Kenneth Branagh), um figurão, acaba assim entrando no alvo da agência de inteligência americana.

Comentários:
O personagem Jack Ryan, criado nas páginas dos livros escritos pelo autor Tom Clancy está de volta! Vários filmes com o agente foram realizados em um passado recente (como "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "Perigo Real e Imediato" e "A Soma de Todos os Medos") e agora a Paramount tenta inaugurar um novo ciclo de filmes, uma nova franquia. Para isso o espectador é levado até a juventude de Ryan, para entender de onde veio e como se tornou um dos mais eficientes agentes da CIA. Como se trata de um filme de origens o espectador pode ficar meio decepcionado. Nem sempre esse tipo de manobra dá muito certo, principalmente quando se tem em mira um personagem que já foi devidamente explorado no cinema. O resultado é morno e sem graça. Chris Pine, que também luta para ressuscitar a velha franquia de "Star Trek" demonstra que não tem carisma suficiente para segurar essa responsabilidade. Seu Jack Ryan é seguramente o mais fraco de todos os que vimos até o presente momento.

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de março de 2016

Orgulho & Preconceito

Título no Brasil: Orgulho & Preconceito
Título Original: Pride & Prejudice
Ano de Produção: 2005
País: Inglaterra, França, Estados Unidos
Estúdio: Focus Features, Universal Pictures, StudioCanal
Direção: Joe Wright
Roteiro: Deborah Moggach
Elenco: Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Brenda Blethyn, Carey Mulligan, Donald Sutherland 
  
Sinopse:
Baseado na obra imortal escrita por Jane Austen, "Pride & Prejudice" conta uma história de amor em um momento particularmente complicado na vida de personagens que se vêem tragados por eventos de proporções mundiais. O enredo mostra a vida de cinco irmãs inglesas - Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia Bennet - que sonham em se casar com o homem perfeito. O problema será superar todas as dificuldades que irão surgir pela frente. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Direção. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Figurino, Música e Atriz (Keira Knightley).

Comentários:
Ainda demorará alguns anos para que outras cinematografias alcancem o nível de sofisticação e classe do cinema inglês. Há toda uma preocupação em adaptar obras literárias importantes (como as de autoria da genial Jane Austen) e um cuidado todo especial em realizar pesquisas históricas para se chegar com máxima fidelidade possível nos modos de ser e se vestir das pessoas que viveram na época em que se passam os enredos narrados por essa escritora. O resultado é simplesmente impecável, valorizado por personagens extremamente humanos e bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico e emocional. O filme foi mal qualificado e classificado no Globo de Ouro concorrendo na categoria de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Essa gafe acabou virando uma chacota entre a imprensa britânica. Obviamente que a graça está presente em muitas das obras de Austen, mas considerar um filme como esse como uma mera "comédia" só deixa exposto uma certa falta de sofisticação intelectual por parte dos americanos. Ignore isso e se delicie com as maravilhosas observações, ora cínicas, ora críticas, de Jane Austen sobre as convenções sociais de seu tempo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O Jogo da Imitação

Título no Brasil: O Jogo da Imitação
Título Original: The Imitation Game
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: The Weinstein Company, Black Bear Pictures
Direção: Morten Tyldum
Roteiro: Andrew Hodges, Graham Moore
Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode
  
Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial se torna vital ao governo inglês decifrar os códigos criptografados de comunicação das forças armadas alemãs. Para isso se resolve formar um grupo de alto nível, com cientistas e matemáticos renomados. Um deles, Alan Turing (Benedict Cumberbatch), logo se destaca ao propor a construção de uma enorme máquina de descodificação denominada de "Christopher". Mesmo contando com a desconfiança dos militares e o ceticismo de seus próprios companheiros de pesquisas ele segue em frente, numa das mais importantes missões de toda a história da guerra. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Benedict Cumberbatch), Melhor Atriz (Keira Knightley), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som. Filme vencedor do Oscar 2015 na categoria de Melhor Roteiro Adaptado (Graham Moore)

Comentários:
Um excelente filme que procura enfocar em um dos momentos mais cruciais de toda a guerra. Para os ingleses o conflito vinha sendo desenvolvido de forma desastrosa, com muitas baixas e perdas nos campos de batalha. Apenas um serviço de espionagem eficaz poderia reverter o quadro desalentador. Assim foi criado um grupo de gênios em suas áreas de conhecimento que tinha como principal objetivo quebrar o código alemão de comunicação conhecido como Enigma. Não era uma tarefa fácil. Havia milhões de combinações possíveis e nenhuma pista sólida para se chegar a uma solução para o quebra cabeças. Foi então que se destacou o matemático Alan Turing (Benedict Cumberbatch). Pessoalmente era um sujeito bem estranho e esquisito, cheio de manias e com pouco talento no trato social. Extremamente lógico e direto, ele certamente não seria reconhecido por ser um homem amável ou simpático, porém possuía uma dessas mentes raras, com imenso talento para decifrar códigos e mensagens secretas. Seu modo de pensar de forma abstrata, bem à frente de seu tempo, daria origem a uma enorme máquina, quase do tamanho de uma sala, apenas para fazer cálculos que seriam impossíveis para a mente de um ser humano comum. Bom, se a figura de um computador primitivo veio em sua mente você está certo! De certa maneira foi isso mesmo que Turing construiu, um dos primeiros computadores da história. Ele inclusive foi um dos pioneiros na ideia inovadora de se criar um computador digital provido de inteligência artificial! Era realmente um privilegiado. Curiosamente também tinha um complicado segredo para guardar de foro íntimo, que poderia o levar até mesmo para a prisão de acordo com as leis inglesas da época. Em suma, um belo resgate histórico desse sujeito que hoje em dia poucos conhecem, mas que foi tão crucial na vitória contra os nazistas quanto qualquer soldado no campo de batalha. No final de tudo a grande mensagem que o filme passa é simples de se resumir: uma guerra não se vence apenas com armas, mas com inteligência também!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Operação Sombra - Jack Ryan

Título no Brasil: Operação Sombra - Jack Ryan
Título Original: Jack Ryan - Shadow Recruit
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Adam Cozad, David Koepp, Tom Clancy 
Elenco: Chris Pine, Kevin Costner, Keira Knightley, Kenneth Branagh

Sinopse: 
Jack Ryan (Chris Pine) é um jovem universitário que assiste os terríveis atentados terroristas de 11 de setembro. Tomado por um fervor patriótico resolve se alistar no corpo de fuzileiros dos Estados Unidos. Após ser abatido em combate acaba conhecendo a charmosa médica Cathy Muller (Keira Knightley) em um hospital militar. Sua vida porém está prestes a mudar. Especialista em mercado financeiro ele é procurado pelo misterioso Thomas Harper (Kevin Costner) que o quer nos quadros da CIA, o serviço de inteligência americano. Disfarçado, Ryan começa então a trabalhar em Wall Street com o objetivo de rastrear contas internacionais usadas para terrorismo. Suas suspeitas o levam até Moscou, onde encontra uma peça chave em todo o esquema, comandado por Viktor Cherevin (Kenneth Branagh). 

Comentários:
Você conhece bem o personagem Jack Ryan. De vez em quando ele vai e volta ao cinema americano em filmes como "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "Perigo Real e Imediato" e "A Soma de Todos os Medos". Já foi interpretado por Alec Baldwin, Harrison Ford e Ben Affleck. Agora retorna na pele do ator Chris Pine (o Capitão Kirk da nova franquia Star Trek). Como se pode perceber logo nas primeiras cenas estamos na presença de mais um daqueles filmes que contam as origens de personagens famosos. O problema é que não faz sentido. É absurda essa introdução de como ele entrou na CIA simplesmente porque Jack Ryan nos livros de Tom Clancy tem suas estórias passadas em um tempo bem anterior aos atentados de 11 de setembro de 2001, então como agora Hollywood tenta situar sua origem justamente naqueles acontecimentos? Além disso o Jack Ryan que todos conhecemos é um homem experiente, na faixa de seus 40 e tantos anos, frio e calculista e não o garotão que surge nesse filme, apaixonado, passional e cheio de altos valores morais. A única coisa que explica tantas mudanças é a necessidade de trazer o personagem para os dias atuais, para ser comercializada para um público muito jovem que frequenta os cinemas atualmente. Isso acabou estragando o filme que além do mais nem tem uma trama muito interessante e complexa como a dos filmes anteriores. O resultado de tudo isso é fácil de explicar pois "Operação Sombra - Jack Ryan" é sem dúvida o mais fraco filme realizado com esse personagem. Uma pena.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Apenas uma Noite

Joanna (Keira Knightley) e Michael (Sam Worthington) parecem formar, aos olhos dos outros, um belo casal, mas no fundo tudo não passa de uma mera fachada social. Internamente o cotidiano é de brigas, desconfianças e ciúmes. Michael está sempre em viagens de negócios e nutre uma indisfarçável atração por Laura (Eva Mendes), uma latina muito sensual e charmosa. Se o marido sonha com uma escapada de seu casamento falido a esposa também não fica muito atrás. Desde que morou na França alguns anos atrás Joanna se interessou muito pelo escritor americano radicado em Paris, Alex (Guillaume Canet), afinal ele é muito espirituoso, inteligente e atraente. Além disso eles possuem interesse em comum pois ela sonha um dia também se tornar uma escritora. Como se pode perceber, embora casados, os dois estão a um passo de trair um ao outro. E tudo parece seguir por esse caminho quando em uma noite em particular Joanna resolve jantar fora com Alex enquanto o marido está em uma viagem de negócios. E esse também não perde tempo ao se encontrar em um hotel com Laura. Traições para todos os lados.

Esse "Apenas uma Noite" tem uma moralidade bem duvidosa. Ao mesmo tempo em que mostra a derrocada de um casamento joga com a expectativa do espectador sobre os acontecimentos que se desenrolam na tela. Será que ele trairá a esposa? Será que ela trairá o marido? A trama se desenrola apenas em uma noite (como deixa claro o título), onde marido e mulher terão a oportunidade (ou não) de trair seus laços matrimoniais. Keira Knightley está muito bem na caracterização da esposa, que está em grande conflito emocional. Sabe que o marido talvez a esteja traindo mas não tem certeza. Ao mesmo tempo não sabe se o trair será uma boa ideia. Infelizmente o ator Sam Worthington, que interpreta o marido, não se sai bem em cena, ficando muitas vezes inexpressivo na tentativa de passar algum conflito para o público que assiste ao filme. Já Eva Mendes interpreta uma caricatura, a da mulher latina, muito sexy, que pouco está se importando com o fato do homem objeto de seu desejo ser casado ou não! Apesar desses pequenos pecados a película ainda é bem interessante pois procura mostrar a questão da infidelidade conjugal de uma forma bem adulta e coerente. 

Apenas uma Noite (Last Night, Estados Unidos, 2010) Direção: Massy Tadjedin / Roteiro: Massy Tadjedin / Elenco: Keira Knightley, Sam Worthington, Eva Mendes, Guillaume Canet / Sinopse: Durante uma noite um casal em crise tem todas as oportunidades para concretizar uma infidelidade mútua. Será que vão realmente pular a cerca?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Rei Arthur

Existe muita especulação histórica sobre a existência real ou não do mitológico Rei Arthur. Até bem pouco tempo atrás havia um consenso entre os historiadores de que Arthur era de fato apenas um personagem literário que teria nascido nas antigas canções medievais dos trovadores que iam de vila em vila encantando seu público ao cantar as estórias de um rei justo, leal e devotado ao seu povo que havia existido há muitos anos, em um passado perdido na memória. Essa era a tese mais aceita entre os especialistas até que começou a surgir uma nova corrente afirmando que Arthur foi de fato um soberano do mundo real que teria governado logo após a saída das tropas romanas da Bretanha. Ele assim teria surgido no vácuo deixado pelas tropas imperiais de Roma que teriam voltado para a cidade eterna com o objetivo de amenizar as inúmeras crises que se abatiam na capital do império (pois Roma já estaria vivendo seus dias de queda e decadência).

O roteiro do filme então abraça essa segunda visão. O Arthur desse filme surge justamente dentro desse contexto histórico e isso é a primeira grande diferença de outros retratos feitos do lendário Rei no cinema. De fato sempre ficamos acostumados a ver Arthur como um Rei medieval, que reinou na chamada Baixa Idade Média. Já o Arthur que emerge nas telas aqui é um soberano do mundo antigo, ainda enfrentando os últimos suspiros das tropas romanas em seu país. Infelizmente o roteiro muitas vezes se preocupa mais com a ação e as cenas de batalhas do que por fatores históricos propriamente ditos. Mesmo assim é aquele tipo de produção que vale muito mais pelo que propõe do que por suas qualidades cinematográficas. Certamente não é um filme perfeito, tem furos e lacunas em seu enredo mas no final das contas tudo é salvo pela idéia interessante e moderna que defende. Teria mesmo Arthur sido um monarca justo e digno? Teria mesmo existido? Infelizmente nunca saberemos a resposta mas não custa nada também sonhar um pouco não é mesmo?

Rei Arthur (King Arthur, Estados Unidos, 2004) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: David Franzoni / Elenco: Clive Owen, Ioan Gruffudd, Keira Knightley / Sinopse: O filme tenta mostrar uma outra visão sobre o lendário Rei Arthur (Clive Owen). Sae o monarca medieval e entra em cena o rebelde nacionalista que luta contra as tropas do Império Romano na Bretanha.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Anna Karenina

O livro “Anna Karenina” é uma das obras mais famosas do autor Lev Nikolayevich Tolstoi (1828 - 1910). Publicado originalmente em 1875 o romance não é o mais expressivo do escritor (papel que cabe a “Guerra e Paz” de 1865) mas certamente sempre foi um dos preferidos da sétima arte onde já se contam seis adaptações ao longo dos anos (a primeira data de 1935 e a última de 1997). Agora chega às telas brasileiras mais uma versão, dessa vez dirigida pelo excelente cineasta Joe Wright de “Orgulho e Preconceito” e “Desejo e Reparação”, ambos filmes realizados ao lado de sua atriz preferida, a talentosa Keira Knightley, parceria que se repete mais uma vez aqui. O cinema de Wright é elegante, charmoso e muito sofisticado. Ele havia tentando entrar na indústria americana com seus dois filmes anteriores, “O Solista” e “Hanna”, mas agora volta para sua zona de conforto, onde realmente brilha, em adaptações de obras literárias famosas como esse “Anna Karenina”.

O enredo mostra a paixão que uma aristocrata, Anna Karenina (Kiera Knightley), nutre por um oficial da cavalaria, o Conde Vronsky (Aaron Taylor- Johnson). Ele é filho de uma condessa de alta estirpe. O problema é que Karenina é casada com outro homem, o alto funcionário imperial Karenin (Jude Law), que acaba vendo seu bom nome ser envolvido em um verdadeiro escândalo na corte por causa das aventuras extra-conjugais de sua esposa. Numa Rússia Czarista onde a nobreza vivia em luxos exuberantes enquanto a imensa massa da população sobrevivia na mais absoluta miséria, Anna Karenina toca, mesmo que superficialmente, em questões sociais, morais e políticas. A produção abraça esse ambiente de luxo e ostentação e cada cena logo se torna um colírio aos olhos. Essa adaptação não é extremamente fiel (seria muito complicado levar toda a riqueza de detalhes do livro para as telas) mas mantém um bom nível, muito digno. Já como romance e entretenimento funciona muito bem. Para os que desejam conhecer a obra que lhe deu origem mais a fundo fica a sugestão de ler o texto de Tolstoi que certamente é riquíssimo.

Anna Karenina (Anna Karenina, Estados Unidos, 2012) Direção: Joe Wright / Roteiro: Tom Stoppard / Elenco: Keira Knightley, Jude Law, Aaron Taylor-Johnson, Kelly Macdonald, Matthew Macfadyen / Sinopse: O filme narra o amor extraconjugal que a aristocrata Anna Karenina acaba tendo por um oficial da cavalaria. Casada, seu romance logo se torna um escândalo na corte czarista da Rússia imperial. Vencedor do Oscar de Melhor Figurino. Indicado aos Oscars de Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Direção de Arte.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de março de 2013

Desejo e Reparação

Uma boa crônica sobre o poder do equívoco e da mentira. Tudo camuflado em uma neblina de preconceito social. Assim podemos definir “Desejo e Reparação”. Na estória uma jovem de 13 anos chamada Briony (Saoirse Ronan, sempre expressiva) acusa um rapaz de ter cometido um estupro contra sua própria prima! Não há provas disso e tudo é fruto de mera presunção e suposição, sem qualquer base na realidade. Nem é preciso esclarecer os inúmeros problemas que isso causa dentro do meio social uma vez que a trama se passa na Inglaterra aristocrática da década de 1930. “Desejo e Reparação” faz parte daquele estilo de filme que explora os costumes da sociedade extremamente rígida daquele país. Como se sabe na Inglaterra as chamadas castas sociais são bem definidas. Existe a nobreza e a aristocracia no topo da sociedade e a classe trabalhadora bem abaixo. Embora convivam quase nunca se tocam de maneira mais privada. O filme explora muito bem esse aspecto ao colocar uma jovem da classe mais abastada acusando um rapaz da classe trabalhadora de um crime infame, mesmo sem qualquer meio de prova consistente. Ele é filho da governanta da casa e só conta com o apoio da irmã mais velha da acusadora, Cecília (Keira Knightley, em boa atuação), que acredita em sua inocência. 

“Desejo e Reparação” é uma ótima adaptação do best seller “Reparação” escrito pelo autor Ian McEwan. O texto procura desvendar as grandes e pequenas hipocrisias que geralmente se formam em sociedades de castas como a inglesa. A justiça e a lei tratam de forma diversa o acusado conforme sua origem, sua casta de nascimento. Aos ricos e bem nascidos a lei disponibiliza todas as benesses existentes, aos pobres e membros das castas inferiores só resta a dura repressão legal. Assim que é acusado o jovem Robbie é imediatamente encarcerado sem direito a apelação. A palavra da garota rica vale como verdade absoluta embora fique longe de ser. Joe Wright, o diretor, já havia mostrado boa sensibilidade em temas assim com o excelente “Orgulho e Preconceito” em 2006 e volta a mostrar habilidade aqui. Ele prioriza o poder da sugestão, nunca caindo no lugar comum ou na vulgaridade. Também mostra grande talento na direção de atores arrancando ótimas atuações, principalmente do trio principal que consegue manter o interesse do espectador do começo ao fim do filme. A sofisticação e elegância arrancaram elogias da crítica mundo afora e “Desejo e Reparação” logo ganhou status de grande arte. A produção foi indicada a sete prêmios da Academia, entre eles melhor Filme, melhor atriz coadjuvante (Saoirse Ronan), melhor fotografia (Seamus McGarvey) e melhor roteiro adaptado (escrito por Christopher Hampton e baseado no livro de Ian McEwan). Acabou vencendo apenas o Oscar de melhor trilha sonora (Dario Marianelli). Já no Globo de Ouro se saiu melhor sendo premiado como Melhor Filme Dramático do ano. Prêmio mais do que merecido.

Desejo e Reparação (Atonement, Estados Unidos, 2007) Direção: Joe Wright / Roteiro: Christopher Hampton / Elenco: Keira Knightley, James McAvoy, Romola Garai, Saoirse Ronan, Brenda Blethyn, Vanessa Redgrave, Juno Temple / Sinopse: Garota de família rica acusa jovem filho da governanta de ter cometido um estupro o que o coloca em uma situação extremamente delicada, mesmo sendo inocente das acusações.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Último Guarda-Costas

"London Boulevard" é baseado naquela velha premissa que já vimos em muitos filmes antes: a do sujeito que sai da cadeia com a firme convicção de sair do mundo do crime mas que sempre é puxado de volta ao seu passado. O roteiro nesse quesito não inova muito e para completar ainda mais as situações clichês ainda temos que engolir aquele velho romance que os roteiristas usam para agradar ao público feminino. O problema aqui é que esse romance entre Colin Farrell e Keira Knightley é tão sem sal e química que nunca convence. Além disso lembra demais abacaxis famosos como "O Guarda Costas" (no filme o personagem de Farrell vai trabalhar para a celebridade Keira e ambos acabam tendo um romance bem clichê). Por falar em Colin Farrell ele continua o mesmo. Ator de talento limitado não consegue segurar as pontas nesse papel, mesmo que não seja muito desafiador. 

Apesar de todos esses problemas "London Boulevard" não é de todo ruim. Como é uma produção inglesa, rodada em Londres, consegue trazer todo o charme da capital da Inglaterra. Também é muito bem filmado, com uma trilha sonora diferente e bem enquadrada nas cenas. De qualquer forma o filme peca mesmo por seu roteiro derivativo, o que é uma surpresa pois o diretor é estreante e exercia justamente a função de roteirista antes de assumir a direção. Espero que ele melhore daqui pra frente.  

O Último Guarda-Costas (London Boulevard, Estados Unidos, Inglaterra, 2010) Direção: William Monahan / Roteiro: William Monahan, baseado na novela de Ken Bruen / Elenco: Colin Farrell, Keira Knightley, Ray Winstone / Sinopse: Charlotte (Keira Knightley) é uma jovem estrela de cinema que contrata os serviços de um guarda costas chamado Mitchel (Coin Farrell). Não tardará para que ambos acabem se apaixonando.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Não Me Abandone Jamais

Um grupo de crianças órfãs nasce e cresce sob o controle do Estado. Eles são afastados do mundo exterior e pouco sabem sobre seu passado. Mais velhos uma dessas garotas começa a se questionar sobre sua situação pessoal e sai em busca por respostas. O que a levará a descobrir uma realidade terrível sobre sua origem. Devo confessar uma coisa: esse foi um dos filmes mais perturbadores que assisti nos últimos anos. Não vou aqui revelar o grande segredo dele mas antecipo dizer que conforme ele foi passando fui ficando cada vez mais absorvido e impressionado. Tudo é passado e mostrado numa terrível normalidade, dentro de uma situação completamente cruel para não dizer o mínimo. Esse sim é o tipo de roteiro e argumento que quanto menos se falar melhor para os que irão assistir ele. Eu adoraria revelar e debater mais sobre essa situação terrível pelo qual os personagens passam e vivem mas não quero estragar a surpresa de ninguém. Só digo que é muito original (e muito deprimente). 

O elenco todo está muito bem. Desde a gracinha Carey Mulligan, passando por Keira Knightley (muito magra em decorrência do papel) mas o filme pertence mesmo a Charlotte Rampling. É incrível como grandes mestres da arte de interpretar precisam de tão pouco para dominar completamente a cena. A Charlotte (que sou fã desde Angel Heart) aqui aparece em 3 ou 4 cenas mas na última que aparece arrasa. Em uma frase e em um olhar ela resume todo o filme de forma avassaladora. Grande momento. Enfim, aconselho que leia o menos possível sobre o filme (sempre tem um critico que estraga tudo antes do tempo) e vá assistir ao filme como eu fui, sem saber quase nada. Só assim vocês terão a possibilidade de apreciar tanto quanto eu apreciei. Recomendo muito o filme. Por fim fica a bela frase que resume um dos aspectos mais interessantes de seu argumento: "Não fazíamos isso para enxergar suas almas. Fazíamos para saber se vocês tinham almas".  

Não Me Abandone Jamais (Never Let Me Go, Inglaterra / EUA, 2010) Direção: Mark Romanek / Roteiro: Kazuo Ishiguro / Elenco: Carey Mulligan, Keira Knightley, Andrew Garfield, Sally Hawkins / Sinopse: Um grupo de crianças órfãs nasce e cresce sob o controle do Estado. Eles são afastados do mundo exterior e pouco sabem sobre seu passado. Mais velhos uma dessas garotas começa a se questionar sobre sua situação pessoal e sai em busca por respostas. O que a levará a descobrir uma realidade terrível sobre sua origem.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um Método Perigoso

"Um Método Perigoso" lida com a complicada relação entre os famosos Carl Jung (Michael Fassbander) e Sigmund Freud (Vigo Mortensens). O que havia começado como uma relação fraternal, quase de pai para filho, acaba desandando quando Jung ousa colocar em dúvida as bases das teorias de Freud. Para piorar ainda mais o relacionamento entre ambos logo vem à tona o fato de Jung ter se relacionado sexualmente com uma de suas pacientes, Sabina Spielrein (Keira Knightley). Um fato totalmente condenado por Freud. Realizar um filme assim é muito complicado pois se corre o risco do resultado final soar complicado demais para os leigos ou excessivamente superficial para os estudiosos das obras de Freud e Jung. Hoje em dia a própria psicanálise anda no fio da navalha pois o avanço dos remédios contra certos males da mente progrediu tanto que não é raro médicos da área desacreditarem totalmente tudo o que Freud e Jung produziram ao longo da vida. Se não for para debater a validade das teses de Freud e Jung então para que realizar esse tipo de filme?

De qualquer forma com esse material o diretor só tinha dois caminhos mesmo a seguir: ou realizar um filme ao estilo "novelão", sensacionalista, enfocando a vida sexual de Jung ou então algo mais cerebral, focado melhor nas divergências entre os dois pensadores. Infelizmente ao invés de escolher apenas um caminho e investir nele o diretor David Cronenberg tentou seguir os dois caminhos ao mesmo tempo, sem se ater a nenhum deles, transformando o resultado final bem superficial em ambos os lados. Nem desenvolve bem a conturbada relação Jung / Freud e nem muito menos consegue impor maior densidade dramática ao que acontece com as aventuras de alcova de Jung. Desse jeito acabou aborrecendo e decepcionando justamente tanto os especialistas quanto os leigos. Enfim, "Um Método Perigoso" é um filme esquizofrênico no final das contas e o pior dos pecados, bem superficial.

Um Método Perigoso (A Dangerous Method, Reino Unido, 2011) Direção: David Cronenberg / Roteiro: Christopher Hampton baseado no livro de John Kerr / Elenco: Keira Knightley, Viggo Mortensen, Michael Fassbender, Vincent Cassel / Sinopse: "Um Método Perigoso" lida com a complicada relação entre os famosos Carl Jung (Michael Fassbander) e Sigmund Freud (Vigo Mortensens). O que havia começado como uma relação fraternal, quase de pai para filho, acaba desandando quando Jung ousa colocar em dúvida as bases das teorias de Freud. Para piorar ainda mais o relacionamento entre ambos logo vem à tona o fato de Jung ter se relacionado sexualmente com uma de suas pacientes, Sabina Spielrein (Keira Knightley). Um fato totalmente condenado por Freud.

Pablo Aluísio.