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terça-feira, 20 de junho de 2023

Sombras de um Crime

Sombras de um Crime
Liam Neeson finalmente fez uma boa mudança na linha dos filmes que vinha trabalhando ultimamente. Mudança sutil, mas bem-vinda. Quem acompanha o trabalho do ator no cinema já tinha notado que ele havia entrado em uma sucessão sem fim de filmes de ação bem genéricos. Os nomes dos personagens mudavam, mas eram sempre os mesmos, filme após filme. Os roteiros então, nem se fala, pura fórmula desgastada por anos e anos de repetição. Agora as coisas melhoraram um pouco. O ator resolveu interpretar nesse filme o detetive Philip Marlowe. Quem conhece cinema clássico sabe de quem estou falando. Esse personagem da literatura policial foi criado em 1939 pelo escritor Raymond Chandler e já foi interpretado por grandes atores do cinema americano em sua era de ouro, como Humphrey Bogart. Então trazer de volta esse investigador particular foi sem dúvida uma boa ideia. 

Na trama desse filme o detetive é contratado por uma mulher para descobrir o que aconteceu com seu amante, um tipo daqueles que já bem conhecemos, explorador de mulheres ricas e mais velhas, que desapareceu sem deixar rastros. Claro que conforme as investigações avançam ficamos sabendo que há algo muito maior por trás. Afinal todas as histórias envolvendo Marlowe seguem esse tipo de linha narrativa. Alguns mais tradicionais vão achar que a trama aqui surge uma pouco fraca, isso se comparado com outras que já conhecemos. Pode até ser, mas só o fato de trazer um personagem tão clássico para a história do cinema de volta já é algo que podemos comemorar. 

Sombras de um Crime (Marlowe, Estados Unidos, 2022) Direção: Neil Jordan / Roteiro: William Monahan, Neil Jordan, John Banville / Elenco: Liam Neeson, Diane Kruger, Jessica Lange / Sinopse: Um detetive cínico e acostumado a burlar a lei quando necessário, é contratado por uma mulher casada que busca por seu amante desaparecido. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de março de 2022

Segredo de Sangue

Título no Brasil: Segredo de Sangue
Título Original: Hush
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Jonathan Darby
Roteiro: Jonathan Darby, Jane Rusconi
Elenco: Jessica Lange, Gwyneth Paltrow, Johnathon Schaech, Nina Foch, Debi Mazar, Kaiulani Lee

Sinopse:
Após o casamento, um jovem casal se muda para o rancho de criação de cavalos da mãe do marido. Só que ela logo se revela ser uma mulher obsessiva, que deseja controlar todos os passos do casal, o que cria uma grande tensão que vai piorando a cada dia.

Comentários:
A década de 1990 foi o auge de um estilo bem peculiar de gênero cinematográfico, a do thriller de suspense. Esse aqui é um caso bem claro desse tipo de filme. Começa quase como um filme romântico, com cenas de casamento, felicidade, um jovem casal que está começando sua vida. O problema é a sogra. Essa personagem interpretada por Jessica Lange logo se revela ser uma mulher obsessiva, controladora, manipuladora, maníaca... uma mulher má! A jovem esposa que vira seu alvo de fúria é a própria nora, interpretada por uma Gwyneth Paltrow ainda bem jovem. O resultado pode parecer um pouco insano demais para a maioria do público, mas eu pessoalmente achei bem na média dos filmes da época. É um filme especialmente indicado para quem odeia a sogra, aqui representando a grande vilã da história.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Minha Terra, Minha Vida

Título no Brasil: Minha Terra, Minha Vida
Título Original:  Country
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Richard Pearce
Roteiro: William D. Wittliff
Elenco: Jessica Lange, Sam Shepard, Wilford Brimley, Matt Clark, Jim Haynie, Sandra Seacat

Sinopse:
Um casal, pequenos produtores rurais, passam todos os tipos de dificuldades financeiras para manter sua fazenda ainda produtiva e em atividade. Os bancos querem executar as dívidas, tomando o lugar para si. O marido parece arrasado pelas circunstâncias, mas a esposa, de forma corajosa, decide lutar por suas terras. Filme indicado ao Oscar na categoria de  melhor atriz (Jessica Lange).

Comentários:
Não assisti nos anos 80, quando o filme foi originalmente lançado nos cinemas, inclusive aqui no Brasil. Só muitos anos depois, na TV a cabo, é que finalmente conferi esse filme. O enredo gira em torno da vida de um casal que vive no campo nos Estados Unidos. Quem pensa que esse tipo de vida é um mar de rosas precisa dar uma conferida nessa produção. Muitas dificuldades, sendo a maior delas conseguir crédito para bancar a próxima temporada de produção de alimentos. E uma das coisas mais comuns nos Estados Unidos é ver propriedades rurais sendo tomadas por bancos, por falta de pagamento de algum empréstimo. Alguns dessas pessoas que vivem da agricultura acabam indo para as grandes cidades, aumentando o número de sem-tetos que vagam pela América. O resultado desse enredo dramático é um bom filme, com história séria, mostrando mais um lado perverso do capitalismo selvagem americano. Para quem acha que na América tudo é uma maravilha... Por fim, Jessica Lange foi indicada ao Oscar, merecidamente. O filme é dela, interpretando a mulher que decide lutar com toda as suas forças para manter suas terras. Uma bela lição de vida. Nunca desista de seus sonhos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Céu Azul

Outro bom filme que levanta questões interessantes sobre o papel da mulher dentro da sociedade é esse drama "Céu Azul". O enredo se passa durante o começo dos anos 60. Carly Marshall (Jessica Lange) é a esposa de um militar que não consegue expressar seus sentimentos. Tudo parece bem ruim para o marido Hank (Tommy Lee Jones). Seu casamento é bem frustrante e as constantes mudanças de cidade causadas pelas transferências dele só pioram a situação. Como se isso não fosse ruim o bastante, ela se sente infeliz em seu íntimo pois é uma mulher criativa, com um forte senso de liberdade, que é sempre oprimida por causa da personalidade pouco cativante de seu esposo. Em um ambiente assim ela não consegue se sentir plenamente realizada, muito pelo contrário. Vivendo para manter as aparências ela intimamente cultiva uma melancolia sempre presente, algo que poucos conseguem enxergar debaixo daquela fachada de esposa "feliz". 

Assim o roteiro explora esse lado pouco conhecido da vida de muitas mulheres mundo afora que acabam encontrando em seus casamentos não a felicidade ou a realização emocional, mas sim muitas obrigações, deveres e até mesmo opressão. Nesse quadro o verdadeiro amor acaba sendo soterrado pela servidão do cotidiano, do dia a dia massacrante. O fato curioso é que a opressão social não parte apenas do marido, mas da sociedade em geral também, com seus valores morais travestidos de pura hipocrisia. Nesse processo as mulheres acabam se tornando profundamente infelizes com suas vidas. Como não poderia deixar de ser o destaque desse filme vai todo para a atriz Jessica Lange. Ela encontrou um presente nesse texto e não deixou por menos, realizando uma das melhores atuações de toda a sua carreira. Um momento realmente magistral que lhe valeu uma série de premiações e indicações em diversos festivais de cinema. E o Oscar que ela levou para casa foi mais do que merecido.

Céu Azul (Blue Sky, Estados Unidos, 1994) Direção: Tony Richardson / Roteiro: Rama Laurie Stagner / Elenco: Jessica Lange, Tommy Lee Jones, Powers Boothe  / Sinopse: A vida de um casal infeliz, tentando superar todas as adversidades. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Jessica Lange). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na mesma categoria. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Rob Roy: A Saga de uma Paixão

No século XVIII um líder escocês, Rob Roy (Liam Neeson), se revolta contra os desmandos de nobres despóticos e resolve liderar uma enorme revolução popular que dá origem a um sério problema político para a coroa. Bom, é a tal coisa, se deu certo com "Coração Valente" era de se supor que daria certo também com esse "Rob Roy". A produção é muito boa, com excelente direção de arte e reconstituição histórica perfeita. Nada a reclamar nesses aspectos. O problema é que o filme acaba sendo vítima de suas próprias pretensões. Assim o exagero patriótico e as falas cuidadosamente declamadas, como se os atores estivem em uma peça de William Shakespeare, acabam cansando o espectador. Acredito que para um filme épico realmente funcionar é necessário um certo tipo de feeling que nem sempre se repete com frequência. É um tipo de produto cinematográfico muito específico que exige que os deuses da sétima arte estejam realmente inspirados, caso contrário apenas vira um monte de atores vestidos com trajes de época tentando passar alguma veracidade histórica. 

Quem acabou roubando o show de Liam Neeson foi o ator Tim Roth como o vilão Cunningham. Seu trabalho foi tão bom que não apenas ofuscou o astro principal como também lhe valeu várias indicações importantes em premiações internacionais. O pobre Liam Neeson ficou mesmo em sua sombra! Assim chegamos na conclusão que "Rob Roy: A Saga de uma Paixão" não é um filme comum ruim, é apenas um épico histórico meio decepcionante. Mesmo assim se você curte esse tipo de produção vale a pena ao menos tentar conhecer, afinal quem sabe você possa vir a gostar. 

Rob Roy: A Saga de uma Paixão (Rob Roy, Estados Unidos, Inglaterra, 1995) Direção: Michael Caton-Jones / Roteiro: Alan Sharp / Elenco: Liam Neeson, Jessica Lange, John Hurt, Eric Stoltz  / Sinopse: Líder popular escocês levanta uma grande revolta contra a dominação inglesa em sua nação. Filme indicado ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao BAFTA na mesma categoria, Melhor Ator Coadjuvante (Tim Roth). 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas

Título no Brasil: Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas
Título Original: Big Fish
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: John August
Elenco: Ewan McGregor, Albert Finney, Jessica Lange, Helena Bonham Carter, Billy Crudup, Alison Lohman

Sinopse:
Roteiro baseado no romance escrito por Daniel Wallace. O filme conta a história de um filho que precisa voltar para sua cidade natal pois seu pai está morrendo. Isso o leva a relembrar fatos de sua infância e juventude, quando seu pai contava histórias fantasiosas e impossíveis de acontecer, embora insistisse em dizer que era tudo verdade.

Comentários:
Eu gostei bastante desse filme. O diretor Tim Burton quase sempre é lembrado por seus filmes mais ligados ao mundo da fantasia, com toda aquela direção de arte bem característica de suas obras. De fato Tim Burton, em cada filme que fez, sempre deixou sua marca registrada em cada cena, criando uma verdadeira identidade visual em sua filmografia. Esse filme "Big Fish" é um dos mais ternos e humanos do cineasta. Aqui ele volta ao passado para refletir sobre o relacionamento entre pai e filho. Ele agora vive um bom momento na sua vida profissional, mas tem que parar tudo para rever seu pai, provavelmente pela última vez. O velho está morrendo. Um contador de histórias absurdas, considerado um mentiroso em série por muitos, o pai está partindo para sua última jornada, enquanto o filme revive o passado, tentando conectar seus sentimentos com suas lembranças mais antigas. Um filme belo, com ótimo roteiro e um elenco realmente acima da média. Do Tim Burton certamente é um dos melhores. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora Incidental (Danny Elfman). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Albert Finney), Melhor Trilha original (Danny Elfman) e Melhor Música Original ("Man of the Hour" de Eddie Vedder).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

O Destino Bate à sua Porta

Jack Nicholson sempre foi um gênio da atuação. Nos anos 70 ele atuou em uma série incrível de clássicos da sétima arte. Nos anos 80 sua sina para fazer os filmes certos continuou. Esse "O Destino Bate à sua Porta" foi seu segundo filme nessa década. O primeiro havia sido "O Iluminado", um clássicos absoluto da sétima arte. Na verdade essa produção é um remake de um filme antigo com Lana Turner, lançado em 1946. O diretor Bob Rafelson propôs ao estúdio Metro-Goldwyn-Mayer que uma nova versão fosse feita, dessa vez sendo o mais fiel possível ao romance policial de James M. Cain. Para que a nova adaptação saísse perfeita contratou o roteirista e dramaturgo David Mamet. Não poderia haver escolha melhor! O ideal era trazer toda a sordidez possível das páginas do livro para as telas de cinema, algo que não foi possível no filme original por causa das restrições da época em termos de classificação dos filmes imposta por um rígido código de ética e censura.

A trama continuava a mesma em linhas gerais.  Nick Papadakis (John Colicos), o dono de um pequeno estabelecimento de beira de estrada, acaba dando trabalho ao andarilho Frank Chambers (Jack Nicholson). Ele não sabe nada do passado desse homem, mas acredita que ele seria uma boa pessoa. Simpatizando com seu jeito de ser, acaba decidindo que vai lhe ajudar. Cora Papadakis (Jessica Lange), esposa de Nick, é uma mulher sem escrúpulos e caráter. Ela sente que sua vida parou ao casar com o marido. É uma mulher profundamente frustrada com sua vida. Achando-se melhor do que aquele destino, ela começa a ter um caso extraconjugal com Frank. Em pouco tempo o novo casal, fruto da traição e do adultério, decide que é chegada a hora de liquidar Nick. A mulher quer o dinheiro do marido, quer viajar ao lado do novo amante e a forma que ela encontra para isso é matando o infeliz esposo. Como se pode perceber é uma história que vai fundo na sordidez humana e talvez por isso seja tão atemporal, mesmo nos dias de hoje. Em minha opinião é um dos melhores filmes da carreira de Jack Nicholson e isso definitivamente não é pouca coisa!

O Destino Bate à sua Porta (The Postman Always Rings Twice, Estados Unidos,
1981) Direçaõ: Bob Rafelson / Roteiro: David Mamet, baseado no livro escrito por James M. Cain / Elenco: Jack Nicholson, Jessica Lange, John Colicos, Anjelica Huston / Sinopse: Cora Papadakis (Jessica Lange), uma mulher frustrada com sua vida, decide ao lado de seu novo amante Frank Chambers (Jack Nicholson), um sujeito de passado desconhecido, matar o próprio marido, Nick (John Colicos). Ela quer o seu dinheiro para curtir a vida ao lado do novo namorado.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

King Kong

Para muitos quando se fala no "King Kong original" o que lhe vem na cabeça é justamente essa versão dos anos 70. Também pudera, o verdadeiro filme original sobre o gorila gigante é da década de 30, quando esses nem eram nascidos. Esse também é o meu caso. O primeiro filme com o personagem King Kong que assisti foi justamente esse. É uma produção do famoso produtor Dino De Laurentiis feito em parceria com a Paramount Pictures. Dino havia comprado os direitos do gorilão dois anos antes. Inicialmente ele pensou em rodar um filme em Roma, mas com o interesse dos americanos ele resolveu produzir o filme em Hollywood mesmo. Embora King Kong tivesse sido explorado em uma série de filmes japoneses (ao estilo trash), De Laurentiis queria uma produção classe A, para ser lançado no natal daquele ano.

Para modernizar a história tudo foi mudado, mantendo-se apenas as linhas básicas da trama. No primeiro filme tudo se passava na década de 30 (algo que seria mantido por Peter Jackson anos depois em sua versão), mas aqui o enredo se passa na atualidade. Kong não enfrenta mais aviões antigos, da I Guerra Mundial (os teco-tecos nostálgicos), mas sim aviões modernos. Ele também não sobe no Empire State, mas sim no World Trade Center (as torres gêmeas que seriam destruídas em 11 de setembro). O elenco também tinha atrativos. Jeff Bridges, ainda bem jovem e com cabelão, chamava a atenção, porém quem roubava a cena era mesmo a loira Jessica Lange, no auge de sua beleza. Suas cenas sensuais até hoje chamam a atenção. No final o diretor John Guillermin realmente fez um belo trabalho. Haveria ainda uma continuação, já nos anos 80, mas dessa é melhor esquecer.

King Kong (King Kong, Estados Unidos, 1976)  Direção: John Guillermin / Roteiro: James Ashmore Creelman, Ruth Rose / Elenco: Jeff Bridges, Charles Grodin, Jessica Lange / Sinopse: Um grupo avançado acaba descobrindo numa ilha remota do pacífico um monstro, um gorila gigante chamado King Kong. Eles então resolvem levá-lo de volta à civilização para explorar economicamente suas aparições públicas, mas tudo acaba saindo do controle, levando caos e destruição a Nova Iorque. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Carlo Rambaldi, Glen Robinson e Frank Van der Veer). Também indicado nas categorias de Melhor Fotografia (Richard H. Kline) e Melhor Som. Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Jessica Lange).

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de abril de 2017

A Vingança de Bette

Título no Brasil: A Vingança de Bette
Título Original: Cousin Bette
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Des McAnuff
Roteiro: Lynn Siefert
Elenco: Jessica Lange, Elisabeth Shue, Bob Hoskins, Hugh Laurie, Geraldine Chaplin, Kelly Macdonald
  
Sinopse:
Em Paris, no século XIX, vive Bette Fisher (Jessica Lange). Ela nunca se casou e por isso se tornou alvo de todos os tipos de preconceitos da sociedade da época. Quando a matriarca da família, madame Adeline Hulot (Geraldine Chaplin), falece, cabe a Bette cuidar de todos os demais familiares, mas ridicularizada e humilhada, ela começa a criar planos para arruinar todos aqueles que lhe fizeram mal. Para isso conta com a ajuda de Jenny Cadine (Elisabeth Shue), atriz e prostituta de Paris.

Comentários:
Excelente filme, inspirado no romance de época escrito por Honoré de Balzac. Esse celebrado escritor se notabilizou pelos textos que expunham a hipocrisia da alta sociedade parisiense de seu tempo. As chamadas grandes e tradicionais famílias sempre tinham algo de podre a esconder, revelando instintos mesquinhos, atitudes grotescas, tudo por baixo de uma imagem falsa, tentando passar algum tipo de nobreza humana. Esse filme fez jus ao texto de Balzac. Há um tom de humor negro em cada situação, justamente por expor essa mediocridade das pessoas. Além do excelente roteiro outra coisa chama a atenção nessa produção: seu ótimo elenco, formado basicamente por atrizes extremamente talentosas, com destaque para as duas protagonistas interpretadas respectivamente por Jessica Lange e Elisabeth Shue (em seu primeiro papel realmente importante e interessante na carreira). Até mesmo a grande dama da interpretação Geraldine Chaplin está presente, trazendo muita dignidade para sua personagem, a de uma mulher aristocrata e verdadeiramente digna. Infelizmente mesmo com tantas qualidades o filme acabou sendo ignorado pela Academia, em mais uma de suas grandes injustiças.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Em Segredo

Título no Brasil: Em Segredo
Título Original: In Secret
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Charlie Stratton
Roteiro: Neal Bell, Charlie Stratton
Elenco: Elizabeth Olsen, Tom Felton, Jessica Lange, Oscar Isaac

Sinopse:
Com a morte de sua mãe, a pequena Thérèse Raquin (Elizabeth Olsen) é levada para morar com sua tia e seu primo, o frágil e doente Camille (Tom Felton). Os anos passam e Madame Raquin (Jessica Lange) decide que ela deve se casar com seu filho, algo que a desagrada pois não o ama. Mesmo assim o casamento é realizado. O problema é que o coração de Thérèse bate mesmo pelo jovem artista e aspirante a pintor Laurent (Oscar Isaac), um relacionamento que trará muitos problemas para todos.

Comentários:
Drama de época que me surpreendeu pelo bonita direção de arte, ótima reconstituição histórica e boas atuações de todos do elenco. Em termos gerais esse filme me lembrou muito do clássico "Jane Eyre", pois a personagem principal traz muito do romance de Charlotte Brontë (1816 - 1855). Esse aspecto de semelhança porém se torna logo um engano. Isso foi ficando claro no decorrer do enredo pois a estória dá uma guinada sombria. O que começa como um romance entre uma jovem casada e infeliz com sua vida e um artista aspirante, logo se transforma em uma trágica conspiração envolvendo assassinatos, traições e ganância. O roteiro aliás é um prato cheio para quem gosta de enredos sórdidos pois os personagens são capazes de atos terríveis, em especial o sinistro Laurent. A atriz que interpreta Thérèse Raquin, Elizabeth Olsen, até dá conta do recado, mas quem brilha mais uma vez é a veterana Jessica Lange, dando vida a uma personagem que começa como uma vilã, mas que acaba como uma vítima indefesa, paralisada por um terrível derrame. Assim se você gosta de dramas de época, com pitadas de crimes e traições, esse "In Secret" certamente será uma boa pedida. Filme indicado ao World Soundtrack Awards na categoria de Melhor Compositor do Ano (Gabriel Yared, pelas canções "Ningen no yakusoku", "The Prophet" e "Tom à la ferme").

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O Apostador

Jim Bennett (Mark Wahlberg) é um daqueles sujeitos que nasceu com tudo pronto para dar certo na vida. Filho de uma família tradicional e aristocrática, neto de um dos homens mais ricos da América, professor universitário culto e inteligente, tudo parece caminhar muito bem em sua existência. O que poucos sabem é que Jim também tem um lado oculto, uma vida que quase nunca vem à tona. Ele é um jogador compulsivo, um viciado em jogatinas e apostas. Quando não está dando aulas de literatura romântica em uma ótima universidade, Jim está mergulhado em mesas de cartas e roletas, geralmente no submundo de Las Vegas, onde as apostas não possuem limites e as dívidas são pagas com a própria vida. Agora, depois de se endividar absurdamente, Jim precisa pagar a um chefão da máfia coreana uma pequena fortuna proveniente de seu vício. Ele tem sete dias para quitar 260 mil dólares em dívidas provenientes das mesas de jogos ou então será executado sumariamente. Para resolver o problema ele acaba se atolando ainda mais ao procurar um perigoso agiota, um criminoso, que não está disposto a perder seu dinheiro para um apostador inveterado como ele. O cerco vai se fechando cada vez mais ao seu redor. "The Gambler" é o novo filme estrelado por Mark Wahlberg. Esse ator conseguiu ao longo dos anos escolher muito bem os filmes dos quais participa. Embora não seja um grande talento na arte de atuar ele demonstra ter um bom faro para se envolver nos projetos certos. Afinal de contas um bom roteiro faz toda a diferença do mundo.

Assim ele acerta novamente ao atuar nessa nova produção. O enredo é muito bom, envolvente até, mostrando uma pessoa que não consegue controlar seu vício em apostas. Embora seja um jogador talentoso, daqueles que conseguem ganhar altas somas em apenas algumas horas, ele tem um sério problema pois simplesmente não consegue parar na hora certa. Viciado em adrenalina também comete grandes loucuras ao apostar fortunas em apenas uma jogada decisiva. Com atitudes assim não é de se admirar que acabe invariavelmente arruinado no fim da noite. Sua salvação parece vir de onde menos se espera. Ele se surpreende pelo talento literário de uma nova aluna, Amy Phillips (interpretada pelo bonita e carismática Brie Larson), que pode ser o caminho para um recomeço em sua vida. O elenco de apoio é de primeira, a começar pela oscarizada Jessica Lange. Ela interpreta sua mãe, uma mulher que precisa salvar de tempos em tempos o seu pescoço, justamente por ele quase sempre ser ameaçado de morte por dívidas com gangsters. Lange poderia ter sido melhor aproveitada pelo roteiro, mas sua pequena presença já vale o ingresso. Outro boa participação vem com o ator John Goodman. Sempre visto como bom comediante, Goodman surpreende ao interpretar um agiota que acaba tendo os melhores diálogos de todo o filme. Sua explicação sobre o momento em que todos ganham o direito de usar a palavra "dane-se" é muito bem bolada. Então é isso, o que temos aqui é um bom filme, apoiado em um roteiro bem escrito, excelente trilha sonora com várias canções dos anos 70 e atuações inspiradas.

O Apostador (The Gambler, Estados Unidos, 2014) Direção: Rupert Wyatt / Roteiro: William Monahan, James Toback / Elenco: Mark Wahlberg, Jessica Lange, John Goodman, Michael Kenneth Williams, George Kennedy. Indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Michael Kenneth Williams). 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Tootsie

Título no Brasil: Tootsie
Título Original: Tootsie
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Larry Gelbart, Murray Schisgal
Elenco: Dustin Hoffman, Jessica Lange, Teri Garr

Sinopse: 
Michael Dorsey (Dustin Hoffman) é um ator desempregado que decide fazer algo radical para finalmente encontrar um trabalho. Ele inventa uma personagem feminina, Dorothy Michaels, conhecida carinhosamente como Tootsie e cai nas graças da mídia que a transforma em uma sensação de popularidade. E agora, como Dorsey revelará seu grande segredo?

Comentários:
"Ele é Tootsie. Ela é Dustin Hoffman!". Foi essa a frase usada no marketing desse divertido, delicioso e muito bem humorado filme. Dustin Hoffman em excelente atuação causou impacto na época por ter desenvolvido uma brilhante caracterização de uma mulher. Sob forte maquiagem (muito bem feita aliás), Hoffman surpreendeu pelos detalhes que certamente fizeram toda a diferença. Longe da caricatura o ator surpreendeu a todos. O interessante em "Tootsie" porém é que o roteiro não fica apenas apoiado na transformação de Hoffman mas também investe de forma muito talentosa na parte dramática do enredo. É acima de tudo um argumento muito bem escrito, desenvolvido e executado. Outro destaque do elenco vem com Jessica Lange, fazendo muito bem a transição de starlet para atriz séria, reconhecida por seu talento em cena. Seu Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante foi muito merecido. Por fim vale destacar o fato de que "Tootsie" é o filme mais singular da carreira do cineasta Sydney Pollack. Diretor de filmes sérios, de temáticas complexas como, por exemplo, "Três Dias do Condor", ele aqui abriu espaço para o bom humor, a simpatia e o romance. Um marco certamente em sua carreira.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sombras do Mal

Título no Brasil: Sombras do Mal
Título Original: Night and the City
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Irwin Winkler
Roteiro: Gerald Kersh, Richard Price
Elenco: Robert De Niro, Jessica Lange, Cliff Gorman

Sinopse:
O filme narra a vida turbulenta do advogado Harry Fabian (Robert De Niro). Sua vida profissional e pessoal não anda nada bem e por isso ele procura por uma saída e a encontra, no corrupto mundo dos promotores de lutas de boxe no círcuito esportivo de sua cidade.

Comentários:
Hoje é aniversário do ator Robert De Niro (nascido no dia 17 de agosto de 1943 na cidade de Nova Iorque). Considerado um dos maiores da história do cinema americano (e que já conta com, imagine você, 101 filmes em seu currículo), o velho "Bobby Milk" (seu apelido de infância) segue trabalhando de forma incansável. Nos anos 90 De Niro criou sua própria produtora, a Tribeca Productions, e foi justamente através dessa empresa que ele co-produziu esse bom "Night and the City". Na verdade se trata de um remake de um dos filmes preferidos de De Niro, o clássico noir "Sombras do Mal" de 1950, dirigido por Jules Dassin e estrelado por Richard Widmark e Gene Tierney. Tirando a devida atualização do enredo não há maiores diferenças em termos de enredo. Dois grandes destaques podemos salientar nesse filme. O primeiro se refere ao fato de ter sido a primeira (e única) parceria entre dois excelentes mestres da atuação, o próprio De Niro e a atriz Jessica Lange! O segundo destaque vem na direção do talentoso Irwin Winkler, que já havia trabalhado com Robert De Niro um ano antes no filme "Culpado por Suspeita". Então é isso, eis aqui outra pequena jóia dos anos 1990 que merece passar por uma revisão.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Muito Mais Que um Crime

Título no Brasil: Muito Mais Que um Crime
Título Original: Music Box
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Costa-Gavras
Roteiro: Joe Eszterhas
Elenco: Jessica Lange, Armin Mueller-Stahl, Frederic Forrest

Sinopse:
Jovem e brilhante advogada (Jessica Lange) se sente ultrajada quando seu velho pai, um imigrante húngaro nos Estados Unidos, é acusado de terríveis crimes de guerra ocorridos em seu país natal, durante a Segunda Guerra Mundial. Convencida de que ele é um inocente, parte para sua defesa no tribunal, mas para seu espanto completo começa a perceber que todos os crimes que recaem sobre o passado de seu querido pai podem ser verdadeiros. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Atriz (Jessica Lange). Também indicado na mesma categoria ao Globo de Ouro. Vencedor do Urso de Ouro no Berlin International Film Festival.

Comentários:
Um dos mais brilhantes trabalhos do genial cineasta grego Costa-Gavras. Aqui ele disseca psicologicamente todos os seus personagens, mostrando com um talento extremo como todas as pessoas podem ser complexas do ponto de vista psicológico. Sua personagem principal, a advogada interpretada por Jessica Lange, acaba conhecendo em camadas uma faceta de seu pai que jamais pensaria existir. Costa-Gavras assim manipula a visão simplista que muitos cultivam da realidade, mostrando que sob uma fachada de aparente normalidade pode se esconder uma coleção de terríveis segredos e crimes do passado. Por sua percepção única da personalidade intrínseca de cada ser humano o diretor acabou sendo premiado no Festival de Berlim, um prêmio aliás completamente merecido pois sua técnica de revelação em sombras que vai se desenvolvendo no decorrer do filme é algo realmente sublime, de extremo bom gosto e talento. Uma dissecação como poucas vezes vista da alma humana em celulóide. Obra Prima do cinema, sem favor algum.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Grey Gardens

Título no Brasil: Grey Gardens
Título Original: Grey Gardens
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Michael Sucsy
Roteiro: Michael Sucsy, Patricia Rozema
Elenco: Drew Barrymore, Jessica Lange, Jeanne Tripplehorn

Sinopse:
Mãe e filha vivem abandonadas em uma antiga casa caindo aos pedaços em um balneário para ricaços no Estado de Nova Iorque. Sua rotina muda com a chegada de uma equipe de documentaristas que desejam filmar a rotina e o cotidiano delas. Vencedor do Globo de Ouro de melhor filme para a TV e de melhor atriz para Drew Barrymore. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor atriz para Jessica Lange.

Comentários:
Filme muito sensível e humano que foi baseado em um documentário que mostrava a realidade de duas mulheres, mãe e filha, que viviam isoladas e abandonadas numa antiga casa em East Hampton, um balneário para ricaços no Estado de Nova Iorque. Acontece que ambas eram de famílias ricas mas que se encontravam em completa miséria após o patriarca perder tudo na quebra da bolsa em 1929. Depois de sua morte ficaram as duas completamente esquecidas e abandonadas à própria sorte na outrora elegante casa. Vivendo com o antigo glamour de um tempo passado as duas ainda mantinham aquela superioridade típica de pessoas ricas embora há muito tivessem perdido tudo. Para completar o quadro surreal ambas eram parentes da primeira-dama dos Estados Unidos, Jacqueline Kennedy. O filme mostra as filmagens do documentário original, quando elas ficaram conhecidas do grande público. O embaraço foi tão grande que Jacqueline mandou realizar uma reforma completa na casa que estava caindo aos pedaços.

Baseado em fatos reais esse telefilme é muito interessante porque é realmente de cortar o coração. Mostra a realidade das pessoas que foram abandonadas, esquecidas, colocadas de lado. Também é um belo retrato da hipocrisia humana ao mostrar a verdadeira face de certos “amigos” que conhecemos ao longo da vida. Enquanto eram ricas e poderosas mãe e filha eram constantemente visitadas por seus parentes e conhecidos. Depois que ficaram na ruína foram solenemente esquecidas, deixadas no ostracismo, vivendo no meio do lixo que se transforma a casa. Os personagens, ricos em personalidade e carisma, certamente são um presente para qualquer atriz. Aqui se sobressaem de forma sublime Drew Barrymore e Jessica Lange. Drew interpreta a filha, uma pessoa que vive em um mundo próprio, sonhando um dia se tornar uma estrela famosa na Broadway. Já Lange faz a mãe, uma pessoa idosa que constantemente puxa briga com sua filha. Jéssica Lange está maravilhosa no papel de idosa, pois seu personagem é bem mais velha do que ela própria. Drew também surpreende ao fazer a filha meio amalucada mas muito sensível e carismática. No saldo final “Grey Gardens” é muito superior a muito filme de cinema por aí. Roteiro sensível, profundo e bem estruturado que realmente mexe com o espectador. Especialmente indicado para pessoas sensíveis e emocionais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de março de 2014

Titus

Título no Brasil: Titus
Título Original: Titus
Ano de Produção: 1999
País: Itália / EUA / Reino Unido
Estúdio: Clear Blue Sky Productions, Overseas FilmGroup
Direção: Julie Taymor
Roteiro: Julie Taymor
Elenco: Anthony Hopkins, Jessica Lange, Raz Degan.

Sinopse:
Depois de derrotar os inimigos do império, o vitorioso general Titus Andronicus (Anthony Hopkins), retorna à Roma com Tamora (Jessica Lange), a Rainha dos Godos, seus filhos e o mouro Aaron (Harry J. Lenix), como prisioneiros. Mal sabe o general o destino que lhe espera. Adaptação da peça de Shakespeare "Titus Andronicus."

Comentários:
É o que costumamos chamar de adaptação "robusta" de William Shakespeare. E o que isso exatamente significa? Significa que não há maiores concessões ao público pois se trata de uma adaptação bem fiel ao texto do famoso autor. Obviamente que a linguagem rica (para alguns muito rebuscada) vai afastar parte do público. Além disso não se engane, aquela impressão de teatro filmado ficará o tempo todo presente na duração do filme. Já para os estudiosos da obra de Shakespeare será uma ótima oportunidade para conferir "Titus Andronicus" nas telas, já que esse não é dos textos mais populares dele. Outras tentativas foram feitas mas essa aqui conta com um elenco primoroso.  Anthony Hopkins prova mais uma vez que ele não pode ser resumido apenas como aquele ator que interpretou Hannibal Lecter com raro brilhantismo. Hopkins é muito mais do que isso. Um ator versátil e muito talentoso que, aos longos dos últimos anos tem se descuidado um pouco na escolha dos filmes que realiza, mas que apesar disso mantém seu status de grande intérprete intacto. Se ainda tiver alguma dúvida sobre isso não deixe de conferir seu trabalho aqui, no mínimo você ficará mais respeitoso em relação ao seu grande talento dramático como ator.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de março de 2014

Cabo do Medo

Título no Brasil: Cabo do Medo
Título Original: Cape Fear
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment, Tribeca Productions
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: James R. Webb, baseado na novela de John D. MacDonald
Elenco: Robert De Niro, Nick Nolte, Jessica Lange, Juliette Lewis, Robert Mitchum, Gregory Peck

Sinopse:
Max Cady (Robert De Niro) finalmente ganha a liberdade após passar anos na prisão. Ele age como um sujeito normal depois de sair da cadeia mas suas intenções logo se tornam bem claras. Ele quer vingança em relação ao advogado Sam Bowden (Nick Nolte) pois o considera um dos responsáveis por sua condenação. Para colocar seu plano em ação ele começa a jogar um terrível jogo psicológico contra Bowden e seus familiares.

Comentários:
Nunca cheguei a gostar completamente desse filme e não foi por falta de boa vontade. Sou fã declarado do cinema de Martin Scorsese. Do ator Robert De Niro nem preciso esclarecer, considero um dos grandes atores da história do cinema americano, apesar de atualmente não estar passando por um bom momento. Mesmo assim não deu para gostar mesmo. Achei uma produção sem alma, fruto única e exclusivamente do amor do diretor pelo filme original "Círculo do Medo" de 1962. Volto a repetir um pensamento que sempre me vem à mente quando me deparo com remakes: certas estórias já encontraram suas versões definitivas na sétima arte. Não adianta tentar revirar o que já foi muito bem feito no passado. Grandes filmes nunca ficam datados e por essa razão não precisam ser refeitos em hipótese nenhuma. Mas Scorsese, como sempre muito firme em suas convicções, resolveu apostar para ver no que tudo isso iria dar. O resultado é bem morno apesar da produção ter seus defensores (que em sua maioria não viram o filme origem com os grandes Robert Mitchum e Gregory Peck). De Niro surge em cena cheio de tatuagens com maneirismos de sociopata. Seu empenho é digno de aplausos mas no geral não chega a se destacar em sua filmografia. Enfim, aqui uma está mais um remake desnecessário, com a única diferença de que foi assinado por um dos grandes cineastas de nosso tempo. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

American Horror Story - Asylum

Título no Brasil: American Horror Story - Asylum
Título Original: American Horror Story - Asylum
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox Television
Direção: Vários
Roteiro: Brad Falchuk, Ryan Murphy (criadores da série)
Elenco: Jessica Lange, Joseph Fiennes, Zachary Quinto, James Cromwell, Sarah Paulson

Sinopse: 
"American Horror Story - Asylum" se passa em 1964. Numa instituição para doentes mentais que cometeram crimes violentos, a irmã Jude (Jessica Lange) tenta manter a ordem e a organização. Para lá é enviado o terrível psicopata conhecido como "face sangrenta" que supostamente teria matado várias mulheres. Ele porém alega que foi abduzido por extraterrestres e que na verdade seria inocente de todas as acusações. Qual seria a verdade por trás dos crimes?

Comentários:
"American Horror Story" veio resgatar algo que andava esquecido dentro da TV americana, os seriados de terror. Esse "Asylum" é a segunda temporada da série. Como se sabe a primeira temporada foi muito bem sucedida, ao mostrar os terríveis acontecimentos que rondavam uma velha casa mal assombrada. O roteiro era muito bem escrito e a série ganhou imediatamente uma grande legião de fãs, além de reconhecimento da crítica, o que lhe valeu vários prêmios importantes. "Asylum" conta com vários atores da primeira temporada (com destaque para a sempre ótima e talentosa Jessica Lange) mas parte de uma nova premissa. O enredo agora se passa em uma instituição para doentes mentais perigosos mantida pela Igreja Católica. Na direção temos a austera Irmã Jude (Jessica Lange) que precisa manter o local sob perfeitas condições. Ela ganhou o cargo por causa da confiança que o Monsenhor Timothy Howard (Joseph Fiennes) depositou sobre ela. Na verdade se trata mesmo de um  manicômio judiciário. Quem já visitou um lugar desses na vida real sabe o quão terrível eles são. Agora imagine uma instituição como essa, para onde são enviados psicopatas e criminosos violentos de todos os tipos, sendo administrado por freirinhas. É de dar arrepios mesmo. Some-se a isso ainda doutores envolvidos em misteriosas experiências e você terá um cenário ideal para mais uma temporada bem sucedida.

Pablo Aluísio .

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

American Horror Story

Não é algo muito comum hoje em dia termos séries de terror na TV. Por isso quando essa nova proposta surgiu na telinha no ano de 2011 foi uma grata surpresa. Criado pela dupla Brad Falchuk (produtor de Glee) e Ryan Murphy (diretor do mesmo seriado, Glee) a série logo foi considerada realmente inovadora. É até complicado entender como esses dois nomes envolvidos em uma série musical tão açucarada e adolescente como "Glee" conseguiram criar algo tão diferente como esse programa de terror e suspense. "American Horror Story" veio mesmo para mudar um pouco a opção de programação nas redes de TV a cabo dos EUA. Assistindo à primeira temporada o fã de filmes de terror logo descobrirá uma sucessão de citações a grandes películas do gênero. Todo o enredo se desenvolve em torno de uma casa antiga, situada nos arredores da cidade. Lá morou na década de 30 um casal bem situado na sociedade. O problema é que o marido, médico, realizava abortos e experiências nada convencionais no porão da casa. Depois de mortos voltam para assombrar os novos moradores. Mas esses espíritos não estão sós. Há toda uma leva de almas penadas rondando o lugar. E justamente quando conta a estoria dessas pessoas falecidas que a série se torna tão interessante.

Basicamente a casa acaba ganhando uma espécie de personalidade própria, como se fosse um ser sobrenatural que acaba engolindo todos os que por lá passam. Até mesmo um casal de gays bem intencionado logo se torna uma nova vítima dos acontecimentos. Outra boa sacada do roteiro é a inclusão de um jovem suicida que antes de tirar sua própria vida realiza um massacre na própria escola (óbvia referência à tragédia de Columbine). Assistindo aos episódios as referências se tornam bem claras. "Amityville" é uma delas, "Dália Negra" (cujo terrível crime é explorado em um dos episódios, é outro). Fora isso sobra também para "O Bebê de Rosemary", "Poltergeist", e até filmes mais recentes como por exemplo "Evocando Espíritos", cujo enredo foi bem reciclado por aqui. Produção muito boa, com direção de arte de excelente nível e uma abertura de arrepiar com todas aquelas fotos de crianças mortas tiradas no século XIX, algo que era comum na época. Elas tiravam as fotos em poses como se estivessem vivas, embora já falecidas. Como são fotos reais, o clima soturno logo se impõe na apresentação do programa. Até porque toda boa série tem que ter uma abertura marcante. Já a segunda temporada foi acusada de ser violenta demais o que não prejudicou a série que já tem confirmada a terceira leva de episódios a ser lançada em breve. Quer tomar alguns sustos na sua TV? Então sintonize em "American Horror Story" o mais rapidamente possível!

American Horror Story (Idem, Estados Unidos, 2011 - 2013) Direção: Alfonso Gomez-Rejon, Bradley Buecker, Michael Lehmann / Roteiro: Brad Falchuk, Ryan Murphy / Elenco: Evan Peters, Jessica Lange, Lily Rabe, Zachary Quinto, Frances Conroy, Dylan McDermott, Joseph Fiennes / Sinopse: Série que traz para a TV o universo da mitologia dos filmes de terror do cinema.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

All That Jazz

Esse musical que já virou ícone cultural é considerado hoje a obra prima definitiva do grande cineasta Bob Fosse. Como explicaria anos depois o roteiro era baseado em suas próprias experiências pessoais e biográficas. Era uma alegoria de seus muitos anos de experiência como dançarino, coreógrafo e diretor de musicais na Broadway. Assim que chegou aos cinemas "All That Jazz" ganhou o respeito do público e crítica. Os números musicais apresentados, as coreografias e a excelência técnica conquistaram realmente os especialistas, a ponto do filme ser aclamado alguns meses depois conquistando um prêmio praticamente inédito para o gênero musical ao vencer a Palma de Ouro em Cannes. Era o reconhecimento de uma carreira que até hoje é louvada nos Estados Unidos como uma das mais importantes da história dos números musicais da Broadway. Fosse é certamente um dos autores mais reverenciados no meio teatral americano.

O filme narra a vida caótica e ocupada de Joe Gideon (Roy Scheider), um grande diretor da Broadway. Muito requisitado ele tenta contrabalancear sua vida profissional entre a Broadway, onde pretende criar o musical definitivo da história e os bastidores do cinema, onde também trabalha em vários projetos, tudo de forma paralela e um pouco atribulada. Ao seu redor, na vida pessoal, circulam sua ex-esposa, sua namorada atual e sua filha, todas com problemas pessoais que direta ou indiretamente afetam a sua vida. Para piorar ainda mais Gideon tem sérios problemas com drogas, o que torna sua existência ainda mais alucinada! Mas não se preocupe muito com isso, afinal "All That Jazz" não é propriamente um drama mas sim um musical ao velho estilo, com muitas danças, números musicais e coreografias mais do que inspiradas. Um filme obrigatória para quem admira o gênero.

All That Jazz - O Show Deve Continuar (All That Jazz, Estados Unidos,1979) Direção: Bob Fosse / Roteiro: Robert Alan Aurthur, Bob Fosse / Elenco: Roy Scheider, Jessica Lange, Leland Palmer / Sinopse: No meio de vários números musicais o filme narra a vida estressada e caótica de um grande diretor da Broadway. Vencedor dos Oscars de Melhor Trilha Musical, Montagem, Figurino e Direção de Arte.

Pablo Aluísio.