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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A Última Ressaca do Ano

Parece uma comédia dos anos 80. De certa forma me lembrou até mesmo de "A Última Despedida de Solteiro", porém de forma menos picante e com menos piadas sexistas. A história é bem básica. Uma filial de uma empresa de tecnologia está prestes a ser fechada. Para evitar que isso aconteça é bolada uma enorme festa de fim de ano, daquelas bem chatas que são feitas em escritórios, para ver se um cliente fecha contrato com eles. Esse contrato milionário salvaria a filial e preservaria o emprego de todo mundo. Bom, quem conhece comédias americanas sabe bem onde tudo isso vai dar. As coisas vão fugindo do controle até que a tal festa de natal se torna um caos completo.

É uma fita divertida, não se pode negar. Comédias assim andam bem raras. O roteiro é esperto, tem excelentes tiras de humor. Muito do que se vê de engraçado vem daquele tipo de situação constrangedora que acaba virando piada no dia seguinte. Os tipos que trabalham no escritório são bem clichês, mas isso é basicamente o que se precisa para fazer um roteiro engraçado. O politicamente correto acaba servindo também de instrumento de humor, principalmente pela personagem que trabalha nos recursos humanos da empresa, sempre preocupada com o que se diz e se fala dentro do escritório. T.J. Miller é um dos donos do escritório, um cara boa praça que praticamente arruinou a filial por ser basicamente muito gente boa com seus empregados. Jennifer Aniston é sua irmã, que quer fechar a empresa de todo jeito para economizar custos. Por fim, fechando o trio principal de personagens, temos Jason Bateman como o supervisor, amigo de Miller, que dá apoio a todas as suas criancices. Então é isso. Curti e me diverti. Uma comédia que não aborrece e nem enche a sua paciência. Já está bom demais assim.

A Última Ressaca do Ano (Office Christmas Party, Estados Unidos, 2016) Direção: Josh Gordon, Will Speck / Roteiro: Justin Malen, Laura Solon / Elenco: Jason Bateman, Jennifer Aniston, T.J. Miller, Olivia Munn / Sinopse: Para conquistar um cliente novo e evitar que a filial de uma empresa seja fechada, é criada uma enorme festa de fim de ano, só que as coisas rapidamente fogem do controle.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Quero Matar Meu Chefe

Três amigos decidem conspirar para literalmente matar seus respectivos chefes, pessoas horríveis em sua forma de ver. O que parece ser um plano promissor porém logo se transforma em uma grande confusão para todos os envolvidos. Não há como negar que “Quero Matar Meu Chefe” é divertido e engraçado. São garantidas pelo menos três boas risadas nele (coisa que em produções recentes está cada vez mais raro de acontecer). Infelizmente essas três boas cenas que irão fazer rir o espectador não são tão comuns ao longo do filme. O problema é que "Horrible Bosses" é muito irregular e em muitos momentos não consegue ser tão engraçado como poderia ser. Tudo começa muito bem, as cenas mostrando como os chefes (Jennifer Aniston, Kevin Spacey e Colin Farrell) são horríveis, são bem boladas e divertidas (principalmente as que envolvem Spacey). O problema surge a partir do momento em que o trio central decide levar à frente seus planos.

Surge nessa parte do filme o primeiro bom personagem desperdiçado pelo roteiro: "Motherfucker" Jones (Jamie Foxx). Esse personagem, responsável por bons momentos de humor, não é bem aproveitado e acaba se perdendo no desenrolar do filme. Idem para a personagem de Aniston, a dentista tarada, que também poderia render muito mais mas que fica no meio do caminho. O roteiro tem muitos altos e baixos - algumas cenas são divertidas e outras bem sem graças. Alguns momentos são bem bolados e outros logo se transformam em pura baixaria. Enfim, se fosse definir essa comédia diria que é uma montanha russa - em que você se diverte mas que também sai com a sensação de que "poderia ser bem melhor".

Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses, Estados Unidos, 2011) Direção: Seth Gordon / Roteiro: Michael Markowitz, John Francis Daley / Elenco: Kevin Spacey, Jennifer Aniston, Colin Farrell, Jason Sudeikis, Jason Bateman, Donald Sutherland / Sinopse: Três amigos decidem conspirar para literalmente matar seus respectivos chefes, pessoas horríveis em sua forma de ver. O que parece ser um plano promissor porém se transforma logo em uma grande confusão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Juno

Poucas coisas são mais terríveis na vida de uma jovem do que uma gravidez na adolescência. O primeiro reflexo negativo vem em sua vida escolar, depois em sua própria vida pessoal. Muitas são abandonadas pelo pai da criança e elas se vêem sozinhas para enfrentar a criação de um bebê, algo sempre complicado e difícil. Esse filme Juno pretendeu mostrar a vida de uma típica adolescente americana que fica grávida sem ter a mínima condução psicológica ou financeira de assumir tantas responsabilidades. Sem condições pessoais ela resolve colocar seu filho para adoção de um casal com dificuldades de gerar sua própria criança. O interessante em Juno é que esse tema, que poderia virar rapidamente um dramalhão daqueles, acaba sendo mostrado de forma leve, despretensiosa, com muita música indie e um clima de leve esperança juvenil. Um de seus melhores aspectos é o elenco. Certamente Ellen Page é uma das melhores atrizes surgidas recentemente no cinema americano. Com cara de menina mesmo ela vem despontando em produções cada vez mais ousadas e interessantes. De fato ela acabou virando uma espécie de espelho dessa geração que está aí. Jovens que já nasceram com toda a liberdade do mundo mas que não sabem direito o que fazer com ela.

O roteiro é de Diablo Cody. Ela virou queridinha da crítica depois que Juno caiu nas graças do público. Ex stripper, ela levou para seu texto muitas coisas de sua própria vida pessoal e isso acabou gerando um contraste entre sua personagem adolescente e as coisas que diz, que são tipicamente de pessoas mais adultas, mais vividas. Isso acabou gerando muito debate no lançamento do filme, dando munição para os que não gostaram muito do roteiro em si. De fato Juno parece não ter uma mentalidade muito condizente com uma garota de sua idade. Ela é esperta, descolada e tem uma cultura pop que não seria muito adequada nem com sua idade e nem com sua personalidade, mas acredito que essa seja uma observação um pouco preciosista demais. No final das contas o que realmente vale a pena em Juno é seu clima alto astral, leve, divertido e até mesmo lírico – a cena final é de um  lirismo ímpar. Se ela é ou não um personagem verossímil já é uma questão para um outro debate maior. Por enquanto assista Juno pelo que essencialmente ele é, um filme soft que retrata um momento hard na vida dessa adorável jovem.

Juno (Juno, Estados Unidos, 2007) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Elenco: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, Olivia Thirlby, J.K. Simmons, Allison Janney, Rainn Wilson, Lucas MacFadden. / Sinopse: Juno MacGuff (Ellen Page) é uma adolescente que fica grávida de seu colega de escola, o nerd e deslocado Bleeker (Michael Cera). Sem ter como criar um filho sendo tão jovem ela resolve levar á criança para doação. O casal escolhido, Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), tenta criar um laço de amizade e afeição com a jovem garota.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Amor Sem Escalas

De todos os filmes que estão concorrendo ao Oscar esse "Amor Sem Escalas" foi na minha opinião o mais interessante. Com um roteiro aparentemente simples o filme consegue retratar questões importantes do cotidiano do homem moderno. Temas como solidão, vida profissional, desemprego e o vazio da vida atual são colocados no centro da trama de forma muito sutil e eficaz, muitas vezes sem nem ao menos o espectador se dar conta disso. O enredo mostra o dia a dia de um profissional sui generis que cruza os EUA de costa a costa com a função de demitir funcionários das empresas. Em tempos de crise financeira o tema se torna ainda mais atual e relevante. O drama de quem perde o emprego é mostrado de uma forma realista, sem maquiagem, usando inclusive depoimentos reais de pessoas que realmente foram demitidas nessa crise que assola a economia americana. George Clooney está perfeito no papel pois esbanja cinismo, charme e insensibilidade em doses exatas. Retratando um profissional cuja frieza não é apenas bem vinda mas também necessária o ator entrega ao grande público uma de suas melhores atuações. Tanto que vem sendo reconhecido em vários prêmios com indicações mais que merecidas. A própria transformação pelo qual passa seu personagem realça ainda mais o talento do ator, que em recentes entrevistas tem demonstrado o desejo de se dedicar apenas ao trabalho de diretor em seus próximos projetos. Após assistir esse filme torço para que mude de ideia.

E é justamente essa transformação interior que traz um certo desconforto no filme. Conforme o roteiro avança vamos presenciando as mudanças na forma de pensar do personagem de Clooney, que começa a refletir sobre a solidão em que vive, a sua falta de laços emocionais e o vazio de uma vida sem objetivos a alcançar. Amor Sem Escalas é um filme curioso pois apresenta em um primeiro momento a trajetória de um homem extremamente individualista, egocêntrico e vazio que se sente plenamente à vontade com sua vida. Somente após vários eventos é que aos poucos vai se dando conta do vazio existencial em que se encontra.

Talvez esse seja o único ponto a se criticar no filme. Em certo momento o personagem de Clooney, que se mostrava feliz com sua condição no começo da estória, vai se tornando amargurado por não ter uma família estruturada ou alguém para compartilhar sua vida. Soa bastante forçado essa brusca mudança de personalidade, principalmente quando o vemos na primeira parte do filme defender de forma tão veemente o fato de ser um solteirão convicto que detesta a ideia do casamento e filhos. A súbita mudança de atitude só se justifica mesmo pelo moralismo familiar que o roteiro tenta impor ao espectador. A mensagem subliminar é a de que a felicidade só será alcançada com o casamento e filhos e que pessoas solteiras não poderiam ser felizes. Bobagem. Esse tipo de pensamento saiu de moda com a revolução sexual e nesse ponto o argumento soa ultrapassado. De qualquer forma isso é um aspecto menor que não desmerece o filme como um todo. No fundo é apenas reflexo do moralismo que reina na sociedade do Tio Sam. Enfim, "Amor Sem Escalas" é um filme a se conhecer, pois além de bom entretenimento faz refletir, coisa cada vez mais rara em tempos de filmes ocos e escapistas como Avatar. Não deixe de assistir e boa viagem.

Amor Sem Escalas (Up in the Air, EUA, 2009) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Jason Reitman e Sheldon Turner, baseados em obra de Walter Kirn / Elenco: Jason Bateman, George Clooney, Anna Kendrick, Vera Farmiga, Melanie Lynskey, Danny McBride, Chris Lowell, Tamala Jones / Sinopse: Executivo tem como função primordial em seu trabalho demitir funcionários de outras empresas. Cínico, sem laços familiares ou sociais, ele é abalado em seu modo de viver após conhecer interessante mulher.

Pablo Aluísio.