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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Paixões Violentas

Título no Brasil: Paixões Violentas
Título Original: Against All Odds
Ano de Lançamento: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Taylor Hackford
Roteiro: Eric Hughes, Daniel Mainwaring
Elenco: Jeff Bridges, James Woods, Rachel Ward

Sinopse:
Um gângster contrata um ex-jogador de futebol para encontrar sua ex-namorada, pois ou ela desapareceu ou então definitivamente não quer ser encontrada. Quando o tal sujeito finalmente a encontra, eles se apaixonam e intrigas e reviravoltas começam a acontecer, sem controle.

Comentários:
O James Woods sempre foi um ator subestimado. Pena, pois sempre foi talentoso, mesmo com seu rosto marcado por acne mal curada da juventude. Aqui ele precisou se cuidar pois o filme de certo modo foi roubado pelo Jeff Bridges. Ainda jovem, magro, com barba, ele protagonizou cenas despudoradamente românticas na praia ao lado da mulher que deveria localizar para quem o contratou, justamente o bandido interpretado por Woods. Então o cerco se fecha, pois ele ainda ama a tal mulher que seu contratado quer porque quer, levar para a cama. Situação, no mínimo, delicada, vamos ser bem sinceros. Colocar chifres em um criminoso violento e sem freios, definitivamente não parece ser uma boa ideia! Ainda bem que tudo isso rendeu um bom filme, embora seja de certa forma bem convencional e quadradinho. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Assassinato a Sangue Frio

Título no Brasil: Assassinato a Sangue Frio
Título Original: The Onion Field
Ano de Lançamento: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Black Marble Productions
Direção: Harold Becker
Roteiro: Joseph Wambaugh, Eric Roth
Elenco: John Savage, James Woods, Christopher Lloyd, Ted Danson, Ronny Cox, Lee Weaver

Sinopse:
Dois criminosos em um carro são parados por uma patrulha policial em uma estrada quase desértica perto de Los Angeles. Eles conseguem render os dois tiras durante a abordagem e os levam para um campo de cebola bem distante da cidade. Ali precisam decidir o que vão fazer com os homens da lei. Será que matá-los seria uma boa saída?

Comentários:
Bom filme policial do final da década de 1970. O filme, quando lançado nos Estados Unidos, causou uma certa repercussão porque sua história era totalmente baseada em um crime real envolvendo a execução de dois patrulheiros da Califórnia e os desdobramentos na justiça de tal crrme. O título original do filme, "O Campo de Cebolas", retrata o lugar onde tudo aconteceu. Inclusive o diretor fez questão de filmar tudo no mesmo local onde teria ocorrido os assassinatos. Mostra bem a perversidade e a psicopatia de certos criminosos, o perigo de ser um policial trabalhando nas madrugadas de uma grande cidade dos Estados Unidos na época e os problemas e erros que acabam acontecendo no sistema judiciário daquele país. O cinema dando sua versão do submundo da criminalidade que acontece no mundo real. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Videodrome

Título no Brasil: Videodrome - A Síndrome do Vídeo
Título Original: Videodrome
Ano de Produção: 1983
País: Canadá
Estúdio: Filmplan International
Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Cronenberg
Elenco:  James Woods, Debbie Harry, Sonja Smits, Peter Dvorsky, Leslie Carlson, Jack Creley

Sinopse:
Um programador começa a ter alucinações em sua mente, onde não consegue mais distinguir direito o que seria realidade e o que seria pura loucura em um mundo dominado pela força do áudio visual. Filme premiado pelo Canadian Society of Cinematographers Awards.

Comentários:
Na primeira metade dos anos 80 o videocassete começou a se tornar realmente popular. Em pouco tempo cada casa teria esse aparelho, que logo se tornou campeão de vendas. O curioso é que o diretor David Cronenberg teve um raro sendo de oportunidade para perceber que o nascente mercado de vídeo iria abrir as portas para jovens cineastas desconhecidos, como ele. Um filme como esse "Videodrome" não teria espaço nenhum nos cinemas, mas em VHS logo iria encontrar seu público. E foi o que aconteceu. Pouco tempo depois de ser lançado virou um cult movie nas locadoras. A proposta do roteiro era ousada e rompia limites que o cinemão mais comercial não aceitaria. Revisto hoje em dia a fita obviamente ficou datada, mas ainda mantém certo impacto. Afinal quem viveu os anos 80 jamais esqueceu da cena do protagonista enfiando sua cabeça em uma TV fora do ar. Puro cinema esquisito e estranho do David Cronenberg,

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Hércules

Mais uma boa animação da Disney. Aqui a fonte de inspiração foi a mitologia grega. Dizem que as religiões de povos antigos acabam se tornando mitologias com o passar dos séculos. E no caso da Grécia, de Roma e do Egito Antigo, isso mostrou-se verdadeiro. Pois bem, esse personagem Hércules foi até bastante explorado pelo cinema, principalmente nos anos 60, quando deu origem a um sem número de filmes B, geralmente rodados na Europa, com halterofilistas anônimos dando vida a esse semideus da mitologia. Por isso até fiquei surpreso quando a Dinsey avisou que seu longa-metragem anual iria trazer esse personagem grego que no cinema havia virado sinônimo de filme ruim e barato.

A animação, como era de esperar, ficou muito boa, tecnicamente muito bem realizado e produzido. Em termos de estúdios Disney, nenhuma surpresa. Não há animações mal realizadas em seu catálogo. O traço também ficou excelente, procurando por um desenho mais estilizado, usando como fonte de inspiração antigos vasos gregos com deuses e guerreiros. Inclusive se deram ao luxo de chamar o grande Charlton Heston para narrar o filme. Isso deu um tom épico ao desenho animado. Nada mal. Eu pessoalmente acredito que (mais uma vez) o vilão roubou o desenho pra si. Estou me referindo ao deus do submundo Hades. Dublado na versão original por James Woods, ele é certamente a melhor coisa dessa animação. Impagável em todos os sentidos.

Hércules (Hercules, Estados Unidos, 1997) Direção: Ron Clements, John Musker / Roteiro: Ron Clements, John Musker / Elenco: Tate Donovan, Josh Keaton, Danny DeVito, James Woods, Charlton Heston (narrador) / Sinopse: Hércules, jovem com força fenomenal, filho de Zeus, precisa enfrentar inúmeros desafios para sobreviver aos ataques de Hades, o deus do submundo e da escuridão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Aprendiz de Feiticeiro

Título no Brasil: Aprendiz de Feiticeiro
Título Original: The Hard Way
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Lem Dobbs, Michael Kozoll
Elenco: Michael J. Fox, James Woods, Stephen Lang, Annabella Sciorra, John Capodice, Luis Guzmán

Sinopse:
Nick Lang (Michael J. Fox) é um jovem astro de sucesso em Hollywood. Um ator popular entre o público juvenil. Entretanto ele quer mudar sua carreira, interpretar um tira durão em seu próximo filme. Assim passa a acompanhar John Moss (James Woods), um policial verdadeiro de Nova Iorque, em suas ações. Claro que Moss acha péssimo ter que acompanhar aquele ator de cinema.

Comentários:
O filme foi uma aposta da Universal naquele verão. Foi uma produção cara, com campanha de marketing agressivo nos cinemas. Era um filme estrelado pelo astro do momento, Michael J. Fox, no auge de sua popularidade por causa do filme "De Volta Para o Futuro". Porém, mesmo com tudo a favor, o filme não conseguiu ser um sucesso de bilheteria. O que deu errado? O roteiro era sem novidades, cheio de clichês. Afinal pense bem, quantos filmes você não já assistiu usando desse mesmo enredo? Muitos, certamente. A velha coisa de termos dois parceiros com personalidades diferentes em um filme policial. Isso já foi usado à exaustão, vamos ser sinceros. E se falha no gênero policial, erra ainda mais na questão do humor. É um filme sem graça, que ficou muito datado com os anos. Olhando para o passado parece que J. Fox só conseguiu acertar mesmo com o filme de Zemeckis e Spielberg. Todo o restante de sua filmografia não foi muito marcante. Essa é a verdade.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Um Policial Acima da Lei

Título no Brasil: Um Policial Acima da Lei
Título Original: Cop
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Atlantic Entertainment Group
Direção: James B. Harris
Roteiro: James Ellroy, James B. Harris
Elenco: James Woods, Lesley Ann Warren, Charles Durning, Charles Haid, Raymond J. Barry, Randi Brooks

Sinopse:
O policial Lloyd Hopkins (James Woods) investiga um suposto maníaco e serial killer que ataca mulheres. Conhecido por ser um policial violento, ele logo entra em choque com seus superiores que acabam tomando seu distintivo no departamento onde trabalha.

Comentários:
Esse tipo de filme, um típico policial dos anos 80, geralmente encontrava seu público alvo não nos cinemas, mas sim no mercado de vídeo VHS, que na época era um ramo comercial muito importante para a indústria cinematográfica. Tanto isso é verdade que esse filme custou meros 3 milhões de dólares, ou seja, era feito mesmo para as locadoras. No geral o filme não foge nada dos padrões vigentes na época para esse tipo de produção, ou seja, o protagonista era sempre um tira durão, que queria fazer justiça pelas próprias mãos, mas que era impedido de seguir em frente por causa da burocracia da polícia. Os roteiros também repetiam uma certa fórmula pois esse tipo de personagem quase sempre era abandonado pela esposa e vivia um verdadeiro inferno pessoal. Tudo na linha do que era feito na época, sem tirar ou colocar nada de novo. Assim se você curtia esse tipo de filme policial dos anos 80 pode ver (ou rever) sem maiores sobressaltos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Todo Mundo em Pânico 2

Título no Brasil: Todo Mundo em Pânico 2
Título Original: Scary Movie 2
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Keenen Ivory Wayans
Roteiro: Shawn Wayans, Marlon Wayans
Elenco: Marlon Wayans, James Woods, Shawn Wayans, Anna Faris, Tori Spelling, Tim Curry

Sinopse:
Um grupo de idiotas decide invadir uma velha casa mal assombrada, sem saber que lá dentro encontrarão todos os tipos de manifestações sobrenaturais, sendo uma mais maluca do que a outra. Continuação do filme "Scary Movie".

Comentários:
Para gostar dessa série de comédias é preciso preencher certos requisitos. O primeiro, e mais óbvio, é gostar de besteirol. Esse tipo de sátira amalucada surgiu ali no comecinho dos anos 80 com filmes como "Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu". Depois disso Hollywood não parou mais de produzir esse tipo de filme. Além de gostar de um besteirol também é preciso conhecer os filmes que são satirizados. Sem isso a graça perderá a metade da força. Aqui eles tiram onda com antigos filmes de fantasmas - daqueles bem antigos, com cenários bem estilizados - e com o clássico "O Exorcista", com direito a uma cena muito engraçada, onde James Woods interpreta um dos padres que espantam o capeta na garota (que ficou igualzinha à original). "O Silêncio dos Inocentes" também não escapa da gozação completa. O curioso é que a própria Dimension Films produziu muitos filmes de terror ao longo de todos esses anos e aqui satiriza um de seus produtos cinematográficos mais rentáveis. Vale tudo pelo lucro! Enfim, muita besteira, muito escracho e diversão pontuando tudo. Só faltou mesmo a Carmen Electra para animar os adolescentes cheios de hormônios que costumam assistir a esse tipo de filme.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Era uma Vez na América

Título no Brasil: Era uma Vez na América
Título Original: Once Upon a Time in America
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sergio Leone
Roteiro: Leonardo Benvenuti
Elenco: Robert De Niro, James Woods, Elizabeth McGovern, Treat Williams, Tuesday Weld, Burt Young

Sinopse:
Um antigo gângster retorna para suas origens no Lower East Side de Manhattan. Ele havia deixado a região há mais de 30 anos e agora precisa lidar com todos os arrependimentos e traumas de seu passado. Roteiro baseado no livro de Harry Grey. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (Sergio Leone) e Melhor Trilha Sonora Original (Ennio Morricone).

Comentários:
O mestre Sergio Leone trabalhou muito pouco nos Estados Unidos. Para o tamanho de seu talento esse aspecto deixou a desejar. Artesão do cinema, ele tinha dificuldades em lidar com o lado industrial do cinema americano. Mesmo assim o pouco que produziu na América fez história. Esse "Once Upon a Time in America" foi muito provavelmente seu projeto mais ambicioso. Leone quis contar parte da história dos imigrantes nos Estados Unidos. E o mundo do crime organizado, dos gangsters, não poderia ficar de fora. Considerado por alguns críticos da época como uma espécie de complemento ao épico "O Poderoso Chefão" o filme só não foi mais aclamado em seu lançamento original porque o público americano achou a produção pesada demais, excessivamente longa. Talvez o farto material fosse menos mais adequado para uma minissérie ou ainda dois longas. De qualquer forma o resultado ficou excepcional em minha opinião. Assisti pela primeira vez ainda nos tempos do VHS. Eu me recordo bem que o filme foi lançado em fita dupla por causa de sua longa duração. Era um item essencial nas locadoras para quem estivesse em busca de cinema de qualidade e tudo isso com a assinatura de um dos grandes diretores de todos os tempos, o incomparável Sergio Leone.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de outubro de 2018

Cidadão Cohn

Quando o filme começa encontramos esse velho advogado em uma cama de hospital. Ele está morrendo de AIDS. O desespero vem não apenas pelo fato dele estar nos últimos estágios de uma doença mortal e incurável, mas também pelo fato de que a Ordem dos advogados está prestes a cassar sua licença para advogar. O que aconteceu? Assim o filme volta em um longo flashback para contar sua história pessoal, os envolvimentos em pequenas e grandes corrupções envolvendo o governo dos Estados Unidos e o lado mais podre e escondido da política daquele país.

James Woods interpreta o advogado Roy Marcus Cohn. Sua interpretação é excelente, embora prejudicada um pouco pela forte maquiagem quando dá vida ao idoso moribundo. Parece uma máscara de borracha mal arranjada. Nas cenas em que aparece ao natural, com o rosto limpo, se sobressai seu talento. Do sujeito até idealista, recém saído da faculdade de direito, até o corrompimento completo de caráter ao rastejar pelo submundo e esgotos do jogo baixo envolvendo homens poderosos e corruptos, o filme tenta contar sua história. Poderia ser um retrato do Brasil, mas é uma amostra do que ocorre nos bastidores do poder nas altas esferas do governo americano. Não há democracia que resista. Assista e tenha um gostinho do que se passa também por lá, nas entranhas do grande irmão do norte.

Cidadão Cohn (Citizen Cohn, Estados Unidos, 1992) Direção: Frank Pierson / Roteiro: David Franzoni, baseado no livro escrito por Nicolas von Hoffman / Elenco: James Woods, Joe Don Baker, Joseph Bologna / Sinopse: Baseado em fatos reais o filme conta a história de um influente advogado que está morrendo de AIDS, com ameaça de perder sua carteira de advogado depois que inúmeros escândalos envolvendo sua atuação dentro do governo são revelados ao público. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (James Woods).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de março de 2017

A Filha do General

Título no Brasil: A Filha do General
Título Original: The General's Daughter
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Simon West
Roteiro: Christopher Bertolini
Elenco: John Travolta, Madeleine Stowe, Timothy Hutton, James Woods, James Cromwell
  
Sinopse:
Após a morte misteriosa de uma capitã, filha de um figurão militar, o tenente Paul Brenner (John Travolta) é designado por seu comandante para descobrir a autoria do crime e as razões do assassinato. Ao lado da advogada Sara Sunhill (Madeleine Stowe), o tenente vai desvendando toda a complexa rede que envolve a morte da jovem militar. O que ele acaba descobrindo é algo muito mais surpreendente do que ele poderia inicialmente supor.

Comentários:
Ao longo da carreira o ator John Travolta participou de alguns filmes marcantes, outros nem tanto, verdadeiras bombas. É um ator irregular. Esse "A Filha do General" fica no meio termo pois até teve um certo sucesso, sendo bem sucedido comercialmente no mercado de vídeo VHS - já que nos cinemas apresentou uma bilheteria modesta. O que vale aqui, o seu principal mérito, vem do roteiro, mais claramente falando, de sua trama. É aquele tipo de história que começa levando o espectador para um lado, depois para outro, tudo para no final surgir aquela grande reviravolta que ninguém esperava! Em alguns momentos esse tipo de maniqueísmo do roteirista fica um pouco cansativo, mas se você conseguir superar isso pode vir a se divertir. O diretor inglês Simon West é especialista nesse tipo de filme pois já dirigiu produções como "Con Air - A Rota da Fuga", "Lara Croft: Tomb Raider" e "Os Mercenários 2". É considerado um cineasta muito bom no gênero ação. Por isso deixamos, mesmo com certas reservas, a dica desse bom filme estrelado por John Travolta. Vale uma espiada.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Crime Verdadeiro

Título no Brasil: Crime Verdadeiro
Título Original: True Crime
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Larry Gross
Elenco: Clint Eastwood, James Woods, Isaiah Washington, LisaGay Hamilton, Denis Leary, Bernard Hill
  
Sinopse:
Condenado à pena de morte pela acusação de ter matado uma mulher branca que estava grávida, o prisioneiro negro Frank Louis Beechum (Isaiah Washington) está a poucos dias de sua execução na cadeira elétrica. É justamente nesse momento que o jornalista Steve Everett (Clint Eastwood) é indicado para cobrir sua morte. A questão é que Steve desconfia que Frank Louis na verdade é um homem inocente, acusado de um crime que nunca cometeu. Ele passa então a ir mais a fundo na elucidação do assassinato, descobrindo coisas escabrosas em sua matéria investigativa.

Comentários:
Mais um bom filme lançado por Clint Eastwood que de certa maneira foi esquecido. É curioso o fato de que, embora Eastwood tenha dirigido bons filmes anos anos 90 (inclusive algumas obras primas), nada dessa época parece ter ficado marcado na mente para o público em geral. Muitos filmes caíram no esquecimento rapidamente. Esse "True Crime" é um exemplo. A trama é ótima, muito bem escrita, com toques de suspense e tensão que vão até a última cena, mas nada parece ter salvo a produção de ter caído na vala comum do esquecimento dos cinéfilos. Pouca gente lembrará, até porque Clint não interpreta um personagem marcante como Dirty Harry, por exemplo. O seu protagonista é praticamente uma pessoa comum, um jornalista que descobre haver uma conspiração envolvendo muitas pessoas importantes. Por trás de tudo uma falsa acusação envolvendo um negro, condenado à morte com um crime que não cometeu. Por causa de seu roteiro o filme chegou a ser indicado a um prêmio no Black Reel Awards, uma premiação de cinema que visa premiar e reconhecer obras cinematográficas que trazem mensagens importantes para o movimento negro americano. Aliás o filme levanta um ponto bem relevante nesse aspecto: a maioria dos condenados à morte nos Estados Unidos são negros e pobres, muitos deles não ganham um julgamento justo, geralmente sendo defendidos por advogados pagos pelo Estado. O resultado é que a maioria dos que estão presos hoje na América são desamparados pelo sistema judiciário. Os próprios operadores do direito muitas vezes os tratam como seres humanos de segunda categoria. Clint Eastwood assim chama a atenção para esse fato social completamente condenável.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de outubro de 2016

Fantasmas do Passado

Título no Brasil: Fantasmas do Passado
Título Original: Ghosts of Mississippi
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Lewis Colick
Elenco: Alec Baldwin, James Woods, Whoopi Goldberg, Virginia Madsen, Craig T. Nelson, William H. Macy
  
Sinopse:
Trinta anos depois da morte do marido, um líder dos direitos civis no sul dos Estados Unidos, sua viúva Myrlie Evers (Whoopi Goldberg), tenta condenar nos tribunais o assassino, um racista violento e cruel chamado Byron De La Beckwith (James Woods). Para isso ela conta com o apoio do promotor público Bobby DeLaughter (Alec Baldwin) que fará de tudo para condenar o autor do crime. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
Outro ótimo filme sobre a questão dos direitos civis dos negros americanos no sul dos Estados Unidos. Essa produção aqui tenta "plastificar" um pouco a questão, tornando tudo um pouco mais "família" para o público médio americano (uma velha característica do cinema de Rob Reiner), mas mesmo assim é certamente um bom filme, muito valorizado por um elenco realmente excepcional e pela bela produção, com ótima reconstituição histórica dos fatos. Perceba que o ator Alec Baldwin ainda se levava muito à sério na época, pois ainda não tinha migrado para a TV para estrelar as séries cômicas que iriam dar um novo rumo para sua carreira. Já a comediante Whoopi Goldberg deixou a comédia de lado, suas personagens espalhafatosas e estridentes, para interpretar um papel dramático, sério e até mesmo comovente. Ela sempre foi muito talentosa e como muitos comediantes de Hollywood se viram realmente prejudicadas ao estrelarem filmes ruins em série (em Hollywood, infelizmente, as comédias costumam ser vistas como produtos de segundo escalão, onde nunca se capricha muito em termos de elenco e produção). O filme acabou sendo indicado (talvez por causa de suas boas intenções) a dois prêmios da Academia. O sempre correto James Woods levou a sua segunda indicação ao Oscar (antes havia sido indicado pelo filme-denúncia "Salvador" em 1986). A outra indicação de "Ghosts of Mississippi" foi técnico, para a equipe de maquiagem. Um trabalho realmente maravilhoso. Então é isso. Mais uma boa reconstituição histórica de um capítulo negro da história americana. Uma marcante lição de história para se aprender, evitando que um dia venha a se repetir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Um Ato de Coragem

Título no Brasil: Um Ato de Coragem
Título Original: John Q
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Nick Cassavetes
Roteiro: James Kearns
Elenco: Denzel Washington, Robert Duvall, Ray Liotta, James Woods, Anne Heche, Gabriela Oltean
  
Sinopse:
Após a internação de seu filho com problemas cardíacos, John Q. Archibald (Denzel Washington) entra em desespero ao perceber que não tem condições financeiras de pagar por seu tratamento. O garoto precisa urgentemente de uma cirurgião de transplante de coração, mas o plano de saúde pago por John não cobre esse tipo de procedimento. Tampouco ele tem o dinheiro necessário para tanto. Sem pensar racionalmente ele então decide fazer todos de reféns no hospital, para que algo seja feito e seu filho seja salvo da morte. Filme indicado aos prêmios BET Awards, Black Reel Awards, BMI Film & TV Awards e Political Film Society.

Comentários:
Os fins justificam os meios? O roteiro desse filme retoma esse tipo de pergunta de uma maneira, digamos, inovadora. Qual seria o grau de culpa de um pai que comete um crime para salvar a vida de seu próprio filho? A questão também lida com os problemas relacionados à saúde nos Estados Unidos. Ao contrário de países europeus, onde há saúde pública bancada pelo Estado para os mais pobres, nos Estados Unidos ela praticamente inexiste. Ou você tem um bom plano de saúde para cobrir os gastos de alguma emergência médica ou então morrerá sem assistência alguma. Para piorar os procedimentos médicos são extremamente caros, deixando grande parte da população sem qualquer tipo de apoio nesse sentido. Denzel Washington que sempre foi um ator bem interessado em questões sociais fez o filme justamente para trazer à tona esse tipo de debate e questionamento. De quebra também deu aos espectadores de cinema que só queriam realmente se divertir um bom filme, com excelente timing de tensão e suspense. Realmente um bom momento na carreira de Denzel que ainda contou com dois ótimos atores como coadjuvantes: Robert Duvall (interpretando um veterano negociador da polícia) e Ray Liotta (como o chefe de polícia que deseja resolver tudo da forma mais rápida e violenta possível). Se ainda não viu não deixe de conferir.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de novembro de 2015

As Virgens Suicidas

Já que estamos falando de filmes esquisitos eu me lembrei desse "As Virgens Suicidas". Assisti ainda nos tempos do VHS. Esse foi o filme que convenceu a crítica de que a jovem Sofia Coppola não era apenas a péssima atriz que Francis Ford Coppola insistiu em colocar na terceira parte de "O Poderoso Chefão". Ela até não podia convencer na frente das câmeras, mas seguramente mostrava bastante talento atrás delas, como cineasta. Duvida? Então você tem que conhecer esse seu primeiro filme de grande repercussão no circuito independente. O enredo por si só já era fora do normal. Um grupo de jovens garotas, todas loiras, lindas e muito inteligentes, que acabam se tornando protagonistas de um acontecimento bizarro que chocou a cidade onde moravam (sim, por mais estranha que a história lhe possa parecer o fato é que o roteiro foi baseado em fatos reais, o que definitivamente prova que os americanos não formam a população mais normal do mundo).

Aliás é bom salientar que o argumento tem várias nuances envolvendo fanatismo religioso, costumes e moralidade exacerbadas, repressão familiar, falta de harmonia doméstica e até mesmo assédio moral entre parentes. No elenco quem se destacou mesmo foi Kirsten Dunst, cuja atuação também serviu de trampolim para a fama pois em pouco tempo ela entraria na franquia de grande sucesso do Homem-Aranha. Então é isso, deixo essa dica para vocês, um filme que provavelmente vá mexer com tudo aquilo que você pensa entender da mente dos adolescentes.

As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, Estados Unidos, 1999) Direção: Sofia Coppola / Roteiro: Sofia Coppola / Elenco: Kirsten Dunst, Josh Hartnett, James Woods, Kathleen Turner, Danny DeVito, Michael Paré, Scott Glenn / Sinopse: o filme conta uma chocante história real envolvendo adolescentes norte-americanas. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards e ao Empire Awards.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Vampiros De John Carpenter

Título no Brasil: Vampiros De John Carpenter
Título Original: Vampires
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Steakley, Don Jakoby
Elenco: James Woods, Daniel Baldwin, Sheryl Lee

Sinopse:
Preocupado em eliminar de uma vez por todas com a infame raça dos vampiros que ainda rastejam sobre a Terra, o Vaticano decide enviar um de seus melhores caçadores de monstros da noite, o conhecido Jack Crow (James Woods), até o deserto do Novo México onde ao que tudo indica existe um ninho de vampiros liderado pelo infame Valek (Thomas Ian Griffith). Filme vencedor do Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Ator (James Woods), Melhor Trilha Sonora (John Carpenter) e Melhor Maquiagem. Também indicado aos prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante (Sheryl Lee) e Melhor Filme de Terror.

Comentários:
O fato de terem dado o título ao filme com uma clara referência ao nome do diretor já mostra bem o tamanho do prestígio de John Carpenter no meio Sci-fi. De fato é um grande mestre, um diretor de obras primas do gênero como "Halloween - A Noite do Terror" e "O Enigma de Outro Mundo", ambos filmes que até hoje em dia são cultuados. Aqui Carpenter resolveu trilhar um caminho diferente, apostando nos sanguinários seres noturnos de dentes pontiagudos. Tentando fugir o máximo possível do clichê situou seu enredo em um dos lugares menos prováveis para se encontrar um sugador de pescoços, o próprio deserto, com seu sol devastador e onipresente. O resultado dessa estranha mistura até se revela interessante, mas nunca consegue chegar a um ponto de se tornar um grande filme. Tudo é bem violento e os ataques mostrados em detalhes cirúrgicos, algo que foge um pouco do estilo do diretor que sempre optou em sua carreira pelo suspense e sugestão, ao invés de expor as vísceras de seus personagens como acontece aqui. Há claras falhas no roteiro e quem acaba segurando a barra no final das contas é o elenco, quem diria. Principalmente o trio principal formado por James Woods, Daniel Baldwin e Sheryl Lee (uma linda atriz cuja carreira infelizmente não decolou). Nesse ponto pode-se acusar eles de qualquer coisa, menos de que não quiseram vestir a camisa do filme. Vestiram sim, mas foi pouco para levantar o filme como um todo. É aquele tipo de produção que nunca cumpre tudo aquilo que prometeu e por isso se torna cada vez menos interessante com o desenvolvimento do enredo. No final o gostinho não é de sangue, mas de leve decepção mesmo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O Especialista

A idéia era boa, reunir Sylvester Stallone e Sharon Stone em um filme de ação que não deixasse também a sensualidade de lado. Stallone estava desesperado por um grande sucesso de bilheteria afinal causar impacto nos cinemas com seus filmes já não era algo tão fácil como nos anos 80. Alguns projetos equivocados, outros mal sucedidos, acabaram nublando o status de grande astro do ator. Infelizmente o roteiro não trazia grandes novidades. Aqui o ator interpretava o personagem Ray Quick, um ex-perito em explosivos da agência de inteligência americana. Após uma operação mal sucedida ele resolvera abandonar tudo, se aposentando precocemente nas areias das praias de Miami. Sua vida sossegada chega ao fim quando May Munro (Sharon Stone) vem lhe pedir ajuda numa missão de captura e vingança contra uma poderosa família do crime organizado comandada por Joe Leon (Rod Steiger) e seu filho Tomas (Eric Roberts).

Eles tinham sido responsáveis pela morte dos pais de May e ela agora sente que tem a oportunidade ideal para saciar sua sede de justiça. Outro personagem interessante na trama é Ned Trent (James Woods), também egresso das fileiras da CIA (onde trabalhou ao lado do personagem de Stallone) mas que agora se tornou membro da quadrilha da poderosa máfia local. “O Especialista” desperdiça bons atores como James Woods e Rod Steiger em papéis convencionais demais. A direção é burocrática, jamais ousando, nunca saindo do feijão com arroz dos filmes de ação da época, tudo obviamente seguindo a fórmula dos action movies da década de 80 por causa da presença de Stallone, o que de certa forma prejudicou o resultado. No final o interesse é todo desviado para o casal Stallone / Stone. Eles fazem tudo para elevar o nível de sensualidade do enredo mas o resultado se mostra bem morno. Sharon Stone estava lindíssima mas seu trabalho como atriz nesse filme é abaixo da média. Hoje em dia vale como curiosidade muito embora tenha envelhecido bastante em sua proposta.

O Especialista (The Specialist, Estados Unidos, 1994) Direção: Luis Llosa / Roteiro: John Shirley, Alexandra Seros / Elenco: Sylvester Stallone, Sharon Stone, James Woods, Rod Steiger, Eric Roberts / Sinopse: May Munro (Sharon Stone) tenta se vingar da morte de seus pais e para isso conta com a ajuda de um especialista em explosivos que havia trabalhado para a CIA, Ray Quick (Sylvester Stallone).

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de maio de 2013

Nixon

É bem complicado assistir a um filme como esse que, em uma análise mais profunda, foi realizado por um liberal de carteirinha (Oliver Stone) retratando um líder republicano, conservador (o presidente americano Richard Nixon). Não há a isenção e nem a imparcialidade necessárias para se realizar assim uma obra cinematográfica historicamente correta, livre de manipulações. Stone deveria se concentrar mais em aspectos mais periféricos da sociedade americana, como fez brilhantemente com os feridos em guerras (Nascido em 4 de Julho) ou os combatentes deixados ao acaso no meio da selva do Vietnã (como vimos em Platoon). Ao retratar um presidente que particularmente odeia o cineasta perde a compostura, se deixa dominar pela emoção. Esse é sem sombra de dúvida o ponto mais complicado desse filme “Nixon”. Stone despreza o biografado e não tem o menor pudor de esconder isso. Na pele do excelente e talentoso Anthony Hopkins, o ex-presidente americano virou praticamente uma caricatura de si mesmo, chegando ao ponto de até mesmo parecer um ser repulsivo e grotesco, lambendo os lábios, suando em profusão, quase um monstro shakesperiano.

Na verdade Nixon até que não foi um presidente tão ruim como se pensa. Claro que aconteceram fatos lamentáveis em sua trajetória, sendo o mais conhecido o escândalo Watergate, mas de uma maneira geral ele de certa forma tirou os Estados Unidos da lama do Vietnã e reatou laços diplomáticos com inimigos históricos, entre eles a China. Era um político experiente (muito mais do que JFK) e soube conduzir o país muito bem na política internacional. Infelizmente dentro de casa a coisa não foi tão bem sucedida. Tragado por uma burocracia que mal conseguia compreender, Nixon foi crucificado pela invasão a sede do partido democrata, onde homens de sua filiação política teriam ido em busca de informações sobre a campanha adversária. Em uma democracia como a americana isso certamente era algo inadmissível e assim Nixon perdeu não só sua credibilidade mas também sua presidência. Por fim quero destacar o confuso roteiro do filme. Para quem não é particularmente intimo de história americana a película certamente se mostrará confusa, desconexa, com idas e vindas no tempo, deixando o espectador comum simplesmente perdido. Assim Stone erra duplamente, ao enfocar um personagem histórico que simplesmente detesta e ao fazer um filme por demais fragmentário. Prefira assistir “Frost / Nixon” que sem dúvida é uma produção bem mais consistente.

Nixon (Nixon, Estados Unidos, 1995) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Stephen J. Rivele, Christopher Wilkinson, Oliver Stone / Elenco: Anthony Hopkins, Joan Allen, Powers Boothe, Ed Harris, Bob Hoskins, E.G. Marshall, David Paymer, David Hyde Pierce, Paul Sorvino, Mary Steenburgen, J.T. Walsh, James Woods, Brian Bedford, Kevin Dunn, Fyvush Finkel, Annabeth Gish, Tom Bower, Tony Goldwyn, Larry Hagman / Sinopse: Cinebiografia do presidente Americano Richard Nixon. Indicado aos Oscars de Melhor Ator (Anthony Hopkin), Melhor Atriz Coadjuvante (Joan Allen), Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de maio de 2013

Cassino

Embora seja um dos mais talentosos cineastas vivos, com uma rica filmografia, de encher os olhos, Martin Scorsese se saí muito melhor quando explora aspectos de sua própria etnia, de sua própria origem. Nenhum diretor conseguiu até hoje capturar a cultura ítalo-americana como ele. Talvez apenas Francis Ford Coppola (outro descendente de italianos) tenha chegado perto. E sem querer parecer preconceituoso o fato é que não há como falar em descendentes de italianos nos EUA sem falar na máfia. Esse aliás é o ponto central dos melhores filmes dirigidos por Scorsese. “Cassino” é um deles. A trama se passa em Las Vegas, durante a década de 1970. É lá que vive "Ace" Rothstein (Robert De Niro). Ele é gerente de um dos principais cassinos da cidade. Casado com uma ex-prostituta, viciada em cocaína, chamada Ginger McKenna (Sharon Stone), ele tenta colocar ordem no caos que sua vida se transforma. Seu melhor amigo é o baixinho valentão Nicky Santoro (em mais uma inspirada interpretação de Joe Pesci), que tem fortes ligações com a máfia que controla o jogo na cidade.

Como se sabe Vegas foi erguida com o dinheiro da máfia do leste, principalmente Chicago e Nova Iorque. Muitos descendentes de italianos foram para lá para controlar e administrar grandes hotéis e cassinos. Fizeram riqueza mas o ritmo estonteante e alucinado da cidade também cobrou seu preço. Robert De Niro esbanja talento em cena. Sua interpretação não se torna superior a que realizou em “Os Bons Companheiros” (que sempre é comparado com esse “Cassino”) mas mantém um nível excelente. Em termos de elenco quem acaba roubando o show é exatamente Sharon Stone. No auge da beleza ele se despiu de maiores vaidades para personificar uma mulher excessiva, com muita volúpia de experimentar de tudo, inclusive de drogas pesadas. Infiel, brega, desbocada e desnorteada com a própria vida, Stone mostra um excelente domínio dramático de seu personagem. De personalidade fraca ela logo se torna presa fácil de todos os vícios que a cidade tem a oferecer. Scorsese imprimiu um ritmo que lembra a própria Las Vegas e por isso o filme deixa a sensação de ser brilhante, esfuziante, mas também vulgar ao extremo, haja visto o palavreado pesado que sai da boca de seus personagens. Apesar de tudo não há de fato como negar que seja um grande filme no final das contas. Um dos melhores já assinados por Martin Scorsese.

Cassino (Casino, Estados Unidos, 1995) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Nicholas Pileggi, Martin Scorsese / Elenco: Robert De Niro, Sharon Stone, Joe Pesci, James Woods, Frank Vincent, Pasquale Cajano, Kevin Pollak, Don Rickles, Vinny Vella, Alan King, L. Q. Jones, Dick Smothers / Sinopse: Durante a década de 70 um cassino de Las Vegas se torna palco de traições, decepções e muita violência.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um Domingo Qualquer

Velho treinador de futebol americano (Al Pacino) tem que lidar com o desfalque de seu principal quaterback (Dennis Quaid) em um momento crucial do campeonato. O novo dono da posição é um jovem negro e arrogante (Jamie Foxx) que não consegue lidar bem com a fama e o sucesso que acompanham sua repentina escalação ao time principal. Aqui temos uma parceria que há muito tempo se esperava: Al Pacino sendo dirigido por Oliver Stone. O problema é que o tema realmente é norte-americano demais. Stone não esconde em nenhum momento sua paixão pelo esporte, a ponto de transformar seus jogadores em guerreiros, verdadeiros gladiadores modernos. Tudo é focado nesse ponto. As cenas dos jogos são super produzidas, com edição alucinada. Pacino alterna momentos de histerismo completo com introspecção absoluta. Apesar da força de seu nome o filme realmente gira em torno do personagem de Jamie Foxx. Terceiro quaterback da equipe acaba assumindo a posição em um momento crucial do time (Miami Sharks). No começo fica inseguro (a ponto de vomitar em campo) e vacilante mas conforme vão passando os jogos se torna auto confiante a ponto de se tornar totalmente arrogante, desmerecendo os demais colegas de equipe e até mesmo o próprio treinador.

No fundo o roteiro de "Um Domingo Qualquer" foca sobre as características de personalidade que formam o caráter de um verdadeiro líder de equipe. Isso é bem demonstrado na relação do quaterback Foxx com os demais jogadores. A partir do momento em que se torna queridinho da mídia ele passa a se auto vangloriar em demasia e o pior começa a criticar abertamente outros membros do time. Obviamente que em um esporte coletivo isso é literalmente dar um tiro no pé! A direção de Oliver Stone (que faz pequenas aparições como um comentarista esportivo) é centrada muito em uma edição que de certa forma imita as transmissões de jogos de canais como ESPN. Tudo muito rápido, nervoso, tentando captar a paixão e o calor do momento das partidas. Funciona? Sim, em termos. Dramaticamente era de se esperar um melhor aproveitamento de Al Pacino em cena mas isso não acontece. Como eu disse Stone preferiu mesmo glorificar a NFL. Se você gosta de filmes esportivos pode vir certamente a apreciar. Já os que querem ver o talento de Al Pacino podem ficar um pouco decepcionados. No final vale a pena assistir embora não seja dos melhores trabalhos de Oliver Stone.

Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday, Estados Unidos, 1999) Direção: Oliver Stone / Elenco: Al Pacino, Cameron Diaz, Dennis Quaid, James Woods, Jamie Foxx, LL Cool J, Matthew Modine, Charlton Heston, Aaron Eckhart e Tom Sizemore / Sinopse: Um íntimo olhar sobre os bastidores do futebol americano, passando desde os jogadores até os treinadores, a mídia e os donos de times, que controlam o jogo como um grande negócio que lucra milhões de dólares todo ano.

Pablo Aluísio.