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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Willow

Mais um filme cujo roteiro foi escrito por George Lucas. É curioso que depois do enorme sucesso da franquia "Star Wars" o diretor e roteirista tenha desistido de dirigir uma série de projetos que ele mesmo havia criado, alguns deles há anos. Provavelmente por ter receios de se expor em demasia, abrindo o espaço para críticas (algumas bem justas, aliás) ou comparações com o universo de "Star Wars". Assim ele decidiu "terceirizar" a direção desses filmes. Na posição mais confortável de produtor, Lucas não colocaria seu prestígio em perigo e tampouco sairia queimado caso o filme não fosse bem sucedido nas bilheterias. Trocando em miúdos, ele não estava disposto nessa altura de sua carreira a correr riscos desnecessários. Dessa maneira contratou o diretor Ron Howard para dirigir esse "Willow".

O enredo é bem fantasioso, passado em um tempo medieval com monstros, dragões, rainhas maquiavélicas e feiticeiras. Uma espécie de "O Senhor dos Anéis" mais modesto e menos pretensioso. O mais interessante é que apesar de ter uma boa produção - onde não faltaram nem mesmo excelentes efeitos visuais, alguns usando tecnologia digital pela primeira vez na história - o filme acabou se perdendo mesmo no roteiro, justamente o que foi escrito por Lucas. O que foi tão original e inspirador na franquia "Star Wars" aqui soa repetitivo, nada original, sem encanto e nem carisma. Sendo extremamente sincero, Lucas se rendeu a clichês de todos os tipos, alguns bem óbvios e vergonhosos. No final o que temos em mãos é uma obra pouco memorável e nada marcante dentro da filmografia do cineasta. Esse enredo provavelmente ficaria melhor restrito apenas no mundo da literatura pois no cinema não funcionou muito bem.

Willow - Na Terra da Magia (Willow, Estados Unidos, 1988) Direção: Ron Howard / Roteiro: George Lucas, Bob Dolman / Elenco: Val Kilmer, Joanne Whalley, Warwick Davis./ Sinopse: Um guerreiro medieval e um jovem camponês se tornam os protetores e guardiões de uma criança muito especial. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais e Melhores Efeitos Sonoros. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Howard, o Super-Herói

Título no Brasil: Howard, o Super-Herói
Título Original: Howard the Duck
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Lucasfilm
Direção: Willard Huyck
Roteiro: Steve Gerber, Willard Huyck
Elenco: Lea Thompson, Jeffrey Jones, Tim Robbins, Ed Gale, Chip Zien, Tim Rose

Sinopse:
Um sarcástico pato humanoide é puxado de seu mundo natal para a Terra, onde deve impedir uma invasão alienígena com a ajuda de um cientista nerd e uma lutadora cantora de rock. Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria de Pior Filme do Ano.

Comentários:
Pode ser considerado o filme mais equivocado da carreira de George Lucas. Não, ele não dirigiu o filme, mas sua companhia cinematográfica produziu praticamente tudo, inclusive usando de efeitos especiais de última geração para contar essa bobagem em celuloide. Eu particularmente sempre achei o filme bem ruim, muito embora, devo dizer, existem ainda (poucos) defensores dessa ideia. Do meu ponto de vista pouca coisa se salva, a tal ponto que esse filme do Pato espacial ter recebido inúmeras indicações ao Framboesa de Ouro, o Oscar do que é ruim em termos de cinema. Realmente pouca, mas muita pouca coisa, se salva. Talvez apenas os efeitos especiais, já que a Lucasfilm realmente não iria fazer um trabalho ruim nesse campo. Porém fora isso, pode jogar tudo na lata de lixo. O filme é ruim de doer.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Os Caçadores da Arca Perdida

Decidi rever "Os Caçadores da Arca Perdida". Esse foi um filme que assisti pela primeira vez em minha adolescência (talvez fim da infância, não me recordo bem), que fazia muitos anos que tinha visto pela última vez. É a tal coisa, em relação a determinados filmes criamos uma certa nostalgia emocional, muitas vezes por termos assistido em determinada época de nossas vidas. Agora revendo o filme já não me pareceu tão encantador e especial. Afinal já sou outra pessoa, vivendo outra fase da minha existência. Reflexões existenciais à parte, também devo dizer que o trabalho de Steven Spielberg e George Lucas continua intacto e não foi afetado pela passagem dos anos.

A intenção da dupla foi recriar o espírito dos antigos filmes de matinês dos anos 40 e 50. Acertaram em cheio. Indiana Jones em sua primeira aparição no cinema, não deixa a bola cair em nenhum momento. O enredo criado e escrito por George Lucas é pura aventura nostálgica. Jones (Ford) é um professor de arqueologia que está sempre pronto a ir atrás de grandes relíquias do passado. Após colocar as mãos em uma antiga divindade de ouro dos Maias e ser passado para trás pelos nazistas, ele volta para os Estados Unidos. Então é procurado para ir atrás daquela que talvez seja a maior relíquia arqueológica da história, a Arca da Aliança, a mesma onde Moisés depositou os dez mandamentos.

Acontece que os nazistas também estão tentando localizar o lendário objeto, já que Hitler e seus imediatos eram particularmente interessados em ocultismo. Acreditavam que a posse da Arca da Aliança lhes trariam a invencibilidade nos campos de batalha. Indiana Jones então parte para sua aventura, inicialmente indo até o Nepal onde encontra a filha de um velho arqueólogo que achou o cajado que iria determinar a localização exata da Arca no deserto do Egito (como ela foi parar lá? O roteiro explica, foi roubada por um Faraó que destruiu o Templo de Salomão).

A partir daí o filme não cessa um minuto. É uma cena de ação e aventura atrás da outra. Tem de tudo, cenas de perseguição, a luta de Indiana Jones e um brutamontes nazista na frente do avião (que você certamente vai lembrar por causa do sangue jorrando para todos os lados pela hélice do aparelho) e é claro a descida de Indiana Jones até o templo onde a Aliança foi guardada e escondida (que aliás é repleto de cobras, que Jones simplesmente tem pavor). No final Spielberg e Lucas decidiram (com acerto) ir para o lado sobrenatural da situação, mostrando a Arca da Aliança como realmente um objeto de grande poder. Assim que a Arca é aberta pelos nazistas forças poderosas e inexplicáveis consomem a todos ao redor. Uma cena memorável que inclusive não perdeu seu impacto em termos de efeitos especiais.

O saldo final foi muito positivo. Rever "Raiders of the Lost Ark" sempre será um prazer, pelo visto. Claro que o mesmo impacto que tive quando assisti pela primeira vez nunca mais se repetirá. Esse foi consumido pelas areias do tempo. Mesmo assim é impossível negar que o filme ainda continua muito divertido e sagaz.  Um símbolo da genialidade de Steven Spielberg, no auge de sua fase dourada e criativa, e George Lucas, que deixou o universo de "Star Wars" para criar outro universo igualmente saboroso e marcante na história do cinema.

Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, Estados Unidos, 1981) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman / Sinopse: Após ser passado para trás na busca de um artefato nas selvas da América Central, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contactado pelo governo americano para localizar a Arca da Aliança, que está sendo cobiçada pelos nazistas. Cabe a Jones achá-la antes que caia nas mãos de Hitler.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de maio de 2016

Os Caçadores da Arca Perdida

No começo da década de 80 o diretor Steven Spielberg quase foi contratado para assumir a franquia de James Bond, o agente 007. Infelizmente as negociações não deram certo. Frustrado, Spielberg viajou em férias para as Bahamas ao lado do amigo e também diretor George Lucas. Nessas férias Lucas mostrou a Spielberg um roteiro que havia acabado de escrever. Era uma aventura ao velho estilo, que lembrava até mesmo os antigos seriados cinematográficos do passado. Algo como Flash Gordon, Buck Rogers, Tarzan, mas em um contexto diferente. Um professor respeitado, arqueólogo, que se envolvia nas maiores aventuras na busca por artefatos históricos cobiçados. Seu nome? Indiana Jones. Desde o começo Spielberg adorou a ideia. Ele sabia que havia ali potencial para mais uma franquia de grande sucesso comercial. E foi justamente o que aconteceu. Com filmagens programadas em várias países tudo estava certo a não ser um problema crucial: quem iria interpretar Indiana? No começo tanto Spielberg como Lucas queriam o ator Tom Selleck para o papel, mas esse estava comprometido com a série de TV Magnum, grande sucesso de audiência na época. Assim eles foram atrás de outro ator para estrelar o filme.

A solução acabou sendo mais simples do que se imaginava. Lucas sugeriu a Spielberg que o papel de Indiana Jones fosse entregue a Harrison Ford, que já tinha se dado muito bem como o mercenário das estrelas Han Solo em "Star Wars". Acertos feitos, começaram as filmagens. "Os Caçadores da Arca Perdida" logo se tornou um fenômeno de bilheteria. Era um filme de aventura com claro sabor nostálgico, mas com uma roupagem mais adequada aos novos tempos. Com ótimo timing o filme era realmente perfeito, tanto tecnicamente como em termos de produção e roteiro. Por falar em roteiro a estória criada por George Lucas era realmente um primor de inventividade. Nela um grupo de pesquisadores nazistas saíam em busca da Arca da Aliança, o artefato citado na Bíblia. A lenda e a tradição afirmavam que aquele que possuísse a Arca se tornava invencível no campo de batalha. Exatamente o que almejava Hitler e seus homens. Curiosamente havia um fundo de verdade no enredo pois era bem conhecido o misticismo e a atração que os nazistas tinham nesse tipo de relíquia religiosa. O filme acabou fazendo tanto sucesso que de fato acabou virando uma série cinematográfica, tal como aquelas que o inspiraram. Haveria filmes bons e outros nem tanto, mas inegavelmente Indiana Jones se tornaria um dos grandes personagens da história do cinema americano.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de maio de 2016

George Lucas

Em 1999 o diretor e roteirista George Lucas deu uma rara entrevista a uma revista americana onde falou com extrema sinceridade sobre sua vida e obra. Lucas sempre foi considerado um cineasta que não dava entrevistas à imprensa e só havia aberto espaço naquele ano por causa do lançamento de "Star Wars - Episódio I - A Ameaça Fantasma", um filme muito aguardado, mas que de certa maneira frustrou as expectativas dos fãs da saga.

Perguntado porque havia se passado tanto tempo entre "O Retorno de Jedi" (lançado em 1983) e esse novo filme Lucas explicou que ainda não existia tecnologia necessária para colocar suas ideias na tela. Ele queria filmar o começo de toda a estória, o primeiro episódio, que havia escrito ainda nos anos 70. Como se sabe o primeiro filme "Guerra nas Estrelas" era na verdade o quarto episódio de uma saga escrita por Lucas ainda na universidade. Alguns personagens foram suprimidos e outros criados pois para Lucas aquele enredo era o mais acessível para o público na época. O filme se tornou uma das grandes bilheterias da história do cinema, rompeu marcos históricos de vendas de ingressos e virou um fenômeno, gerando muito dinheiro em licenciamento de brinquedos, bonecos, produtos, etc. Isso era algo inédito até então. Depois vieram mais dois blockbusters, "O Império Contra-Ataca" e "O Retorno de Jedi" e então Lucas parou tudo.

Nessa mesma entrevista, em um momento de sinceridade, Lucas ainda admitiu que a falta de tecnologia em efeitos especiais não foi o único motivo de ter se afastado de "Star Wars" e sua saga. Havia um elemento em sua vida pessoal também. Sua primeira esposa o abandonou por um homem dez anos mais jovem, o que Lucas disse ser "uma história clássica de traição" e isso o devastou por anos e anos. Veio em seguida uma depressão profunda que o paralisou como artista e cineasta. Depois disso Lucas colocou todo o material de "Star Wars" de lado para tentar organizar novamente sua vida pessoal.

O fato é que "Star Wars" poderia ter se encerrado definitivamente na trilogia original. Lucas já não tinha mais interesse até que a Fox resolveu lhe fazer uma proposta absurda em termos de dinheiro para que ele retomasse uma nova trilogia. Essa segunda trilogia não seria tão bem sucedida em termos de crítica como a primeira. Os filmes tinham roteiros ruins e pasmem, nem os efeitos especiais ficaram tão bons como era esperado. Some-se a isso a avalanche de críticas que Lucas teve que aguentar dos próprios fãs da saga e você entenderá porque há alguns anos ele resolveu finalmente se livrar de tudo, vendendo todos os direitos para a Disney. Milionário e renascido com uma nova paixão (uma jornalista negra), Lucas não parece disposto a se envolver novamente com o universo que criou. Esse tempo acabou em sua vida, segundo sua própria opinião.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de abril de 2016

Guerra nas Estrelas

Título no Brasil: Guerra nas Estrelas
Título Original: Star Wars
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Alec Guinness, Peter Cushing

Sinopse:
Luke Skywalker (Mark Hamill) é um jovem que mora em um pequeno e desértico planeta do universo. Sua vida é banal e sem grandes emoções até que tudo muda ao se envolver na guerra que está sendo travada entre forças rebeldes e o poderoso império  intergalático que deseja dominar todo o universo. Ao lado do aventureiro e mercenário Han Solo (Harrison Ford) ele parte para libertar a Princesa Leia Organa (Carrie Fisher) das mãos do terrível e cruel Darth Vader (David Prowse) na estrela da morte.

Comentários:
É seguramente um dos filmes mais influentes da história do cinema em todos os tempos. Muitos não param para pensar sobre isso, mas tudo o que você assiste hoje em dia em termos de blockbusters e filmes de fantasia e pura diversão, tem ligação direta com "Star Wars". Lançado no distante verão de 1977, o filme causou tanto impacto na cultura pop que mudou até mesmo a face do cinema americano após seu lançamento. Esse tipo de produção havia sido deixada de lado desde os anos 1950, pois Hollywood após essa década resolveu investir mesmo em dramas socialmente mais conscientes. "Star Wars" trouxe assim de volta o gosto pelo cinema como pura diversão, aventura e universos fantásticos. George Lucas soube com raro brilhantismo reunir tudo o que tinha visto em sua infância e adolescência para criar um mundo completamente novo, uma realidade que deixou o mundo surpreendido na época por causa da criatividade, da originalidade e dos maravilhosos efeitos especiais, além da própria trama, que se revelava como uma saga muito bem orquestrada que sintetizava diversas mitologias da cultura universal. Um espetáculo realmente. 

Como se sabe o universo de "Star Wars" segue em frente. Adquirido pela Disney a saga está sendo renovada numa nova sequência de filmes, sem a presença de Lucas que sabiamente resolveu se aposentar. O primeiro a chegar foi "Star Wars - O Despertar da Força" que resgatou vários personagens desse primeiro filme como Luke, Leia e Han Solo. Sucesso absoluto, com mais de um bilhão de dólares em bilheteria, a produção provou a força desses personagens, mesmo após tantos anos passados. Agora surge uma ótima oportunidade parar rever a excelente trilogia original que começou tudo. Prefira as versões originais, sem as novas intervenções de Lucas em que ele procurou modernizar os efeitos visuais da época do lançamento original. Enfim, "Star Wars" de 1977 é seguramente um dos cinco filmes mais importantes da história da ficção do cinema americano. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Som, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhores Efeitos Especiais e Melhores Efeitos Sonoros. Indicado ao Oscar ainda nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Alec Guinness), Melhor Direção (George Lucas) e Melhor Roteiro Original. Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Trilha Sonora Original (John Williams).

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de outubro de 2015

Caravana da Coragem

O diretor George Lucas ficou tão encantando com os Ewoks (aqueles bichinhos de pelúcia guerreiros do filme "O Retorno de Jedi") que resolveu escrever o roteiro e produzir esse filme focado apenas neles. A verdade é que apesar de Lucas ser um dos cineastas mais celebrados da história do cinema por causa de sua maior criação, a saga "Star Wars", ele também deu vários tropeços ao longo da carreira. Um deles foi justamente esse filme. Tudo bem, os ursinhos eram legais, divertidos e tudo mais, porém não havia razão e nem conteúdo para fazer um filme todo apenas contando a estorinha deles. Ficou bobo, vazio, infantil demais e completamente descartável. Como Lucas sempre foi um péssimo diretor de atores ele resolveu escalar o veterano diretor de TV John Korty para dirigir.

Esse fez um filme nada marcante, bem cheio de clichês e cenas de dar sono. Provavelmente apenas a garotada - até 12 anos - poderá curtir a produção. Hoje em dia a situação ainda é bem pior porque os efeitos especiais ficaram velhos e datados e a meninada para falar a verdade nem conhece mais muito bem os filmes "Star Wars" originais. Provavelmente com o lançamento da nova franquia o interesse volte a surgir entre os mais jovens, até lá não tem para onde ir, "Caravana da Coragem" ficou velho e esquecido. Filme vencedor do Emmy Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Caravana da Coragem - Uma Aventura Ewok (The Ewok Adventure, Estados Unidos, 1984) Direção: John Korty / Roteiro: George Lucas, Bob Carrau/ Elenco: Eric Walker, Warwick Davis, Fionnula Flanagen / Sinopse: Uma aventura no universo de Star Wars com os ursinhos Ewoks.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Star Wars Episódio II - Ataque dos Clones (2002)

Título no Brasil: Star Wars Episódio II - Ataque dos Clones
Título Original: Star Wars Episode II - Attack of the Clones
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Lucasfilm, Twentieth Century Fox
Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas
Elenco: Hayden Christensen, Natalie Portman, Ewan McGregor, Christopher Lee, Samuel L. Jackson, Frank Oz, Rose Byrne

Sinopse:
Dez anos depois dos eventos do primeiro episódio, Anakin Skywalker (Hayden Christensen) compartilha um romance proibido com Padmé (Natalie Portman), enquanto Obi-Wan (Ewan McGregor) investiga uma tentativa de assassinato contra um importante senador, descobrindo a existência de um exército de clones. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Filme vencedor do Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Figurino e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Não chega a ser tão ruim como o episódio I, mas também não é nenhuma maravilha. Na verdade colocando as cartas na mesa temos que admitir que essa segunda trilogia "Star Wars" no cinema deixou bastante a desejar. Talvez as expectativas tenham chegado nas alturas ou talvez George Lucas tenha mesmo esquecido de escrever boas estórias se confiando apenas nas maravilhas da tecnologia digital. O que podemos afirmar com certeza é que esses novos filmes muitas vezes caíram na mais pura e simples bobagem. Até mesmo personagens cativantes e marcantes como o mestre Yoda perderam a graça. Se na trilogia original ele era um velhinho sábio e cheio de boas lições, aqui ele dá saltos e rodopios no ar enquanto enfrenta seus inimigos (em cenas que muitas vezes se tornam cômicas, tamanho o absurdo das situações sem noção). De bom mesmo apenas momentos proporcionados pelo elenco que de fato é muito bom. Curiosamente muitos atores se queixaram depois da falta de uma boa direção nesse quesito por parte de Lucas. Realmente ele nunca foi um bom diretor de atuação, preferindo se dedicar apenas na sala de montagem e efeitos especiais. Mesmo sendo um omisso no set o elenco conseguiu ainda arrancar alguns dos momentos realmente bons desse filme, com destaque para a bela Natalie Portman e do esforçado Ewan McGregor que conseguiu transformar seu Obi-Wan Kenobi em um personagem mais marcante do que da trilogia original. Péssimo mesmo apenas o medíocre Hayden Christensen como Anakin Skywalker. É de se admirar que com um ator tão fraco se conseguiu levar em frente essa série. De qualquer forma a saga "Star Wars" seguirá em frente breve, esperamos que com melhores resultados.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Loucuras de Verão

Título no Brasil: Loucuras de Verão
Título Original: American Graffitti
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio:  Universal Pictures
Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas, Gloria Katz, Willard Huyck
Elenco: Richard Dreyfuss, Ron Howard, Paul Le Mat, Harrison Ford

Sinopse: 
Dois amigos se despedem da vida de colégio durante uma noite qualquer de 1962. Em breve eles irão para a universidade, entrando em uma nova fase de suas vidas. Para passar o tempo eles decidem andar de carro pela noite, dando voltas pelas redondezas, onde encontram amigos, paqueras e também rivais. Um retrato descompromissado e nostálgico da juventude americana dos anos 60.

Comentários:
O primeiro grande sucesso comercial da carreira de George Lucas. Produzido por Coppola esse foi um dos primeiros filmes a olhar com clima de nostalgia e carinho para a década de 1960 (que acabara de terminar). Com uma trilha sonora maravilhosa composta apenas de grandes clássicos do rock 'n' roll essa película é uma das mais lembradas quando se fala em filmes sobre adolescentes. Além de ter sido um marco na carreira de Lucas, "American Graffitti" também impulsionou a carreira do jovem e praticamente novato Harrison Ford que iria estrelar alguns dos filmes de maior bilheteria dos anos que viriam, como as franquias "Guerra nas Estrelas" e "Indiana Jones". Aqui seu papel é até sem importância mas isso não o impediu de se destacar no filme. Roteiro simples (o enredo se passa apenas em uma noite) mas muito eficaz e nostálgico, a produção é considerada até hoje um dos melhores filmes sobre jovens da história do cinema americano. Imperdível.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith

Terceiro e último filme da segunda trilogia de Star Wars. Aqui George Lucas teve um desafio e tanto: mostrar em pouco mais de duas horas a transformação do Jedi Anakin Skywalker (Hayden Christensen) em Darth Vader, o terrível vilão da franquia original de Guerra nas Estrelas. Além disso a trama explora a gravidez de Padmé (Natalie Portman). A produção, como sempre, é de primeira linha. O roteiro também não decepciona pois consegue mesclar várias boas cenas de ação (com destaque para o resgate do chanceler Palpatine, logo na abertura do filme) com uma intrigada trama política, que ao final das contas irá transformar a República e o Senado em um Império controlado por um dos mais destacados Lordes Sith (uma ordem rival aos Jedis). Esse aspecto é bem interessante pois fica óbvio que George Lucas usou a história do Império Romano como base para a transformação política pelo qual passa a República. Além disso temos em cena todas as origens de personagens que se tornaram ícones como Luke Skywalker e a Princesa Leia. Junte a isso toda a parafernália técnica que só a Lucasfilm seria capaz de disponibilizar em um filme e você terá de fato o melhor episódio dessa nova trilogia.

"Star Wars - A Vingança dos Sith" também marca a despedida de George Lucas de sua maior criação. Recentemente ele vendeu todos os direitos autorais da saga para os estúdios Disney, dando adeus ao universo de Star Wars. Ao que parece Lucas guardou grande ressentimento das inúmeras críticas que sofreu no lançamento desses novos filmes. Assim resolveu pendurar o sabre de luz. No começo dessa nova franquia ele ainda havia deixado uma certa dúvida se iria filmar algum dia os noves episódios prometidos que havia escrito ainda na década de 1970. Depois que levou bordoadas de todos os lados (inclusive dos mais fanáticos fãs da série) ele anunciou juntamente com o lançamento dessa produção que não iria mais seguir em frente. O próprio Lucas disse que não tinha mais idade e nem saúde para enfrentar  mais uma maratona de trabalho como a que esse tipo de filme exigia. No fundo foi uma sábia decisão passar a bola adiante. Agora Star Wars segue em novo projeto, planejado para chegar nas telas em dois anos. Novos roteiristas, novo diretor, novos produtores e até mesmo um novo estúdio. Particularmente estou bem ansioso para saber o que virá daqui em diante, torcendo para que os Jedis voltem a ocupar a posição que sempre tiveram na história do cinema. Que a força esteja com todos os envolvidos na nova trilogia que vem por aí.

Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith (Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith, Estados Unidos, 2005) Direção: George Lucas / Roteiro: George Lucas / Elenco: Ewan McGregor, Natalie Portman, Hayden Christensen,  Ian McDiarmid, Samuel L. Jackson, Jimmy Smits, Frank Oz, Anthony Daniels, Christopher Lee / Sinopse: Uma luta de poder se instala dentro da República. De um lado um chanceler com poderes ilimitados, do outro a ordem Jedi e no meio um jogo político entre democracia e ditadura, república ou império.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones

Dez anos depois dos acontecimentos mostrados no Episódio I a estória de Anakin Skywalker (Hayden Christensen) continua. Ele agora é o jovem aprendiz do Jedi Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor). Após a senadora Amidala (Natalie Portman) sofrer uma tentativa de assassinato os dois são designados para cuidar de sua segurança pessoal. A República sofre uma séria crise, principalmente por causa da formação de uma liga separatista que deseja se desligar da federação interplanetária. O voto da senadora se torna assim um ponto vital naquilo que pode significar o colapso republicano. Enquanto Obi-Wan Kenobi procura descobrir quem realmente deseja matar a jovem senadora, Anakin acaba se envolvendo romanticamente com sua protegida, começando um romance que terá sérias consequências para o futuro do universo. Começa assim "Star Wars - Episódio II - O Ataque dos Clones". Pelo visto George Lucas absorveu todas as criticas que lhe foram feitas no Episódio I e resolveu fazer uma sequência mais redonda, mais eficaz e com menos enrolação e chatice. Infelizmente o que começa de certa forma até promissor logo desanda pois Lucas parece perder o fio da meada da estória que está contando, resolvendo a partir de determinado momento apostar todas as suas fichas em ação incessante e toneladas de efeitos digitais!

Mesmo assim há bons momentos, não há como negar. E como não poderia deixar de ser eles surgem em dois momentos de duelos Jedi: a luta entre Obi-Wan Kenobi e o caçador de recompensas Jango Fett (Temuera Morrison) e a cena final em que o Mestre Yoda enfrenta o Conde Dooku (interpretado pelo sempre ótimo Christopher Lee), um Jedi traidor que começa a jogar politicamente para dar inicio a chamada Guerra dos Clones (o exército separatista é todo formado por clones criados em um distante e isolado planeta que foi devidamente riscado dos arquivos e mapas do universo). Revisto hoje em dia, exatos onze anos depois de seu lançamento, podemos perceber que muitos dos efeitos especiais que deixaram admiradas as plateias da época envelheceram bastante. Alguns personagens são completamente digitais, obviamente muito bem feitos, mas a tecnologia avança a um ritmo tão frenético que eles já não causam mais tanto impacto como antes (para falar a verdade qualquer game mais avançado dos dias atuais consegue rivalizar com o que é visto nesse filme). Já entre os momentos fracos é impossível não citar a quebra de ritmo que surge quando Lucas tenta colocar romance na tela (de forma pouco convincente aliás). O elenco é um pouco irregular. O ator Hayden Christensen, por exemplo, deixa bastante a desejar. A salvação acaba vindo na presença carismática de Natalie Portman. Enfim, é um filme não tão decepcionante quanto o Episódio I mas ainda assim com alguns problemas. Ah e antes que me esqueça: E o Jar Jar Binks?! Sim, ele ainda está lá, como um birra pessoal de Lucas! Vai entender...

Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones (Star Wars: Episode II - Attack of the Clones, Estados Unidos, 2002) Direção: George Lucas / Roteiro: George Lucas / Elenco: Ewan McGregor, Natalie Portman, Hayden Christensen,  Christopher Lee, Samuel L. Jackson, Frank Oz, Ian McDiarmid / Sinopse: Um exército de Clones é criado para destruir as forças da República por separatistas rebeldes. Para deter o avanço deles um grupo de Jedis tenta manter a República a salvo de ataques.

Pablo Aluísio. 

sábado, 27 de julho de 2013

Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma

Provavelmente tenha sido o filme mais esperado da história recente do cinema americano. Não é para menos, pois era a volta do universo Star Wars que tanto sucesso fez com a trilogia original. George Lucas agora tinha que lidar com uma nova realidade, a da Internet, onde fãs extremamente bem organizados acompanharam cada passo que o diretor deu nessa nova produção. O roteiro voltava no tempo para contar o começo da vida de Anakin Skywalker que iria com os anos se transformar no terrível Darth Vader. Para quem não sabe ele era um verdadeiro cavaleiro Jedi que acabou indo para o lado negro da força. Lida assim a ideia realmente soava ótima já que todo mundo queria saber como um Jedi tão poderoso teria se perdido no meio do caminho. O problema é que George Lucas, muito provavelmente encantado com as novas possibilidades tecnológicas do cinema, esqueceu de escrever uma boa trama, se concentrando apenas nos avanços digitais à sua disposição.

Esse é o problema central de “Episódio 1”. Tecnicamente o filme é perfeito, com excelentes tomadas virtuais. O problema é que um bom filme não é feito apenas de pixel. Tem que ter um bom roteiro também, coisa que o filme deixa muito a desejar. No meio de uma enfadonha trama política discutindo taxas! (veja que coisa mais chata) o enredo vai aos trancos e barrancos mostrando a infância do pouco carismático garoto Anakin (interpretado por um ator mirim completamente inexpressivo, Jake Lloyd). Para piorar o que já vinha bem ruim George Lucas resolveu criar um personagem totalmente sem graça, idiota, chato além da conta, chamado Jar Jar Binks, que virou um símbolo de tudo o que estava errado nessa nova trilogia de Star Wars. Com andar e jeito de jamaicano o tal Jar Jar era um balde de água fria para quem esperava encontrar uma nova obra prima e não um filme pra lá de boboca feito para passar em cinemas no pior estilo pipoca descartável. O saldo final? Uma enorme bilheteria (já era esperado) acompanhada de um mar de reclamações dos fãs de Star Wars. Tantas foram as criticas que George Lucas teve que reconhecer as falhas, prometendo caprichar mais no Episódio II. Jar Jar nunca mais... pelo menos era o que os fãs esperavam.

Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma (Star Wars: Episode I - The Phantom Menace, Estados Unidos, 1999) Direção: George Lucas / Roteiro: George Lucas / Elenco: Liam Neeson, Ewan McGregor, Natalie Portman, Jake Lloyd, Ian McDiarmid / Sinopse: Episódio I narra as origens de Anakin Skywalker, jovem de um planeta distante que com os anos se tornaria o terrível vilão Darth Vader.

Pablo Aluísio. 

domingo, 21 de julho de 2013

Indiana Jones e a Última Cruzada

Considerado por muitos como o melhor filme da série Indiana Jones no cinema. Era para ser a última produção com o personagem, fechando uma trilogia vitoriosa mas Spielberg e Lucas inventaram de realizar um péssimo quarto filme que merece ser esquecido, “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”. Mas deixemos esse fiasco de lado. Agora vamos nos concentrar nesse belo momento de Indiana no cinema. O filme tinha várias inovações sendo a mais celebrada a presença mais do que especial de Sean Connery no elenco. O ator vinha em um momento especial na carreira, estrelando grandes sucessos comerciais, além do reconhecimento da crítica e da Academia que o premiou com o Oscar de Melhor ator coadjuvante pelo excelente “Os Intocáveis”. O convite para fazer parte da série Indiana Jones partiu no jantar de entrega do Globo de Ouro. Spielberg e Lucas compartilharam a mesma mesa que Connery e lá mesmo tiveram a feliz idéia de o tornar o pai de Jones (muito embora Sean Connery não tivesse idade para ser pai de Harrison Ford, uma vez que apenas nove anos separava um do outro).

Isso foi deixado de lado e assim Sean Connery se tornou o professor Henry Jones, pai de Indiana, que agora reencontrava o filho na busca de uma das peças arqueológicas mais cobiçadas da história, o chamado Santo Graal, o cálice usado por Jesus Cristo na última ceia. O artefato estava há muitos séculos desaparecido, sendo a última citação de sua existência escrita como parte da história dos lendários cavaleiros templários, que dominaram Jerusalém durante as cruzadas. Rezava a lenda que aquele que tomasse do cálice ganharia a vida eterna. Como se sabe a mitologia em torno do Graal, das cruzadas e dos cavaleiros templários é extremamente rica o que trouxe um material fantástico para Lucas e os demais roteiristas que de fato fizeram um excelente trabalho. Pontuando tudo ainda havia o complicado relacionamento entre pai e filho (que rendeu ótimas e divertidas cenas). De quebra o filme ainda trazia uma ótima seqüência com o jovem Indiana Jones (interpretado pelo saudoso astro River Phoenix). Revisto hoje em dia o filme não envelheceu, continua tão charmoso como na época de seu lançamento e mostra que aventuras bem escritas resistem muito bem ao tempo, tal como o próprio Santo Graal.

Indiana Jones e a Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade, Estados Unidos, 1989) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Jeffrey Boam, George Lucas / Elenco:  Harrison Ford, Sean Connery, Denholm Elliott, River Phoenix / Sinopse: Indiana Jones (Harrison Ford) e seu pai Henry Jones (Sean Connery) partem em busca do chamado Santo Graal, o mitológico cálice sagrado que teria sido usado por Jesus Cristo na última ceia.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de julho de 2013

O Retorno de Jedi

Terceira e última aventura da franquia original “Star Wars”. Todos os personagens estavam de volta para alegria dos fãs. É curioso como esses primeiros filmes conseguem superar e muito os mais recentes da segunda trilogia. Há um clima de nostalgia e saudosismo que foram soterrados por toneladas de efeitos digitais das produções mais novas. No começo desse ano George Lucas vendeu todos os direitos autorais de “Star Wars” para os estúdios Disney que promete para muito breve novos filmes. Lucas está definitivamente aposentado, casou recentemente com uma bonita afro-americana e resolveu pendurar o sabre de luz para sempre. Mas deixemos ele na praia, curtindo sua aposentadoria, para voltarmos aos filmes que realizou sobre esse universo tão amado pelos amantes da sétima arte. Para a realização do filme Lucas novamente passou a direção para outro cineasta. Sábia decisão, uma vez que ele, para falar a verdade, nunca se deu muito bem na direção de atores. É um artista criativo, de bastidores, e não de ir para o campo lidar com atores e demais membros da equipe de filmagem.

O diretor de “O Retorno de Jedi” foi Richard Marquand (que dirigiu entre outros o clássico “O Buraco da Agulha”). Aqui Lucas dá seqüência as aventuras de Luke Skywalker, Darth Vader, Princesa Leia, Han Solo e todos os demais personagens da mitologia. Curiosamente também investiu bastante nos “ursinhos” Ewoks, figuras que mais pareciam brinquedos de pelúcia, decisão que não agradou a todos os fãs da franquia. De qualquer maneira é sem dúvida um roteiro extremamente bem trabalhado, com ótimas seqüências de ação (como a perseguição no meio da floresta) e um ótimo clímax para a complicada relação entre Luke e seu pai, o vilão e ícone Vader. Como não poderia deixar de ser o filme fez bastante sucesso de público entrando naquela ocasião na seleta lista das dez maiores bilheterias da história do cinema americano. Apesar do clima de desfecho e fim a saga foi em frente, mas não nas telas de cinema. As aventuras de Luke e cia foram brilhantemente desenvolvidos em livros bem escritos e bem idealizados (material que certamente será usado agora pela Disney). No cinema George Lucas retomaria Star Wars anos depois mas para contar a história de Darth Vader em seus anos de infância e juventude, voltando para os primórdios da saga da família de Luke Skywalker, mas isso é definitivamente assunto para uma outra oportunidade.

O Retorno de Jedi (Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi, Estados Unidos, 1983) Direção: Richard Marquand / Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, Frank Oz, David Prowse, Alec Guinness / Sinopse: Luke Skywalker (Mark Hamill) segue com sua luta contra as forças do Império. Depois de ser treinado pelo mestre Yoda (Oz) ele parte para o confronto final contra o vilão Darth Vader (Prowse) na nova Estrela da Morte.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Indiana Jones e o Templo da Perdição

É curioso que Steven Spielberg tenha dado continuação ao seu grande sucesso de bilheteria “Caçadores da Arca Perdida”. Por essa época o cineasta não via com bons olhos seqüências de filmes de sucesso, tanto que chegou a declarar que odiava a idéia de um bom filme virar uma espécie de “franquia comercial” no cinema. Obviamente a raiva de Spielberg tinha endereço certo: as várias continuações (todas bem ruins) que o estúdio havia feito de “Tubarão”, um filme que Spielberg considerava sua obra prima, com roteiro fechado em si, sem possibilidade de se levar em frente. Claro que anos depois ele próprio mudaria de opinião e daria origem a muitas franquias com seu nome, principalmente como produtor executivo, mas por essa época o diretor ainda poderia ser considerado um purista e idealista da sétima arte (quando se tornou dono de estúdio Spielberg jogou fora tudo o que havia dito nesses anos). Pois bem, talvez por pressão do estúdio ou de seu amigo George Lucas o fato é que ele voltou para realizar a primeira seqüência de sua carreira: “Indiana Jones e o Templo da Perdição”. O arqueólogo mais famoso da história do cinema estava de volta às telas.

Assim que o filme chegou aos cinemas recebeu uma saraivada de críticas, pois os especialistas o consideraram violento demais para um público infanto-juvenil. Alguns anos atrás George Lucas reconheceu isso, de que a fita era realmente sangrenta além do que seria razoável. Atribuiu isso a problemas pessoais pelos quais passava enquanto escrevia a estória do filme. Segundo Lucas ele estava se divorciando de sua primeira esposa que estava levando quase tudo o que ele havia conquistado em anos e anos de trabalho e essa situação frustrante se refletiu em seu trabalho. Lucas escreveu cenas violentas, de cultos primitivos, onde pessoas tinham seu coração arrancado do peito, ainda batendo. “Era uma metáfora do que eu mesmo sentia” – explicou depois. Revisto hoje em dia “Indiana Jones e o Templo da Perdição” ainda se mostra uma boa película, com doses certas de ação e aventura, inclusive com cenas que se tornaram das mais lembradas da série mas em termos de comparação se torna bem inferior ao filme seguinte, “Indiana Jones e a Última Cruzada”. E de fato é bem violento, principalmente nas cenas de sacrifícios humanos, uma violência gratuita desnecessária. Analisando bem esse filme só não consegue ser pior do que “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” que é realmente péssimo. Também seria demais, convenhamos.

Indiana Jones e o Templo da Perdição (Indiana Jones and the Temple of Doom, Estados Unidos, 1984) Direção:  Steven Spielberg / Roteiro: George Lucas, Willard Huyck, Gloria Katz / Elenco: Harrison Ford, Kate Capshaw, Jonathan Ke Quan / Sinopse: O arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) vai até a índia em busca de uma mitológica pedra preciosa. Lá acaba se envolvendo em uma série de aventuras em palácios e lugares exóticos e misteriosos. Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Os Caçadores da Arca Perdida

Ninguém brilhou mais no céu de Hollywood durante as décadas de 70 e 80 do que George Lucas e Steven Spielberg. Lucas criou toda uma mitologia com sua obra prima, Star Wars, e Spielberg dispensava maiores apresentações. Eram considerados gênios que tinham transformado o cinema novamente em uma grande diversão. Em seu auge criativo Spielberg, por exemplo, realmente foi insuperável por longos anos. Assim quando ambos anunciaram que iram trabalhar juntos pela primeira vez a notícia caiu como uma bomba na indústria de cinema americano. Afinal eram os dois mais populares cineastas daqueles tempos. A idéia nasceu durante as férias em que Lucas e Spielberg passaram juntos no final da década de 70. Spielberg confidenciou a Lucas que gostaria de dirigir um filme de James Bond mas que por razões contratuais provavelmente jamais o faria. Já Lucas disse que adoraria dirigir um filme com o sabor das antigas matinês, das séries que passavam nos cinemas onde o herói sempre se envolvia numa situação perigosa para só então se salvar na semana seguinte, quando a garotada voltava para conferir se ele morria ou não em no filme (claro que não morria!). Dessa fusão de desejos nasceria um dos mais populares personagens da história do cinema, um arqueólogo que viveria algumas das melhores cenas de aventuras já escritas – claro que você já sabe que estamos falando de Indiana Jones. O herói aventureiro teria de tudo um pouco. Por parte de Spielberg ele herdaria a vocação para a aventura e situações extremas de ação, tal como James Bond. Já pelo lado de Lucas, Indiana surgiria em um mundo de realismo fantástico, onde ficção e realidade se misturavam com raro brilhantismo, tal como acontecia nas produções antigas que eram exibidas nas matinês para a garotada! “Caçadores da Arca Perdida” seria o primeiro filme do personagem. A escolha do ator foi das mais complicadas. O preferido de Lucas e Spielberg era o ator Tom Selleck mas esse recusou porque estava obrigado contratualmente com a série Magnum, grande sucesso da TV americana. Sem muitas alternativas o papel acabou caindo nas mãos de Harrison Ford, na época no auge de sua popularidade, colecionando êxitos por causa de seu mais famoso personagem, o aventureiro espacial Han Solo do universo de Guerra nas Estrelas. Embora não tenha sido a primeira opção o fato é que o ator incorporou excepcionalmente bem o espírito do personagem, tal como imaginado pela dupla Lucas e Spielberg.

A trama girava em torno da luta de Indiana Jones em recuperar a famosa Arca da Aliança. Esse artefato místico e histórico foi citado no velho testamento pois tinha guardado na antiguidade os pedaços dos Dez Mandamentos dados por Deus a Móises. Dotada de poderes sobrenaturais fantásticos, a peça de valor inestimável era desejado pelos nazistas pois de posse dela, finalmente a Alemanha poderia derrotar os aliados durante a II Guerra Mundial. “Caçadores da Arca Perdida” é uma aventura perfeita que marcou muito em seu lançamento pois soube como poucos captar aquele clima de aventura dos antigos filmes. A estória era simplesmente magistral mostrando todo o talento da dupla criadora que lhe deu vida. Assim que chegou aos cinemas o filme logo se tornou um grande sucesso de bilheteria, ganhando também a aprovação dos principais críticos da época. Tanto sucesso justificou o grande número de indicações ao Oscar que recebeu, incluindo melhor flme, roteiro e direção (para Steven Spielberg) mas acabou vencendo apenas nas categorias técnicas (efeitos especiais, som, edição, direção de arte e efeitos sonoros). A Academia, sempre tão conservadora, não quis premiar a produção por causa de seu inegável espírito de aventura infanto-juvenil. Não faz mal uma vez que isso não prejudicou a perenidade que “Caçadores da Arca Perdida” possui até os dias atuais. Uma das melhores aventuras que o cinema já produziu em todos os tempos.

Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, Estados Unidos, 1981) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: George Lucas, Lawrence Kasdan, Philip Kaufman / Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman, Ronald Lacey, John Davies, Denholm Elliott, Alfred Molina, Wolf Kahler, Anthony Higgins / Sinopse: “Caçadores da Arca Perdida” mostra as aventuras do arqueólogo Indiana Jones para descobrir e recuperar a famosa Arca da Aliança. Esse artefato místico e histórico foi citado no velho testamento pois havia guardado na antiguidade os pedaços dos Dez Mandamentos dados por Deus a Móises. Dotada de poderes sobrenaturais fantásticos, a peça de valor inestimável era desejado pelos nazistas pois de posse dela, finalmente a Alemanha poderia derrotar os aliados durante a II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Eu particularmente adoro a trilogia inicial de Indiana Jones. Acho aqueles filmes um excelente resgate do sabor dos antigos seriados das décadas de 1930 e 1940 que dominavam as matinês nos cinemas. Eram aventuras escapistas, muito imaginativas e bem boladas. Aqueles filmes faziam a alegria da garotada da época. James Bond resgatou de certa forma aquele espírito e na década de 1980 Indiana Jones consolidou de uma vez o estilo. A idéia foi fruto da parceria entre dois grandes nomes, George Lucas e Steven Spielberg, que queriam realizar o filme definitivo de aventura. A trilogia inicial foi maravilhosa e encerrou um ciclo inesquecível para quem cresceu vendo as aventuras de Indiana Jones na década de 80. Infelizmente Lucas e Spielberg não contentes em fechar com chave de ouro aquela série resolveram estragar tudo com essa continuação tardia e desnecessária. Tudo tem seu tempo certo na vida. O tempo de Indiana Jones no cinema já passou. Eu sempre gostei bastante da trilogia inicial e a achava bem fechada entre si. Era para terminar ali, já que não estamos mais nos anos 80 e Harrison Ford está chegando na terceira idade. Mas o dinheiro falou mais alto. Provavelmente Spielberg tenha ficado com ambição de voltar ao topo das bilheterias. Ele foi o diretor de maior sucesso dos anos 70 e 80 e depois que virou um diretor "sério" perdeu espaço nesse aspecto. Então ele resolveu que queria voltar ao velho sucesso só que... já passou o tempo dessa franquia.

Esse Indiana Jones é muito ruim. Não há outra definição. O filme é ruim, simples assim. Até mesmo o totem do filme é ruim (a tal Caveira de Cristal, uma tremenda bobagem). Para piorar os roteiristas resolveram fazer um péssimo argumento, misturando ETs com arqueologia - um roteiro completamente esquecível, bobo, sem inspiração, chato. No elenco muitos problemas: Ford já passou da idade de dar uma de aventureiro, Shia LaBeouf é seguramente o pior ator a surgir no cinema desde os filmes da Xuxa e a Cate Blanchett some no meio de tanta ruindade. Ela é excelente atriz e profissional e não merecia se perder no meio desse abacaxi. Assim como não dá para voltar aos anos 80 também não há como requentar certas coisas como Indiana Jones. Se fizerem o quinto então correrão o risco de perderem até mesmo a dignidade pois o respeito já se foi com essa produção. Tomara que não saia do papel. Enfim, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" foi seguramente uma das piores decepções que tive no cinema nos últimos anos. Certo estava Pelé que saiu por cima, na hora certa. Spielberg e Lucas certamente não aprenderam essa lição.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, Estados Unidos, 2008) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: David Koepp, George Lucas, Jeff Nathanson, Philip Kaufman / Elenco: Harrison Ford, Cate Blanchett, Karen Allen, Shia LaBeouf, Ray Winstone, John Hurt / Sinopse: Indiana Jones (Harrison Ford), o famoso arqueólogo agora se vê no meio de uma complicada teoria da conspiração envolvendo Estados Unidos e União Soviética em plena guerra fria. A chave de todo o mistério parece estar em uma rara caveira de cristal de origem desconhecida.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Império Contra Ataca

Considerado até hoje o melhor filme da franquia Star Wars, O Império Contra Ataca segue sendo reverenciado como a melhor aventura desse universo. Qual foi o segredo de seu sucesso de público e crítica? De fato são vários fatores que fizeram o filme ter esse status especial. Primeiro de tudo temos aqui o melhor roteiro já escrito, onde os personagens da primeira produção são desenvolvidos com profundidade, mostrando aspectos de suas vidas e personalidades que ficaram ausentes do filme anterior, que obviamente priorizava mais a ação e a aventura. Além disso os efeitos especiais são bem mais trabalhados, fruto do avanço técnico alcançado pelos especialistas da empresa de George Lucas. Some-se a isso ainda a bela direção de Irvin Kershner, um veterano que trouxe toda a sua experiência para a saga. Aliás é bom que se diga que apesar de ser um dos grandes criadores do cinema no século XX, George Lucas nunca foi um bom diretor. O problema é que ele definitivamente nunca aprendeu a dirigir bem seu elenco em cena, assim foi muito inteligente de sua parte ficar nos bastidores, na produção, entregando essa função para Irvin Kershner. A diferença se nota em cada cena, em cada atuação. Os atores estão mais focados, mais coesos. Uma pena que Lucas não tenha aprendido a lição, repetindo todos os seus erros nos três filmes mais recentes de Star Wars (todos medonhos nesse aspecto).

A Fox, depois do sucesso espetacular do primeiro Star Wars, também investiu tudo o que tinha de melhor na realização de O Império Contra Ataca. Se nas filmagens do original tudo soava como descrédito e sobras de produção, aqui tudo do bom e do melhor foi colocado à disposição de Lucas e seus atores. Alguns dos personagens mais cativantes da série, como o Mestre Jedi Yoda também surgiram pela primeira vez aqui. A linha narrativa segue em várias frentes, evoluindo em estórias de certo modo independentes ao longo do filme, o que deixou o espectador praticamente sem fôlego. No final tudo se une em um dos momentos mais climáticos de todos os filmes envolvendo o herói Luke Skywalker (Mark Hamil) e o vilão Darth Vader (David Prowse). Obviamente que passados tantos anos todos já sabem do que estou falando mas evitarei dar esse spoiler para quem ainda não viu a saga original. Por fim quero registrar que preferi usar o nome do filme em que assisti na época sem essa bobagem de classificação que Lucas inventou após o lançamento da nova trilogia. Nunca vi esse filme como Episodio V e nunca irei me acostumar com esse tipo de coisa. A obra de arte tem que ser respeitada tal como foi lançada. Modificar tudo após tantos anos é equivocado. Outro absurdo foi o fato de Lucas ter inserido várias cenas digitais na produção após tantos anos. Além de tirar o charme dos efeitos especiais originais, ainda o desfigura como obra cinematográfica pronta e acabada. Dito isso aconselho aos novatos que procurem pelo filme tal como foi lançado no começo da década de 80 e esqueçam as várias "edições especiais" lançadas por Lucas pois são verdadeiros retalhos em celulóide desprovidos de alma e carisma.

O Império Contra Ataca (The Empire Strikes Back, Estados Unidos, 1980) Direção: Irvin Kershner / Roteiro: Leigh Brackett, Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, David Prowse, Billy Dee Williams, Anthony Daniels, Frank Oz. / Sinopse: A luta entre as forças rebeldes e o Império continua. Para se tornar um cavaleiro Jedi, Luke Skywalker (Mark Hamil) vai até o distante planeta Dagobah conhecer o mestre Jedi Yoda (Frank Oz). Enquanto isso Darth Vader (David Prowse) consegue infringir duros golpes entre a resistência rebelde, aprisionando Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew). Já a Princesa Léia (Carrie Fisher) acaba caindo nas garras de Jabba, The Hutt.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Guerra Nas Estrelas

A saga "Star Wars" teve início quando na segunda metade da década de 70 surgiu esse filme nos cinemas americanos. É curioso porque "Guerra nas Estrelas" foi considerado inovador e revolucionário em sua época mas olhando bem veremos que não é bem assim. Na verdade essa produção era de certa forma uma releitura dos antigos filmes de ficção da década de 50, época considerada de ouro para o gênero. Já nos anos 70 a chamada "ficção de aventura", categoria no qual se enquadra "Star Wars", era considerada uma coisa fora de moda, ultrapassada. Como então George Lucas conseguiu requentar uma velha fórmula dando ares de coisa nova, revolucionária? Basicamente por dois motivos: Primeiro porque soube revitalizar antigos mitos e deu a eles todo um design renovado, com efeitos especiais (esses sim) realmente revolucionários. A mitologia do jovem escolhido para enfrentar um império do mal não é novo, faz parte de muitas estórias contadas ao longo da civilização, o que mudou aqui realmente foi a roupagem nova e moderna. George Lucas nesse sentido foi realmente genial. A segunda questão que fez "Star Wars" ser o sucesso que foi se baseia no resgate do cinema como diversão pura, algo que havia sido deixado de lado naqueles anos. 

Os filmes de maneira em geral procuravam mostrar problemas sociais, dramas profundos, questões pertinentes. Com "Star Wars" não havia essa preocupação, o filme era diversão pela diversão apenas. O público que lotou os cinemas para assistir "Guerra Nas Estrelas" queria apenas se divertir e o filme de George Lucas era perfeito para isso. Quando a Fox deu autorização para a realização do filme mal sabia o que estava por vir. George Lucas era praticamente um novato com apenas um sucesso em sua filmografia, a comédia nostálgica "American Grafitti" e nada mais. No elenco não havia nenhuma grande estrela a não ser o veterano Alec Guiness, às portas de sua aposentadoria. Fora isso havia um carpinteiro (Harrison Ford), uma beldade filha de celebridades (Carrie Fisher) e um desconhecido no papel central (Mark Hamill). De orçamento apertado ninguém no set sabia que estaria naquele momento revolucionando nada. Em uma de suas biografias ficamos sabendo, por exemplo, que Alec Guiness não conseguia entender nada do que se passava na estória, apenas declamava suas falas por puro profissionalismo. O resultado final porém deixou todos surpresos, exceto talvez George Lucas que sabia estar usando de uma fórmula antiga mas que ainda poderia cair nas graças do público. Olhando para trás podemos entender que "Guerra nas Estrelas" também se tornou um divisor de águas. A partir de seu sucesso o cinema americano começou a sofrer um processo de juvenilização de suas produções. Na década de 70 imperava no cinema os grandes filmes de temáticas dramáticas como "O Poderoso Chefão", "Taxi Driver", etc. Depois de "Star Wars" os estúdios começaram a investir em filmes para um público mais jovem, infanto-juvenil. Não é para menos que os anos que viriam seriam os dourados para diretores ao estilo "Peter Pan" como Steven Spielberg e o próprio George Lucas. Se isso foi bom ou ruim já é tema para outra discussão. De qualquer modo "Star Wars" é um marco na história do cinema. Um filme que realmente revolucionou o modo de se fazer cinema nas décadas seguintes.  

Guerra Nas Estrelas (Star Wars, Estados Unidos, 1977) Direção: George Lucas / Roteiro: George Lucas / Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Alec Guiness, Carrie Fisher, Peter Cushing, Anthony Daniels, Kenny Baker, David Prowse / Sinopse: Luke Skywalker (Mark Hamill) é um jovem habitante de um planeta distante que parte em uma aventura contra um império do mal comandado pelo lado negro da força.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Red Tails

Esquadrilha da força aérea americana formada apenas por pilotos negros durante a II Guerra Mundial tenta provar seu valor em missões perigosas e vitais para o esforço de guerra aliada. "Red Tails" (em português "caudas vermelhas" pois os aviões desse esquadrão pintavam suas caudas dessa cor) é a nova produção de George Lucas. Esse é um filme que tenta a todo custo reviver os clássicos filmes de aviação realizados nas décadas de 40 e 50. Embora seja assinado pelo diretor Anthony Hemingway ninguém duvida que é um projeto pessoal de Lucas que se envolveu em todos os aspectos da produção mas optou por não assinar a direção (talvez por receio após sofrer tantas críticas na nova trilogia de "Star Wars"). O pior de tudo é saber que mesmo não colocando a cara para bater Lucas erra e muito aqui - e de certa forma repete todos os seus erros recentes em termos de direção e roteiro. "Red Tails" é do ponto de vista técnico simplesmente irretocável. A produção é de primeira, todas as cenas recriadas digitalmente dos combates aéreos são extremamente bem feitas, nada há o que criticar nesse aspecto. A Industrial Light and Magic, braço da Lucasfilm para efeitos especiais, continua em um nível absurdo de qualidade.

O problema de "Red Tails" é outro, o que incomoda aqui é a falta de um roteiro melhor que fuja de clichês, de uma direção mais bem elaborada de atores e o mais importante, de uma alma ao filme. "Red Tails" em certos momentos mais parece um daqueles videogames de última geração. Em essência tudo é muito vazio, sem coração, sem alma. O espectador não consegue criar vínculo com os personagens que sempre são muito rasos e nada desenvolvidos. Lembrou dos novos filmes de "Star Wars"? Pois tudo se repete novamente aqui. O argumento é bem intencionado, vai de encontro com o politicamente correto tão em moda hoje em dia e aposta numa ação afirmativa que tenta dar o devido reconhecimento e valor de pilotos negros que lutaram nos céus da Itália. Tudo isso é muito louvável mas o bom cinema não vive apenas de boas intenções. Tem que haver mais, tem que priorizar não apenas o aspecto técnico do filme mas seu lado humano também. Os pilotos de "Red Tails" são meros soldadinhos de chumbo. O espectador perde o interesse por eles logo. Uma pena. Enfim, espero que George Lucas volte a fazer cinema de carne e osso um dia. Apenas belos efeitos digitais já não bastam para qualificar um filme como bom atualmente.

Red Tails (Red Tails, Estados Unidos, 2012) Direção: Anthony Hemingway / Roteiro: John Ridley, Aaron McGruder / Elenco: Cuba Gooding Jr., Gerald McRaney, David Oyelowo / Sinopse: Esquadrilha da força aérea americana formada apenas por pilotos negros durante a II Guerra Mundial tenta provar seu valor em missões perigosas e vitais para o esforço de guerra aliada.

Pablo Aluísio.