segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

The Young Pope

Título Original: The Young Pope
Título no Brasil: Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra, Itália
Estúdio: HBO, Canal+
Direção: Paolo Sorrentino
Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello
Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, Scott Shepherd
  
Sinopse:
Série em 10 episódios que conta a estória ficcional do primeiro Papa americano, Pio XIII (Jude Law). Criado em um orfanato católico, muito ligado a uma freira chamada Irmã Mary (Diane Keaton) ele é eleito pelo conclave romano mesmo tendo pouca idade e pouca experiência como Cardeal. Uma vez no trono de Pedro o novo Papa começa a jogar a intensa política dos corredores do Vaticano, procurando descobrir as conspirações em sua volta, ao mesmo tempo em que deseja mudar certos aspectos da Igreja. Dono de um estilo único ele parece disposto a abalar as estruturas do poder religioso.

Episódios Comentados:

The Young Pope 1.01 - First Episode
Vou aqui comentar os episódios que for assistindo, de forma gradual. Nesse primeiro episódio, como era de se esperar, os personagens são apresentados ao público. Um fato interessante é que a primeira cena, onde o novo Papa parece emergir de uma montanha de corpos de bebês, tudo na verdade não passaria de um pesadelo que acomete o sumo pontífice na noite anterior a sua primeira homilia ao rebanho católico. Depois conforme o episódio avança vamos tomando conhecimento dos fatores que levaram aquele Papa americano tão jovem ao poder. Um grupo de cardeais o elegeu como uma espécie de marionete de seus interesses. Seus planos de dominação porém caem por terra porque logo no primeiro dia de seu pontificado. O novo Papa começa a tomar decisões próprias, limitando e confrontando o poder da cúria ao seu redor. Um aspecto curioso dessa nova série que o espectador mais atento vai logo perceber é que tudo se desenvolve sobre uma fina camada de ironia, quase desbancando para o humor negro. Isso leva a cenas supostamente absurdas, de puro nonsense, que depois ou se revelam sonhos e pesadelos, ou devaneios alucinados da mente do novo Papa. Ele inclusive tem hábitos fora do comum, como fumar e usar um padre de confissões para saber tudo o que está acontecendo pelos corredores do Vaticano. Ainda é prematuro para julgar uma série pelo primeiro episódio, mas posso adiantar que há uma boa produção, um roteiro no mínimo interessante e um bom elenco. Se a série vai pegar realmente, aí já é uma questão de tempo. Não há outro caminho a seguir a não ser acompanhar os próximos episódios para ver no que tudo isso vai dar. / The Young Pope 1.01 - Pilot (Estados Unidos, França, Inglaterra, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, Scott Shepherd.

The Young Pope 1.02 - Episode 1.2
Essa série é bem fora do comum. Não pelo fato de mostrar a vida de um Papa, a do primeiro Papa americano da história, aqui chamado de Pio XIII, mas sim por alguns caminhos que o roteiro gosta de tomar. Logo em seus primeiros dias no poder o Sumo Pontífice compra brigas com vários cardeais da cúpula da Igreja. Suas decisões são imprevisíveis e todos em Roma sentem isso. Ele não parece disposto a seguir convenções. Visitado pela diretora de campanha de marketing do Vaticano ele recusa de forma cabal o uso de sua imagem em produtos. Ele se considera - pelo menos assim diz ser - um nada! Ele não quer nem ao menos ser visto em jornais, TVs e a mídia em geral. Ora, uma das funções do Papa é sair pelo mundo, pregando o evangelho. Virar um ícone na mídia é consequência natural. Para Pio XIII porém isso está fora dos planos e ele se esconde nas sombras até mesmo quando resolve fazer sua primeira homilia na sacada da Basílica de São Pedro. Essa cena aliás é de grande impacto porque o diretor Paolo Sorrentino resolveu usar uma trilha sonora apoteótica, quase apocalíptica! O Papa havia recebido uma carta de um garotinho americano dizendo que não conseguia acreditar em Deus. O que ele deveria fazer então? Essa carta inflama o novo Papa que resolve literalmente jogar os cachorros em cima dos fiéis, fazendo um discurso duro, pesado e também desastroso em seus efeitos. Jude Law está muito bem como esse Papa Pio XIII. Ele tem um olhar de que está escondendo algo bem sério. Firme em suas decisões, parece disposto a levar bem à sério seu cargo. Em uma das cenas mais interessantes desse episódio ele confronta abertamente um jovem cardeal sobre as suspeitas de que ele seria homossexual. Em outro momento resolve soltar um canguru dado de presente por católicos australianos nos jardins seculares do Vaticano. Some-se a isso a crescente tensão que vai se criando em torno de sua relação com Mary Sister (Keaton), que pode ser inclusive sua mãe que ele pensa jamais ter conhecido. Enfim, mais uma, no mínimo, instigante série com o selo HBO. Para não perder de vista. / The Young Pope - Episode 1.2 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, Javier Cámara, Scott Shepherd, Cécile De France.

The Young Pope 1.03 - Episode 1.3
Mais um episódio muito bom dessa nova série. Aqui um velho cardeal, já cansado pelos anos vividos, encontra o Papa Pio XIII nos jardins do Vaticano e lhe diz uma frase emblemática: "Vossa Santidade é tão jovem, mas tem ideias tão antigas!". Realmente os primeiros dias desse papado da ficção são mesmo de assustador os fiéis. Ele se recusa a aparecer publicamente e traz uma mensagem de medo e até mesmo terror. Seu grande mentor é o Cardeal Spencer, um homem ambicioso que acreditava piamente que seria eleito no Conclave. Ao invés disso foi eleito seu pupilo, um cardeal americano, algo que jamais aconteceu na história da Igreja Católica. Inicialmente Pio XIII pede para que ele o ajude no papado, mas ferido em seu próprio orgulho pessoal, ele se recusa. Tudo muda quando ele é confrontado por um dos mais antigos veteranos sobre sua lealdade e amor à Igreja. A partir daí tudo muda. Uma das melhores coisas desse roteiro acontece quando Pio XIII recebe Spencer para uma conversa franca. Ele explica ao seu antigo mestre que tem um grande plano para a Igreja, mas Spencer o conhece muito bem para saber que psicologicamente ele ainda é um menino que foi abandonado pelos pais nos portões de um orfanato católico muitos anos atrás e que por isso estaria disposto a literalmente se vingar do mundo. Enfim, revelar mais seria equivocado de minha parte. Basta apenas dizer que o roteiro vai aos poucos desvendando os traumas, obsessões e marcas psicológicas que marcam esse sumo pontífice. Para uma série dos dias atuais essa profundidade psicológica explorada em um dos personagens já está de muito bom tamanho, vamos ser sinceros. / The Young Pope 1.03 - Episode 1.3 (Estados Unidos, Itália, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.04 - Episode 1.4 
Enquanto o país vai derretendo com mais uma crise política aproveitei o tempo livre para assistir mais alguns episódios das séries que acompanho. Dentre elas uma das melhores é "The Young Pope". Nesse quarto episódio da primeira temporada as intrigas palacianas no papado do Papa Pio XIII continuam. Aqui surge um novo vidente. Um sujeito com cara de maluco, um criador de ovelhas, que diz ver e ouvir a virgem Maria. Ele aparece na TV, enquanto o Papa fuma tranquilamente seu cigarro. Essa cena, diga-se de passagem, ficou hilária por causa da cara cínica que Jude Law faz! Impagável. Outro ponto divertido desse episódio surge quando o Papa recebe a visita da primeira ministra da distante e fria Groenlândia. Os católicos por lá são minoria, embora tenha sido a primeira religião a chegar na ilha, cinco séculos atrás. O Papa então pergunta o que estaria por baixo de tanto gelo naquele distante lugar. Com a premier meio embaraçada ele conclui: "Acho que Deus está por baixo de todo aquele gelo!". Um diálogo muito espirituoso e bem escrito, demonstrando que os roteiros dessa série são bem caprichados. Em outro momento no mínimo curioso o Papa comunica ao seu secretário geral que todos os gays do clero devem ser expulsos! A reação do velho cardeal é igualmente divertida. Enfim, se existe uma boa série em cartaz atualmente essa é "The Young Pope", mesmo com sua ironia de humor negro. / The Young Pope 1.04 - Episode 1.4 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.05 - Episode 1.5
O Papa Pio XIII (Jude Law) não é um homem de moderação. Ele resolve assim usar as roupas mais extravagantes, as mais suntuosas e manda trazer de novo a tiara romana, uma coroa usada pelos papas da idade média. Cheia de jóias e materiais preciosos, passa longe da humildade. Em sua forma de ver o povo deve ir atrás da igreja e não o contrário. Enquanto o novo Papa vai armando sua nova visão de mundo, alguns cardeais começam uma conspiração contra ele. Algumas fotos são tiradas com o Papa e a jovem loirinha, que trabalha no Vaticano, tudo com o objetivo de constrangê-lo ou quem sabe promover um escândalo, com a renúncia do Papa. Mas nada saiu do mero planejamento. Enquanto isso o Papa reencontra seu velho amigo, o Cardeal Dussolier (Scott Shepherd). Eles foram criados juntos no mesmo orfanato. O Cardeal agora trabalha em Honduras, um país assolado pelo poder dos traficantes de drogas e é chamado pelo Papa para Roma, para lhe ajudar em seu novo papado. Juntos eles recordam dos velhos tempos, saindo para dar algumas voltas. Compram cigarros, fumam e fazem um lanche com fast food. Afinal o papa é pop! / The Young Pope 1.05 - Episode 1.5 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.06 - Episode 1.6
O Papa Pio XIII (Jude Law) se encontra com o primeiro ministro da Itália. Um político com cara de formiga, muito astuto e metido a espertinho, inteligentinho. Querendo dar uma de politicamente correto o político tenta confrontar o Papa, mas leva uma lição de como se deve realmente temer o poder do Vaticano. Astuto de verdade é o Papa, não aquele sujeito que pensa ser o dono da bola. Depois o Papa decide visitar a loirinha que acabou ganhando seu afeto. O hospital é todo fechado para a visita do líder da igreja católica. Ele vai lá e num momento de distração acaba deixando o bebê recém nascido escapar de seus braços. Depois de volta ao Vaticano, uma grande cerimônia é celebrada na Capela Sistina. O Papa decide nomear um novo cardeal, para ir até os Estados Unidos resolver uma questão da igreja. O sujeito tem problema com bebidas e não parecer ser o mais indicado, mas vale a decisão papal. Por fim há uma cena interessante nesse episódio quando um cardeal morre na sala de jantar da cúria. Quando ele cai, falecido, um observador irônico decreta: "Ele morreu da mesma coisa que a nossa igreja vai morrer: de velhice!" / The Young Pope 1.05 - Episode 1.6(Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.07 - Episode 1.7
Há um boato circulando dentro das altas esferas de poder do Vaticano. Dizem os cardeais que o novo Papa Pio XIII (Jude Law) simplesmente não acredita em Deus! Ele seria ateu! Haveria absurdo maior na história da Igreja Católica? Acredito que não! O próprio Papa parece bem decepcionado com seu papado e chega até mesmo a falar em renúncia. Enquanto as coisas vão ficando ruins no Vaticano ele vai se aproximando ainda mais do jovem casal com quem parece ter uma aproximação fora do comum. Órfão, ele parece ter uma fixação com as questões familiares. E é justamente em cima disso que uma cena é armada. Um casal, se dizendo os verdadeiros pais do Papa, o visitam no Vaticano. O Papa porém não nasceu ontem e sabe que tudo não passa de uma armação. Ele diz que sua mãe não tem o mesmo cheiro que ele se lembra e por isso a farsa é desmontada. Esse porém não é o único desapontamento do Papa. Seu grande amigo e fiel aliado, o Cardeal Dussolier (Scott Shepherd), é assassinado em Honduras. Ele caiu em uma emboscada armada pelo principal chefe do tráfico do país. Morto com um tiro, é deixado agonizando no meio da estrada, no meio do nada, para apodrecer, voltando ao pó de onde viera! Tal como preconizada pelas escrituras sagradas! /  The Young Pope 1.07 - Episode 1.7 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.08 - Episode 1.8
Aconselhado por sua relações públicas, o Papa Pio XIII (Jude Law) resolve fazer sua primeira viagem internacional, algo que imediatamente chama a atenção da imprensa mundial, uma vez que o novo papa não se deixa fotografar e nem aparecer publicamente. A viagem é programada para a miserável África. Lá uma freira montou um centro de ajuda aos pobres, mas o Papa descobre que ela na verdade é uma cretina que usa a água, tão escassa na região, para chantagear as pessoas em seu favor. Pior do que isso, a freira é lésbica e troca até mesmo favores sexuais em troca do precioso líquido. Para piorar o país é dominado por um daqueles ditadores africanos sanguinários que todos conhecem tão bem. Na visita há um encontro programado entre o Papa e o ditador, mas ele não aparece. Ao invés diz proclama um discurso nos alto falantes falando sobre paz e harmonia. O discurso é excelente, dizendo que enquanto não houver paz ninguém terá a honra de sua presença e nem a de Deus. É um raro momento de acerto em um Papado que parecia mergulhar no desastre completo! / The Young Pope 1.08 - Episode 1.8 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.09 - Episode 1.9
Esse foi um dos episódios que mais gostei até o momento. Nele acompanhamos a luta solitária do enviado do Papa até os Estados Unidos. Sua missão é descobrir se uma alta autoridade da Igreja esteve mesmo envolvido em casos de pedofilia. Como o sujeito é poderoso e influente fica bem complicado de arranjar testemunhas, mas eis que surge seu próprio filho para desmascará-lo. Além dele o cardeal Gutierrez (Javier Cámara) descobre imagens comprometedoras do arcebispo Kurtwell (Guy Boyd) com o jovem. Ele chegou até a inaugurar uma quadra de tênis apenas para safisfazer os desejos do rapaz! Outro ponto importante desse episódio é a morte do cardeal Michael Spencer (James Cromwell). Seu diálogo final com o papa é bem emocionante e sugere que Pio XIII é capaz até de fazer milagres! Enfim, belo episódio, mostrando toda a qualidade dessa série que é realmente acima da média. / The Young Pope 1.09 - Episode1.9 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.10 - Episode 1.10
Essa série caminhou muito bem... até esse episódio final (final mesmo, a série acaba aqui!). Os roteiros foram bem escritos de uma maneira em geral, com uma ou outra bobeirinha no meio dos episódios. O mais bizarro de tudo foi investir na figura de um Papa chamado Pio XIII (nome que aliás poderá ser adotado em algum momento da história) que foge completamente dos padrões da igreja católica. Ele não quer aparecer em público, evita exibições e aparições públicas (por achar puro exibicionismo) e abomina os holofotes. Ao invés disso acaba adotando uma retórica dura (dura demais para a maioria dos fiéis!). A série também insinua que ele teria o dom dos milagres, curando pessoas à beira da morte ou então fazendo com que casais com problemas de fertilidade tenham filhos! Esse episódio final tem algumas cenas extremamente interessantes, como aquela em que Pio XIII se vê diante de todos os papas do passado, ali, materializados ao seu lado! São facilmente identificáveis os papas João XXIII (o Papa Bondoso) e Júlio II (um dos mais famosos Papas imperadores da história). Pena que diante de uma ideia tão boa os roteiristas não tenham explorado mais esse estranho encontro sobrenatural de uma forma mais criativa, explorando mais a situação surreal! Dito isso devo também dizer que achei a cena final um tanto decepcionante (principalmente com aquele globo terrestre, bem fraquinho, beirando a breguice!). Mesmo assim com esse tropeção final não vou deixar de elogiar "The Young Pope". Particularmente gostei mesmo da série e olha que me considero um bom católico. Não ofendeu a fé das pessoas e nem virou galhorfa. Valeu a pena ter acompanhado os dez episódios. Na pior das hipóteses foi uma série inteligente e divertida. / The Young Pope - Episode 1.10 (Estados Unidos, Itália, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, James Cromwell, Javier Cámara, Scott Shepherd.
                      
Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Filmes no Cinema - Edição VI

Semana de carnaval. Como sempre acontece todos os anos os exibidores no Brasil guardam seus melhores lançamentos nessa época, procurando segurar seus melhores filmes. Isso não quer dizer que não haja novidades no cinema e aqui vão algumas dicas para quem não curte a folia. O maior lançamento da semana é "A Grande Muralha", filme épico estrelado pelo ator Matt Damon. Como se pode perceber é um filme de aventura passado na época da construção da grande muralha da China. O filme contou com dinheiro do governo chinês, então o espectador não encontrará nada que sirva de crítica contra aquele regime socialista, o que não deixa de ser uma ironia já que o ator Matt Damon passou todo o lançamento do filme reclamando da truculência do governo Trump, mas não ousou criticar Pequim e seus dirigentes ditatoriais. Acabou sendo acusado, com certa razão, de ser um hipócrita por isso.

Já Ben Affleck surge nas telas com seu novo filme "A Lei da Noite". Dentre os lançamentos da semana esse é o que estou mais ansioso para assistir. O filme se passa durante a vigência da lei seca e como sabemos essa foi a época de ouro dos gângsters. Pois é, Affleck arrisca adotando um tipo de gênero cinematográfico que está há muito tempo fora das telas, do circuito comercial.  De minha parte acho tudo muito bem-vindo, até porque sempre gostei de filmes assim, com bandidos dos tempos de Al Capone. De maneira em geral o filme tem sido elogiado pela luxuosa produção, mas também criticado por não ter um bom roteiro. Vamos conferir para ver quem tem ou não razão.

Outra boa estreia é "Moonlight: Sob a Luz do Luar", um dos concorrentes ao Oscar. O filme é sobre um jovem americano negro que acaba trilhando o caminho do crime por não ter uma boa estrutura familiar. Na ausência dos pais, os traficantes do bairro onde mora acabam o adotando. Ainda não assisti ao filme, pretendo em breve, mas fica o receio de ser mais um daqueles roteiros politicamente corretos que acusam a sociedade pelos atos criminosos do protagonista, o isentando de qualquer culpa, um tipo de maniqueísmo até perigoso. Vamos ver o que nos aguarda.

Além dessas três produções, que precisam ser conferidas, o circuito ainda disponibiliza outras opções de filmes menores. Para quem gosta de cinema nacional e Youtube está chegando nas telas "Internet - O filme" com um elenco composto de youtubers brasileiros famosos. Deve ser uma droga teen, como o filme da Kefera, mas certamente encontrará seu público. Para quem procura por algo mais culturamente relevante seguem duas dicas: o filme sueco "A Jovem Rainha" e o francês "A Garota Desconhecida", duas boas opções para quem aprecia o cinema europeu.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Filmes da Semana - Edição IX

Estou retomando essa lista de dicas de filmes que serão exibidos na TV aberta nessa semana de 30 de janeiro a 4 de fevereiro de 2021. Acredito que sempre tem um bom filme sendo exibido nos canais abertos que o cinéfilo deixou de assistir por um motivo ou outro. No domingo temos dois filmes bem interessantes. O primeiro é "Homem-Formiga" (Globo, Domingo, 12:30). Dos filmes de super-heróis da Marvel esse é um dos mais simpáticos. Esse personagem é bem secundário no mundo dos quadrinhos, mas aqui ganhou um filme divertido, cheio de boas ideias. Assisti no cinema e gostei bastante. O ator Paul Rudd se encaixou muito bem no papel, ficou perfeito! E seguindo no gênero de filmes ação outra boa pedida é o blockbuster "Os Mercenários" (Globo, Domingo, 1:05). A ideia era ótima, reunir todos os atores brutamontes do cinema dos anos 80 em um só filme. Stallone foi o responsável por unir todo esse grupo que conta com Dolph Lundgren, Mickey Rourke, Bruce Willis e Jet Li. O herdeiro dessa turma toda, o inglês Jason Statham também está no elenco.

"Garota Exemplar" (Globo, Segunda, 23:10) é um bom filme. Contando no elenco com Ben Affleck e Rosamund Pike, é uma produção que vale a pena conferir. Passou meio batido nos cinemas brasileiros, mas compensa a exibição, mesmo que o Ben Affleck não seja o melhor ator do mundo. Aqui ele conseguiu superar seus falhas e até que surpreende em um drama mais tenso. Esse será o filme de Tela Quente em um horário bem ruim (por causa do BBB). Para quem curte animação eu deixo a recomendação de "Megamente" (Globo, Terça, 15:00). Aqui o roteiro faz uma homenagem aos antigos filmes de ficção da década de 1950. Quem aprecia história do cinema Sci-fi vai pegar várias referências.

E por falar em Sci-fi... Nessa semana será exibido o bom "MIB - Homens de Preto 2" (Globo, Quarta, 15:00). É a tal coisa, essa franquia, que rendeu muito dinheiro nos cinemas, tem um espírito leve, de nunca se levar à sério. Tudo foi baseado em uma história em quadrinhos que não fez sucesso nenhum em seu lançamento original. No cinema rendeu excelentes bilheterias, muito por causa do carisma de Will Smith e da boa atuação de Tommy Lee Jones, que só precisou mesmo fazer cara de poucos amigos para agradar aos fãs dessa séria cinematográfica. O cachê da dupla ficou tão inflacionado com o sucesso dos dois primeiros filmes que o estúdio simplesmente deixou de levar a franquia em frente. Não compensava mais. Houve um terceiro filme e parou por aí.

Para quem aprecia cinema nacional vale a indicação do filme brasileiro "Lisbela e o Prisioneiro" (Globo, Quarta, 01:40). È uma produção com linguagem mais moderna, típica do cinema do ótimo diretor Guel Arraes, mas com roteiro baseado na cultura popular. O ator Selton Mello justifica mais uma conferida. Em seguida ainda haverá a exibição de um terror B muito bom, muito indicado mesmo para quem curte filmes de suspense. Se trata de "Temos Vagas" (Globo, Quarta, 03:00). Incrível ter três bons filmes para assistir em um mesmo dia, todos pela Rede Globo, que aliás é atualmente o único canal de TV aberta a ter uma boa programação de filmes interessantes para se assistir.

Outras duas indicações nessa semana são "Capitão Phillips" (Globo, Quinta, 01:50), ótimo filme com Tom Hanks a ser exibido pelo sessão Corujão I e "Bater Ou Correr" (Globo, Sexta, 15:00) que será exibido no dia seguinte na boa e velha Sessão da Tarde. O primeiro traz um roteiro baseado em fatos reais quando um grupo de piratas modernos da desolada Somália, na África, torna um refém toda a tripulação de um grande navio americano. O segundo é indicado para quem curte os filmes de luta do Jackie Chan. Owen Wilson também ajuda a chegar no final do filme. A diversão para esse público certamente estará garantida.

Pablo Aluísio.

Filmes da Semana - Edição VIII

Filmes da TV Aberta: Semana (6/01 a 12/01/2019) - Ano novo, novos filmes. No domingo a Rede Globo exibe em Temperatura Máxima o filme "Piratas Do Caribe - No Fim Do Mundo", com Johnny Depp; Keira Knightley, Geoffrey Rush e Orlando Bloom. Essa já se tornou uma longa franquia de filmes, com resultados irregulares. Comercialmente porém segue sendo um grande sucesso, tanto de bilheteria como de audiência, quando os filmes são exibidos na TV. O público gosta, é inegável. Outro filme interessante que a Globo exibe nesse domingo às 23:15 é "Batman: O Cavaleiro Das Trevas Ressurge". Considerado o terceiro e mais fraco exemplar da trilogia dirigida por Christopher Nolan, não quer dizer que seja um filme ruim, longe disso, apenas não consegue ser a obra prima que havia sido o filme anterior. Se comparado porém ao que se assiste por aí certamente é um filme muito superior. Sem dúvida um marco do Batman no cinema.

Na segunda a Globo exibe em Tela Quente o filme "Animais Fantásticos E Onde Habitam". Esse aqui é especialmente indicado para quem gosta da série "Harry Potter" pois o universo é o mesmo, apenas com outros personagens da mesma linha. Com farto uso de efeitos especiais de última geração e uma linda direção de arte (design de produção), é aquele tipo de filme muito bonito de se ver, ideal para as crianças, só que sem o carisma e a importância de Harry Potter. De qualquer maneira é um ótimo programa para quem ainda não viu no cinema. Para quem curte terror a Globo no Corujão (1:45 da madrugada) vai exibir "Atividade Paranormal: Marcados Pelo Mal". Franquia de filmes de terror de que nunca gostei muito, mas que tem seus fãs. Nesse mesmo dia a Record vai exibir pela tarde o bom "Os Thunderbirds", filme com atores inspirado na famosa série inglesa de marionetes que foi inclusive exibida no Brasil. Para os mais nostálgicos. 

Na terça dia 8, a Globo programou para a Sessão da Tarde a simpática animação "Bolt - Supercão". Esse é ideal para a garotada em férias. Chamo atenção também para a madrugada, no Corujão, onde será exibido o bom thriller político de ação "Inimigo Do Estado" com Will Smith, Gene Hackman, Jon Voight. O filme "Battleship: A Batalha dos Mares" será exibido pela Record às 22:45hs. Um filme com muitos efeitos especiais, mas com roteiro fraco. Vale pelas boas imagens criadas em computação gráfica e é só. Na quarta-feira nada de bom será exibido. Na quinta outra animação legal na Sessão da Tarde, com o divertido "Turbo". A Globo sempre acerta nas animações nesse horário da tarde. Na sexta, no Corujão I (1:50hs) temos uma pequena surpresa, a exibição do filme "10 Coisas Que Eu Odeio Em Você". Com Heath Ledger e Julia Stiles, é um filme dos anos 90 que na época fez bastante sucesso entre os jovens. Vale a pena rever ou descobrir pela primeira vez caso você seja jovem demais hoje em dia para ter visto naqueles anos.

Na sexta-feira o destaque vai para a Record que irá exibir na Super Terla (23:30hs) o filme "Drácula: A História Nunca Contada". É a tal coisa, é um terror com bastante efeitos digitais que tem seus fãs e também seus detratores. De minha parte considero um filme até bom, bacaninha. Nada demais, porém funciona como pura diversão. O Drácula não deve mesmo ficar muito tempo fora das telas, quanto mais filmes novos sobre o Conde, melhor! E para quem gosta de comédia, no sábado a Record exibe também "O Professor Aloprado" no Cine Aventura, às 15:00hs. Esse é um daqueles filmes cuja diversão é certeira, sem falhas. Então, escolha o seu filme e boa sessão!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O Demonologista

Aqui vai uma dica de livro para os leitores do blog. Se trata de "O Demonologista" do escritor Andrew Pyper. Do que trata o enredo? Basicamente é uma longa narração em primeira pessoa do personagem David Ullman. Ele é um professor universitário especializado em mitologia e religião. Durante toda a sua carreira ele lançou trabalhos acadêmicos cujo objeto de estudo era justamente a mitologia envolvendo demônios e forças do mal. Certo dia ele é procurado por uma mulher misteriosa que lhe faz um convite para ir até Veneza, na Itália.

Nada fica muito claro sobre o tipo de serviço que ele fará por lá, porém como sua vida pessoal não anda nada bem (sua mulher está apaixonada por outro homem e quer o divórcio) ele resolve fazer a viagem ao lado de sua pequena filha de nove anos. Uma garota inteligente e muito parecida com ele, com o mesmo modo de ser e agir. Uma vez em Veneza o professor é convidado a ir até uma casa no subúrbio da cidade. Lá um homem misterioso o leva até um quarto nos fundos onde ele é finalmente confrontado por um sujeito acorrentado, preso a uma cadeira, supostamente possuído por um demônio secular. Pyper é um cético, um ateu convicto e por essa razão pensa estar na presença apenas de um pessoa com sérios problemas mentais, o que ele nem desconfia é que a partir daí sua vida vai literalmente virar pelo avesso.

É um livro até curto, com meras 200 páginas, que procura seguir os passos de outros livros famosos como, por exemplo, "O Código Da Vinci". O próprio personagem principal, um especialista em religião e cultura antiga já revela esse aspecto da obra. Além disso o autor não está muito preocupado em ir a fundo na questão, mas apenas em divertir (e se possível também assustar) seu leitor. A prosa por essa razão passa longe de ser rica ou rebuscada, optando por uma linguagem comum, cotidiana. De vez em quando surgem alguma citação mais profunda, mas o livro nunca deixa o superficial. Provavelmente seja levado em breve para as telas, embora particularmente acredite que não haja nada demais em suas páginas. Para quem curte literatura de horror pode até funcionar. Para quem deseja algo mais substancial certamente vai ser um pouco decepcionante.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Dominação - Curiosidades

10 Curiosidades Sobre o Filme Dominação:

1. O filme retoma o tema do exorcismo, tal como celebrado na história do cinema desde o clássico "O Exorcista". A produção está em cartaz em todo o Brasil.

2. No enredo temos um protagonista com poderes especiais. Ele é um exorcista que consegue entrar na mente das pessoas que estão possuídas por demônios. Isso lhe dá uma grande capacidade de luta contra essas possessões satânicas.

3. Seu poder porém é desafiado quando encontra um garoto que também tem os mesmos dons que o exorcista, dando origem a uma verdadeira batalha pela almas sofredoras dos que estão sob controle de Satanás.

4. O filme teve produção complicada. As filmagens foram finalizadas em 2013, mas o estúdio encontrou diversos problemas na pró-produção. Só em 2016 o filme conseguiu finalmente chegar nas telas de cinema.

5. O ator Aaron Eckhart procurou fazer uma extensa pesquisa para o filme. Seu laboratório consistiu em conhecer pessoas que lidam com o tema exorcismo na vida real. Ele se consultou com padres exorcistas autorizados pelo Vaticano para fazer o ritual secular de expulsão de demônios do corpo de fiéis..

6. Segundo o diretor Brad Peyton o ator Eckhart teria inclusive participado de um ritual de exorcismo real realizado em Nova Iorque, informação não confirmada oficialmente nem pela Igreja Católica e nem pelo estúdio.

7. O filme teve um orçamento modesto, meros cinco milhões de dólares. Isso ajudou a gerar lucro rapidamente, sendo que a produção já recuperou seus custos nas bilheterias. Vários estúdios cinematográficos estão se especializando em produzir filmes de terror a baixo custo. O retorno tem sido quase sempre certo.

8. Esse é o terceiro filme lançado em larga escala do diretor Brad Peyton e também seu primeiro terror a chegar no circuito comercial. Antes ele havia dirigido o filme de aventura ao estilo juvenil "A Viagem 2: A Ilha Misteriosa" e o filme de cinema catástrofe "Terremoto: A Falha de San Andreas".

9. Em termos de crítica "Dominação" tem sido recebido com reservas, mas o saldo acabou sendo mais positivo do que era esperado.

10. O roteirista Ronnie Christensen jamais havia escrito um roteiro de terror. Sobre isso ele disse: "As pessoas hoje em dia andam bem céticas sobre assuntos espirituais, como rituais de exorcismo, etc. Acredito que há um mistério envolvendo essas coisas que fogem da racionalidade e compreensão dos seres humanos. É certo que existe algo a mais, basta procurar."

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Sozinho em Berlim

Título no Brasil: Sozinho em Berlim
Título Original: Alone in Berlin
Ano de Produção: 2016
País: Inglaterra, França, Alemanha
Estúdio: IFC Films
Direção: Vincent Perez
Roteiro: Achim von Borries, Vincent Perez
Elenco: Emma Thompson, Daniel Brühl, Brendan Gleeson, Mikael Persbrandt
  
Sinopse:
Baseado numa história real o filme conta o que aconteceu com o casal alemão Quangel em Berlim durante a II Guerra Mundial. No campo de batalha morre o único filho de     
Otto (Brendan Gleeson) e Anna Quangel (Emma Thompson). Eles ficam devastados quando recebem a notícia. E o mais doloroso de tudo é saber que o jovem morreu por causa de uma ideologia mentirosa e falsa, que estava enganando todo o povo da Alemanha. Como eles poderiam resistir ao Nazismo naquele momento tão conturbado? Eles resolvem então espalhar por toda a cidade cartões com mensagens contra o regime. Uma oposição feita nas sombras e com coragem.

Comentários:
Esse filme foi indicado ao Urso de Ouro no último Berlin International Film Festival. É uma história muito interessante, mas pouco conhecida, de um casal que procurou resistir ao Nazismo dentro da própria Alemanha, diante de um dos regimes mais duros e opressivos que já se conheceu. Após o filho morrer servindo ao III Reich, marido e esposa resolvem distribuir cartões de oposição ao Nazismo pelas ruas, prédios e casas. Tudo feito de maneira sutil e nas sombras. Não havia imprensa livre e era impossível criticar os absurdos do regime de Hitler. Qualquer manifestação contrária ao seu regime era considerado um crime de alta traição punido com a morte. Assim Otto e sua mulher Anna fazem o que era possível diante daquele sistema. Eles escrevem pequenos cartões com mensagens contra Hitler e o Nazismo. Depois os distribuíam em lugares públicos, sem que ninguém os vissem. Os cartões obviamente logo chegaram nas mãos das autoridades e assim começa imediatamente uma verdadeira caça aos subversivos ao pensamento nazista. O filme se desenrola durante esse período. Otto, um trabalhador comum, um homem do povo, lutando com as armas que tinha em mãos contra a dominação brutal de Hitler e seus seguidores.

Essa história tem nuances bem importantes, que mostra nitidamente a importância de certos valores democráticos como a livre imprensa, o direito de opinião e a necessária existência de uma oposição política. Nada disso existia durante o regime nazista alemão, demonstrando o quanto pode ser desastroso um sistema onde não existem barreiras democráticas para barrar os abusos e ilegalidades dos que estão no poder. Outro aspecto interessante é desvendar como mesmo dentro das entranhas do poder nazista havia arbitrariedades, como no caso mostrado no filme de um investigador policial inteligente e profissional que era completamente subjugado pelos violentos membros da famigerada SS. A estupidez se impondo pela força contra a inteligência e a racionalidade dedutiva do trabalho de investigação. Outro ponto importante desse filme é demonstrar que havia sim um pensamento de oposição dentro da própria sociedade alemã, mesmo que ele fosse violentamente suprimido pela truculência nazista. Em suma, um bom filme que resgata mais uma história de coragem durante a Guerra. Uma história aliás que deveria ser bem mais conhecida nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Segredos de um Crime

Título no Brasil: Segredos de um Crime
Título Original: Shadow of Doubt
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Largo Entertainment
Direção: Randal Kleiser
Roteiro: Myra Byanka, Raymond De Felitta
Elenco: Melanie Griffith, Tom Berenger, Craig Sheffer, James Morrison
  
Sinopse:
Após a morte brutal da filha de um bem sucedido homem de negócios, o rapper Bobby Medina é preso, acusado do crime. Com um histórico de envolvimento com drogas e violência ele se torna o principal suspeito do assassinato. A advogada Kitt Devereux (Melanie Griffith) é então enviada para atuar na sua defesa perante o tribunal. Ela desconfia que tudo não passa de uma grande conspiração para a prisão do acusado. O que se busca é efetivamente livrar o verdadeiro assassino da prisão.

Comentários:
Um bom filme de tribunal que hoje em dia segue pouco lembrado. Ok, muitos jamais vão conseguir engolir a estrela Melanie Griffith como uma advogada astuta e inteligente. A atriz nunca foi por essa linha em sua carreira. Suas personagens sempre foram bem diferentes disso. O curioso porém é que ela acaba convencendo, principalmente por causa do roteiro que é bem estruturado e não deixa falhas e nem pontas soltas em seu enredo. Tom Berenger também é outro bom motivo para se rever essa produção. Sempre admirei seu trabalho como ator, desde os tempos de "Platoon". Ele nunca chegou a se tornar um astro de primeira grandeza em Hollywood, isso é verdade, mas tampouco deixou de atuar em bons filmes como esse. Outro fato que contas pontos em favor de "Shadow of Doubt" é a própria trama de mistérios que envolve o crime. Em uma só linha de investigação você encontrará todos os tipos de conspirações, envolvendo até mesmo uma candidatura à presidente dos Estados Unidos. Para quem gosta desse tipo de filme, com muitas reviravoltas na história, é um prato cheio. Assista e tente seguir o fio da meada, descobrindo antes a identidade do verdadeiro assassino.

Pablo Aluísio.

Shakespeare Apaixonado

Título no Brasil: Shakespeare Apaixonado
Título Original: Shakespeare in Love
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Madden
Roteiro: Marc Norman, Tom Stoppard
Elenco: Gwyneth Paltrow, Joseph Fiennes, Geoffrey Rush, Tom Wilkinson, Judi Dench
  
Sinopse:
William Shakespeare (Joseph Fiennes) é um jovem escritor, ainda em busca de seu próprio espaço, que se apaixona pela linda e perfeita Viola De Lesseps (Gwyneth Paltrow) que passa a ser sua musa, fonte de inspiração para sua obra e arte. Completamente apaixonado ele vai finalmente entender que sua paixão simplesmente não basta para transformar seus sentimentos em uma bela história de amor.

Comentários:
Sempre achei muito superestimado esse filme. Em seu ano ele levou todos os grandes prêmios da Academia, inclusive melhor filme, melhor atriz (Gwyneth Paltrow), atriz coadjuvante (Judi Dench), roteiro, direção de arte, figurinos, etc... Um exagero! Quando o filme recebeu essa tonelada de prêmios cheguei a me animar e fui ao cinema conferir - imaginem a decepção! O que encontrei foi um filme pop, falsamente histórico, com um enredo piegas e meloso demais para se levar à sério. Pior do que isso, o filme falha miseravelmente onde não poderia falhar, pois a química entre Gwyneth Paltrow e Joseph Fiennes não existe, é zero! Como um romance pode se sustentar se o espectador não consegue se convencer que os personagens estão efetivamente apaixonados e enamorados, vivendo o amor de suas vidas? Absurdo! Aliás devo dizer que a atriz Gwyneth Paltrow sempre fracassou nesse tipo de papel. Ela tem uma personalidade fria, sem muito calor humano. Sua personagem, que deveria ser pura paixão, acaba sendo apenas pura frieza, com isso tudo desmorona. Claro que há uma bela produção desfilando em cena, com figurinos, reconstituição de época e tudo mais. Em termos de luxo nada falta - porém só isso não faz um grande filme. Tem que ter alma, paixão, romance... coisas que "Shakespeare in Love" definitivamente não tem para passar ao público.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Temporada de Caça

Título no Brasil: Temporada de Caça
Título Original: Affliction
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Largo Entertainment
Direção: Paul Schrader
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Nick Nolte, Sissy Spacek, James Coburn, Willem Dafoe
  
Sinopse:
O xerife Wade Whitehouse (Nick Nolte) tem muitos problemas pessoais. Criado por um pai autoritário e brutal, ele tem problemas para se relacionar bem com amigos e mulheres. Agora ele até passa por uma fase mais calma e tranquila em sua vida ao namorar uma boa garota que entende e aceita seus defeitos. Tudo muda porém quando um homem é morto durante a temporada de caça na região. Ele teria levado um tiro acidental, mas as investigações acabam demonstrando que pode haver algo por trás de tudo.

Comentários:

Bom filme, uma bem sucedida fusão de filme policial com drama, que explora um crime que embora pareça meramente acidental, esconde algo misterioso nas sombras. O elenco é liderado por Nick Nolte, um ator que nem sempre conseguiu encontrar bons projetos ao longo da carreira. Há um background dramático em seu personagem pois ele sofreu abusos físicos e emocionais quando era mais jovem. Seu pai, interpretado pelo ótimo astro do passado James Coburn, era um homem irascível, irracional e violento. Isso lhe traz um trauma psicológico e uma herança emocional negativa complicada de superar. O bom roteiro foi baseado no romance policial escrito por Russell Banks. O veterano James Coburn foi premiado (justamente) com o Oscar de Melhor Ator coadjuvante por esse papel. Foi uma surpresa pois já estava na fase final da carreira e nunca tinha sido indicado antes ao prêmio. Um dos mais conhecidos profissionais do cinema, que havia se destacado tanto no passado interpretando vilões e pistoleiros em dezenas de filmes, finalmente havia sido reconhecido. Como diz o ditado "antes tarde do que nunca" Nick Nolte também foi lembrado pela Academia, sendo indicado ao Oscar de Melhor Ator. Não venceu, mas já ficou honrado pela lembrança. Isso tudo prova que apesar de "Temporada de Caça" ter uma ótima trama, seu grande mérito vem mesmo do elenco, em momento inspirado.

Pablo Aluísio.

Irresistível Paixão

Título no Brasil: Irresistível Paixão
Título Original: Out of Sight
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Scott Frank
Elenco: George Clooney, Jennifer Lopez, Ving Rhames, Steve Zahn
  
Sinopse:
Baseado no romance policial escrito por Elmore Leonard, "Irresistível Paixão" conta a estória de Jack Foley (George Clooney). Ladrão profissional, ele é preso e condenado a cumprir pena em uma penitenciária de segurança máxima. Com inteligência acima da média consegue fugir do lugar, usando um veículo pertencente a uma agente do próprio FBI, a agente federal Karen Sisco (Jennifer Lopez). Em pouco tempo se apaixonam!

Comentários:
Esse filme foi muito superestimado pela crítica na época em que foi lançado a tal ponto que conseguiu arrancar duas indicações ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado (Scott Frank) e Melhor Edição (Anne V. Coates). Na verdade o que temos é um filme bem mediano, beirando o ruim, que se apoio totalmente no carisma da dupla central de protagonistas. George Clooney, ainda procurando espaço no cinema após ser astro de TV, repete um tipo de personagem que seria recorrente em sua carreira. Cheio de charme canastrão ele tenta convencer no papel de um criminoso bonzinho! Já Jennifer Lopez continua na mesma, uma cantora que sempre tentou se tornar atriz, com altos e baixos no cinema. Aqui ela não convence em nada como agente federal. Ao invés disso desfila sua beleza pelas cenas (algo que sempre foi o grande chamariz dela em termos de bilheteria). No geral considero um filme fraco, apesar de ter sido dirigido pelo talentoso Steven Soderbergh. É um de seus primeiros filmes e bem inferior aos anteriores "Sexo, Mentiras e Videotape", "Kafka", "O Inventor de Ilusões" e "Obsessão". Ao tentar ser comercial e pop demais acabou perdendo parte de sua essência. Enfim, um produto descartável de um grande diretor de cinema.

Pablo Aluísio.

Palhaços Assassinos

Título no Brasil: Palhaços Assassinos
Título Original: Killer Klowns from Outer Space
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Diamant Pictures
Direção: Stephen Chiodo
Roteiro: Charles Chiodo
Elenco: Grant Cramer, Suzanne Snyder, John Allen Nelson, John Vernon, Michael S. Siegel, Peter Licassi

Sinopse:
Também conhecido como "Palhaços Assassinos do Espaço Sideral" esse filme conta a história de um grupo de alienígenas que assumem a forma de palhaços de circo para aterrorizar os moradores de uma pequena cidade do interior.

Comentários:
Outro terror que foi campeão de reprises no SBT durante os anos 80 e 90. Hoje em dia esse terror com sabor trash já pode ser considerado uma pequena obra-prima do gênero lançado nos anos 80. O que mais surpreende é a qualidade da maquiagem do filme. Os tais palhaços vindos do espaço são extremamente bem feitos e realmente aterrorizaram muita gente que assistiu ao filme na época. O roteiro também acertou em misturar Sci-fi barata com personagens de puro terror. Além disso nem preciso lembrar que muitas pessoas sofrem mesmo de uma certa coulrofobia (medo de palhaços). Então o filme não precisou ir muito longe para assustar. No mais deixo a dica desse bom filme (por mais surpreendente que isso possa parecer!). Quem assistiu uma vez nunca mais esqueceu!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Vidas em Jogo

Título no Brasil: Vidas em Jogo
Título Original: The Game
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Propaganda Films
Direção: David Fincher
Roteiro: John Brancato, Michael Ferris
Elenco: Michael Douglas, Sean Penn, Deborah Kara Unger, Carroll Baker
  
Sinopse:
Nicholas Van Orton (Michael Douglas) é um rico e solitário banqueiro que procura por algum sentido a mais em sua vida. Tendo conquistado sucesso profissional e riqueza, o que poderia lhe faltar? Para amenizar seu tédio existencial seu irmão lhe dá o convite para participar de um clube exclusivo de membros da alta sociedade. O que Nicholas nem desconfia é que está prestes a entrar em um jogo mortal.

Comentários:
Bom filme de ação e suspense que foi bem recebido (em termos) pela crítica na época de seu lançamento. Muitos críticos americanos chamaram a atenção para o fato do cineasta David Fincher ter realizado um filme bem irregular. Ele se mostra muito inteligente e bem roteirizado nas duas primeiras partes do enredo, porém quando chega ao seu terço final desaba para o puro clichê! Anos depois o diretor se defendeu dessas acusações dizendo que não tinha controle total sobre a produção, o que levou a ter que se submeter a escolhas pessoais do astro Michael Douglas, o que acabou prejudicando o filme como um todo. Visando sucesso comercial acima de tudo (afinal Douglas também assinou a produção desse filme) ele acabou cortando certos aspectos que poderiam transformar esse "The Game" em uma pequena obra prima. Optando pelo lado mais banal, que não fugisse muito do lugar comum, obviamente procurando por uma bilheteria maior, Douglas acabou prejudicando o filme. É a tal coisa, nem sempre atores bem sucedidos sabem escolher o que é melhor para um filme. Quando a função de astro de Hollywood se mescla a de produtor, as coisas geralmente desandam, como podemos ver nesse filme que poderia certamente ser bem melhor do que realmente é. 

Pablo Aluísio.

Formiguinhaz

Título no Brasil: Formiguinhaz
Título Original: Antz
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks
Direção: Eric Darnell, Tim Johnson
Roteiro: Todd Alcott, Chris Weitz
Elenco: Woody Allen, Sharon Stone, Gene Hackman, Sylvester Stallone
  
Sinopse:
A formiguinha Z (Woody Allen) é diferente. Ela faz parte um formigueiro onde todos precisam desempenhar suas funções sem reclamar. Z porém sonha com uma vida melhor, ele não consegue se adequar ao totalitarismo que impera dentro de sua comunidade. Pior do que isso, ele tem uma paixão por uma das princesas, algo impossível de acontecer por causa de sua posição na escala social do formigueiro. Filme indicado ao Annie Awards e ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Ken Bielenberg e Philippe Gluckman).

Comentários:
Nessa animação podemos nitidamente perceber o poder e o prestígio de Steven Spielberg. Ele produziu essa animação e conseguiu reunir uma constelação de astros e estrelas de Hollywood para dublarem o filme. O enredo é simpático, mas nada demais. Todas as personagens formiguinhas do filme são caricaturas ou estereótipos dos próprios atores. Assim, por exemplo, temos uma formiga intelectual, cheia de crises existenciais, interpretada por Woody Allen. Já o brutamontes Sylvester Stallone interpreta uma formiga que tem como função proteger o formigueiro. Os animadores copiaram a própria imagem do ator para criar seu personagem em animação. Sharon Stone é uma formiguinha gatinha e sensual e por aí vai... Cheio de referências ao mundo do cinema a pergunta que fica após o filme chegar ao final é simples: Será que a criançada vai mesmo se importar (ou entender) todas as referências à cultura pop, ao mundo de Hollywood? Claro que não! A garotada só deseja mesmo se divertir, assim complica um personagem como a formiga Allen, que passa o tempo todo refletindo, como se estivesse em um filme do próprio diretor. Claro que há muitas cenas de ação e tudo mais, porém esse tipo de animação é mais indicada mesmo para cinéfilos em geral, gente que gosta e conhece cinema. Para os pequenos será apenas levemente divertida, com um ou outro momento realmente legal para eles.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Negação

Título no Brasil: Negação
Título Original: Denial
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Mick Jackson
Roteiro: David Hare
Elenco: Rachel Weisz, Tom Wilkinson, Timothy Spall, Andrew Scott
  
Sinopse:
David Irving (Timothy Spall) é um revisionista histórico que afirma em seus livros que o ditador alemão Adolf Hitler jamais teria autorizado o extermínio de judeus em campos de concentração durante a II Guerra Mundial. Ao ser chamado de nazista e racista por uma historiadora americana, a Dra Deborah Lipstadt (Rachel Weisz), ele acaba levando a questão para os tribunais ingleses, onde começa uma disputa sobre a questão histórica do holocausto judeu. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.

Comentários:
Assim que tomei conhecimento do tema desse filme já soube de antemão que seria bom ou pelo menos muito interessante. A história é baseada em fatos reais e mostra a batalha jurídica que se trava entre uma professora e historiadora americana e um revisionista inglês. Como se sabe existem aqueles que negam o holocausto, assim como outros que afirmam que Hitler não autorizou a chamada solução final, o assassinato em massa do povo judeu. No tribunal ambas as partes discutem uma lide subjetiva, que envolve calúnia e difamação, porém logo a imprensa britânica lança a ideia de que o que realmente estaria em julgamento era a existência real ou não do próprio holocausto (o que do ponto de vista jurídico não era verdade). É um drama de tribunal com um excelente pano de fundo histórico. Baseado no próprio livro da Dra Deborah Lipstadt o filme vai desvendando a desonestidade intelectual de David Irving, um sujeito que começou estudando a biografia de Hitler até se apaixonar pelo biografado, se tornando assim um insuspeito admirador do Nacional Socialismo Alemão (mais conhecida como a ideologia nazista). Chamado de nazista e racista pela professora americana ele a leva aos tribunais, a processando por difamação e calúnia, cabendo agora a ela demonstrar perante o juiz que ele é sim aquilo que ela afirmou. É a chamada exceção da verdade. O filme também é interessante para estudantes e profissionais do Direito, uma vez que mostra detalhes do funcionamento do ordenamento jurídico inglês, suas nuances processuais e jurisprudenciais. Tudo muito instrutivo. A produção é igualmente e especialmente indicada para aqueles que apenas procuram por um bom filme que explore essa luta intelectual entre historiadores tradicionais e revisionistas sobre a questão do holocausto. Há provas históricas realmente consistentes? O que aconteceu de fato nos campos de concentração? Havia mesmo câmeras de gás em Auschwitz? Questões como essas são tratadas nesse excelente roteiro. Está muito bem recomendado. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

Os Miseráveis

Título no Brasil: Os Miseráveis
Título Original: Les Misérables
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Mandalay Entertainment, TriStar Pictures
Direção: Bille August
Roteiro: Rafael Yglesias
Elenco: Liam Neeson, Geoffrey Rush, Uma Thurman
  
Sinopse:

Filme adaptado da obra do escritor Victor-Marie Hugo, Les Misérables. Na história vemos a conturbada vida de Jean Valjean, um homem condenado que é colocado em liberdade durante um dos períodos mais agitados da história francesa. O enredo se passa no século XIX, mostrando a queda do regime do imperador Napoleão Bonaparte e a intensa miséria a que foi submetida grande parte da população da França naquele momento histórico. Filme indicado ao Cairo International Film Festival.

Comentários:
Tantas adaptações já foram feitas para o cinema da famosa obra de Victor Hugo que fica realmente complicado ao cinéfilo escolher a melhor de todas. Na realidade não existe "a melhor", mas sim aquelas que são mais fiéis ao texto original ou mais bem realizadas do ponto de vista da produção, reconstituição histórica, elenco, figurinos, etc. Essa versão de 1998 de "Les Misérables" se enquadra nessa segunda categoria. É uma produção realmente de requinte, com excelentes aspectos técnicos. O roteiro pode até não ser tão fiel ao livro de Victor Hugo, mas isso se torna secundário diante de um filme tão bem realizado. O elenco é composto por astros do cinema americano que unem suas forças a atores realmente brilhantes do ponto de vista da arte dramática. Na época de seu lançamento o filme foi acusado, entre outras coisas, de ser um produto pop demais, feito para consumo das massas. Além de bem preconceituosa essa visão não é inteiramente verdadeira. Mesmo sob uma análise literária e histórica o filme convence. Na trama vemos os perigos de se confiar cegamente em um líder populista e ditatorial como Bonaparte e as consequências nefastas que se abatem sobre o povo francês naquele momento histórico de muita agitação política e social. Por essa razão deixo a recomendação dessa versão que certamente foi uma porta de entrada muito eficaz para os interessados na literatura de Victor Hugo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Moby Dick

Título no Brasil: Moby Dick 
Título Original: Moby Dick 
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: American Zoetrope
Direção: Franc Roddam
Roteiro: Anton Diether
Elenco: Patrick Stewart, Henry Thomas, Bruce Spence, Hugh Keays-Byrne
  
Sinopse:
Moby Dick não é apenas uma baleia alpina do gênero cachalote. Na verdade é o próprio símbolo das forças da natureza, dos mares. Anos após o ataque quase mortal a um velho capitão ele descobre que terá a chance de reencontrar o feroz predador que arrancou uma de suas pernas em um ataque sangrento. Agora, obcecado em novamente reencontrar Moby Dick, ele percebe que o dia da sua vingança está chegando! Filme indicado pelo Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Minissérie de TV (Patrick Stewart).

Comentários:
Trata-se na realidade de uma minissérie que foi exibida nos Estados Unidos e Europa em dois grandes episódios. No Brasil tudo foi reunido em apenas um filme e lançado no mercado de vídeo. Sempre gostei dessa versão do clássico livro escrito por Herman Melville por uma simples razão: a presença do ator Patrick Stewart interpretando a vigorosa figura do capitão Ahab. Eu me recordo bem que quando foi lançado o filme foi criticado por alguns por não ter bom ritmo, de tudo se desenvolver de forma muito lenta e coisas do tipo. Bobagem, qualquer adaptação de "Moby Dick" precisa contar com o devido respeito ao texto original e isso significa dar um espaço para que os atores declamem os ótimos diálogos escritos originalmente pelo autor do livro. Não adianta simplesmente realizar um filme de ação, com matança de baleias assassinas. Isso, nos dias de hoje, soaria até meio ofensivo. O que vale mesmo é explorar a luta de um homem contra seus traumas e demônios interiores, mesmo que eles acabem sendo personificados por um animal irracional que apenas luta pela sua sobrevivência. Com boa reconstituição história e elenco acima da média esse "Moby Dick" dos anos 90 feito para a TV se mostra, de forma surpreendente, como uma das melhores adaptações já produzidas. Ah e antes que me esqueça aqui vai outra informação preciosa: a série foi produzida por Francis Ford Coppola. Vale conferir.

Pablo Aluísio.

Santo Homem

Título no Brasil: Santo Homem
Título Original: Holy Man
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Caravan Pictures
Direção: Stephen Herek
Roteiro: Tom Schulman
Elenco: Eddie Murphy, Jeff Goldblum, Kelly Preston, Robert Loggia
  
Sinopse:
Dois executivos de TV, Ricky (Jeff Goldblum) e Kate (Kelly Preston), prestes a serem demitidos do canal onde trabalham, acabam tirando a sorte grande ao encontrar G (Eddie Murphy), um sujeito religioso e místico que consegue convencer qualquer pessoa a cerca de suas ideias. Assim Ricky e Kate resolvem dar um emprego para G, para ele anunciar produtos à venda na TV. E não é que G acaba se tornando uma grande sensação televisiva!

Comentários:
Mais um filme da fase em que Eddie Murphy procurava desesperadamente por um sucesso no cinema. Esse "Holy Man" (literalmente Santo Homem) é uma fita bem inofensiva, cheia de boas intenções, mas que a despeito disso não conseguiu ter sucesso de bilheteria. No Brasil só foi lançado discretamente no mercado de vídeo, sem qualquer repercussão maior. E vamos ser bem sinceros,  realmente o filme não ajuda, apesar de ter um bom elenco que conta com, além de Murphy, os simpáticos  Jeff Goldblum e Kelly Preston. Goldblum, de "A Mosca" e "Parque dos Dinossauros", com seus olhos esbugalhados, acabou se saindo muito bem nesse tipo de comédia leve e despretensiosa. Já Preston sempre foi uma das atrizes mais bonitas de Hollywood, mesmo após se casar com John Travolta. Então é isso, se você estiver em busca de uma comediazinha muito soft, que brinca um pouco com o mundo da TV e das seitas esotéricas que se multiplicam na Califórnia, eis aqui uma opção. Não mudará sua vida em nada, mas pelo menos, quem sabe, servirá para passar o tempo...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A Chegada

O filme recebeu algumas das melhores críticas quando foi lançado no final do ano passado. Depois de assisti-lo pude compreender que toda a boa receptividade não foi em vão. Realmente essa nova ficção "Arrival" faz jus a tudo o que de bom foi escrita sobre ela. Há bastante tempo Hollywood não vinha lançando boas fitas sci-fi como esse "A Chegada". A lembrança mais óbvia vem de "2001" do mestre Kubrick. A comparação não é gratuita. Desde que chegou aos cinemas o diretor Denis Villeneuve tem repetido que aquele clássico serviu como inspiração e modelo para seu filme. E o que isso significaria exatamente? Bom, significa que o roteiro foge dos clichês, procurando desenvolver um argumento mais intelectual, diria até psicológico, entre todos os personagens. Nada de apelar para saídas facéis. O enredo começa mostrando uma sala de aula numa universidade onde leciona a Dra. Louise Banks (Amy Adams). Ela é especialista em linguagem e línguas. Curiosamente sua aula mostrada no filme é sobre a nossa língua, a língua portuguesa, que ela explica aos seus alunos ser bem diferente de todas as outras! Em breve momento até elogia o português, explicando sobre sua riqueza linguística, um idioma nascido em uma época em que havia uma simbiose entre as línguas faladas e a poesia! Ponto para nós! Pois bem, sua aula é interrompida por um evento extraordinário: a chegada no planeta Terra de doze naves alienígenas, em diversos pontos do mundo. Elas chegam e ficam paradas, estáticas, sem qualquer sinal de ação. Isso intriga os governos que começam a recrutar seus melhores especialistas em comunicação e linguagem. Afinal é necessário abrir um canal de contato com essa suposta civilização alien.

Assim a Dra. Banks é levada por um coronel, interpretado pelo sempre ótimo Forest Whitaker, para o lugar onde uma dessas naves está pousada. Os seres alienígenas em nada lembram os seres humanos, mais se parecendo com algum tipo de criatura marinha, de sete pés (daí o nome que os cientistas colocam neles, Heptaporos). E assim segue o filme com a professora tentando entrar em comunicação com os seres vindos do espaço. O curioso é que ao mesmo tempo começa uma espécie de ligação sensorial entre a Dra. Banks e os seres espaciais, uma ligação que guarda algo maior, desvendando um sentido muito mais profundo, revelando a verdadeira intenção dos visitantes. Obviamente esqueça filmes como "Guerra dos Mundos" ou até mesmo as bobagens da franquia "Independence Day". Não é por aí. O filme apresenta um roteiro sofisticado e muito mais inteligente. Não se trata de um choque, uma uma guerra de civilizações, nada disso, pois seria banal demais. O roteiro ao invés disso se apoia em algo mais profundo, mais sensitivo. É um filme, como já escrevi, com as matizes de um "2001", algo mais intelectualizado. Sem dúvida uma das melhores obras cinematográficas de 2016. Não deixe passar em branco.

A Chegada (Arrival, Estados Unidos, 2016) Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Eric Heisserer, Ted Chiang / Elenco: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg / Sinopse: Especialista em línguas e linguagens é levada pelo governo americano para uma região remota onde aterrisou uma nave espacial de origem desconhecida. Ela terá que tentar abrir um canal de comunicação com os estranhos seres alienígenas que vieram do espaço.

Pablo Aluísio.

O Oposto do Sexo

Título no Brasil: O Oposto do Sexo
Título Original: The Opposite of Sex
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Rysher Entertainment
Direção: Don Roos
Roteiro: Don Roos
Elenco: Christina Ricci, Martin Donovan, Lisa Kudrow, Lyle Lovett
  
Sinopse:
Cansada de sua tediosa vida a adolescente Dede Truitt (Ricci) decide fugir de casa para ir morar com seu irmão Bill (Martin Donovan). Ele é gay e tem um namorado que vive ao seu lado. Dede então decide seduzir o companheiro de seu irmão, o levando para uma fuga insana de crimes e traições. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Christina Ricci).

Comentários:
Foi muito badalado quando lançado, mas sinceramente falando nunca vi nada demais nessa fita que em vários momentos apela aos sentimentos e desejos mais primitivos do ser humano. Explico. No roteiro temos uma Christina Ricci ainda muito jovem, tentando fazer a complicada transição entre sua carreira mirim e o mundo adulto. Sua personagem procura esbanjar sensualidade de todas as maneiras. Geralmente a atriz está de biquíni em cena, fazendo caras e bocas. Quando o filme foi rodado ela ainda tinha apenas 17 anos! Assim ainda era uma garota menor de idade. Achei um pouco abusivo as escolhas do diretor em explorar demais o lado sensual de Ricci, justamente por causa desse fato. O roteiro também não é tão maravilhoso como muitos chegaram a dizer na época. Há um clima de "Lolita" criminosa no ar que não se sustenta por muito tempo. Talvez o único grande crédito cinematográfico válido desse filme seja a direção de fotografia a cargo do talentoso Hubert Taczanowski. Abusando de cores fortes e invasivas ela acabou criando um visual bem interessante e marcante ao filme como um todo. De resto nada demais. Só seria indicado mesmo para quem tem interesse especial em Ricci nessa fase de transição em sua carreira e, é claro, para quem tem atração doentia por garotinhas na puberdade.   

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Papa Vs Hitler

Título no Brasil: Papa Vs Hitler
Título Original: Pope Vs. Hitler
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: National Geographic
Direção: Christopher Cassel
Roteiro: Christopher Cassel
Elenco: Michael Deffert, Dan Nachtrab, Andrius Brazas
  
Sinopse:
Documentário que resgata a posição do Papa Pio XII (1876 - 1958) durante a II Guerra Mundial. Com a ascensão de Hitler e os nazistas ao poder começa uma verdadeira era de destruição e morte por toda a Europa. O Holocausto é implantado como uma verdadeira máquina de assassinatos em larga escala. Teria o Papa em Roma se omitido diante de tamanho genocídio? Qual era a sua posição perante o horror nazista?

Comentários:
O Papa Pio XII foi certamente um dos líderes religiosos mais difamados e caluniados da história. Em certos livros ele chegou a ser chamado de "O Papa de Hitler". Para muitos o Papa não cumpriu sua função, denunciando os crimes de genocídio do povo judeu implantado nos campos de concentração. Apesar dessas ideias serem bem difundidas esse novo documentário da National Geographic procura olhar com maior imparcialidade sobre aquele período histórico tão importante para a humanidade. O Papa realmente se omitiu? Foi um omisso em relação a tudo o que estava acontecendo? Baseado em livros mais recentes, alguns frutos de intensa pesquisa, esse documentário exibido recentemente na Europa e Estados Unidos demonstra que nem tudo aconteceu como muitos pensavam. Na verdade o Papa Pio XII foi um inimigo de Hitler desde o começo de seu regime. Com uma complexa rede de espiões e informantes por todo o continente o Papa soube em primeira mão sobre os absurdos que estavam ocorrendo.

Diante disso ele tinha dois caminhos a seguir: denunciar publicamente o regime nazista por suas atrocidades (o que poderia dar início a uma nova onda de perseguições e mortes contra católicos) ou agir nos bastidores, com espiões do Vaticano, apoiando grupos de resistência contra Hitler e seus vassalos. Assim o documentário esmiúça o papel desempenhado por Pio XII durante a guerra, mostrando que ele ativamente participou de inúmeras tentativas de derrubada do tirano alemão. Também agiu diplomaticamente, servindo de ponte ou elo de comunicação entre os países ocidentais (em especial Inglaterra e Estados Unidos) e os grupos que dentro do III Reich tentavam liquidar Hitler, para derrubar seu regime, abrindo assim uma nova era de paz, terminando com aquela guerra que custou a vida de milhões de seres humanos. A decisão de Pio XII até hoje causa controvérsias entre historiadores e especialistas em política internacional. Agiu bem Pio XII? Com o documentário todos os prós e contras são colocados numa balança, para que o próprio espectador tire suas conclusões. No saldo geral temos um excelente documentário, onde em 90 minutos de duração, tudo é discutido com a máxima isenção. Um programa obrigatório para quem procura conhecer melhor a história da Igreja Católica em nosso tempo.

Pablo Aluísio.

Tudo Por Dinheiro

Título no Brasil: Tudo Por Dinheiro
Título Original: Money Talks
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Brett Ratner
Roteiro: Joel Cohen, Alec Sokolow
Elenco: Charlie Sheen, Chris Tucker, Heather Locklear
  
Sinopse:    
James Russell (Charlie Sheen) é um jornalista sem brilho e sucesso que acaba encontrando uma estória bem sensacionalista para explorar. Um veículo transportando prisioneiros é cercado por uma quadrilha e libertado. Todos fogem, dando origem assim a uma verdadeira caçada humana. Todos pensam que o responsável pela fuga espetacular é Franklin Hatchett (Chris Tucker), mas ele na realidade é um bandidinho pé de chinelo. O verdadeiro mentor de tudo é um contrabandista perigoso, illard (Gérard Ismaël). Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria de Pior Ator do Ano (Chris Tucker).

Comentários:
O que fazer quando a carreira no cinema vai por água abaixo? No caso do Charlie Sheen a saída foi estrelar uma comédia de quinta categoria ao lado do ator e comediante Chris Tucker. Nem precisa dizer que o filme é uma grande porcaria, totalmente sem graça. Essa coisa toda de duplas (geralmente envolvendo um branco e um negro e as diferenças culturais entre eles) já deu o que tinha que dar. Desde o primeiro "Máquina Mortífera" já sabíamos que era uma roubada. O curioso é que Sheen acabou arranjando um jeito de ainda trabalhar no cinema, atuando em filmes como esse, que beiravam o pastelão. Mais estranho ainda é saber que ele nunca se assumiu como comediante, na verdade a graça em Sheen era justamente esse: ele não atuava como se estivesse em uma comédia, mas sim em um filme normal, como qualquer outro. As palhaçadas assim ficaram todas a cargo de Chris Tucker e sua vozinha da gazela! Como a bobagem que é, a única coisa boa (e visualmente válida) vem da presença da linda Heather Locklear, seguramente uma das atrizes mais bonitas que já passaram por Hollywood. Fora ela todo o resto é uma grande, enorme, perda de tempo! Fuja!

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Fugindo do Passado

Título no Brasil: Fugindo do Passado 
Título Original: Twilight
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Benton
Roteiro: Robert Benton, Richard Russo
Elenco: Paul Newman, Susan Sarandon, Gene Hackman, Reese Witherspoon, James Garner
  
Sinopse:
Ex-policial, agora aposentado, o detetive particular Harry Ross (Paul Newman) ganha a vida fazendo pequenos serviços, muitos deles sem grande importãncia. Tudo muda quando ele é contratado para entregar uma mala cheia de dinheiro a um chantagista. Seu cliente decide pagar uma alta soma em razão de uma chantagem que vem sofrendo, cujos detalhes Harry não tem pleno conhecimento. O problema é que há algo muito maior por trás, inclusive uma conspiração envolvendo um assassinato.

Comentários:
Bom filme policial cujo maior atrativo é a presença do veterano Paul Newman. Apesa da idade, o astro da era do cinema clássico americano esbanja carisma e versatilidade nesse bom roteiro, cheio de reviravoltas, que prende a atenção do espectador da primeira à última cena. Como se não bastasse toda a riqueza de nuances da trama principal, ainda temos um elenco de apoio excelente, de primeira linha, cheio de grandes nomes de Hollywood como Susan Sarandon, Gene Hackman, James Garner e Reese Witherspoon! O grande Gene Hackman (hoje aposentado das telas definitivamente) interpreta um velho ator que ficou milionário com sua carreira de sucesso. Os tempos de fama e glória porém ficaram no passado pois ele está morrendo de um agressivo tipo de câncer. Susan Sarandon interpreta sua esposa, uma atriz que não teve o mesmo êxito profissional. Ela parece esconder algo em seu passado, principalmente em relação ao desaparecimento de seu primeiro marido, um homem que simplesmente nunca mais foi visto, não deixando quaisquer pistas sobre o seu paradeiro. Teria ela algo a ver com o sumiço dele? Para Harry tudo pode ser investigado e encaixado em algo mais misterioso e nebuloso do que muitos pensam. Com essa boa trama, personagens bem desenvolvidos e um roteiro acima da média esse filme é sem dúvida muito bom. Enfim, eis aqui mais um grande momento na carreira de Paul Newman, cuja filmografia sempre foi uma das mais ricas da história de Hollywood. Ele foi um ator cuja simples presença já tornava obrigatório qualquer filme.

Pablo Aluísio.

Basil - Amor e Ódio

Título no Brasil: Basil - Amor e Ódio
Título Original: Basil
Ano de Produção: 1998
País: Inglaterra
Estúdio: Showcareer Limited Production
Direção: Radha Bharadwaj
Roteiro: Radha Bharadwaj
Elenco: Christian Slater, Jared Leto, Claire Forlani, Crispin Bonham-Carter
  
Sinopse:
Romântico e gentil, o jovem Basil (Jared Leto) finalmente consegue se casar com a garota de seus sonhos, a bela Julia Sherwin (Claire Forlani). Idealizando sua amada, mal sabe ele que sua noiva teve um longo relacionamento com John Mannion (Christian Slater). Pior do que isso, ela parece ainda gostar dele. John é um sujeito de má índole, sem valores morais, que pensa se vingar do irmão de Basil, Ralph (Crispin Bonham-Carter), por causa de uma antiga rixa. Logo a combinação entre amores, rivalidades e ódios se torna explosiva.

Comentários:
O roteiro desse filme foi baseado na novela romântica escrita por Wilkie Collin (1824 - 1889). Seus textos tiveram muitas adaptações para o cinema e TV, principalmente durante a década de 1940, mas o público brasileiro pouca familiaridade tem com esse romancista, dramaturgo e contista inglês. Ele foi muito popular em sua época por explorar em seus textos os conflitos românticos de pessoas comuns, da sociedade em que viveu. Obviamente seus romances se tornaram campeões de vendas pois eram consumidos por jovens britânicas românticas sonhando com seus primeiros amores. Embora dentro da academia Wilkie Collin seja considerado um autor menor (talvez por ter sido bem comercial em seu tempo), poucos ainda dão o devido valor ao escritor nos dias de hoje. Na década de 90 tivemos essa adaptação de um de seus livros, um filme até interessante cujo maior mérito foi ter apresentado a obra de Collin a um público mais jovem, dos dias atuais. Não é uma grande produção, de encher os olhos, mas é correta e eficiente. Além disso traz um ainda bem novo Jared Leto, aqui no papel pouco inspirado de um galã romântico idealista, um tipo de personagem sempre presente nesses romances do século 19. Então é isso. Um resgate cinematográfico bem-vindo de um dos mais populares romancistas ingleses da era Vitoriana.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Cidade das Sombras

Título no Brasil: Cidade das Sombras
Título Original: Dark City
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Alex Proyas
Roteiro: Alex Proyas
Elenco: Kiefer Sutherland, Jennifer Connelly, Rufus Sewel, William Hurt
  
Sinopse:
Vivendo em uma cidade eternamente coberta pelas sombras da noite, John Murdoch (Rufus Sewell) acorda repentinamente sem lembrar de absolutamente nada do que aconteceu. Pior do que isso, ele vira suspeito de ter cometido vários assassinatos violentos, com requintes de crueldade! Seria verdade? Ele simplesmente não sabe responder. Para o inspetor de polícia Frank Bumstead (William Hurt) ele é o culpado.

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme com muito estilo em seu visual, cenários e direção de arte, mas sem um grande roteiro por trás de tudo. Na época de seu lançamento foi bem elogiado nos aspectos técnicos, mas também criticado por tentar ser um filme noir moderno, onde se mistura uma trama de assassinato com uma tendência neo-punk futurista. Realmente, da estória você provavelmente esquecerá em pouco tempo, porém esse estilo visual ficará em sua mente por um bom tempo. Chego até mesmo a ficar surpreso que esse filme nunca tenha inspirado as histórias em quadrinhos (se virou graphic novel, desconheço). Até porque, pense bem, o diretor e roteirista Alex Proyas usou muito da linguagem de HQs. É no fundo uma mistura de Blade Runner com velhos filmes de detetives estrelados por Robert Mitchum. Uma mistura bem estranha, ainda mais acentuada pela extrema escuridão da fotografia do filme (não é brincadeira, em muitos momentos você não vai conseguir enxergar absolutamente nada na tela!). Do elenco o ator que mais se saiu bem nos anos seguintes foi Kiefer Sutherland. Seu personagem aqui porém é apenas secundário, um médico que decide ajudar o protagonista a encontrar a verdade dos fatos. Já Jennifer Connelly está muito atraente com esse figurino escuro, sombrio, o que por si só já é bastante sensual.

Pablo Aluísio.

O Amanhecer do Quarto Reich

Título no Brasil: O Amanhecer do Quarto Reich
Título Original: Beyond Valkyrie - Dawn of the 4th Reich
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Stage 6 Films
Direção: Claudio Fäh
Roteiro: Robert Henny, Don Michael Paul
Elenco: Sean Patrick Flanery, Tom Sizemore, Stephen Lang, Rutger Hauer
  
Sinopse:
Um grupo de soldados e espiões aliados são enviados além das linhas inimigas para encontrar um importante oficial do exército alemão que faz parte da Operação Valquíria. Esse era um plano para matar o líder nazista Adolf Hitler, assumir o controle do Estado e entrar em negociações de paz com as forças aliadas durante a II Guerra Mundial. O grupo porém enfrentará vários desafios, entre eles sobreviver dentro do território inimigo.

Comentários:

A conclusão a que se chega após assistir a filmes como esse é simples: Já não se fazem mais bons filmes de guerra como antigamente. Tudo bem que se trata de uma produção B, feita para ser lançada diretamente no mercado de venda direta ao consumidor, mas por que não capricharam um pouco mais? O elenco tem até bons atores, em especial Stephen Lang, que sempre considerei um excelente ator que nunca teve uma chance de verdade em sua carreira. O mesmo vale para Rutger Hauer, que infelizmente é mais uma vez desperdiçado. A premissa do roteiro até que é muito boa, mostrando uma missão de agentes do OSS (a agência de espionagem que seria substituída pela CIA) em território alemão. O problema é que o roteiro parece querer imitar alguns filmes de guerra dos anos 70 que primavam mais pela ação do que propriamente por desenvolver uma boa trama. Dessa maneira muito potencial é perdido. A produção, apesar de fraca, ainda consegue tirar leite de pedra, sendo aceitável, mas tudo desanda mesmo nessa falta de maior cuidado ao se contar essa estória. No final os roteiristas ainda encaixaram algumas informações históricas da guerra em seus momentos finais, porém sem grande ligação com o enredo que se viu no filme (que é em parte meramente ficcional). Em suma, precisam melhorar mais nessas produções atuais sobre a II Guerra Mundial. Muitos clássicos sobre o tema foram realizados no passado e por isso a responsabilidade aumenta. Fazer filmes fracos explorando esse nicho cinematográfico não me parece ser, por essa razão, uma boa ideia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Um Crime Perfeito

Título no Brasil: Um Crime Perfeito
Título Original: A Perfect Murder
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Andrew Davis
Roteiro: Patrick Smith Kelly
Elenco: Michael Douglas, Gwyneth Paltrow, Viggo Mortensen, David Suchet
  
Sinopse:
Baseado na peça escrita por Frederick Knott, o filme mostra os detalhes de um crime planejado pelo frio e calculista Steven Taylor (Michael Douglas). Ele é um homem de negócios arruinado que precisa levantar uma grande soma rapidamente. Para isso ele resolve então assassinar sua própria esposa Emily Bradford Taylor (Gwyneth Paltrow), herdeira de 100 milhões de dólares. Sua plano é que outra pessoa cometa o crime, para que ele consiga se livrar através de um bem elaborado álibi. Para isso acaba usando o próprio amante da mulher! Filme vencedor do Blockbuster Entertainment Awards na categoria de Melhor Atriz - Suspense (Gwyneth Paltrow).

Comentários:
Esse filme é na verdade o remake de um dos maiores clássicos do cinema, "Disque M para Matar" (1954) de Alfred Hitchcock. A primeira questão que vem em nossa mente é se havia realmente necessidade de se refazer uma obra prima como aquela? Apesar de ser uma boa produção, bem realizada, elegante, contando com bom elenco, meu veredito é que esse filme dos anos 90 sequer precisava existir. A estória de crime e acobertamento de um marido assassino em busca da fortuna de sua esposa já havia encontrado sua versão final e definitiva pelas mãos do mestre do suspense. Tudo soa desnecessário. Se formos comparar então cada nome do elenco as coisas só pioram. Quem, em sã consciência, poderia preferir a gelada Gwyneth Paltrow ao invés da princesa Grace Kelly da versão original? É forçar demais a barra, não é mesmo? O filme só existe por causa dos caprichos do astro Michael Douglas. Ele queria dar seu toque pessoal nessa nova versão. Ao produzir essa nova versão Douglas quis soar como um renovador de antigos clássicos, como ele próprio declarou em entrevistas durante o lançamento do filme. O que ele não soube explicar é se havia mesmo alguma necessidade disso! Após assistir ao filme respondo com tranquilidade que não. Embora tenha uma bonita fotografia e alguns bons momentos, esse remake é como todo e qualquer remake de grandes clássicos: uma obra que sequer precisava existir.

Pablo Aluísio.